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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

JESUS ESCOLHE SEUS DISCIPULOS (2)


                               
                                                                                                                   

II - O CHAMADO
1. O MÉTODO.
O Recrutamento


A forma como Jesus chama as pessoas é bastante simples e variada. Muitas vezes Jesus toma iniciativa no chamado. Ele vê as pessoas e as chama (Mc 1.16-20). Mas em outros casos este chamado se dá através da rede de entrelaçamento familiar quando um membro da família conduz algum parente ou amigo até Jesus (Jo 1.40-42; 45-46). João, o batista, também tem participação nesse chamado quando orienta seus discípulos a seguir o Mestre (Jo 1.35-39). Em outros casos as pessoas decidem espontaneamente seguir Jesus (Lc 9.57,58; 61,62).
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. ditora CPAD. pag. 63.

Nós o vemos orando a Deus, a sós, v. 12. Este evangelista menciona freqüentemente os retiros de Cristo para nos dar um exemplo de oração a sós pela qual mantemos diariamente nossa comunhão com Deus, e sem a qual é impossível que a alma possa evoluir. Naqueles dias em que seus inimigos estavam cheios de ódio contra Ele, e estavam conferenciando sobre o que lhe fariam, Ele saiu para orar. Esta atitude foi tipificada por Davi (SI 109.4): “Em paga do meu amor, são meus adversários; mas eu faço oração”. Observe: 1. Ele estava sozinho com Deus. E le “subiu ao monte a orar”, onde não seria perturbado ou interrompido. Nós nunca estamos mais sós do que quando estamos assim sozinhos. Pareceme muito incerto o pensamento de alguns, de que houvesse algum lugar conveniente construído nessa montanha para pessoas religiosas se retirarem para as suas devoções particulares, e que aquele oratório ou local de oração seja indicado aqui por he proseuche tou theou. Ele subiu ao monte em busca de privacidade, e por essa razão, provavelmente, não iria a um lugar freqüentado por outras pessoas. 2. Ele ficou muito tempo sozinho com Deus: Ele “passou a noite em oração a Deus”. Alguns pensam que meia hora é um tempo longo demais para dedicarmos às nossas devoções particulares; mas Cristo permaneceu a sós durante a noite inteira em meditação e oração. Nós temos muitos assuntos para apresentar diante do trono da graça, e deveríamos nos comprazer muito na comunhão com Deus. E devido a essas duas razões, devemos dedicar longos períodos à oração.

Nós o temos nomeando seus acompanhantes imediatos como sua família, que deveriam ser constantes ouvintes da sua doutrina e testemunhas oculares de seus milagres - para que no futuro pudessem ser enviados como apóstolos, seus mensageiros para o mundo, para pregar seu Evangelho e estabelecer nele a sua igreja, v. 13. Depois que Ele havia permanecido a noite toda em oração, poder-se-ia pensar que quando fosse dia, Ele descansaria e dormiria um pouco. Mas não foi assim. Logo que amanheceu, Ele “chamou a si os seus discípulos”. Servindo a Deus, nossa grande preocupação deveria ser não perder tempo, mas fazer, do fim de um bom trabalho, o início de outro. Os ministros cristãos devem ser ordenados mais com oração do que com simples solenidades. 
O número de apóstolos era doze: Ele “escolheu doze deles”. Os seus nomes estão registrados aqui - é a terceira vez que nós os encontramos, e em cada uma das três passagens a ordem deles difere. Este exemplo serve para ensinar tanto aos ministros quanto aos cristãos em geral a não serem exigentes quanto à primazia, nem ao dá-la nem ao recebê-la, mas olhar para ela como algo sem importância; não importa quem seja mencionado primeiro, e quem seja mencionado depois. Aquele que em Marcos é chamado Tadeu, e em Mateus “Lebeu, apelidado Tadeu”, é aqui chamado de “Judas, filho de Tiago”, o mesmo que escreveu a epístola de Judas. Simão é chamado de “Simão, chamado Zelote”, talvez por seu grande zelo pela religião. No tocante a esses doze aqui nomeados nós temos razão para dizer, como a rainha de Sabá disse dos criados de Salomão: “Bem-aventurados os teus homens, e bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti e ouvem a tua sabedoria!” Homem nenhum havia sido tão privilegiado como estes, e ainda assim um deles tinha um demônio, e demonstrou ser um traidor (v. 16). Apesar disso, quando o escolheu, Cristo não se enganou a respeito dele.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 563.

Jesus passou a noite nas montanhas, vigiando em oração. Mais de uma vez Lucas salientou essa necessidade íntima que o Redentor tinha de orar, que com freqüência impelia Jesus a lugares ermos (Lc 4.42; 5.16). Contudo os termos aqui utilizados contêm uma ênfase muito especial. A palavra “vigiar por toda a noite” ocorre unicamente aqui.
A escolha dessa expressão incomum, bem como a forma verbal analítica (imperfeito e particípio), destacam a persistência determinada e incessante dessa vigília noturna. A expressão proseuché tou theou, literalmente “oração de Deus”, é também única no Novo Testamento. Essa formulação não designa nenhum pedido peculiar, mas um estado da mais profunda devoção na presença santa e direta de Deus, uma invocação que transita para a mais íntima comunhão com Deus. Durante essa noite Jesus apresentou a Deus sua obra no estágio decisivo em que ingressara naquele momento, aconselhando-se com ele. Durante essa longa luta de oração, por toda a noite, Jesus provavelmente havia apresentado todos os seus discípulos individualmente a seu Pai, para que o Pai designasse aqueles que o Filho deveria tornar emissários da salvação. O que será que os discípulos, que haviam se ajuntado em grande número em torno de Jesus, sentiram quando Jesus, como um general, chamou um por um do meio deles, até que ficasse completo o número dos doze?
“Simão”, começou ele. Com quanta expectativa cada novo nome era aguardado! Com que estremecimento cada um ouvia, então, o chamado do próprio nome. Dentre o grupo de discípulos “ele escolheu os doze”, “aos quais também chamou de apóstolos”. Isso é significativo. Os demais discípulos tiveram de tolerar que esses doze obtivessem uma posição especial do Senhor. O Redentor os havia escolhido em virtude de ordem divina. Deus é soberano.
Os discípulos não têm outra opção a não ser obedecer a esse Senhor extraordinário. “Chamou-os a si”. Mas, se desejou aqueles que o Pai lhe concedeu, de agora em diante sabemos a quem recorrer quando desejamos chegar ao Pai. Porque ele os “ordenou” para duas finalidades.
1) Primeiramente, devem estar junto dele. Devem perseverar com ele em suas tentações até chegarem ao Getsêmani; afinal, devem tornar-se testemunhas dele até os confins do mundo (At 1.8). Precisavam conhecer suas “horas silenciosas”, conviver com ele no dia-a-dia, observar seu trabalho, obter uma visão dos mistérios de sua sabedoria de educador, e até mesmo familiarizar-se com os objetivos de sua ação.
2) O segundo aspecto é que eles partilharão de sua autoridade. Dessa maneira ele providencia, de certo modo, pernas e pés, línguas e lábios que levem adiante sua obra.
Mateus relata a convocação e o credenciamento dos apóstolos em uma ocasião (Mt 10.1ss), e Lucas o faz em dois trechos, mais precisamente como segue: de acordo com Lucas, o primeiro passo de Jesus foi nomeá-los, provavelmente para que passassem a ser seus alunos de modo especial. Isso aconteceu aqui em Lc 6.12-16. A capacitação é relatada em Lc 9.1-6, onde Jesus lhes confere a autoridade para servir como apóstolos. O relato mais preciso indica que esse deve ter sido o processo. Mateus reúne em uma só ocasião as duas ações de Jesus. Isso tem a ver com sua característica de enfatizar tão-somente o aspecto doutrinário e fundamental.
Dessa forma o Redentor obteve, portanto, um grupo de auxiliares para sua obra. Ele, o maravilhoso canal da poderosa benignidade de Deus, fora multiplicado por doze. Mas de antemão os doze não obtiveram nem poder nem incumbência para a ação espiritual propriamente dita.
Quanto ao título “apóstolo”, cf. o exposto no Comentário Esperança, Marcos, sobre Mc 3.13-19, bem como Jo 17.18; 20.21; At 1.8. Essas passagens não devem levar à conclusão que a tarefa dos apóstolos consistia tão somente em ser testemunhas de Jesus. O próprio nome expressa mais, cf. 2Co 5.20: “Somos mensageiros de Cristo… e rogamos que vos reconcilieis com Deus.”
Com a escolha dos doze estava organizada a obra de Jesus. Passou do estágio de fenômeno local e isolado para o estágio de instituição que abrange e cuja intenção arrebata povos e épocas. A obra do Senhor obteve um solo histórico firme e uma perspectiva clara para o futuro, com todas as suas esperanças e todos os seus perigos.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.

A escolha dos Doze (6:12-16)

12. Mais uma vez, a referência ao tempo em Lucas é vaga {Naqueles dias). Não está dedicando sua atenção à seqüência exata. Jesus estava enfrentando uma decisão momentosa. Os incidentes anteriores demonstraram que Seus inimigos estavam aumentando. Um dia, O matariam. O que deveria Ele fazer? Caracteristicamente, Lucas nos diz que Ele orava. E então, escolheu um grupinho de homens que continuariam Sua obra depois dEle.
13. Ao amanhecer, Jesus chamou a si os seus discípulos. Deve tratar-se de um grupo de pessoas que se ligaram a Ele de modo informal.
Um discípulo era um aprendiz, um estudante. No século I, o estudante não estudava simplesmente uma matéria; estudava com um mestre. Há um elemento de ligação pessoal no “discípulo” que falta no “estudante.” Deste grupo maior de aderentes, Jesus escolheu doze. Este é o número das tribos de Israel, número este que significa que Jesus estava estabelecendo o povo de Deus, o verdadeiro Israel. Em Jesus e nos Seus seguidores “as pessoas podiam ver uma dramatização do quadro vétêrotestamentário de Deus trazendo as doze tribos de Israel à terra prometida” (Tinsley). Jesus nunca estabeleceu uma organização. Estes doze homens representam a totalidade da Sua máquina administrativa. Alguns deles eram claramente homens de destaque, mas, de modo geral, parecem ter sido nada mais do que medianos. A maioria deles deixou pouquíssimas marcas na história da igreja. Jesus preferia operar, naqueles tempos como também agora, através de pessoas perfeitamente comuns.

A estes doze Jesus deu o nome de apóstolos. O termo é derivado do verbo “enviar" e significa “uma pessoa enviada ” “um mensageiro.” Lucas emprega a palavra seis vezes (com mais vinte e oito em Atos), ao passo que cada um dos demais Evangelistas a emprega uma só vez (é possível que Marcos a tenha duas vezes, dependendo da solução de um problema textual). Nos Evangelhos, o grupo usualmente é referido simplesmente como “os doze.” Marcos explica que Jesus os escolheu “para estarem com ele e para os enviar a pregar, e a exercer a autoridade de expelir demônios” (Mc 3:14-15). Esta expressão ressalta a noção de missão e a centralidade da pregação na sua função.
14-16. Há variações mínimas na ordem, mas se dividirmos os nomes em três grupos de quatro, os mesmos nomes ocorrem em cada grupo em todas as nossas listas, O mesmo nome lidera cada grupo, embora varie a ordem dentro dos grupos. O primeiro nome em todas as listas é Simão. Jesus lhe deu outro nome, Pedro, que significa “Rocha.” Deste momento em diante, Lucas sempre emprega este nome, e nio Simão como anteriormente. Não diz quando o nome foi dado (ver Jo 1:42). O outro Simão é chamado Zelote. Talvez tenha pertencido ao grupo radical dos “Zelotes” que eram notórios por sua resistência violenta a Roma, ou o nome pode sugerir que era caracterizado por um zelo fogoso. Para Judas, filho de Tiago (outra vez em At 1:13) Mateus e Marcos têm Tadeu, que parece ser outro nome para o mesmo homem. Todas as três listas colocam Judas Iscariotes no fim, e mencionam sua traição, mas somente Lucas diz que se tomou traidor. Parece que era fiel no início. Iscariotes provavelmente significa “homem de Queriote,” uma cidade na Judeia (Js 15:25) ou em Moabe (Jr 48:24). Se for assim, Judas era o único não galileu entre os Doze.Leon L. Morris. Lucas. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 118-119.


2. O CUSTO.
O Custo do Discipulado

No texto: A Educação no Antigo Israel e no Tempo de Jesus encontramos uma excelente exposição sobre o processo do chamado de Jesus. O texto põe em evidência alguns desses princípios. É dada atenção para o fato de que o chamado de Jesus não é algo que vem pronto e acabado, mas se constrói através de repetidas idas e vindas, de avanços e recuos. Tem início na beira do mar da Galileia (Mc 1.16), e termina com a ascensão (Mt 28.18-20). Depois da ressurreição começa de novo à beira do mesmo lago (Jo 21.2-17). É um recomeçar sempre!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 63.
Como as pessoas eram zelosas ao seguirem a Cristo (v. 25): Ia com Ele uma grande multidão, muitos por amor e, talvez, um número ainda maior por companhia, porque onde houver muitas pessoas, outras tantas se aglomerarão. Aqui estava uma multidão mista, como aquela que foi com Israel na saída do Egito; podemos esperar que haja sempre a mesma situação na igreja. Portanto será necessário que os ministros façam uma cuidadosa separação entre os preciosos e os vis.
O zelo e a atenção que o Senhor espera dos seus seguidores. As vezes, aqueles que se comprometem a seguir a Cristo devem contar com o pior, e estar preparados apropriadamente.
1. O Senhor lhes diz qual é o pior com que eles devem contar. Em boa parte, eles poderiam esperar enfrentar muitas coisas que o próprio Senhor havia enfrentado antes deles, e por amor a eles. Ele sabia que eles queriam ser seus discípulos, para que pudessem estar qualificados a uma posição honrosa em seu Reino. Eles esperavam que Ele dissesse, “Se qualquer homem vier a mim, e for meu discípulo, terá riquezas e honras em abundância; Eu mesmo, sozinho, farei dele um grande homem”. Mas o Senhor lhes diz o contrário.
(1) Eles deveriam estar dispostos a abandonar aquilo que prezavam muito; deste modo, deveriam ir a Ele afastados de todos os confortos que agradam à criatura, estando mortos para eles, deixando-os alegremente em vez de abandonarem o seu interesse por Cristo, v. 26. Um homem não pode ser discípulo de Cristo a menos que aborreça seu pai, sua mãe, e sua própria vida. Ele não será sincero, constante e perseverante, a menos que ame mais a Cristo do que qualquer coisa neste mundo. Ele deverá estar disposto a deixar aquilo que pode e deve deixar, desde que este tipo de sacrifício possa ser um motivo de glorificação ao Senhor Jesus Cristo (assim como os mártires, que não amaram as suas vidas, mas foram fiéis até à morte). 
Também é necessário deixar tudo aquilo que possa ser como uma tentação, pois assim recebemos a capacidade de servir melhor a Cristo. Dessa forma, Abraão deixou a sua própria terra, e Moisés a corte de Faraó. Nenhuma menção é feita aqui de casas e terras; a filosofia ensina o homem a olhar estas coisas com desprezo; mas o cristianismo leva isto a um nível mais elevado. [11 Todo homem bom ama seus familiares. No entanto, se ele for um discípulo de Cristo, podem ocorrer algumas diferenças e ele pode não se dar com alguns; assim foi dito que Léia foi preterida enquanto Raquel foi mais amada. Não que as pessoas devam ser odiadas em qualquer grau, mas nosso conforto e satisfação nelas devem ser perdidos e eliminados através de nosso amor a Cristo, como aconteceu com Levi, quando disse a respeito de seu pai, Nunca o vi, Deuteronômio 33.9. Quando nosso devei' para com nossos pais competirem com nosso dever evidente para com Cristo, devemos dar-Lhe a preferência. Se tivermos que escolher entre negar a Cristo ou ser banidos do convívio com nossas famílias e parentes (como foram muitos dos primeiros cristãos), devemos antes perder a companhia deles do que perder o favor do Senhor. [2] Todo homem ama a sua própria vida, e nenhum homem jamais a odiou; e não podemos ser discípulos de Cristo, se não o amarmos mais do que à nossa própria vida. Podemos até ter uma vida angustiada pela escravidão cruel, ser eliminados por mortes cruéis, porém jamais podemos desonrar a Cristo, ou abandonar quaisquer de suas verdades e caminhos. A experiência dos prazeres da vida espiritual, e a crença nas esperanças e perspectivas da vida eterna, tornarão esta palavra tão dura, um pouco mais suave. Quando a tribulação e a perseguição surgirem por causa da Palavra, então podemos saber que estamos sendo provados; amamos mais a Cristo ou aos nossos familiares e à nossa vida? No entanto, mesmo em dias de paz, este assunto é às vezes trazido à prova. Aqueles que não se dispõem a servir a Cristo, e a aproveitar as oportunidades de comunhão com Ele, e se envergonham de confessá-lo por medo de ofenderem um parente ou amigo, ou de perderem um cliente, dão motivos para que se suspeite que eles amam mais a si mesmos do que a Cristo.

(2) Que eles devem estar dispostos a suportar aquilo que era muito pesado (v. 27): E qualquer que não levar sua cruz, como fizeram aqueles que foram condenados a serem crucificados, em submissão à sentença e em uma expectativa de sua execução, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo; isto é (diz o Dr. Hammond), este não é por mim; e o meu serviço que, certamente, traz consigo a perseguição, não será desempenhado por pessoas deste tipo. Embora os discípulos de Cristo não sejam todos crucificados, todos levam sua cruz como se contassem com a possibilidade de serem crucificados. Eles devem ficar contentes por receberem uma má reputação, e serem carregados de infâmia e desgraça; porque nenhum nome é mais ignominioso do que Furcifer – aquele que leva o patíbulo. Ele deve levar sua cruz, e seguir a Cristo; isto é, ele deve levá-la no caminho de sua obrigação, sempre que ela aparecer neste caminho. Ele deve levá-la, quando Cristo o chamar para ela; e, ao levá-la, deve ter Cristo em vista, e ser encorajado por Ele, e viver na esperança de ter uma recompensa da parte dele.

2. O Senhor os exorta a contar com isso, e então considerar.

Visto que Ele tem sido tão justo para conosco nos dizendo claramente quais as dificuldades que enfrentaremos ao segui-lo, sejamos também justos conosco, avaliando a questão seriamente antes de assumirmos uma profissão de fé. Josué obrigou o povo a considerar o que fizeram quando prometeram servir ao Senhor, Josué 24.19.
E melhor nunca começar do que não proceder; portanto, antes de começarmos, devemos considerar que jamais devemos abandonar nossa chamada. Isto é agir racionalmente, como cabe ao homem, e como fazemos em outras situações. A causa de Cristo produz um exame minucioso. Satanás mostra aquilo que parece melhor, mas esconde aquilo que é realmente o pior, porque o seu melhor não compensará o seu pior. Mas em se tratando de Cristo, o melhor que o Senhor Jesus tem a oferecer compensará abundantemente qualquer dificuldade que venhamos a enfrentar. A consideração disto é necessária para a perseverança, especialmente em períodos de sofrimento.
Nosso Salvador, aqui, ilustra a necessidade disso por meio de duas analogias, a primeira mostrando que devemos considerar os custos da nossa religião, e a segunda mostrando que devemos considerar os perigos dela.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 646-647.

Ainda que não seja dito expressamente, provavelmente trata-se aqui da lenta marcha pela Peréia até Jerusalém (Lc 13.32s). A adesão do numeroso séquito em sua caminhada estimulou-o a instruir o povo acerca do que realmente faz parte do tornar-se um verdadeiro discípulo. Estabeleceu condições para tornar-se seu discípulo, a fim de examinar o número de seus seguidores.
A exigência de odiar os familiares mais próximos e sua própria vida ocorre diversas vezes com variações secundárias quanto à forma literal. Mateus cita-a na instrução aos apóstolos (Mt 10.37-39) e nós a encontramos no anúncio de seu sofrimento (Lc 9.23s; Mc 8.34s; Mt 16.24s).
Pelo fato de que essa sentença doutrinária corresponde às ocasiões específicas respectivas, a forma de expressão do Senhor difere nas diversas passagens. Jesus emprega aqui a forte expressão “odiar pai, mãe, mulher, filhos e irmãos”. Até mesmo sem a versão mais amena em Mt 10.37-39 o leitor dessas palavras precisa convencer-se de que Jesus não visa descarrilar aqui os mandamentos do amor ao próximo e da honra aos pais (cf. Lc 10.27; 18.20). Mas o Senhor emprega a forte expressão “odiar” a fim de revestir a exigência de uma ênfase especial. Para entender esta palavra é preciso avaliar o contexto, pois fixar-se na letra leva ao mal-entendido. Odiar é o contrário de amar. No entanto, Jesus não está afirmando que o amor aos pais e familiares e à própria vida precisa converter-se em ódio. Não! O amor ao Senhor exige que se odeie tudo o mais no mundo no sentido de que é preciso acabar de vez com a busca unilateral e exclusiva por outro objetivo de vida.
 O discipulado de Jesus demanda a prontidão para sofrer até mesmo a morte mais cruel e infame por amor a Jesus. Por meio dessa exigência séria e de dura conotação, Jesus visa explicitar ao povo a entrega total do coração a ele. Suportar sofrimentos por causa de Jesus é descrito aqui figuradamente como carregar uma cruz. A expressão é retirada do costume de que os condenados à morte na cruz tinham de carregar pessoalmente sua cruz (cf. Mt 27.32). Jesus, portanto, demanda dos discípulos que levem a cruz ao local da execução junto com ele, que andem com ele rumo à morte.Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.

(25, 26) O parágrafo poderia ser intitulado: “Quem se qualifica como discípulo?” (vs. 26,27,33). Essas palavras foram ditas em vista da paixão de Jesus que estava próxima e deveriam separar o verdadeiro discípulo dos seguidores indiferentes. O primeiro teste do discipulado se referia aos parentes mais próximos (cf. 18:29). Jesus apoiava o amor familiar, mas mesmo este precisa ser subordinado ao amor a Deus. Aborrece é um termo duro, mas o paralelo em Mateus 10:37 indica que significa “amar menos” (também Gn 29:30; Dt 21:15). Além da família, a pessoa precisa amar a sua própria vida menos do que ama Jesus. Vida abrange todos os interesses mundanos, até mesmo o nosso próprio ser (cf. Jo 12:25).
(27) A cruz, sugerindo um criminoso desprezado seguindo para a sua morte terrível, amplia a ideia de aborrecer a própria vida (veja notas em 9:23). É preciso estar disposto, se necessário, a sofrer um destino assim horrível por causa de Jesus. Essas palavras teriam ainda maior significado para os cristãos depois da crucificação e ressurreição de Jesus (cf. G1 2:20; 6:14).
Anthony Lee Ash. O Evangelho Segundo Lucas. Editora Vida Cristã. pag. 235.

III - O TREINAMENTO
1. MUDANÇA DE DESTINO.

As Dimensões do Chamado

Ainda segundo o pensamento desses autores o discipulado de Jesus possui três dimensões:
• Tomar o Mestre como Exemplo
Jesus se torna o referencial na vida do discípulo (Jo 13.13-15).
• Ter participação na cruz
Seguir Jesus estava muito longe de algo meramente teórico. Seguir Jesus era sofrer com Ele, era participar de suas provações (Lc 22.28) e perseguições (Jo 15.20; Mt 10.24,25). Era se sujeitar a viver sob o peso da cruz e até mesmo morrer com Jesus (Mc 8.34,35; Jo 11.16).
• Viver a vida de Jesus
Essa nova dimensão vem logo após a ressurreição de Jesus e a vinda do Espírito Santo. Seus discípulos estão convictos de que Jesus vive neles através do Espírito Santo: “Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim” (G1 2.20). Como seus seguidores, cheios do Espírito, e com a presença de Jesus no meio deles, agora continuam a obra que Jesus começou entre eles. Entregam-se totalmente à palavra de Deus e à oração.José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 65.

A respeito dos sofrimentos deles por Cristo.

Eles deveriam procurar não pensar em como evitar os sofrimentos dele, mas, antes, em se preparar para seus próprios sofrimentos.
1. Devemos nos acostumar a todos os exemplos de renúncia e paciência, v. 23. Este é o melhor preparativo para o martírio. Devemos viver uma vida de renúncia, mortificação, e desprezo em relação ao mundo. Não devemos ser indulgentes com nossa tranqüilidade e com nosso apetite, porque então será difícil suportar o trabalho árduo, as fadigas, e a necessidade, por Cristo. Estamos sujeitos diariamente à aflição, e devemos nos ajustar a ela, e concordar com a vontade de Deus para ela, e devemos aprender a suportar as dificuldades. Freqüentemente nos deparamos com cruzes no caminho da obediência; e, embora não devamos forçá-las sobre as nossas próprias cabeças, quando elas se apresentam no nosso caminho, devemos tomá-las, carregá-las após Cristo, e agirmos da melhor maneira possível.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 588.

1) Negar-se a si mesmo é despedir-se. Dar adeus à vontade própria, às inclinações e aos desejos pessoais, essa é a “negação de si mesmo” que nos cabe realizar.
Negar-se a si mesmo significa viver como se não nos importássemos mais conosco e nossa vontade.
2) Tomar sobre si a cruz refere-se ao fardo que devemos nos dispor a carregar. A cruz é a mais infame pena de morte que jamais existiu. Jesus compromete os seus com a morte. Ao mostrar-lhes o desfecho que esperava por ele em Jerusalém, asseverou-lhes: “Minha cruz mostra a vocês para onde eu conduzo. Vocês estão seguindo atrás de mim como expulsos, malditos, condenados à morte, iguais àqueles que carregam sua cruz para o local de execuções. Para essas pessoas, o mundo passou e a vida está encerrada; o que ainda têm diante de si é somente infâmia, dor e morte.”
A crucificação do “eu” acontece paulatinamente, de acordo com a medida determinada por Deus para cada um e para cada etapa da vida. É o que dizem as palavras “dia a dia” e “sua cruz”. A razão de Lucas para inserir a expressão “dia a dia” só pode ter sido que ele entendia esta exigência como uma ação constantemente repetida no discipulado de Jesus. A disposição de um seguidor do Senhor de contribuir pessoalmente para o desfecho penoso da vida dificilmente pode ser melhor explicitada do que por meio da figura do condenado que carrega a cruz; afinal, não há qualquer dúvida de que está indo ao encontro do doloroso sofrimento da morte.
3) Siga-me é o caminho que nos cabe percorrer, é andar a cada instante o caminho traçado por Cristo e em cada passo seguir as pegadas dele. Não se trata de mortificação pessoal, ou meio de santificação, ou atividade para o reino de Deus conforme o nosso próprio arbítrio! Desta forma, a vontade própria supostamente sacrificada na verdade apenas tornaria a manifestar-se.
Portanto, a frase “siga-me” não é uma repetição do primeiro: “Vem após mim!” Pelo contrário, ressalta a ideia mais profunda do ser discípulo. Expressa que o discípulo de forma alguma passa à frente do Mestre e tampouco deve esquivar-se furtivamente atrás dele, mas que o segue decididamente no cumprimento obediente da vontade de Deus, sedimentado em sua palavra e em seus mandamentos.
Talvez diversas pessoas agora digam: gostaria muito de assumir a cruz de acordo com a palavra do Senhor e entregar minha vida velha à morte. Já tentei diversas vezes negar a mim mesmo – mas subitamente descubro que minha velha natureza pecaminosa ainda não se afastou, mas continua exercendo uma poderosa influência sobre mim. Estas experiências realmente estão entre os fatos mais tristes de nossa vida interior. Felizes, porém, os que não se deixam abalar por isso, mas sempre recomeçam! Devem precaver-se do equívoco de pensarem que primeiro precisam abrir o caminho. Jesus foi à frente, e ao discípulo cumpre seguir. Cumpre erguer o olhar para ele, para a sua obediência, sua fidelidade quando o desânimo e o cansaço começam (Riggenbach).
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
Aqui Jesus estabelece as condições do serviço daqueles que o seguem.
(1) Negar-se a si mesmo. O que significa isto? Um grande erudito dá o significado seguinte: Pedro uma vez negou a seu Senhor. Disse: "Não conheço esse homem." Negar-nos a nós mesmos quer dizer: "Não me conheço a mim mesmo." É ignorar a existência de si mesmo. É tratar o eu como se não existisse. Quase sempre tratamos a nós mesmos como se nosso eu fora com muito o mais importante do mundo. Se queremos seguir ao Jesus devemos destruir o eu e nos esquecer de que existe.
(2) Tomar sua cruz. O que significa isto? Jesus sabia muito bem o que significava a crucificação. Quando era menino de uns onze anos, Judas o Galileo tinha encabeçado uma rebelião contra Roma. Tinha atacado ao exército real em Seforis, que estava a uns seis quilômetros de Nazaré. A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram a cidade integralmente; seus habitantes foram vendidos como escravos; e dois mil rebeldes foram crucificados com o passar do caminho para que fossem uma terrível advertência para outros que queriam fazer o mesmo. Tomar nossa cruz significa estar preparados para enfrentar coisas como esta por nossa fidelidade a Deus; significa estar dispostos a suportar o pior que um homem nos possa fazer pela graça de ser fiéis para com Deus.BARCLAY. William. Comentário Bíblico. Lucas. pag. 106.(estudaalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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PAZ DO SENHOR

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