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domingo, 8 de outubro de 2017

Subsidio adultos a doutrina da graça (3)




SUBSIDIO BETEL ADULTOS A GRAÇA DE DEUS (3)Romanos 5.15-21. 


SUGESTÃO AO PROFESSOR

Professor, antes de lecionar o tema da lição, comente com os alunos a respeito da influência da Epístola aos Romanos na vida do maior avivalista inglês, John Wesley. Use o texto a seguir como referência. O Avivamento Evangélico do século XVIII teve na figura de John Wesley o seu mais destacado representante. Mas, nem todos sabem que a Carta aos Romanos foi responsável pela profunda renovação espiritual de Wesley. O renovo espiritual que sacudiu a Inglaterra, na verdade, iniciou em 24 de maio de 1738, quando Wesley visitou uma comunidade cristã na rua Aldersgate. Naquela noite, estava sendo lido o Prefácio de Lutero concernente a Epístola aos Romanos. Assim Wesley se expressou em seu diário, às oito horas e quarenta e cinco minutos: “[...] enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus opera no coração pela fé em Cristo, senti meu coração aquecer-se estranhamente. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a minha salvação. Foi me dada a certeza de que Ele tinha levado embora os meus pecados, sim, os meus. E me salvado da lei do pecado e da morte”.


INTRODUÇÃO 

Ao estudarmos Romanos 5.1-11 nós vimos que os crentes são justificados e reconciliados com Deus por meio da fé no sacrifício de Cristo. Este conceito da certeza da salvação por meio de Cristo é reforçado no texto que vamos estudar nesta lição (Rm 5.15-21), com a informação paulina de que a graça de Cristo vai além do que mera anulação do pecado, pois mais do que simplesmente anular os efeitos do pecado, outorga ao crente a vida eterna com Deus.
No capítulo 5.12-21, Paulo descreve a libertação do crente a partir da ação salvífica e graciosa de Jesus Cristo. Na desobediência de Adão, o pecado abundou, mas na obediência de Jesus, a graça superabundou (v.20). Cristo, pelo seu ato, garante a justificação ao que crê (5.1). No capítulo 6.1-23, entretanto, a salvação graciosa de Deus é apresentada ao fiel, mas este precisa corresponder à realidade da nova vida em Cristo. O crente regenerado, cuja graça de Deus manifestou-se em sua vida, deve rejeitar o pecado e produzir frutos santos (v.22).Dois conceitos distorcidos operavam entre os crentes. O primeiro era que a obediência à lei mosaica justificava o homem diante de Deus (3.20). Logo, a graça é ineficiente, pois necessita da lei. O segundo é que a graça isenta o indivíduo das obrigações morais (6.1). Por conseguinte, a graça é contraditória, pois liberta o homem para que este peque mais. Estas duas posições torcem a graça de Deus e, por isso, Paulo as combate.
A graça liberta-nos

Em Romanos 6, Paulo faz-nos a pergunta crucial: ‘Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?’ (v.2). Como podemos nós, que temos sido justificados, não viver justamente?
Como podemos nós, que temos sido amados, não amar também? Como podemos nós, que temos sido abençoados, não abençoar? Como podemos nós, a quem se oferece a graça, não viver graciosamente?
Paulo parece chocado com tal possibilidade! Como poderia a graça resultar em qualquer coisa que não um viver gracioso? ‘Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma!’ (vv.1,2a).
O termo para esta filosofia é antinomianismo: anti significa ‘contra’, e nomi, ‘lei moral’. Os promotores da idéia vêem a graça mais como uma razão para se fazer o mal, do que para fazer o bem. A graça concede-lhes um brevê para o mal. Quanto piores forem os meus atos, melhor Deus aparecerá. Esta não é a primeira referência de Paulo sobre o assunto. Lembra de Rm 3.7? ‘Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?’.

Que desculpa! Ninguém respeitaria um mendigo que recusasse trabalho, alegando: ‘Estou dando ao governo a oportunidade de demonstrar sua benevolência’. Zombaríamos de tal hipocrisia. Não a toleraríamos, e não a cometeríamos” 

(LUCADO, M. Nas garras da graça. RJ: CPAD, 1999, p.111).

DEFINIÇÃO
ANTIGO TESTAMENTO

1. Definição. O termo graça, do original charis, é usado cerca de cem vezes nas epístolas paulinas. Destas, vinte e quatro aparecem apenas em Romanos (1.5,7; 3.24; 4.4; 4.16; 5.2,15,17,18,20,21; 6.1,14,15; 11.5,6; 12.3,6; 15.15; 16.20,24). Na Antiga Aliança, o termo hebraico hesed corresponde ao sentido do Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido por “favor”, “misericórdia”, “bondade amorosa”, ou “graça que procede de Deus” (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8; Jn 4.2).
No contexto da doutrina da salvação, charis é o dom ou favor imerecido de Deus, mediante o qual os homens são salvos por meio de Cristo (Ef 1.7; 2.5,8; Rm 3.24; Tt 2.14).

2. A extensão da graça. Estudar a respeito da graça de Deus implica descrever os principais ramos da doutrina da salvação: o perdão (At 10.43), a salvação (Tt 2.11; Rm 1.16), a regeneração (Tt 3.5), o arrependimento (At 11.18; Rm 2.4) e o amor divino (Jo 3.16; Rm 5.8).
A graça de Deus é dinâmica. Não somente salva, mas vivifica aqueles que estão destruídos pelo pecado, capacitando-os a viver em santidade (Ef 2.1-8). O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida cristã requer santidade. Na igreja em Roma, muitos acreditavam que, se a salvação é pela fé, então, cada um podia fazer o que bem desejasse. Se a lei não salva, temos algum compromisso com ela? Paulo, portanto, escreve para evitar o mal-entendido. Somos salvos pela graça, por meio da fé (Ef 2.8-10). No entanto, a fé não anula a lei, mas a estabelece (Rm 3.30-31).

As palavras mais frequentemente usadas no Antigo Testamento para transmitir a ideia de graça são chanan (‘demonstrar favor’ ou ‘ser gracioso’) e suas formas derivadas (especialmente chên) e chesedh (‘bondade fiel’ ou ‘amor infalível’). A primeira refere-se usualmente ao favor de livrar o seu povo dos inimigos (2Rs 13.23; Sl 6.2,7) ou aos rogos pelo perdão de pecados (Sl 41.4; 51.1). Isaías revela que o Senhor anseia por ser gracioso com o seu povo (Is 30.18). Mas a salvação pessoal não é o assunto de nenhum desses textos. O substantivo chên aparece principalmente na frase ‘achar favor aos olhos de alguém’ (dos homens: Gn 30.27; 1Sm 20.29; de Deus: Ex 34.9; 2Sm 15.25). Chesedh contém sempre um elemento de lealdade às alianças e promessas, expresso espontaneamente em atos de misericórdia e amor. No Antigo Testamento, a ênfase recai sobre o favor demonstrado ao povo da aliança, embora as demais nações também estejam incluídas.

No Novo Testamento, a ‘graça’, como o dom imerecido mediante o qual as pessoas são salvas, aparece primariamente nos escritos de Paulo. E um ‘conceito central que expressa mais claramente seu modo de entender o evento da salvação... demonstrando livre graça imerecida. O elemento da liberdade.... é essencial’. Paulo enfatiza a ação de Deus, e não a sua natureza. ‘Ele não fala do Deus gracioso; fala da graça concretizada na cruz de Cristo’. Em Efésios 1.7, Paulo afirma: ‘Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça’, pois ‘pela graça sois salvos’ (Ef 2.5,8)”
 (Teologia Sistemática. CPAD).

O conceito de graça é multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras Sagradas.

 (NOVO TESTAMENTO)

No AT, hen, favor, é o favor imerecido de um superior a um subalterno. No caso de Deus e do homem, hen é demonstrado por meio de bênçãos temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31.2; Êx 33.19). Hesed, benevolência, é a firme benevolência expressa entre as pessoas que estão relacionadas, e particularmente em alianças nas quais Deus entrou com seu novo povo e nas quais sua hesed foi firmemente garantida (2Sm 7.15).
Na literatura grega a palavra charis tinha os seguintes significados: (1) Era usada para aquilo que causava atração, tal como a graça na aparência ou na fala. (2) Era usada quanto a um favor.
Mas foi somente com a vinda de Cristo que a graça assumiu seu significado pleno. O seu auto-sacrifício é a graça propriamente dita (2Co 8.9). Essa graça é absolutamente gratuita. Quando recebida pelo crente, ela governa sua vida espiritual compondo favor sobre favor. Ela capacita, fortalece e controla todas as fases da vida. Consequentemente, o cristão dá graças (charis) a Deus pela riquezas da graça em seu dom inefável (2Co 9.15)”

 (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.876).

                        OS RELACIONAMENTOS DA GRAÇA 

1. Graça e justificação (Rm 3.24; 5.18). A graça de Deus garante gratuitamente a justificação em Cristo Jesus. Através da morte expiatória de Cristo, a graça manifestou-se aos homens, garantindo-lhes a justificação e a vida eterna.
2. Graça e redenção (Tt 2.11,14; Rm 3.24; Ef 1.7). Segundo as Escrituras: “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. Cristo trouxe-nos completa redenção (1 Co 1.30); comprou a todos com o seu sangue (Ap 5.9; Cl 1.14); redimiu-nos da maldição da lei e de nossos pecados (Gl 3.13; Ef 1.7; Cl 1.14); e, por meio do Espírito, selou-nos para o dia da redenção (Ef 4.30; Rm 8.23), segundo as riquezas da graça (Ef 1.7,14).
3. Graça e purificação (Tt 2.11-14b). A graça salvadora não apenas ensina os homens a renunciarem a vil concupiscência, a impiedade e as mazelas morais da sociedade rebelada contra Deus, mas também capacita o crente a viver sóbria, justa e piamente no presente século. Vejamos o que se deve esperar de alguém cheio da graça de Deus.
a) Evitar a impiedade. A impiedade é uma categoria de pecado que se opõe à piedade (Jd v.4). Logo, inclui tudo o que a pessoa faz sem considerar a Deus e as suas leis morais (Sl 10.13; Rm 1.18). O ímpio não reconhece nem admite sua dependência de Deus (Sl 10.3,4). Os pecados de impiedade incluem: a blasfêmia contra Deus (Sl 10.13); a malícia (Sl 34.21); a violência (Sl 140.4) e as iniqüidades (Pv 5.22). O cristão deve rejeitar a impiedade (Tt 2.12a), pois os que negligenciam a piedade serão condenados (Jd vv.14,16).
b) Evitar as paixões mundanas. Ser ímpio constitui não apenas uma maneira de pensar, mas um estilo de vida específico (Jd vv.15,16). Os ímpios são materialistas e sensuais (2 Pe 2.12-14) e buscam as coisas que conduzem aos apetites carnais (Rm 1.18). Em lugar do Reino e da justiça de Deus, procuram tudo o que satisfaça seus desejos pecaminosos desregrados (Tt 2.12b; Ef 2.3; 1 Pe 4.2; 1 Jo 2.15-17).
c) Viver vida sensata. A palavra sensato, no original (sophroneo), quer dizer “de mente sã”, “mente sóbria” ou “temperante”. Este termo se refere à prudência e ao autocontrole proveniente de uma reflexão criteriosa. O temperante é alguém que não se deixa dominar pela ansiedade; é alguém que pondera seus atos e suas respectivas conseqüências de acordo com a Palavra de Deus (1 Tm 3.2; Gl 5.22; Tt 2.8-12; 2 Pe 2.3-8; At 24.25).
d) Viver justa e piedosamente. A graça de Deus possibilita ao crente uma vida justa e piedosa diante de Deus e dos homens. O termo “piedoso” refere-se ao cristão que é reverente a Deus e que pratica o bem em todos os seus relacionamentos (2 Pe 3.11; 2 Tm 3.12; Tt 2.12; At 10.2,7; 2 Pe 2.9). Uma pessoa piedosa tem como centro a vontade de Deus em todos os seus caminhos (Pv 3.5,6; 1 Co 10.31).

  OS FRUTOS DA GRAÇA
FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃ

1. A segunda seção de Romanos. Os capítulos 5 a 8 de Romanos registram os privilégios dos que são justificados pela fé: paz com Deus (Rm 5): união com Cristo (Rm 6); libertação da lei (Rm 7) e vida abundante no Espírito (Rm 8).
2. “Temos” ou “tenhamos”? (v.1). A expressão “tenhamos paz com Deus” não é apropriada nesse contexto. “Temos” é a tradução mais adequada, pois a “paz com Deus” nos toma aceitos por Cristo. E, dessa forma, não estamos mais sob a ameaça da ira de Deus. A palavra hebraica para “paz” é shalom, e a grega, eirene, que significa “completo”.
3. “Paz com Deus” (v.1). O homem no pecado é inimigo de Deus (v.10); mas quando é justificado pela fé em Jesus Cristo, é reconciliado com Deus, e essa reconciliação traz-lhe paz. Esse é o efeito imediato da justificação.
4. “Entrada pela fé a esta graça” (v.2a). Graça é favor imerecido. Nós não merecíamos a salvação, mas por Jesus, agora, temos acesso a esta graça. É Cristo quem introduz o pecador à presença de Deus. “Estamos firmes” significa o efeito contínuo da justificação.
5. “E nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (v.2b). “Gloriamos” revela o regozijo e o gozo inefável do crente como antecipação das bênçãos futuras. “Glória de Deus” é o mesmo que a manifestação de Deus. Aqui, é uma expressão que significa o céu, lugar da habitação de Deus e de sua manifestação.

II. O SOFRIMENTO

1. Gloriar-se nas tribulações (v.3a). O quadro glorioso registrado nos versículos 1 e 2 não significa uma vida totalmente isenta de tribulações. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34)
Essas tribulações não são apenas dores, enfermidades, depressões, tristezas nem aflições; são também as pressões deste mundo hostil que crucificou o nosso Senhor Jesus Cristo (At 14.22). Jesus disse que no mundo teríamos aflição, mas que ficássemos seguros, pois Ele venceu o mundo (Jo 16.33).
2. Ser cristão não significa ser masoquista. Paulo não afirma nem dá a entender que ser cristão seja sentir prazer no sofrimento. Veja o que ele diz: “mas também nos gloriamos”. A Palavra é realista, mostrando que encontramos espinhos na jornada da vida cristã, e que, mesmo assim, o crente é feliz e glorifica a Deus. Isso em virtude da glória que em nós será revelada (Rm 8.18), e que traz resultados positivos para a vida cristã, pois tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28). Temos júbilos nas bênçãos e também nas tribulações.
3. “A tribulação produz a paciência” (v.3b). Aqui “paciência”, no grego, é hypomene, que vem de duas palavras gregas hypo, “sob” e o verbo meno, “permanecer”.
O referido vocábulo significa: “paciência, perseverança, firmeza, fortaleza”. É a virtude de alguém sofrer com resignação. Se não existisse sofrimento não existiria paciência. Estejamos certos de que o bem proveniente da paciência é maior que os males das tribulações.
4. A paciência produz a experiência (v.4a). A paciência nas perseguições torna o cristão aprovado e vitorioso (2Ts 1.4,5). Isso serve para o nosso amadurecimento e para uma maior aproximação com Deus.
5. A experiência produz a esperança (vv.4b,5). O caráter cristão é produzido em meio aos sofrimentos. É nessas circunstâncias que o Espírito Santo mais trabalha a nossa vida, gerando em nós a confiança de que Deus nos levará à glória do porvir. A esperança está entre as principais virtudes da fé cristã, ao lado do amor e da fé (1Co 13.13).

III. A MORTE DE CRISTO PELOS PECADORES

1. Quem pode garantir que essa esperança não falhe? A base da justificação são a morte e a ressurreição de Jesus Cristo (Rm 3.24-26; 4.25). Tudo isso provém do amor de Deus (v.8). Paulo demonstra nos vv.6-8 por que a esperança não falha. Ele apresenta duas provas: a evidência subjetiva e a evidência objetiva.
2. Prova subjetiva (v.5). O amor de Deus derramado em nossos corações, e isso através do Espírito Santo. Esta é a prova subjetiva. Interessante é que o apóstolo acrescentou: “que nos foi dado”. O Espírito Santo nos foi dado quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador.
Nada no mundo pode roubar a convicção da vida eterna, pois o Espírito Santo de Deus “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). E algo que Deus colocou em nós, e está dentro de nós. Esse amor de Deus inunda todo o nosso ser de esperança e de júbilo. Essa prova, porém, não serve para os outros, mas só para quem tem essa comunhão com Deus.
3. Prova objetiva (vv.6-8). O amor de Deus está no fato de haver Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. A morte de Jesus é um fato histórico. Por isso é uma prova objetiva.
Éramos inimigos de Deus; ultrajávamos o seu santo nome com palavras e ações. Que interesse Deus poderia ter por nós? Paulo diz: “pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer” (v.7). Ora, se Deus se interessou por nós quando ainda éramos seus inimigos, quanto mais agora que estamos reconciliados com Ele. A morte de Jesus é a prova objetiva e externa do amor de Deus por nós (Jo 3.16).

IV. A RECONCILIAÇÃO DOS PECADORES 

1. “Muito mais” (vv.9,10). O argumento do apóstolo é indestrutível. No capítulo 5 de Romanos, ele usa quatro vezes a expressão “muito mais”. Duas com referência à segurança do crente, e outras duas (vv.15-17) acerca da abundância da graça. Nós, que estávamos em estado de miséria, e éramos rebeldes e inimigos de Deus, fomos alvos de seu amor inaudito. Fomos justificados no tempo presente. Portanto, “muito mais” agora, que somos filhos de Deus, estamos, por Ele, livres da condenação futura (1Ts 1.10).
2. Reconciliação (v.11). O referido substantivo só aparece quatro vezes no Novo Testamento grego, e vem do verbo katallasso, “reconciliar”. Quanto ao verbo reconciliar, encontrado nestas passagens: Rm 5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20, significa mudar de inimizade para amizade. Foi isso que aconteceu entre nós e Deus!
 Mais uma vez é mediante Jesus Cristo que obtivemos igualmente acesso pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes.
Esse segundo benefício da justificação nos introduz à presença de Deus diante do trono da graça, para usufruir de todas as bênçãos a que temos direito como justificados em Cristo. Somos colocados em uma nova posição, visto que já alcançamos a ‘paz com Deus’. Temos agora uma nova posição em Cristo e isto resulta na possibilidade de termos acesso à graça de Deus.
Esse acesso a Deus nos torna filhos de Deus, e a posição de ‘filhos’ em adoção por Jesus Cristo é o passaporte para entrarmos na presença do Pai Todo-Poderoso. Esse acesso significa comunhão mais perene e pessoal com Deus. A palavra acesso no grego é ‘prosagoge’ que dá a ideia de ‘aproximação, introdução’. A palavra introdução dá ideia neste texto de apresentação. Por Jesus Cristo somos apresentados a Deus Pai, sem qualquer outro protocolo. A fé em Jesus é o meio de entrarmos na presença de Deus. Não é um ‘acesso a Deus’ semelhante a alguém que busca entrar ou ter acesso à presença de uma autoridade secular. Não se trata de um acesso mecânico, seco e formal. Para com Deus, o acesso resulta de uma reconciliação feita anteriormente por Jesus Cristo, e que agora, esse ‘acesso à graça’ é espontâneo, sem protocolo, sem impedimentos. É um acesso que significa intimidade com Ele” 
(Carta aos Romanos, CPAD).

CORRIGINDO UM MAL-ENTENDIDO

Depois de haver demonstrado que a salvação dos gentios e judeus dá-se unicamente pela fé, por meio de Jesus Cristo, agora surge uma dificuldade gerada por uma interpretação errônea.
1. O duplo problema. Se a salvação é pela fé, então cada um pode fazer o que quer e andar como quiser? Se a lei não salva, temos algum compromisso com ela? A dificuldade era dupla, porque havia os que se interessavam por essa interpretação distorcida (Jd v.4). Por outro lado, os que entendiam o ensino paulino dessa forma o condenavam. Haja vista os judeus (Rm 3.8). Mais adiante, o apóstolo defende-se dessa acusação (v.31).
2. A preocupação do apóstolo. A preocupação de Paulo não era somente evitar o mal-entendido dos seus leitores, mas também defender-se dos que o interpretavam de maneira errônea. O apóstolo via nisso o risco de o Cristianismo cair no antinomianismo, que é libertinagem. A preposição grega anti, significa “contra”, e o substantivo nomos, “lei, norma”. A partir daí o apóstolo dos gentios faz uma exposição mostrando, provando e justificando ser incompatível com o espírito do evangelho de Cristo o crente viver em pecado.
3. A doutrina de Paulo. Convém lembrar que a Epístola aos Romanos não é fruto do acaso, nem o apóstolo a ditou de improviso conforme as ideias lhe iam surgindo (Rm 16.22).
Essa carta representa o que Paulo vivia. Ele respirava essas coisas. São frutos de muitos anos de experiências com Deus. Ele pregava essa doutrina em todas as igrejas (At 21.21). E, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu essas mesmas coisas aos romanos.

II. A INCOMPATIBILIDADE DO CRISTÃO COM O PECADO 

1. Origem das perguntas. As perguntas do apóstolo nos versículos 1 e 2 são diretamente em decorrência dos versículos 20 e 21 do capítulo anterior: “... onde o pecado abundou, superabundou a graça”.
Paulo esclarece que isso não significa que devamos pecar e continuar a pecar para recebermos mais graça. Essas perguntas são o ponto de partida para esclarecer a necessidade de santificação dos crentes, para que ninguém venha confundir a graça de Deus com abuso da liberdade cristã.
2. Romanos 5.12-19. Nesse texto, o apóstolo traça um paralelo entre Adão e Cristo, mostrando que toda a humanidade está unificada em Adão e em Cristo.
Por causa da transgressão de Adão, todos os homens tomaram-se pecadores, e por isso a morte passou a todos os homens. Mas em virtude da justiça de Cristo, Deus coloca gratuitamente, pela fé em Jesus, a salvação à disposição de toda a raça humana.
3. O paralelo exato. O apóstolo afirma que, com a promulgação da lei, abundou o pecado. A condição humana piorou ao invés de melhorar. Até que veio o Salvador e então “superabundou a graça”. No v.21, Paulo apresenta um paralelo exato com relação à graça: “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor”.
4. O significado de Romanos 5.20. Isso não significa que o cristão deve aprofundar-se no pecado esperando obter maior graça. Mas, assim como o pecado reinou com domínio total sobre o homem, Deus quis que sua graça dominasse, por meio da justiça de Cristo, produzindo vida abundante, no povo salvo.

III. MORTO PARA O PECADO 

Morto para o pecado não significa que o pecado, no cristão, tenha sido zerado. Isso seria perfeição absoluta. Vejamos o que Paulo ensina a respeito.
1. “Morto para o pecado” (v.2). Essa fraseologia era muito comum entre judeus, gregos e romanos. Para esses povos, “morrer” para uma pessoa, ou coisa, significava separar-se totalmente, não ter mais nada com a situação anterior.
Isso significa que o novo nascimento é o divisor de águas entre o velho homem e a nova vida em Cristo. Não temos mais nada com o mundo; agora vivemos para Cristo (Cl 3.3-5). Como pode alguém estar morto para o pecado e, ao mesmo tempo, continuar a viver nele? Não é possível o cristão viver do mesmo modo que vivia antes de conhecer Jesus.
2. O velho homem crucificado (v.6a). Não confundir com Gálatas 5.24: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”, pois, no v.6, o apóstolo fala de algo que já nos aconteceu, enquanto que, em Gálatas, ele fala de algo que acontece com todos os que são crucificados com Cristo. A primeira (v.6a) fala de morte definitiva, legal — cravado, abolido legalmente —, e é algo passado; enquanto que a segunda diz respeito à morte moral, que é contínua, repetitiva. Essa morte espiritual do cristão, com respeito à santidade, é morte para o pecado; e a de Gálatas 5.24 é a mortificação do “eu”.
3. Desfeito o corpo do pecado (v.6b). Essa expressão, usada pelo apóstolo, denota a natureza pecaminosa que se exterioriza por meio do corpo. O pecado foi abolido legalmente na morte de Cristo, e com Ele, morremos (2Co 5.14). Diante disso não há como servir a um tirano destronado nem obedecer a um sistema caído.
A palavra grega para “desfeito” tem o sentido de “vencido, dominado” e não destruído. A expressão: “A fim de que não sirvamos mais ao pecado”, assinala o propósito de tudo isso. Ou seja: devemos servir unicamente a Cristo, que é o nosso Senhor.
4. A morte liberta o homem de suas obrigações (v.7). “Porque aquele que está morto está justificado do pecado”. Não se pode aplicar uma sentença a um morto. Por conseguinte, nosso compromisso com o pecado se foi quando morremos com Cristo. Por isso, estamos libertos do reino do pecado. “Justificado”, aqui, diz respeito à libertação do poder do pecado. 

IV. VIVO PARA CRISTO 

1. A ilustração do batismo (vv.4,5). Paulo ilustra essa situação na prática do batismo, pois os cristãos de então tinham essa experiência (Mt 28.19; At 2.38). Era, portanto, fácil compreender a ilustração do batismo. Essa passagem mostra, com muita clareza, que o batismo é por imersão, como o próprio verbo grego baptizo sugere: “mergulhar, imergir”, o oposto de aspergir.
2. Nossa identidade com Cristo (vv.8-11). Leia mais uma vez os versículos 4 e 5, e veja a analogia que o apóstolo faz. “Sepultados com ele pelo batismo na morte” significa que estamos identificados com Cristo na sua morte. Da mesma maneira, fomos ressuscitados com ele na sua ressurreição (vv.9,10). Diante disso, vem a conclusão: “Considerai-vos como mortos para o pecado; mas vivos para Deus, em Cristo Jesus nosso Senhor” (v.11).
3. Santificação (v.11). “Vivo para Deus” significa viver em santidade. A santificação é um dos aspectos da salvação, bem como a justificação e regeneração (1Co 6.11; Tt 3.5-7). O termo original grego, hagiasmos, “santificação”, significa “separar do mundo, apartar-se do pecado, consagrar”.
4. Agora devemos dominar o pecado (vv.12-14). A salvação pela graça traz como resultado a santificação (1Co 6.11). “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal” (v.12), implica viver em retidão moral, de maneira irrepreensível e inculpável no meio de uma geração perversa e corrompida (Fp 2.15; Cl 1.22; 1Ts 2.10). 
Ainda hoje há quem interprete erroneamente a doutrina bíblica “pela graça e pela fé somente” da sola gracia, sola fide. Essa doutrina, porém, mostra que não somos servos da lei, mas servos voluntários de Cristo.Somos livres do pecado para servir à justiça de Deus (Rm 6.18). A salvação pela graça não nos exime de compromissos com Deus, com a Palavra e com a Igreja. Devemos ter muito cuidado, pois o abuso da liberdade cristã leva o cristão à libertinagem.


I. A GRAÇA DE CRISTO PROPORCIONA JUSTIÇA E VIDA (vv.15-19) 

1. A graça de Cristo abundou sobre todos os que creem (v.15). Neste momento o apóstolo não faz mais uso da dicotomia entre judeus e gentios, a abordagem da história da redenção é realizada em um escopo universal. A dicotomia agora é entre o relacionamento de dois homens: o primeiro e o segundo Adão (Cristo). A parte da humanidade que se relaciona com o primeiro Adão está debaixo da sentença de morte por causa da desobediência e pecado, enquanto a outra parte tem a segurança da vida eterna por causa da obediência e graça de Cristo, que abundou e desfez os efeitos do pecado. Em Cristo a humanidade renasce para uma vida plena com Ele. A graça tem muito mais a oferecer, o tempo da graça é eterno, portanto, infinitamente maior do que o tempo da escravidão no pecado e morte espiritual. A participação na morte (justificação) e na ressurreição de Cristo (glorificação), faz-nos passar da morte para a vida.

2. O dom gratuito da salvação veio de muitas ofensas para justificação (vv.16,19). O apóstolo chama o pecado de Adão de ofensa para contrastar com a palavra “dom”. Enquanto o pecado de Adão trouxe julgamento e condenação para muitos, a obra de Cristo na cruz foi abundante sobre muitos, aqueles que reconheceram seu sacrifício pela fé, sendo justificados. Se a condenação daqueles que estão em Adão é certa, muito mais garantida é a vida eterna por meio da graça e do dom da salvação para as pessoas que estão em Cristo. O contraste entre a condenação introduzida por Adão e a justificação assegurada por Cristo, traz de volta o tema central de que a justificação está disponível para “todos os que creem” (Rm 3.22). Como vimos a justificação é exclusiva para os que creem e não para “todos”, como afirmam alguns que defendem o universalismo (salvação para todas as pessoas, justas ou injustas).

3. A graça de Cristo trouxe um reino de justiça (vv.17-19). Pela desobediência de Adão a morte passou a reinar, enquanto Cristo pela sua obediência trouxe um novo reino de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17). Desse modo, é inconcebível que os que conheceram a Cristo e se dizem cristãos salvos deixem de se esforçar em benefício do reino de Deus e pela justiça, como Paulo vai enfatizar nos próximos três capítulos (Rm 6-8). Quem pertence a Cristo deve observar sua vida de obediência como vemos em Filipenses 2.8: “achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”. A obediência de Cristo à vontade revelada de Deus envolve uma vida toda, assim também o crente deve envolver-se no reino da justiça, obedecendo à vontade revelada de Deus em sua Palavra.“Que um único erro de alguém deveria ser respondido com julgamento, é perfeitamente compreensível: que o acúmulo do pecado e da culpa de todas as eras deveria ser respondido com o livre dom de Deus, esse é o milagre dos milagres, muito além da compreensão humana” (Granfield).A graça de Cristo está disponível a todos, mas somente as pessoas que creem na obra de Cristo a desfrutarão, pessoas que se submetem de forma contínua à vontade revelada de Deus.

II. A GRAÇA DE CRISTO (v.20) 

1. Paulo era testemunha viva de alguém que havia sido privado pela lei. A ênfase muda, agora não é mais a dicotomia entre Adão e Jesus, mas a lei. O apóstolo tinha propriedade para falar sobre a privação daqueles que estavam debaixo da lei. Certamente ele tinha em mente a rejeição de Jesus pelos judeus, além de o terem entregado aos romanos para ser crucificado. E o próprio Paulo, quando motivado pelo rigor da lei perseguia os cristãos, pensando estar fazendo um favor para Deus. Paulo e os judeus de sua época, pela lei, afundaram no pecado. O que disse Jesus com relação aos judeus e seus algozes, durante sua crucificação? Foram somente palavras de perdão e misericórdia “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34a). Para Paulo, no caminho de Damasco, Ele disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). A graça de Cristo superabundou para Paulo e demais judeus que creram nEle. Paulo não podia deixar de testemunhar da liberdade que ele alcançou em Cristo.

2. Paulo e seu relacionamento com os crentes judaizantes. Novamente o ensino apostólico entra em conflito com a doutrina de redenção sinagogal judaica, pois para os crentes judaizantes o cumprimento concreto da lei constitui o homem justo diante de Deus. O cumprimento da lei, segundo o ensinamento judaico, garante ao judeu um tesouro para a absolvição no dia do julgamento. Os judeus não conheciam outra forma de salvação a não ser pela lei, este era o cerne da doutrina judaica. O zelo demasiado fazia com que eles confiassem em suas próprias obras e impedia que eles alcançassem a justificação para qual a lei aponta. Os judeus deveriam ter deixado de procurar estabelecer a sua própria justiça pela prática da lei porque por ela ninguém será justificado, visto que todos, judeus e gentios, estão debaixo do pecado. Paulo, mesmo não havendo consenso pleno, jamais rompeu com os apóstolos judeu-cristãos. Contudo, o apóstolo entendeu seu chamado especial, evangelizar aos gentios, conhecidos como “os sem lei”, mas justificados por meio de Cristo Jesus.

3. O legalismo na Igreja de Cristo. O conteúdo histórico-redentor da doutrina de Paulo demonstra que a única base para a justificação é a morte e ressurreição de Cristo, sendo que Jesus é o fim da lei para justificação de todo aquele que crê (Rm 10.4). Com isso, é possível compreender nossa insuficiência, culpa e dependência da graça de Deus. O problema do legalismo não é somente algo do judeu, mas está presente como uma tentação para os cristãos também. É comum hoje encontrar crentes legalistas que não se dão conta da incoerência de suas posições, eles afirmam confiar em Cristo como Salvador, mas sentem que precisam fazer algo para merecer a sua salvação. Pastores se debatem contra o legalismo de suas ovelhas. Problemas de depressão espiritual têm, por vezes, como raiz uma apreensão defeituosa e distorcida da justificação pela fé. Ademais, na evangelização do povo brasileiro é imprescindível focalizar que Cristo põe fim à tendência humana de pensar que se pode “comprar” com obras a eterna salvação.Pelo pecado de Adão veio a lei para demonstrar a incapacidade de o ser humano se salvar.O apóstolo Paulo havia “bebido” do exclusivismo da lei judaica, mas uma vez experimentado a graça de Cristo e liberto, dedica praticamente todo o período de seu ministério para pacientemente esclarecer os cristãos judaizantes que a salvação ocorre por meio da fé em Cristo, gratuitamente.

III. A GRAÇA DE CRISTO REINA PELA JUSTIÇA PARA A VIDA ETERNA (v.21)

1. Deus faz justiça. A base para absolvição no julgamento divino é a morte de Cristo e, antes da primeira vinda de Jesus, Deus fazendo justiça, não havia dado o castigo devido pelos pecados de todas as gerações anteriores. Portanto, reteve seu julgamento e fez de Cristo o meio de propiciação mediante sua morte, após ter ajuntado os pecados do mundo e lançado sobre Cristo. Na morte de Cristo Deus demonstra o julgamento justo e na sua ressurreição a prova de sua justiça. Conforme já visto, a ideia legal de um ambiente forense é demonstrada no fato de Cristo ter sofrido a morte de cruz em nosso lugar, Ele que sem pecado, foi feito pecado por nós, para que nEle fossemos feitos justiça de Deus. Aqueles que estão em Cristo, pela fé, são absolvidos no julgamento de Deus.
2. A absolvição pela fé em Cristo. Cristo realizou aquilo que é impossível aos homens, para obter-lhes a justiça, a qual ele lhes oferece gratuitamente pela fé, à parte das obras da lei. Os judeus deveriam, portanto, ter compreendido que Cristo, para aquele que crê, põe um fim a esta maneira errônea de buscar a justiça pelas obras da lei. Conforme já parcialmente mencionado, Paulo não está afirmando que a lei foi abolida, ele está tratando a partir da perspectiva da experiência dos crentes, do problema do legalismo dos judeus: Cristo, para o crente, é o fim do legalismo. A graça de Deus é dada sem lei, ou seja, é uma experiência caracterizada pela alegria que causa, pois não exige de quem recebe nenhum pressuposto ou preparo, simplesmente é um puro presente que jorra de Deus sobre sua criação humana. Uma vez justificado, basta ao crente manter sua fé obediente em Cristo para ter uma vida eterna com Deus, não descuidando de sua salvação, seu bem mais precioso que vida você tem escolhido? A vida da desobediência à vontade de Deus, como o exemplo de Adão, ou a vida de obediência, como o exemplo de Cristo?
O fruto da desobediência humana só pode desfrutar do complexo gerado a partir de Adão: pecado-condenação-morte. Mas todas as pessoas que seguirem o exemplo de obediência de Jesus desfrutarão da salvação completa: justiça-justificação-vida eterna.Nesta lição, estudamos a relação tipológica entre Adão e Cristo (segundo Adão) e foi possível constatar o que eles trazem de similar é o fato de ter o ato de cada um, desobediência e obediência, respectivamente, implicado em consequências para os grupos que pertencem a eles, morte eterna separada de Deus ou vida eterna com Deus.

“[...] Jesus é o segundo Adão, o fundador de uma nova raça de homens e mulheres nos quais a vida foi restaurada. Ao estabelecer novo relacionamento, através de Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos afastamos do reino do pecado para o reino da justiça e da vida, onde reina a graça. Somos finalmente capazes de nos tornar aquele que, segundo a intenção de Deus, a humanidade sempre teria sido.
Aplicação. É difícil entender a razão exata por que ou como tudo isso é verdade. No entanto, não podemos duvidar que o pecado de Adão causou uma grande mutação em nossa raça, e se tornou a fonte inesgotável do pecado e do sofrimento. O pecado de Adão mudou seu relacionamento com Deus, e também modelou nossa inata atitude em relação ao Senhor.
No final, ‘pecado’ e ‘morte’, e também ‘vida’ e ‘justiça’ são todos termos relacionais, pois seu significado mais profundo reflete a verdade sobre a natureza de nosso relacionamento com Deus. Não é somente o que fazemos que nos transforma em pecadores; é o fato de estarmos alienados de Deus. Não é o que fazemos que nos salva, pois o que pode salvar é o relacionamento com Ele. E no evangelho, através de Jesus Cristo, isto se tornou agora disponível a todos nós”

 (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, p.301).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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