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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Lanças o teu pão sobre as aguas (1)





1. Tomando uma atitude.

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás” (Ec 11.1). No início desse texto Salomão exorta seus leitores sobre a necessidade de se tomar uma atitude na vida e os convida a lançar o pão sobre as águas. A palavra hebraica traduzida como lançar é shalah e mantém o sentido na língua original de: enviar, mandar embora, deixar ir. O sábio está dizendo: vá, não fique aí parado! Viva a vida com propósito! Viva a vida com uma atitude.
O treinador de líderes John Maxwell comenta:
“A pessoa comum em geral espera por alguém que a motive. Ela percebe que as circunstâncias são responsáveis pelo modo como pensa. Entretanto o que vem primeiro — a atitude ou as circunstâncias?
É de fato uma questão como a do “ovo e da galinha”. Na verdade, não importa o que vem primeiro. Não importa o que aconteceu a você ontem, hoje é você que escolhe sua atitude.
O psicólogo Victor Frankl acreditava que “a última de nossas liberdades humanas é escolher nossa atitude não importa a circunstância”. Ele conhecia a veracidade dessa afirmação. Frankl sobreviveu à prisão em um campo de extermínio nazista e durante o cativeiro não permitiu que sua atitude decaísse. Se ele pôde manter uma atitude benéfica, você também pode”.
John Maxwell destaca três razões por que devemos assumir uma atitude diante da vida:
1. Nossa atitude determina nossas ações.
2. Nossos seguidores são um espelho de nossa atitude.
3. Manter uma boa atitude é mais fácil do que readquiri-la.
Por outro lado, um outro sentido dessa palavra usada no hebraico bíblico é do envio missionário. Podemos ver isso por meio dos vários exemplos que a palavra enviar (hb. Shalah) possui. Por exemplo, a Escritura mostra que é Deus quem envia os homens como seus embaixadores ou representantes seus numa missão oficial (Is 6.8; Jr 1,7; Ez 2.34; Jz 6.8). Dessa forma, tanto Moisés como Gideão foram representantes de Deus nas missões que lhes foram entregues (Êx 4.28; Dt 34.11; Jz 6.14). De igual modo o Messias seria enviado na mais sublime das missões -— salvar o pecador (Is 61.1).
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 138-139.
Ec 11.1 Lança o teu pão sobre as águas. Generosidade e Investimento. A interpretação espiritual deste versículo é contribuir para bons empreendimentos, tanto com dinheiro como com esforço pessoal; é ser generoso para com os que padecem necessidades; é pagar salários decentes àqueles que se esfalfam no trabalho do Senhor. E então em harmonia com a Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura, a pessoa generosa receberá de volta ampla recompensa, novamente sob a forma de dinheiro ou outras coisas valiosas, especialmente recompensas, no céu, no pós-vida. Essa é uma interpretação cristã e espiritual que não deve ser esquecida, mas o sentido original quase certamente era econômico, falando de um sábio investimento. As ideias principais são as seguintes:
1. O comércio marítimo, envolvendo longas viagens que podem significar grandes lucros para o comerciante disposto a arriscar-se na aventura.
2. O plantio de arroz no terreno alagado, quando a inundação do rio Nilo baixava, pois essa providência era um bom procedimento agrícola e rendia colheitas abundantes para o plantador.
3. Uma antiga máxima dos hebreus, acerca da generosidade, especialmente no caso dos pobres. As sementes da gentileza teriam finalmente recompensa abundante.
4. Um conselho bastante pessimista, no sentido de dar contribuições a causas de caridade e a pessoas carentes, sem muita esperança de receber de volta o que foi dado. “Lança o teu pão na superfície das águas, embora não seja provável encontrá-lo de novo”. Contudo, coisas estranhas realmente sucedem, pelo que avança e sê generoso.
5. Um conselho para investir largamente, em diversas coisas, em um jogo cujo nome é dinheiro, e esperar os resultados. O vs. 2, pois, apresentaria a sabedoria dos investimentos múltiplos, por causa da segurança.
6. O Targum afiança que este versículo fala em dar aos pobres marinheiros, com o que a Vulgata Latina concorda. Mas tal interpretação é muito estreita. A quinta possibilidade, vista à luz do vs. 2, parece ser a correta, embora certa variedade de aplicações seja instrutiva.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2736-2737.
Como o próprio dever nos é recomendado, v. 1.
Lança o teu pão sobre as águas, teu pão de milho sobre os lugares baixos (assim alguns o entendem), aludindo ao pai de família, que, andando, leva a preciosa semente, reservando o pão de milho de sua família para a semeadura, sabendo que sem isso ele não pode fazer a colheita no próximo ano; desta maneira, o homem caridoso tira do seu pão de milho para a semente de milho, priva a si mesmo para suprir aos pobres, para que ele possa semear sobre todas as águas (Is 32.20), porque assim como ele semeia ele também deve ceifar, Gálatas 6.7. Nós lemos sobre a ceifa do rio, Isaías 23.3. Aguas, nas Escrituras, são usadas em referência às multidões (Ap 16.5), e há multidões de pobres (nós não temos falta de objetos de caridade); águas também são usadas em referência aos enlutados: os pobres são homens de tristezas. Tu deves dar o pão, o sustento necessário para a vida, não somente dar palavras, mas também coisas boas, Isaías 58.7. Deve ser o teu pão, aquilo que é honestamente adquirido; não é caridade, mas injúria, dar aquilo que não é nosso; primeiro, aja com justiça, e então, ame com piedade. “De teu pão, que tu designaste para ti mesmo, que os pobres tenham uma parte contigo, como eles tinham com Jó, Jó 31.17. Dá livremente aos pobres, como o que é lançado sobre as águas. Envia isso a uma viagem, envia-o como uma aventura, como os mercadores que comerciam pelo mar. Confia-o sobre as águas; isso não afundará.”
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 947.
Ec 11.1 — Lança o teu pão sobre as águas. Os versículos 1-6 ressaltam o risco e a incerteza das empreitadas comerciais e agrícolas. Portanto, enquanto os provérbios anteriores, do capítulo 10, lidavam com a realeza e os líderes, os dos versículos 1-6 tratam das pessoas comuns. Homens e mulheres devem avançar cautelosamente para conseguir algum ganho, mesmo que sempre haja certo grau de insegurança.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1004.
Ec 11.1. Lança o teu pão sobre as águas. Não há explicação certa sobre este provérbio. Tradicionalmente, tem sido apresentado como uma exortação à liberalidade ou caridade, que deve ser lançada (lit., enviada) diante dos outros sem qualquer imediata realização de ganho, mas que um dia retomará para recompensar o doador (cons. Lc. 16:9). Mas talvez o versículo deva ser traduzido assim: "Lança o teu pão sobre as águas (por estranho que pareça), porque depois de muitos dias o acharás". Traduzido assim, refere-se à incerteza desta vida, na qual até mesmo Urna atitude aparentemente pouco sábia pode produzir a sua recompensa.
Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular Eclesiastes. pag. 21.
EMBAIXADOR (mensageiro; intérprete; agir como embaixador). Representante oficial de um rei ou de um governo (2Cr 32.31; 35.21; Is 30.4). Os embaixadores são mencionados desde a época de Moisés até os Macabeus (1 Mac 9.70; 11.9; 14.21; 15.17). O desrespeito para com eles era considerado como um grave insulto ao rei e ao povo que representavam, o que às vezes levava à guerra (2Sm 10.4ss.). No NT o termo é empregado somente no sentido figurado. Paulo falou de si mesmo como “embaixador em cadeias” (Ef 6.20), e de todos os ministros do evangelho como “embaixadores em nome de Cristo” (2Co 5.20).
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 382.
Is 6.8 — Ocasionalmente, os profetas eram convidados a participar da corte celestial (1 Rs 22.19- 22; Jr 23.18,22). Aqui o Senhor emprega o pronome nós para se referir a si próprio e aos Seus anjos (Gn3.22; 11.7). Envia-me a mim. Nas religiões do antigo Oriente Médio, só os seres divinos eram enviados como mensageiros dos deuses, mas o Deus da Escritura encarrega o ser humano dessa tarefa. Só em certas ocasiões Ele usa anjos para revelar Seus propósitos à humanidade. O voluntariado de Isaías provém de um coração agradecido. Ele deseja servir ao Deus que lhe perdoou (v. 7).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1033.
Agora que não havia nada entre ele e o seu Deus, Isaías ouviu as palavras: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” Alguns tomam “nós” como o plural de majestade. Mas provavelmente, isto é uma reflexão da Trindade. Com os seus pecados perdoados, um fogo apaixonado tomou posse do coração de Isaías. Ele respondeu imediatamente, se oferecendo de boa vontade sem levar em conta a natureza ou dificuldade da missão.
HORTON. Staleym. M. Serie Comentário Bíblico Isaias. pag. 105.
2. Evitando a passividade.
Se por um lado devemos assumir uma atitude diante da vida, por outro lado forçosamente não devemos ser passivos diante da mesma. Salomão destaca que quem somente observa o vento nunca semeará (Ec 11.4). Somente observar, contemplar e admirar não é suficiente. Se em um primeiro plano as palavras do sábio significam que deve haver empreendedorismo quer através de uma missão comercial, quer através de uma missão espiritual, em um segundo plano elas demonstram a necessidade da generosidade com o próximo. “Lançar pão”, portanto, significa ser condescendente com as necessidades dos pobres e menos favorecidos. E fazer alguma coisa e não somente contemplar o infortúnio do outro. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). Significa ser generoso! Em o Novo Testamento encontramos a preocupação da igreja para com os menos favorecidos (G12.10).
Steven K. Scott (2008, p.88,89) destaca que:
Os psicólogos dizem que as duas maiores motivações da vida são o desejo de ganhar e o medo de perder. Salomão (Pv 11.24,25) nos garante que a generosidade age diretamente sobre os dois. Se você pudesse ter uma varinha de condão que garantisse suas necessidades materiais para toda a vida e uma prosperidade cada vez maior, quanto ela valeria? Salomão coloca essa varinha nas suas mãos: tudo o que você precisa fazer é se tornar uma pessoa generosa. O que Salomão quer dizer quando fala de generosidade? Ele diz que generoso é aquele que dá uma parte do que tem para suprir as necessidades do próximo, e que o faz sem esperar receber nada em troca. Embora ele fale do aspecto financeiro e material, a generosidade não se limita a isso. Ser generoso significa estar voltado para as necessidades dos outros, sejam elas quais forem.
O Novo Testamento também destaca essa verdade. Vemos isso com toda força na carta de Paulo ao filipenses. No meu livro A Prosperidade à Luz da Bíblia destaquei esse fato: “E peço isto: que a vossa caridade abunde mais e mais em ciência e em todo o conhecimento” (Fp 1.9). A palavra caridade’ nesse texto é a tradução da palavra grega ágape, cujo significado básico é amor. Todavia o termo grego pode ser traduzido também como benevolência e boa vontade. Ao traduzir ágape por caridade nessa passagem bíblica, a tradução ARC põe em destaque o caráter generoso dos filipenses. Caridade aqui tem como sinônimo generosidade e não significa de forma alguma que alguém é salvo pelas obras (Ef 2.8). Os filipenses haviam se sensibilizado com a situação de carência do apóstolo e por isso resolveram ajudá-lo (Fp 4.15). O modelo de prosperidade pregado por Paulo soa muito diferente daquele que é adotado hoje. Prosperidade no atual contexto significa ‘independência’. É por isso que vemos os constantes apelos como ‘venha conquistar sua independência financeira’. Paulo era próspero e feliz, mas dependeu da ajuda de seus irmãos e demonstrou satisfação por isso”.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 139-141.
Ec 11.2 Reparte com sete, e ainda com oito. Quando tiveres de investir, diversifica. Emprega o teu dinheiro em sete ou oito (um grande número de empreendimentos) lugares. Visto que não sabes que mal te atingirá neste mundo imprevisível, é melhor que não apliques todo o teu dinheiro em uma única atividade. Põe dinheiro em um banco; compra propriedades, ouro, uma fazenda e animais domésticos; compra uma casa de praia que possas alugar a turistas durante os meses de verão; compra algumas joias e pedras preciosas; investe em ações de uma companhia sólida.
Cf. a expressão “com sete, e ainda com oito” com Pro. 6.16; 30.7,15,16,18,19, 21-31, que fazem parte dos chamados Provérbios numéricos. Ver especificamente as notas em Pro. 30.7. Cf. também, Jó 5.19 e Amós 1.3-2.6. Esse número significa um número grande, indefinido, isto é, muitos.
Tempos Ruins Podem Chegar. Deus controla todas as coisas com as Suas mãos. Ele é a Causa Única, mas a experiência ensina que aquilo que Ele determinou pode ser destrutivo e não apenas beneficente. Portanto, investe o melhor que puderes, em face das incertezas do futuro (do ponto de vista humano). Tudo é vaidade, afinal. O dinheiro não significa muito, mas poderás usufruir conforto.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.
“Reparte com sete e ainda até com oito, isto é, sê livre e liberal nas obras de caridade.” (1) “Dá muito se tu tens muito a dar, não uma miséria, mas uma porção, não um pedaço ou dois, mas uma refeição; dá uma grande esmola, e não uma insignificante; dá boa medida (Lc 6.38); sê generoso ao dar, como foram aqueles quando, nos dias de festival, enviaram porções aos que não tinham nada preparado (Ne 8.10), porções valiosas.” (2) “Dá a muitos, a sete e ainda até a oito; se tu te encontrares com sete objetos de caridade, dá a eles todos, e então, se tu te encontrares com oito, dá a eles, e com mais oito, dá a todos eles também. Não te escuses, pelo bem que tu fizeste, do bem que tu tens a fazer posteriormente, mas permanece firme e melhora. Em épocas difíceis, quando o número de pobres aumentar, que a tua caridade aumente proporcionalmente a isso.” Deus é rico em misericórdia para com todos, para conosco, ainda que indignos; Ele dá liberalmente, e não censura pelos dons antigos, e nós devemos ser misericordiosos como é o nosso Pai Celestial.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 947-948.
O versículo 2 é melhor entendido como uma exortação adicional a respeito do compartilhamento generoso. Reparte com sete e ainda com oito é um jeito prático de dizer: compartilhe com muitos. Mesmo que você não saiba que mal sobrevirá à terra, viver generosamente é muito melhor do que uma vida de egoísmo.
EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 462.
Ec 11.2 — Com sete e ainda até com oito. Esta é uma exortação para sermos generosos com o maior número de pessoas possível, aumentando essa estimativa a cada dia.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1004.
Ec 11.2. Reparte com sete. Eis novamente uma ênfase sobre os resultados obtidos na vida mesmo quando se age com sabedoria. Traduza-se: "reparte com sete, e ainda com oito (isto é, seja sábio nos seus investimentos); porque não sabes que mal sobrevirá à terra".
Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular Eclesiastes. pag. 21.
Reparte com sete e ainda com oito... (v.2). É o mesmo que lançar o pão sobre as águas, pois estes sete ou oito são apenas uma fração da multidão de famintos e sofredores a quem temos o dever de assistir. Não está nos planos deste escritor converter-se em vergasta de ninguém, e as suas palavras são apenas um eco de suas muitas mensagens e sermões ao povo cristão do Brasil, de que os aspectos teóricos da religião vivem longe das realidades da vida. Jesus não nos enganou, quando cuidou tão devotadamente dos sofredores, parece que até mais do que dos incrédulos, que eram muitos nos seus dias. Infelizmente, este modelo não pegou nas atividades dos evangélicos brasileiros. Reparte com sete e ainda com oito, reparte com a humanidade ao teu alcance é a norma. Felizmente que este escritor pode falar e escrever, mesmo que seja como correr atrás do vento. Ainda quando seminarista, no Recife, meteu-se-lhe na cabeça inventar um meio que tirasse os pregadores da miséria em que viviam na doença e na velhice. Então velo à Junta de Beneficência. Como pastor, à época desse manuscrito, a sua igreja gastava mais de um milhão por mês em beneficência, não Incluindo o que dá às instituições convencionais. Enfatiza, pois, a beneficência. O nosso louvor à Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, pois desde os seus primórdios aprendeu a praticar um evangelho INTEGRAL: Evangelização, Educação e Beneficência.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP.
Pv 31.14 É como o navio mercante. He. A mulher virtuosa contava com mercados perto de sua casa, para comprar seu suprimento alimentar. Mas ela também tinha conhecimento sobre bens importados e trazia para casa algumas dessas mercadorias. Sabia onde conseguir esses bens para deleite de seus familiares. A segunda linha, que é sinônima, diz-nos que ela se sacrificava a fim de garantir boas refeições e ia buscar longe os alimentos consumidos pela família. Essa parte do versículo revela-nos que a família referida não pertencia às classes pobres, mas no mínimo à classe média alta. Note o leitor que a mulher virtuosa tinha escravas (servas), vs. 15. Isso está em consonância com a mentalidade dos hebreus, de que a bondade resulta na prosperidade. O autor esforça-se para evitar que pensemos como os pobres pensam. A mulher virtuosa traz coisas interessantes e incomuns para preparar diferentes tipos de refeições. Ela não prepara somente feijão e arroz. Talvez buscasse de mercados longínquos, supridos pelos navios que cruzavam o mar Mediterrâneo. Se vivesse perto do mar, então ela descia a portos para trocar mercadorias diretamente. Naturalmente, também havia mercadorias que chegavam de terras mais interiores, trazidas por caravanas de camelos, como as que vinham do Egito, bem como de países do norte e do nordeste, a Síria e a Babilônia. A mulher virtuosa provavelmente vendia suas mercadorias (os artigos fabricados por ela) nesses mercados, a fim de obter dinheiro, e também comerciava alguns itens diretamente.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2693.
Pv 31.14 Tudo o que ela faz tem um bom resultado, pela sua prudente administração; ela não se esforça a noite toda sem ganhar nada, não, ela mesma prova que a sua mercadoria é boa (v. 18); ela sabe que em todo o seu trabalho há lucro, e isto a encoraja a perseverar nele. Ela percebe que pode fazer, ela mesma, coisas melhores e mais baratas, do que ela pode comprá-las; ela descobre, por observação, qual ramo de suas atividades traz os melhores resultados, e a isto se dedica com afinco. (1) Ela traz provisões de todas as coisas necessárias e apropriadas para a sua família (v. 14). Nenhum navio mercante, nem mesmo os barcos de Salomão, jamais tiveram um retorno tão vantajoso como as suas atividades. Eles trazem artigos do exterior, com os bens que exportam? Ela também faz isto, com o fruto de seu trabalho. Aquilo que o seu próprio solo não produz ela pode obter, se tiver oportunidade, trocando seus próprios bens por isto; e assim ela traz seu pão de longe. Não que ela valorize mais as coisas que vêm de longe, mas, ainda que venham de muito longe, se precisar tê-las, saberá como obtê-las.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 888.
Gal 2.10 Os cristãos da Judeia na época passavam por grandes necessidades e dificuldades. Os apóstolos, por compaixão e preocupação com eles, apresentaram essa situação a Paulo, para que usasse sua influência nas igrejas gentílicas a fim de obter ajuda aos cristãos judeus.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 551.
Gal 2.10 A comunhão novamente selada é completada por um entendimento aditivo. Somente que nos lembrássemos (assistencialmente) dos pobres. Sem qualquer explicação adicional Paulo podia falar dos ―pobres‖. Os gálatas, assim como também os romanos que viviam mais longe (Rm 15.26), sabiam que com essa palavra se fazia referência aos cristãos da igreja originária. Provavelmente era a autodesignação deles à luz de Is 61.1,2, que era pronunciada com respeito por todas as igrejas. A pobreza social é sublimada espiritualmente. Os necessitados sabem que estão especialmente próximos da salvação, pois ―aos pobres‖ são prometidos evangelho e bem-aventuranças (Mt 5.3; Lc 6.20; 7.22).
A forma gramatical no tempo presente indica uma instituição permanente. Contudo seria um descaminho pensar por causa disso num direito de tributação por parte dos de Jerusalém, reconhecido por Paulo. O NT não tem conhecimento algum de que toda igreja cristã que surgisse em qualquer lugar teria o dever de realizar ofertas em favor da igreja original. Além disso essa leitura contradiria a tendência do relato, segundo o qual se estava fundamentando justamente uma comunhão de iguais. De acordo com o fluxo das ideias, os de Jerusalém apenas acrescentaram um pedido cordial por auxílio, não impuseram uma condição. Com prazer Paulo prometeu essa ajuda. De acordo com Rm 15.26,27, 1Co 16.3; 2Co 8.3,8,24; 9.5 essas coletas possuem a característica da gratidão, da graça, da voluntariedade, da demonstração de amor e da dádiva por bênção. Elas constituem a livre doação do hóspede, a qual os gentios, que têm o privilégio de se sentirem em casa em Israel, trazem consigo. Inversamente: Aceitando o presente, a igreja original aceita a Paulo e sua obra.
Finalizando, Paulo assevera o seu próprio zelo por essa causa. O que também me esforcei por fazer. Nesse caso não pode falar por Barnabé, pois entrementes se haviam separado. Porém no que envolve a sua própria pessoa ele pode dizer que também esse acordo adicional continuou sendo um propósito do coração. De acordo com 1Co 16.1-4 os gálatas podiam confirmá-lo. Ainda mais: Ao participarem na oferta, eles próprios passaram para essa comunhão. Eles não deveriam permitir que os judaístas entremetessem uma cunha.
Adolf Pohl. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses. Editora Evangélica Esperança.
lI - VIVENDO COM DINAMISMO
1 A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado).
“Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiro sobre a terra; caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que cair, aí ficará” (Ec 11.3). Sentido toda a força dessa metáfora, o escritor Derek Kidner destaca que a metáfora nuvem revela também que os fenômenos meteorológicos têm suas próprias leis e tempos, e não os nossos. Observa ainda que na metáfora da árvore caída aprendemos que a mesma não consultou a conveniência de ninguém para que pudesse tombar.
A árvore caiu e onde tombou ficou! Está totalmente imóvel e não há mais nada a fazer! A vida também é imprevisível e cheia de contingências. Ela não é feita somente de momentos bons, pelo contrário, há aqueles que são extremamente desagradáveis. E aí, o que fazer? Ficar preso a uma experiência passada sobre a qual nada mais se pode fazer ou enfrentar a vida desse ponto para frente? Ficar preso ao passado é assemelhar-se à árvore que tombou e sobre a qual nada mais pode ser feito.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 142.
Ec 11.3 Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiro sobre a terra. Os processos naturais da natureza, dirigidos pela Vontade Divina, continuam cumprindo seu dever. Esses processos nunca cessam; eles continuam repetindo suas tarefas determinadas. As nuvens são formadas mediante evaporação do mar; elas cobrem a superfície inteira do globo terrestre, depositando suas águas; os rios assim formados precipitam-se para os mares; a evaporação é contínua; a formação das nuvens é contínua; a chuva é contínua; a natureza obedece aos decretos divinos.
E, então, se uma árvore cair (o que também acontece por decreto divino), isso poderá parecer uma orientação arbitrária, na direção sul ou norte, mas até a direção da queda de uma árvore está determinada. Quando a árvore bater no chão, jazerá exatamente onde caiu, o que serve de outra indicação da determinação divina. É ridículo dizer que podem chegar homens para movimentar aquela árvore, isso só estragaria a analogia. O ponto do versículo é que todas as coisas foram ordenadas de antemão, e não há mero acaso. Mas já que não sabemos como as coisas ficarão, se boas ou más, ou quando acontecerão, continuemos a fazer a parte que nos cabe: trabalhar com diligência e esperar pelo melhor. Não tenhamos medo dos ventos, é preciso semear e colher tudo quanto pudermos.
Carma? Alguns estudiosos supõem que a árvore que cai e fica onde caiu seja uma declaração misteriosa acerca de como um homem inevitavelmente colhe aquilo que tiver semeado. Sua vida é como a queda de uma árvore: o que ele tiver feito levará a árvore a permanecer exatamente onde cair. A fortuna de um homem consiste em continuamente encontrar-se consigo mesmo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.
O versículo 3a talvez sugira a generosidade de Deus como uma nova motivação para a vida altruísta (cf. Mt 5.44-45). Caindo a árvore [...] aí ficará (3b) sugere claramente o elemento do destino inescapável. Mas o contexto do capítulo inteiro sugere que aqui Qoheleth esteja falando dos resultados inevitáveis das escolhas humanas. O tipo de vida que você leva determina o tipo de pessoa que você será. O julgamento final de Deus e a realidade da vida na fase adulta e da velhice levam a pessoa a tomar as decisões corretas já desde a juventude (cf. capítulo 9 e 12.1).
EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 462.
Ec 11.3 — Não obstante o lado que caia a árvore, alguém dará utilidade à sua madeira; portanto, pare de se preocupar por ela não ter caído para o lado que você desejava (ou mesmo de conjecturar se cairá ou não para tal lado).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1004.
Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiros sobre a terra... (v. 3). Para quem este aguaceiro? Para todos, bons e maus, como nos ensina Jesus em Mateus 5:45. Deus se apresenta sempre como Deus da humanidade. Até na terra deserta chove para que as bestas da terra tenham capim para comer. A natureza é pródiga para com todos e tudo. Nós, porém, nos trancamos em nosso egoísmo e em nossa gula, e qualquer bem que poderíamos fazer não fazemos. As lutas das igrejas com as suas finanças, o que são senão a avareza, a ganância dos seus membros, que só pensam em si, sem se lembrarem dos pobres e sofredores? Tudo jaz à base da falta de simpatia pelo próximo.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP.
2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente).
Vimos que no livro de Provérbios que Salomão se valia com muita frequência de uma linguagem metafórica para melhor compartilhar suas ideias. Percebemos isso quando ele usou o exemplo do trabalho das formigas para contrastar com a vida do preguiçoso (Pv 6.6). No livro de Eclesiastes, também encontramos esse recurso estilístico nas palavras do sábio: “Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará” (Ec 11.4).
Muitos intérpretes da Bíblia observam que a ideia aqui é a de movimento e imprevisibilidade. O vento está se movimentando o tempo todo e as nuvens são imprevisíveis em seu movimento. E uma metáfora da vida que está em constante movimento e que não pode deixar de ser vivida por causa da sua imprevisibilidade! E o tempo presente no qual se vive e que exige uma tomada de decisão diante dos desafios que ele impõe. Ficar olhando para a vida e se queixar sem tomar uma atitude frente aos seus desafios assemelha-se àquele que apenas olha o vento e as nuvens. Ver a vida passar e passa batido pela vida!
Ed Rene Kivitz observou com muita propriedade:
Apesar de tudo, ele nos aconselha a arriscar, mesmo em um mundo incontrolável e cheio de incertezas. Seu primeiro conselho é “investir”. “Quem não arrisca não petisca”, diz o nosso ditado. Na versão de Eclesiastes, “atire o seu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você tornará a encontrá-lo (1 l.l).
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 141-142.
Ec 11.4 Quem somente observa o vento, nunca semeará. Talvez, para alguns, a natureza não esteja cooperando como deveria, pois atrapalha a agricultura; assim, eles deixam de trabalhar quando deveriam. Não se deve esperar, da natureza,
atos de perfeição. O trabalho contínuo e a espera pela cooperação da natureza são o melhor a fazer. O homem temeroso, que continua observando as nuvens e o vento, perderá sua oportunidade. Este versículo encoraja os homens a entrar em ação, a despeito das aparentes incoerências da natureza. Se você fizer o que puder, então talvez Deus abençoe seus esforços; por outra parte, Ele pode não querer abençoá-los. Mas, independentemente do que aconteça, Deus continua no controle das coisas; Ele decreta todas as regras, garante todas as colheitas, bem como todas as falhas de safra. Mas você não sabe o que ele garantiu para você, portanto continue trabalhando e esperando pelo melhor. Outro tanto se aplica a todos os empreendimentos da vida humana, e não somente às atividades agrícolas. “É inútil tentar resguardar-se de todas as falhas possíveis. Exigir certa medida de sucesso, antes de agir, seria a mesma coisa que nunca agir" (Ellicott, in loc.).
Ec 11.5 Assim como tu não sabes qual o caminho do vento. Encontramos, neste versículo, duas ilustrações das misteriosas operações de Deus na natureza. Considere o leitor estes pontos:
1. O autor continuou a falar sobre o vento, e talvez devamos compreender aqui o vento literal. Nesse caso, a primeira parte do vs. 5 simplesmente continua a falar sobre os ventos mencionados no versículo anterior.
2. Alguns estudiosos pensam que se trata de menção ao sopro da vida que anima o corpo do embrião que se forma no ventre da mãe. Em outras palavras, temos aqui uma repetição do ato criativo de Deus, em Gên. 2.7, quando Ele insuflou no homem o sopro da vida.
3. Ademais, alguns eruditos supõem que se trate de menção ao espírito humano, unido ao embrião, conforme este cresce. Isso se refere ao criacionismo como a explicação da formação do ser humano total. Mas essa ideia é forçada, no versículo, pelo pensamento cristão; ela poderia dar apoio à noção do traducionismo, ou seja, o mistério da concepção inclui a parte espiritual, que não é, então, atribuída a um ato direto de Deus. Em outras palavras, Deus criou o homem para reproduzir-se segundo a sua espécie, o corpo e a alma, e isso faz parte natural da procriação. Mas também é forçar, neste versículo, outra doutrina posterior.
Foram os filósofos estoicos que promoveram essa ideia, que veio a tornar-se uma das explicações do cristianismo, quanto ao complexo humano do corpo e da alma. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia os artigos chamados Criacionismo e Traducionismo. Provavelmente, a primeira destas três posições expressa a interpretação correta.
Além disso, devemos pensar em outro mistério, sobre o qual praticamente nada sabemos, ou seja, como o embrião se desenvolve no ventre materno. Atualmente, sabemos mais do que sabiam os povos antigos, mas nosso conhecimento ainda não encontrou solução para todos os mistérios da concepção. Isso não significa, contudo, que eles não ocorram, ou que os homens não devam procriar, porque isso os faria penetrar em mistérios profundos. Outro tanto se dá com todas as ações e empreendimentos humanos. Os mistérios circundam todas as coisas, mas continuamos agindo e esperando pelo melhor.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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