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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Não fazer acepção de pessoas (1)






    

1. Em Cristo a fé é imparcial.

Tg 2.1 Os irmãos e irmãs eram membros da igreja e a família de Tiago na fé cristã. O relacionamento familiar que Tiago está descrevendo está limitado àqueles que têm a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. Devido à sua posição no grupo de crentes, os leitores de Tiago deviam seguir as instruções que ele lhes daria.
Os crentes que iriam receber esta carta já eram culpados por tratar as pessoas de modo diferente. Aparentemente, os crentes estavam avaliando as pessoas com base somente em aspectos externos - aparência física, status, riqueza, poder. Como resultado, eles estavam fazendo concessões a pessoas que representavam estas posições de prestígio e sendo influenciados por elas.
A recomendação de Tiago continua sendo importante para as igrejas de hoje. Frequentemente, nós tratamos uma pessoa bem vestida e elegante melhor do que uma pessoa que parece ser pobre. Nós fazemos isto porque preferimos nos identificar com pessoas de sucesso do que com fracassos aparentes. A ironia, Tiago nos lembra, é que os supostos vitoriosos podem ter conseguido o seu estilo de vida impressionante às nossas custas. As nossas igrejas não devem mostrar nenhuma parcialidade com respeito à aparência exterior, à riqueza, ou ao poder de uma pessoa. A lei do amor deve governar todas as nossas atitudes com relação aos outros. E muito frequente que se dê tratamento preferencial aos ricos ou poderosos quando há posições na igreja que precisara ser ocupadas. É muito frequente que uma igreja não demonstre interesse pelas sugestões dos seus membros mais humildes ou pobres, favorecendo as ideias dos ricos. Este tipo de discriminação não deve ter lugar nas nossas igrejas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 670-671.
O Mandamento (Tg 2.1)
O versículo 1 deveria ser lido como um mandamento para estar em concordância com a natureza imperativa da epístola.1 Mas Tiago começa sua palavra de repreensão onde toda repreensão eficaz deve começar — ele identifica-se com aqueles que repreende. Ele escreve aos meus irmãos (v. 1) e “meus amados irmãos” (v. 5). Como um sábio líder de igreja, Tiago pede aos seus leitores que avaliem a conduta deles em relação à sua lealdade cristã suprema — a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. A expressão não tenhais a fé é uma referência à fé que eles cultivavam e à forma em que deveriam fazê-lo. Tiago estava escrevendo a homens e mulheres cristãos. Eles estavam bem cientes do significado da fé cristã — a religião que Cristo tinha trazido ao mundo. Acepção de pessoas significa parcialidade; a exortação é: “Não mostrem nenhum tipo de preconceito e de parcialidade” (NT Ampl.). Phillips coloca a exortação de maneira ilustrativa: “Meus irmãos, jamais procurem misturar esnobismo com fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo!”.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 165.
“Acepção de pessoas”: os antigos tinham outro entendimento de “pessoa” que nós. Não se referiam tanto à personalidade individual de cada um, mas antes ao rótulo que alguém tinha. Um era “escravo”, outro “cidadão”, outro “comerciante”, um “general”, outro “príncipe”.
A expressão “acepção da pessoa” = “ser partidário” ocorre particularmente na tradução grega do AT, na Septuaginta [LXX]. Já no AT é rigorosamente proibido que o juiz seja parcial em sua sentença (Lv 19.15; Dt 1.17; Sl 82.2). O juiz não podia pensar: “Essa pessoa é líder de um clã, por isso tenho de fechar um olho.” Ou: “Esse é um escravo estrangeiro; aqui posso estabelecer um exemplo de dureza.” Ser juiz significava encontrar e promulgar o direito por incumbência e em lugar de Deus. E a Bíblia atesta incessantemente que perante Deus não existe acepção da pessoa. Não considera o rótulo nem a categoria humana, mas o próprio ser humano, fazendo justiça a cada um (Dt 10.17; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25).
Nenhuma acepção de pessoas: agora Tiago diz que fé e acepção de pessoas não combinam. Importa que não creiamos em nossos papéis, nos rótulos, mas em Deus. Não são posses, posições ou “vestimenta gloriosa” que conferem glória, mas unicamente o “Senhor da glória”.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Dissensões na Ceia do Senhor, 11.17-34
O problema da modéstia feminina, em relação ao culto público, representava um assunto de pouca importância quando comparado a alguns problemas que haviam surgido na prática da Ceia do Senhor. A rejeição de uma cobertura para a cabeça das mulheres pode ter se originado de falta de conhecimento ou de um mal-entendido sobre a natureza da liberdade cristã. Mas a deliberada perversão do sagrado serviço da Ceia do Senhor revelou uma indiferença pelos ensinamentos cristãos básicos. Dessa forma, Paulo adotou um tom severo ao denunciar a gula e as discussões associadas a esse símbolo de fraternidade.
1. Uma Rigorosa Censura (11.17-22)
No versículo 2, Paulo havia elogiado os coríntios por sua lealdade geral aos ensinos e práticas que o apóstolo lhes havia transmitido. Agora ele escreve: Não vos louvo (17). A situação era grave. O verbo declarar (parangello) que consta em algumas versões significa impor uma ordem com autoridade. Ele lhes ordena que resolvam o assunto. A ocasião dessa rigorosa censura de Paulo representa um dos fatos mais chocantes que podem ocorrer a um grupo que está realizando um culto de adoração: Porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior. Ao invés de edificar a vida espiritual, a Ceia do Senhor havia se tornado, para aquela igreja, um momento de declínio espiritual.
a) Dissensões na igreja (11.18-19). Paulo escreve: Ouço que... há entre vós dissensões (18). A palavra para dissensões (schismata) foi usada anteriormente (1.10) para descrever o espírito que estava dividindo a igreja. Quando as pessoas se reuniam para adorar a Deus elas revelavam um espírito de divisão e de exclusividade, até mesmo no ritual cristão mais sagrado.
A palavra heresias (19) deriva de um termo que reforça a ideia de escolher entre alternativas. Na linguagem bíblica e da igreja, essa palavra geralmente significa uma escolha errada, portanto uma falsa doutrina. Ela pode ser uma das “obras da carne” (G1 5.20). Aqui seu significado parece ser semelhante às dissensões do versículo 18. A versão RSV traduz a expressão como “divisões entre vós”. O significado da última parte do versículo 19 parece ter a forma de uma sátira. Em outras palavras: Vocês devem manter as dissensões entre si, a fim de que aqueles que insistem que estão certos possam prová- lo separando-se do restante da igreja.
b) Abusos na Ceia do Senhor (11.20-21). As dissensões em Corinto eram tão graves que quando as pessoas se reuniam para cultuar a Deus não era para comer a Ceia do Senhor (20). Suas divisões pessoais (e carnais) haviam realmente transformado o culto em uma espécie de dissipação, que o tornava algo bem diferente de um culto ao Senhor. Em Corinto, a Ceia do Senhor não era simplesmente um símbolo da ingestão de alimentos e bebidas. Era uma verdadeira refeição. Aparentemente, cada membro levava alimentos ao culto. Nas festas religiosas das religiões pagãs, a divisão dos alimentos era muito comum, e recebia o nome de eranio. Na Igreja Primitiva, seus membros aparentemente também participavam, em certas ocasiões, de uma refeição comum que recebia o nome de festa (ou banquete) do amor, ou agape (2 Pe 2.13; Jd 12). Entretanto, em Corinto essa refeição não representava o amor cristão, e nem mesmo a aparente boa vontade das festas pagãs. A esse respeito, Paulo escreve: Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se (21).
Na Santa Ceia de Corinto parece que cada pessoa colocava o alimento à sua frente e começava a comer sua própria ceia. O quadro é de briga e gula para comer as provisões antes que fosse possível “fazer uma distribuição geral dos alimentos, para não precisar dividi-lo com os demais irmãos”.13 Como consequência, os pobres que não podiam levar muito, ou aqueles que nada podiam levar ou chegavam tarde, sairiam com fome. Dessa forma, um tem fome, e outro embriaga-se. O verbo embriaga-se (methuein) geralmente significa “ficar intoxicado”. Mas também significa comer e beber até à completa satisfação, e este pode ser o seu significado aqui. De qualquer maneira, os coríntios haviam deturpado completamente o significado da Santa Ceia. A Ceia do Senhor é o símbolo do sacrifício, do amor e da fraternidade. Mas em Corinto representava egoísmo, intemperança e indiferença às necessidades dos outros.
Pecados no Abuso da Ceia do Senhor (11.22). Paulo descreve três pecados específicos cometidos pelos coríntios. Em primeiro lugar, eles haviam mudado o preceito espiritual em uma espécie de cerimônia festiva. A finalidade da Ceia do Senhor era lembrar aos crentes a morte de Cristo e o resultado redentor do seu sofrimento. Se os membros da igreja queriam satisfazer sua fome ou celebrar uma refeição festiva, poderiam escolher uma outra ocasião. Em segundo lugar, os coríntios haviam mostrado falta de respeito e de reverência pela igreja de Deus. Transformar a igreja em um lugar de celebração festiva “é o mesmo que aviltá-la, portanto, desprezá-la, rebaixá-la”.14 E, por último, através do egoísmo deles, os membros mais abonados perturbavam e humilhavam os pobres entre os crentes. Esta combinação de pecados levou Paulo a fazer a mais simples, porém a mais completa, declaração condenatória: Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo.
2. O Significado da Ceia do Senhor (11.23-26)
O entendimento de Paulo a respeito da Ceia do Senhor se originava de uma revelação direta de Deus. O apóstolo apresenta a autoridade da sua narrativa “fundamentada em um alicerce imutável”. Quando Paulo recebeu o evangelho diretamente de Cristo (G11.11-12), e não do homem, ele também recebeu instruções relativas à Ceia do Senhor. Além disso, ele havia transmitido estas informações à igreja de forma cuidadosa e fiel. Assim, o apóstolo podia afirmar com segurança e autoridade: Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei (23).
A Ceia representava a inauguração de um novo pacto de graça, e deveria ser observada como um memorial. Tanto o “corpo partido” quanto o “sangue derramado” deveriam ser considerados como símbolos e não como referências literais ao corpo de Cristo. Quando Jesus disse, isto é o meu corpo que é partido por vós (24), ele não estava fisicamente sentado à mesa. Qualquer ideia sobre uma transformação milagrosa, tanto no pão quanto no vinho, é contrária ao relato bíblico. Finalmente, a Ceia do Senhor deveria ser celebrada como um memorial ou lembrança, e não como meio de salvação. As afirmações: Fazei isto em memória de mim e Anunciais a morte do Senhor, até que venha (26) confirmam a ideia de que a Ceia é uma lembrança espiritual ou um símbolo da morte de Cristo.
3. Celebração da Ceia do Senhor (11.27-34)
A Ceia do Senhor é uma recordação espiritual do ato de redenção de nosso Senhor, e um testemunho público da nossa fé em Jesus Cristo. Portanto, ela deve ser celebrada como um agradecimento solene.
Participação indigna (11.27). Paulo afirma que é possível comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente. O advérbio indignamente se refere à diferença de pesos; portanto ele significa “pesos diferentes” ou “indevidamente equilibrados”. A atitude de uma pessoa pode não estar equilibrada com a importância da ocasião. Se ela participar da Ceia do Senhor de forma frívola e descuidada, sem respeito ou gratidão, ou mesmo se estiver em pecado ou manifestando amargura contra outro irmão crente, estará participando indignamente.
Participar indignamente é ser culpado do corpo e do sangue do Senhor. A palavra culpado (enochos) significa “ser passível do efeito penal de um ato; aqui a palavra... [envolve] a culpa pela morte de Cristo”. Ao invés de se apresentar à mesa com uma atitude imprópria ou pecadora, o crente deve comparecer “na fé, e com o devido comportamento em relação a tudo aquilo que é apropriado a este ritual solene”.
Exame espiritual (11.28). Antes de participar desse serviço sagrado, examine-se o homem por meio de uma análise rigorosa. Essa palavra significa testar; portanto, o crente deverá examinar seus motivos e seus atos. Certamente ninguém poderá ganhar, como um pagamento, a graça e o perdão de Deus. Mas, por outro lado, um sincero exame irá indicar se a pessoa compareceu à mesa sagrada levada por motivos sinceros e uma obediência ativa ao Senhor. O ensino de Paulo é totalmente positivo. Ele não diz que alguém deva fazer um auto-exame, e deixar a mesa do Senhor em uma situação de desespero. Pelo contrário, ele aconselha o homem a examinar seu coração e, em seguida, cheio de uma fé sincera, coma deste pão, e beba deste cálice.
Os perigos da irreverência (11.29-30). A versão ARA traduz o versículo 29 da seguinte forma: “Quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si”. A palavra krima, que a versão ARA traduz como juízo, significa condenação, como na versão ARC. Paulo não tem a intenção de afirmar que a pessoa que comparece à mesa sem a qualificação espiritual adequada será eternamente amaldiçoada. Ele quer dizer que tal ato irá trazer a condenação e a culpa. Não discernindo o corpo do Senhor significa que o crente não foi capaz de distinguir entre o memorial sagrado da Ceia de Senhor e outros tipos de refeição.
O apóstolo indica que como resultado do abuso da Ceia do Senhor... há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (30). E muito grave declarar que o abuso da Ceia do Senhor resulta na maldição eterna, mas Paulo adverte que o castigo de Deus poderia acontecer, trazendo enfermidades e até a morte física. A palavra fracos Oasthenes) está relacionado a enfermidades; o termo doentes (arrostos) quer dizer enfermidade e decadência, enquanto a palavra dormem (koimaomai) é usada freqüentemente no NT para indicar a “morte daqueles que pertencem a Cristo”. Godet diz que Paulo está descrevendo um “julgamento prévio, especificamente infligido por Deus, como aquele que Ele envia para despertar o homem para a salvação”.
Participação reverente (11.31-34)
A maneira de evitar o castigo de Deus é nos julgarmos a nós mesmos de modo voluntário e sincero (31). Mas, quando Deus envia seu julgamento para o crente, este é repreendido pelo Senhor (32). Nesses casos, os castigos de Deus não são severos, mas símbolos do seu amor. “Eles são enviados para nos livrar dos caminhos do pecado e para não participarmos da condenação do mundo”.
A maneira adequada de observar o sacramento é esperar uns pelos outros (33). Os membros devem esperar até que todos estejam reunidos e depois, com afeição fraterna e respeito, conduzir a festa do amor. A determinação final do versículo 34 é novamente uma advertência para não considerar a Ceia do Senhor uma refeição comum. Se um homem estiver com fome, coma em casa. A finalidade da Ceia é lembrar aos crentes a obra redentora de Cristo e despertar na igreja um espírito de unidade e amor.
Alguns outros pontos relativos a este assunto ainda exigem alguma atenção. Sobre eles Paulo escreve: Quanto às demais coisas, ordena-las-eis quando for ter convosco (34). Esses problemas estavam afetando seriamente a vida da igreja e podiam ser adiados para uma outra ocasião. Quais eram as demais preocupações que Paulo tinha em mente? Talvez ele quisesse separar completamente a ideia da festa do amor da celebração da Ceia do Senhor. Sabemos que por volta do ano 150 d.C. o costume de fazer uma refeição junto com a Ceia do Senhor havia sido abandonado.
Para os cristãos existe “Força Através das Ordenanças”. 1) Elas foram instituídas pelo Senhor, 23a; 2) Elas são memoriais do sacrifício de Cristo, 236-26; 3) Elas exigem um auto-exame, 27-29; 4) Elas produzem a preocupação pelos outros, 33-34.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 327-331.
I Cor 11.17-34 — Esta passagem diz respeito às atividades impróprias que estavam ocorrendo quando a igreja se reunia para participar da celebração da eucaristia ou ceia do Senhor.
I Cor 11.17 — Não vos louvo. Em contraste com o elogio de Paulo no versículo 2, de que os coríntios haviam obedecido a muitos de seus ensinos, aqui ele expressa preocupação pelas práticas pecaminosas dos coríntios durante a adoração. Ajuntais é um termo técnico que se refere à reunião da igreja e é usado três vezes nesta passagem (v. 18,20).
I Cor 11.18 — Dissensões. E tentador compararmos as dissensões aqui com os problemas que aparecem no capítulo 1, mas parece que as dissensões, nesse versículo, estão relacionadas aos eventos que aconteciam quando a igreja se reunia para a ceia do Senhor. E possível que as dificuldades estivessem acima de distinções referentes a classes de ricos e pobres, ou judeus e gentios. Quando a Igreja se reúne, todos devem se ajuntar como irmãos, mas, ao que parece, não era isso que acontecia em Corinto. Em vez da união recomendada por Paulo em 1 Coríntios 11.17 e enfatizada novamente nos capítulos 12—14, havia divisão entre os cristãos.
I Cor 11.19 — Os aprovados (a ra ). Um dos resultados positivos decorrentes da divisão ou dos partidos (a ra ) na igreja é que se torna óbvio quem são os verdadeiros cristãos na congregação.
I Cor 11.20-22 — A Ceia do Senhor era a peça central da adoração da igreja do primeiro século. Reunidos em torno de uma mesa, os irmãos se encontravam com o Senhor e uns com os outros em unidade. Cristo havia expressado esse tipo de humildade e unidade quando instituiu a ceia (Mt 26.26-30; Mc 14-22-26; Lc 22.14-23). Os cristãos coríntios estavam tomando antecipadamente a sua própria ceia, violando o espírito e o propósito da refeição. Ao agirem assim, eles mostravam desprezo pela Igreja de Deus e envergonhavam aqueles que nada têm (v. 22).
I Cor 11.21 — Porque, comendo [...] um tem fome, e outro embriaga-se. Na igreja do primeiro século, a ceia do Senhor normalmente era precedida por uma refeição para comunhão, mais tarde conhecida como a Festa Àgape. No final, tantos problemas acompanhavam essas festas, que, no Concílio de Cartago (397 d.C.), elas foram estritamente proibidas. E foi o que aconteceu em Corinto. Quando se ajuntavam, os coríntios não comiam juntos; consequentemente, isso não podia ser chamado de comunhão, e o comportamento deles desonrava tanto o Senhor, que a reunião dificilmente poderia ser chamada de ceia do Senhor.
Alguns, na verdade, ficavam embriagados.
11.22-25 — Eu recebi do Senhor se refere à revelação que Paulo recebeu de Cristo sobre o significado da morte e da ressurreição do Senhor representado pelos elementos da santa ceia; simbolismo que Paulo ensinou aos irmãos, explicando os novamente.
I Cor 11.24,25 — Tomai, comei [...] partido são palavras omitidas nos melhores manuscritos. Isto é o meu corpo. Sem dúvida, uma expressão não literária, mas figurativa. Ele estava ali, no meio dos discípulos, participando com eles do elemento do pão, que significa Sua encarnação.
Que é [...] por vós. Isso significa o caráter sacrifical e vicário da morte de Cristo. Ele é relembrado nesta mesa, não como um grande exemplo, ou mestre, ou mesmo profeta, mas como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Contrastando com a reunião muitas vezes impensada e negligente dos cristãos coríntios em sua chamada festa do amor, Jesus pediu aos Seus discípulos: “Lembrai-vos de mim”.
I Cor 11.26 — Anunciais a morte do Senhor, até que venha. A ceia do Senhor remonta à morte de Cristo e aguarda Sua Segunda Vinda (Mt 26.29; Mc 14-25; Lc 22.18).
I Cor 11.27-29 — Indignamente se refere ao modo como uma pessoa participa da ceia do Senhor. Os coríntios estavam transformando a refeição em um momento para exagerarem na comida e se embriagarem, em vez de fazerem daquela ocasião um tempo para refletirem na morte e na ressurreição do Senhor Jesus Cristo.
I Cor 11.30 — Dormem, neste contexto, refere-se à morte de cristãos (1 Co 15.18; 1 Ts 4.15,16). Esta passagem se refere à morte precoce, um castigo sofrido por alguns cristãos que não se examinavam à mesa do Senhor (v. 28).
I Cor 11.31,32 — Se nós nos julgássemos a nós mesmos, o Pai não precisaria corrigir-nos. Mas, quando os cristãos não estiverem dispostos a fazer este autoexame, Deus mesmo irá corrigi-los.
I Cor 11.33,34 — Esperai uns pelos outros. Paulo conclui sua discussão sobre a ceia do Senhor com uma exortação prática, para que os cristãos coríntios demonstrassem a devida preocupação uns pelos outros. Ele insinua, nas palavras coma em casa, que desaprova as frequentes festas do amor.
E ele mostra novamente uma preocupação pastoral quando expressa a ideia para que vos não ajunteis para condenação. Paulo não se deleita com a mão disciplinadora do Senhor. Ordená-las-ei (do grego diatasso) refere-se às providências visivelmente práticas (1 Co 16.1; G1 3.19). Qualquer outro detalhe relacionado à ceia do Senhor, Paulo esclareceria em sua visita à cidade.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 431-432.
Problemas com respeito à Ceia do Senhor (11.17-34)
Há quatro grandes verdades que vamos destacar nesta exposição:
Em primeiro lugar, as repreensões do apóstolo Paulo à igreja (11.17-22). O apóstolo Paulo acabara de fazer um elogio à igreja de Corinto (11.2). Agora, porém, traz uma séria exortação: “Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior” (11.17).
O que estava acontecendo? Mais uma vez divisão na igreja de Corinto. As divisões na igreja haviam chegado a proporções alarmantes. Além do culto à personalidade em torno de alguns líderes (1.12), agora Paulo mostra que os crentes estavam indo à igreja e voltando para casa piores (11.17). O culto na igreja estava desembocando em certo esnobismo perverso e odioso por parte dos ricos. Eles estavam desprezando os pobres.158 Os ricos estavam desprezando a Igreja de Deus e envergonhando os pobres. “Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague” (11.2). A Ceia era precedida pela Festa do Amor, a festa do Ágape.
A Bíblia fala dessa festa em Judas 12. No dia em que a Ceia do Senhor era celebrada servia-se uma refeição completa. Os crentes comiam, bebiam, repartiam, se confraternizavam e depois, num clima de comunhão, celebravam a Ceia do Senhor. Essa foi uma prática da igreja apostólica que se perdeu na História.
A Festa do Agape era não apenas um tempo de comunhão, mas, também, e, sobretudo, um ato de amor aos membros mais pobres da igreja. Era uma oportunidade para os cristãos ricos repartirem um pouco de seus bens materiais com os pobres. Uma vez que todos traziam de casa alguma coisa para comer e faziam uma espécie de ajunta-prato, os pobres poderiam participar de uma boa refeição pelo menos uma vez na semana. Depois desse banquete, então, eles celebravam a Ceia.
Em segundo lugar, a deturpação da Festa do Amor (11.17-22,33,34). Na igreja de Corinto, durante a Festa do Amor, os ricos se isolavam e comiam à vontade as finas iguarias dos próprios banquetes que traziam de casa, e bebiam a ponto de se embriagarem. Do outro lado, porém, ficavam os pobres, que não tinham condições de trazer alimentos de casa e passavam fome. Depois de toda essa atitude odiosa de preconceito e desamor, eles se reuniam e celebravam a Ceia do Senhor. E nesse contexto que Paulo os reprova, dizendo-lhes que estavam se reunindo para pior. Essa não é a Ceia do Senhor que eles estavam participando. A atitude deles não era compatível com a celebração da Ceia do Senhor. Agindo dessa forma eles estavam desprezando a Igreja de Deus.
O que estava acontecendo nessa festa? Vejamos os seis pontos apresentados por Paulo que apontam a deturpação da Festa do Amor.
a) Eles se ajuntavam para pior. Paulo escreve: “Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior” (11.17). O culto deles não estava centrado em Deus nem era sensível ao próximo. Tudo girava em torno deles mesmos, de tal maneira que quando eles iam para a igreja, eles não adoravam a Deus nem serviam ao próximo. Assim, ao voltarem para casa, voltavam em estado pior. Eles cultuavam a si mesmos.
Eles buscavam a satisfação do próprio eu. Então Paulo os exorta: Vocês estão se reunindo para pior. Leon Morris diz que “em vez da comunhão ser um ato eminentemente edificante, estava tendo um efeito dilacerante”.
b) Eles se reuniam, mas não havia harmonia no meio deles.
Paulo diz: “Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio” (11.18). Havia divisões, partidos, e cismas entre eles.
A palavra grega para “divisões” é schismata, a mesma palavra que Paulo empregou em (1.10), acerca das dissensões que tinham cindido a igreja em facções. Essas se intrometeram na mais santa das práticas déT culto. Eles estavam dentro da igreja, mas não tinham uma só alma. Os ricos estavam de um lado e os pobres do outro. Os crentes de Corinto valorizavam as pessoas pela grife da roupa que usavam, pelo título que as pessoas tinham e pela posição que as pessoas ocupavam na sociedade. O status social das pessoas dividia a igreja. Eles não tinham uma só alma, um só coração, um só sentimento, e um só propósito. Havia ajuntamento, mas não comunhão.
c) Eles participavam dos elementos da Ceia, mas não era a Ceia que eles celebravam. Paulo afirma: “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis” (11.20). Paulo está combatendo o perigo do ritualismo.
Você pode assentar-se para celebrar a Ceia, comer o pão e beber o vinho e, ainda assim, não ter usufruído as bênçãos da comunhão da Mesa do Senhor. Por quê? Porque a motivação pode estar errada.
Os crentes de Corinto seguiam um ritual, mas o coração deles estava afastado do propósito divino. Eles tinham o ritual, mas não a essência representada pelo ritual. Deus está mais interessado na sinceridade do coração do que em rituais. Nós devemos celebrar a Páscoa com os asmos da sinceridade.
Se participarmos do culto, assentando-nos ao redor da mesa do Senhor, não refletirmos sobre o significado da Ceia e ainda desprezarmos nossos irmãos, então, esse ritual é desprovido de qualquer valor. Deus não se impressiona com rituais pomposos, Ele quer a verdade no íntimo. O cerimonialismo é um grande perigo. Deus não se impressiona com os nossos ritos e cerimônias. Ele vê o coração do adorador.
d) Eles eram esnobes e orgulhosos (11.21). Os ricos, de um lado, comiam os melhores churrascos e bebiam os melhores vinhos até a embriaguez enquanto os pobres ficavam do outro lado passando fome. De um lado estavam os pobres com fome e do outro estavam os ricos bêbados. Depois dessa feira de vaidades, os ricos ainda tinham a petulância de dizer: “Agora nós vamos celebrar a Ceia do Senhor”. Agindo assim, feriam a comunhão, humilhavam os irmãos pobres e desonravam a Deus. E importante ressaltar que a atitude egoísta dessas pessoas estava em flagrante contraste com a oferta altruísta e sacrificial de Cristo que deu Sua vida para o resgate dos pecadores. A Ceia que eles celebravam apontava para a oferta sacrificial de Cristo e eles a celebravam com gestos de egoísmo e não de amor altruísta.
e) Eles se entregavam a excessos dentro da igreja (11.21).
Eles bebiam a ponto de chegar à embriaguez na Festa do Amor, antes da celebração da Ceia. Os ricos deixavam os pobres passando fome, enquanto comiam, empanturravam-se e embebedavam-se num claro sinal de excesso e falta de domínio próprio. Paulo diz que a atitude deles estava errada. Eles estavam se reunindo para pecar. Tanto a glutonaria quanto a bebedeira são obras da carne e não fruto do Espírito (G1 5.19-21).
f) Eles desprezavam a Igreja de Deus e envergonhavam os pobres (11.22). A deturpação da Festa do Amor na Igreja primitiva acabou abolindo-a completamente. Eles desprezavam a santidade de Deus, a santidade da igreja e o amor ao próximo.
Em terceiro lugar, o significado da Ceia do Senhor (11.23-26). A Ceia do Senhor está centralizada na morte expiatória de Cristo e no Seu sacrifício vicário. A cruz de Cristo e não o egoísmo humano está no centro dessa celebração. O sangue de Cristo é o selo da nova aliança. Por meio dele Deus perdoa os nossos pecados e nos salva da ira vindoura.
A Ceia do Senhor é uma proclamação dramatizada de quatro verdades essenciais da fé cristã. Não podemos nos assentar à mesa sem olhar para o sacrifício de Cristo. Warren Wiersbe destaca quatro pontos que Paulo ensinou sobre a Ceia e que devemos ainda hoje observar sempre que nos reunirmos ao redor da mesa do Senhor: devemos olhar para trás, para a frente, para dentro e ao redor.
a) Devemos olhar para trás. Quando você participa da Ceia, você deve olhar para trás, para a cruz de Cristo (11.26). Todas as vezes que comemos o pão e bebemos o cálice, anunciamos a morte do Senhor. Quando Jesus pegou o pão e o partiu, Ele disse: “Este pão é o meu corpo, que é partido por amor de vós. Tomai e comei, fazei isto em memória de mim”. Jesus está ordenando que a igreja se lembre não dos Seus milagres, mas da Sua morte. Devemos olhar para trás e nos lembrar por que Cristo morreu, como Cristo morreu, por quem Cristo morreu. Cristo é o centro da Ceia. A Ceia é uma pregação dramatizada do calvário.
b) Devemos olhar para frente. Quando participa da Ceia, você não olha somente para trás, mas também para a frente. Paulo diz: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (11.26). A Ceia nos aponta para a segunda vinda de Cristo. A eucaristia aponta para aparousia. Há um clima de expectativa em toda celebração da Ceia do Senhor (Lc 22.16,18). A segunda vinda de Cristo é a grande esperança do cristão num mundo onde o mal tem feito tantos estragos. Atrás, aponta para a sua morte; à frente, aponta para a sua volta.165 William MacDonald, citando Godett, afirma: “A Ceia do Senhor é o elo entre Suas duas vindas, o monumento de uma, a garantia de outra”.
c) Devemos olhar para dentro. Quando você celebra a Ceia, náo somente olha para trás e para a frente, mas também olha para dentro. Paulo exorta: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” (11.28). Você não olha para o seu irmão. Você não é o juiz do seu irmão. Em vez de examinar e julgar a vida alheia; volte as baterias para você mesmo, examine-se a si mesmo e julgue-se a si mesmo. Investigue o seu coração. Analise a sua vida. E digno observar que Paulo diz: Examine-se o homem a si mesmo e com a. Paulo não diz: Examine-se o homem e deixe de comer. Você não deve fugir da Ceia por causa do pecado, mas fugir do pecado por causa da Ceia. A Ceia é um instrumento de restauração. A Ceia é um tempo de cura, de reconciliação e restauração. A Ceia é o momento em que devemos aguçar os sentidos da nossa alma para examinar-nos e nos voltarmos para o Senhor. Na Ceia devemos correr do pecado para Deus e não de Deus para o pecado. A ordem de Paulo é: Examine-se e coma!
d) Devemos olhar ao redor. Quando você participa da Ceia, você olha para trás, para a cruz; você olha para frente, para a segunda vinda de Cristo; você olha para dentro, para um auto-exame e você também olha ao redor (11.33,34). O apóstolo Paulo escreve: “Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo. Quanto às demais cousas, eu as ordenarei quando for ter convosco” (11.33,34). Paulo está orientando os crentes a esperarem uns pelos outros para uma comunhão verdadeira na Festa do Amor.
Na igreja de Corinto era costume os crentes trazerem suas iguarias de casa e comerem fartamente sem esperar uns pelos outros. Quando os menos favorecidos chegavam só encontravam as sobras. Havia até alguns pobres que passavam fome. O que Paulo nos ensina? Não temos essa prática da Festa do Amor atualmente, mas temos o princípio.
Quando você se reunir para a Ceia, olhe ao seu redor, para seu irmão que está perto de você. Tem alguém faltando à igreja? Por que este ou aquele irmão ou irmã não está aqui assentado perto de nós?
A Ceia é um momento de comunhão. Somos um só pão.
E isso o que Paulo deseja que a igreja entenda sobre a Ceia.
Devemos procurar o Senhor e também os nossos irmãos.
Devemos encontrar-nos com o Senhor e também com os nossos irmãos. Na Ceia os céus e a terra se tocam.
Em quarto lugar, os perigos em relação à Ceia do Senhor (11.27-32). Paulo alista alguns perigos com respeito à Ceia do Senhor.
a) Participar da Ceia do Senhor indignamente. Paulo escreve: “Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor” (11.27). O que é participar da Ceia do Senhor dignamente?
João Calvino diz que participar da Ceia de forma digna é ter consciência da nossa própria indignidade. Quando temos consciência da nossa indignidade, mas ao mesmo tempo reconhecemos que por meio de Cristo somos habilitados a nos assentarmos à mesa, então participaremos da Ceia dignamente. A nossa dignidade é a consciência da nossa indignidade.
Leon Morris afirma que há um sentido em que todos têm de participar indignamente, pois ninguém jamais pode ser digno da bondade de Cristo para conosco. Mas em outro sentido podemos vir dignamente, isto é, com fé, e com a devida realização de tudo que é pertinente a tão solene rito. Negligenciar nisto é vir indignamente no sentido aqui censurado.
Participar da Ceia indignamente é assentar-se à mesa de forma leviana e irrefletida.
Precisamos discernir o que Cristo fez na cruz por nós.
Precisamos compreender o Seu sacrifício vicário. Participar da Ceia irrefletidamente ou participar da Ceia hospedando pecado no coração, sem a devida disposição de arrependimento é fazê-lo de forma indigna. E tornar-se réu do corpo e do sangue de Jesus.
Ser réu do corpo e do sangue de Cristo Jesus é um pecado gravíssimo. Você só tem dois lados para estar em relação ao sangue. Você está debaixo dos benefícios do sangue ou está do lado daqueles que levaram Jesus para a cruz e o mataram. Você é assassino de Cristo ou é beneficiário do sangue de Cristo. Participar indignamente da Ceia e ser réu do corpo e do sangue de Cristo; é estar na mesma posição de Anás, Caifás, Pilatos e os soldados romanos que pregaram Jesus na cruz. Assim, só existem duas possibilidades: Você está debaixo dos benefícios do sangue de Cristo ou é réu do corpo e do sangue do Senhor. O apóstolo Paulo está dizendo que quem participa da Ceia indignamente se torna culpado de derramar o sangue de Cristo; isto é, coloca-se não do lado dos que estão participando dos benefícios da Sua paixão, mas do lado dos que foram culpados por Sua crucificação.
b) Participar da Ceia do Senhor sem discernimento. O apóstolo Paulo escreve: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos os que dormem” (11.28-30). Discernir o quê?
Discernir o corpo! Que corpo? Paulo está falando de dois corpos aqui. O primeiro corpo é o corpo físico de Cristo. E o corpo que foi moído e traspassado na cruz. Contudo, há outro corpo que precisa ser discernido. E o corpo místico de Cristo. Qual é o corpo místico de Cristo? A Igreja! Quando você vem para a Ceia, mas, despreza o seu irmão, fazendo acepção de pessoas, ou nutrindo mágoa em seu coração, você está participando da Ceia sem discernir o corpo. E se você participa da Ceia sem discernir o corpo, você está participando de forma indigna. O resultado é que um pecado espiritual produz consequências físicas:
“Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (11.30). Essas são as doenças hamartiagênicas, ou seja, doenças produzidas pelo pecado. A igreja de Corinto, em virtude de pecados não tratados, tinha pessoas fracas, doentes e algumas que já haviam morrido. Leon Morris nessa mesma linha de pensamento diz que males espirituais podem ter resultados físicos. A razão da má saúde e mesmo da morte de alguns crentes de Corinto tem atrás de si uma atitude errada para com esse ofício sumamente solene.
A igreja de Corinto não estava cumprindo o mandamento de amar uns aos outros. Portanto, ela não estava discernindo o corpo. A consequência da falta de discernimento do corpo levou a igreja a comer e beber juízo para si: fraqueza, doenças e morte (11.30).
c) Participar da Ceia do Senhor sem autojulgamento.
Paulo alerta: “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (11.31,32). Não podemos ser frouxos com nós mesmos. Se nós participarmos da Ceia do Senhor com pecados nao confessados sobre nós; não teremos, então, discernido o corpo que foi partido para que esse pecado fosse perdoado.
Não podemos ser condescendentes com os nossos próprios erros. Precisamos enfrentar a nós mesmos. Quando você vier para a Ceia, não trate a si mesmo com condescendência.
Julgue a si mesmo. Enfrente os seus pecados com rigor. Porque se você não julgar a si mesmo, vai ser condenado com o mundo.
A celebração da Ceia é um momento de autoconfronto.
O auto-engano é um grande perigo. A igreja de Laodicéia olhou no espelho e disse: Estou rica e abastada. A igreja de Sardes disse: Eu estou viva! Mas, Jesus disse à primeira igreja que ela era pobre e miserável e a segunda que ela estava morta. Paulo é enfático: Julgue a si mesmo, examine a si mesmo para que você não seja julgado e condenado com o mundo. Matthew Henry diz que as ordenanças de Cristo podem nos fazer melhores, ou nos farão piores; se elas não nos quebrantarem e nos amolecerem; nos tornarão mais endurecidos.
Quando você julga a si mesmo, é disciplinado por Deus e a disciplina de Deus traz salvação, cura, e vida. Todavia, quando não julgamos a nós mesmos, nos tornamos autoindulgentes, e o juízo torna-se inevitável. O juízo de Deus para o crente não é a perda da salvação nem a condenação eterna, mas a disciplina.
Na vida do crente, fraqueza, doença e morte podem ser disciplina de Deus para nos afastar de pecados mais terríveis e de consequências mais danosas. A disciplina de Deus visa a sempre nos fazer voltar para Ele e nos livrar da condenação do mundo.
LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios Como resolver conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 210-220.
2. O amor de Deus tem de ser manifesto na igreja local.
A cena imoral descrita por Tiago
Nos versículos de 2 a 4, Tiago descreve uma cena que, muito provavelmente, não se trata de uma mera hipótese ou conjectura, como aparenta ser à primeira vista, mas de algo que o próprio apóstolo deve ter presenciado em algum ajuntamento de crentes da Igreja Primitiva em seus dias, para seu imenso desgosto e indignação. Vamos ler atentamente a descrição que Tiago faz dessa cena e, em seguida, vejamos alguns detalhes elucidativos que encontramos nela:
“Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar algum pobre com sórdida vestimenta, e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?”
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com


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PAZ DO SENHOR

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