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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Introdução do livro de Daniel (1) contexto historico



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O livro de Daniel foi (e talvez ainda seja) objeto de algumas controvérsias entre os teólogos. Não por acaso, um crente batista, Willian Miller (ou Guilherme Miller), no ano de 1831, através de uma série de cálculos, popularizou a interpretação de Daniel 8.14 cujo resultado previa a volta de Jesus em 22 de Outubro de 1844. Miller errou na interpretação e até hoje o nosso Senhor não veio!

Anteriores a Willian Miller, outros intérpretes chegaram às conclusões semelhantes: o Jesuíta Manuel Lacunza (1731-1801); o jurista mexicano, Gutierry de Rozas (1835); Adam Burwell, missionário canadense da sociedade para propagação do Evangelho (1835); R. Scott, padre anglicano e, em seguida, pastor Batista (1834); o missionário inglês, Joseph Wolff (1829). Por que um livro bíblico, a Palavra de Deus, traria tantas discrepâncias?
O problema não está na Bíblia, mas em quem a interpreta. Por isso, devemos considerar algumas informações ao iniciar o nosso estudo em Daniel:
Um relato histórico. O conceito conversador e tradicional de que o livro de Daniel é histórico e remonta os próprios dias do profeta era unânime até aparecer a crítica moderna da Bíblia. Ainda assim, não temos razões para mudar este conceito hoje.
O livro. O texto foi escrito em hebraico, entretanto, os capítulos da seção 2.4 a 7.28 foram redigidos em aramaico. Derivado da Caldeia, o aramaico era um idioma popular das relações internacionais do período imperial babilónico.
O Esboço. Este nos ajuda a compreender a unidade literária do livro de Daniel. A estrutura da obra bíblica consta assim: (I) História [1—6] e (II) Profecia [7—12],
(I) História: Daniel na Babilônia [1]; as duas imagens
— o sonho e a estátua de Nabucodonosor [2 e 3]; Dois reis sob disciplina — o orgulho de Nabudonosor e a profanação de Belsazar [4 e 5]; O decreto de Dario [6].
(II) Profecia: As duas visões dos animais-impérios
— os quatro animais / o bode e o carneiro [7 e 8]; A explicação das duas profecias — os 70 anos de Jeremias e os acontecimentos dos últimos tempos [9—12],
Propósito: Revelar o escape de Deus para o Seu povo, apesar das injustiças promovidas pelos impérios pagãos. O profeta Daniel mostra que o Senhor julgará os poderes políticos do mundo que institucionalizam a injustiça. Quando entendemos a unidade literária de Daniel os símbolos e as figuras apresentadas no livro tornam-se complementos do assunto central: a Soberania de Deus.
Revista Ensinador. Editora CPAD. pag. 36.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Daniel é um personagem do Antigo Testamento que os estu- ' diosos o identificam, antes de tudo, como um estadista na corte de impérios pagãos da Babilônia e da Pérsia. Na sua história de judeu criado e formado no palácio do reino de Judá, Daniel não exercia nenhuma atividade religiosa, pois não era da família sacerdotal, nem era um profeta. Entretanto, sua fidelidade a Deus e o seu temor demonstrado, deu-lhe o privilégio de ser alguém que Deus revelaria coisas profundas acerca do futuro do seu povo exilado na Babilônia.
Quando os livros do Antigo Testamento foram organizados, o livro de Daniel não constava na lista dos livros canonizados na primeira reunião de livros sagrados. O livro de Daniel só veio aparecer na terceira reunião de livros (o kethubhim), quando foram reunidos os livros proféticos denominados “os Escritos”. Uma das razões estava no fato de o livro de Daniel ter sido escrito muito tempo depois da maioria dos livros proféticos. O reconhecimento de que seu livro tinha um caráter profético tem o testemunho de Cristo que confirmou a historicidade de Daniel, o qual se referiu a ele como um profeta (Mt 24.15). Os biblicistas e teólogos reconhecem, ao longo da história, que Daniel foi um dos mais importantes profetas de Israel à semelhança de I saí as, Jeremias e Ezequiel. Suas profecias falam de um tempo específico do tratamento de Deus com o seu povo. São profecias relativas ao “fim do tempo”, um período especial no mundo, em que Deus trataria especialmente com Israel e com todas as nações que se levantariam contra o povo de Deus naquele tempo. Suas profecias não são isoladas do restante das profecias bíblicas quanto ao futuro. Fatos e personagens, mesmo que demonstrados numa linguagem figurada, são identificados com outras profecias no Antigo e no Novo Testamento.
A vida e o ministério de Daniel, o profeta e estadista, desenvolveram-se em meio a grandes mudanças e transformações sociais, religiosas e políticas do mundo de então. Com o desaparecimento do Império Assírio em 606 a.C., entra no cenário o poderoso Nabucodonosor que se tornou um dos mais famosos reis de todo o “Fértil Crescente”, cujo reinado durou 43 anos. Nesse período, Nabucodonosor foi um imperador tenaz e conquistador, além de ter restaurado cidades e templos em ruínas, ele construiu canais, represas e portos, contribuindo com a civilização daquela época. Foi ele que conquistou nações e, entre as quais, o reino de Judá e seus príncipes e sábios.
Daniel, Ananias, Misael e Azarias foram os jovens levados cativos, dos filhos de Judá, para o Palácio da Babilônia. A estes quatro jovens, Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e, a Daniel, deu entendimento em toda a visão e sonhos (Dn 1.17). A contemporaneidade de Daniel diz respeito ao fato de que as visões e revelações concedidas por Deus a ele têm uma abrangência profética aos nossos tempos.
Desde o período do cativeiro babilónico, passaram-se aproximadamente 2.500 anos (550 a.C. — 2.014 d.C.) e o profeta Daniel é, indiscutivelmente, um profeta que não ficou restrito ao passado. Daniel é um profeta para nossos tempos; é um profeta contemporâneo. O nome, a vida e a obra do profeta Daniel são um exemplo de um homem que, mesmo estando em circunstâncias adversas, em meio a uma cultura pagã, não perdeu o vínculo com o seu povo e com a sua fé em Deus. No Evangelho de Mateus temos um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus no qual Ele cita o profeta Daniel (Mt 24.15). As profecias de Jesus tinham um caráter especial porque se referiam essencialmente ao povo de Israel. Entretanto, podemos perceber que as evidências proféticas não se restringiam apenas a Israel, mas tinham e têm um alcance e abrangência à toda a humanidade. A preocupação de Jesus era responder a algumas questões que os judeus faziam quanto à vinda do Messias para estabelecer o seu Reino na terra.
Alguns biblicistas e pesquisadores da história bíblica, ao analisarem o livro de Daniel do ponto de vista histórica-crítica, criaram dificuldades para aceitar o conteúdo profético e teológico do livro de Daniel. Porém, o cumprimento de algumas das profecias na história de Israel, não só deram credibilidade ao livro, como serve de base para o cumprimento do restante da profecia para o “fim do tempo” (Dn 8.17). Portanto, o livro de Daniel não pode ser relegado a um papel secundário no cânon das Escrituras. A igreja de Cristo reconhece o valor da história e da profecia desse livro e proclama a Fé no Deus Todo-Poderoso que controla e domina a história.
Para entendermos o livro de Daniel em termos de história e profecia, precisamos conhecer alguns elementos que dão consistência ao seu estudo.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 17-19.
Mt 24.15,16 Jesus advertiu contra a procura de sinais, mas como uma parte final da sua resposta à segunda pergunta dos discípulos (24.3) Ele lhes falou do evento definitivo que iria significar a destruição vindoura.
A abominação da desolação se refere à profanação do Templo pelos inimigos de Deus. Mateus insiste para que os seus leitores entendam as palavras de Jesus à luz da profecia do profeta Daniel, no Antigo Testamento (veja Dn 9.27; 11.31; 12.11).
O primeiro cumprimento da profecia de Daniel aconteceu em 168 a.C., com Antíoco Epifânio, quando ele sacrificou a Zeus um porco no altar do Templo sagrado e fez do judaísmo uma religião ilegal, punível com a morte. Isto incitou a guerra dos macabeus.
O segundo cumprimento aconteceu quando se concretizou a predição de Jesus sobre a destruição do Templo (24.2). Dentro de poucos anos (70 d.C.), o exército romano iria destruir Jerusalém e profanar o Templo.
Com base em 24.21, o terceiro cumprimento ainda está por acontecer. As palavras de Jesus se referem ao final dos tempos e ao anticristo.
No final dos tempos, o anticristo irá cometer o sacrilégio final, colocando uma imagem de si mesmo no Templo e ordenando a todos que a adorem (2Ts 2.4; Ap 13.14,15).
Muitos dos seguidores de Jesus estariam vivos durante a época da destruição de Jerusalém e do Templo, em 70 d.C. Jesus advertiu os seus seguidores para que saíssem de Jerusalém e da Judéia e fugissem para os montes, cruzando o rio Jordão, quando vissem o Templo sendo profanado. Isto provaria ser para a sua proteção, pois quando o exército romano invadisse, a nação e a sua cidade principal seriam destruídas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 142.
Mt 24.15 Ele prediz, mais particularmente, a destruição que viria sobre o povo dos judeus, a sua cidade, o seu Templo e a sua nação (v. 15ss.). Aqui Jesus chega mais perto de responder às perguntas dos discípulos sobre a destruição do Templo, e o que Ele disse aqui será útil para eles, tanto para o seu comportamento quanto para o seu consolo, referindo-se àquele grande evento. Ele descreve os diversos estágios daquela calamidade, como é usual em uma guerra.
1. Os romanos trarão “a abominação da desolação” ao “lugar santo” (v. 15). Considere que: (1) Alguns entendem que uma imagem, ou estátua, colocada no Templo por alguns dos governantes romanos, e que era muito ofensiva aos judeus, os levou a se rebelarem, e desta maneira trouxe a desolação sobre eles. A imagem de Júpiter (um dos deuses do Olimpo), que Antíoco mandou colocar sobre o altar de Deus, é chamada Bdelygma eremoseos
A abominação da desolação, a mesma palavra usada aqui pelo historiador (1 Macabeus 1.54). Desde o cativeiro na Babilônia, nada era, nem poderia ser, mais desagradável para os judeus do que uma imagem no lugar santo, como se pode perceber pela poderosa oposição que eles fizeram quando Calígula se ofereceu para colocar a sua estátua ali, o que teria tido conseqüências fatais, se não tivesse sido evitado, e a questão apaziguada, pelo comportamento de Petrônio. No entanto, Herodes colocou a imagem de uma águia sobre a porta do Templo e, dizem alguns, a estátua de Tito foi colocada dentro do Templo. (2) Outros preferem explicar isso com o trecho paralelo (Lc 21.20): “quando virdes Jerusalém cercada de exércitos”. Jerusalém era a cidade santa, Canaã era a terra santa, e o monte Moriá, que está próximo de Jerusalém, pela sua proximidade com o Templo, era, de uma maneira especial, considerado solo sagrado; o exército romano estava acampado na região ao redor de Jerusalém, e isto teria sido a abominação que produziu a desolação. A terra de um inimigo é considerada como “a terra de que te enfadas” (Is 7.16), de modo que um exército inimigo, para um povo fraco, mas voluntarioso, pode perfeitamente ser chamado de abominação. Diz-se que isto se refere a Daniel, que falou mais claramente do Messias e do seu reino que qualquer outro dos profetas do Antigo Testamento. Ele fala de uma “abominação desoladora”, o que seria feito por Antíoco (Dn 11.31; 12.11),
mas isto a que se refere o nosso Salvador nós temos na mensagem trazida pelo anjo (Dn 9.27) do que aconteceria no final de setenta semanas, muito tempo depois da anterior; pois com o aumento das abominações, ou, como diz a anotação na margem, com os exércitos abomináveis (o que esclarece a profecia),/Ele trará a desolação. Exércitos de idólatras podem ser chamados de exércitos abomináveis; e alguns pensam que os tumultos, insurreições, facções e sedições abomináveis, na cidade e no Templo, podem, pelo menos, ser interpretados como parte da abominação causando desolação. Cristo lembra aos discípulos a profecia de Daniel, para que eles possam ver como a destruição da sua cidade e do seu Templo foi mencionada no Antigo Testamento, o que confirmaria a sua predição e, ao mesmo tempo, removeria a ira da sua profecia. Da mesma maneira, eles poderiam, a partir de então, começar a contar o tempo logo depois da morte do Messias, o príncipe. O pecado cometido quando os judeus o rejeitaram e a certeza da destruição são uma desolação determinada. Assim como Cristo, pelos seus preceitos, confirmou a lei, também pelas suas predições Ele confirmou as profecias do Antigo Testamento, e isto será útil para a comparação de ambas.
Tendo sido feita referência a uma profecia, que normalmente é obscura, Cristo insere este lembrete: “Quem lê, que entenda” . Aquele que lê a profecia de Daniel, compreenda que ela deverá se cumprir então, dentro de pouco tempo, na destruição de Jerusalém. Observe que aqueles que lêem as Escrituras, devem se esforçar para entendê-las, caso contrário a sua leitura terá pouco propósito. Nós não podemos utilizar aquilo que não compreendemos. Veja Jo 5.39; At 8.30.
O anjo que trouxe esta profecia a Daniel o estimulou para que a conhecesse e entendesse (Dn 9.25). E nós não devemos perder a esperança de entender, nem mesmo as profecias obscuras; a maior profecia do Novo Testamento é chamada de “revelação”, e não de segredo. Agora as coisas reveladas pertencem a nós; portanto, elas devem ser investigadas com humildade e diligência. Também podemos compreender não apenas as Escrituras que falam dessas coisas, mas pelas Escrituras devemos compreender os tempos (1 Cr 12.32).
Observemos e prestemos atenção; assim alguns interpretam isso. Que nos asseguremos de que, apesar das esperanças vãs com as quais as pessoas iludidas se alimentam, os exércitos abomináveis trarão desolação.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 315.
Mt 24.15-21 Ainda que alguns intérpretes tomem esta passagem como se referindo exclusivamente à segunda vinda, há nela referências inconfundíveis à destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C .. como é claro no relato paralelo de Lc 21.20-24.
A destruição de Jerusalém era o prenúncio do Juízo Final e, assim, era o sinal da ira vindoura Ele permanece como a declaração incomparável do fim da era antiga e, por isso, é um sinal específico e singularmente importante.
Mt 24.15 o abominável da desolação. A frase é de Dn 9.27; 11.31, onde se refere à profanação do templo por Antíoco Epifânio, em 168 a.C. Antíoco erigiu um altar pagão no templo. Segundo Josefa, ele também sacrificou porcos ali.
Pouco antes do ano 70 d.C., os Zelotes estiveram no recinto do templo, durante a guerra com Roma, e sua presença ali pode ter sido considerada uma profanação. No ano 70 d.C., os romanos entraram no templo com seus estandartes militares, suas insígnias cerimoniais que eram elementos de sua religião. Carregaram os vasos sagrados, inclusive o candelabro, e incendiaram o templo. Esculturas das tropas romanas carregando os vasos são vistas no Arco de Tito, em Roma.
Bíblia de Estudo de Genebra. Editoras Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 1135.
I – A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL
1. A formação histórica de Israel.
Ao estudar o livro de Daniel e para entendê-lo precisamos saber que esse livro não é ficção, mas está intimamente relacionado com todos os acontecimentos deste mundo em relação ao tempo, à geografia e à história. E um livro que tem data e foi escrito em determinada ocasião. Por isso, as profecias, mediante as visões e revelações de Deus dadas ao seu servo Daniel tem respaldo histórico. Os eventos proféticos nos levam a entender o plano divino para Israel e o resto do mundo.
A revelação do projeto de Deus com Israel
Existem fatos na história da humanidade que os historiadores e pesquisadores não conseguem explicar. São os fatos que envolvem a presciência divina. Deus, em sua presciência escolheu um homem do meio da humanidade existente para ser o protótipo de um projeto que o colocaria na história.
Esse projeto começou com um dos personagens mais extraordinários da Bíblia Sagrada chamado Abraão. Ele e sua mulher Sara (Gn 12.1-3) seriam o ponto de partida para o cumprimento desse projeto. De Abraão sairia uma família, uma raça, uma etnia especial que representaria os interesses de Deus na terra. Abraão e Sara, na sua velhice, geraram um filho especial chamado Isaque, o filho da promessa (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque se casa com Rebeca e gera dois filhos, os gêmeos Esaú e Jacó. Do segundo filho Jacó, com uma prole de 12 filhos foi formada uma nação, a nação projetada por Deus. A família de 12 filhos cresceu e, por esse modo, os desígnios de Deus para a semente de Abraão se cumpriam historicamente. Obedecendo ao propósito divino, esta família mudou-se, posteriormente, para o Egito. Naquela terra, a família aumentou em número tornando-se um povo gigantesco. Com a morte do antigo Faraó e morto, também, José, a família proliferou-se na terra do Egito, mas perdeu as benesses do tempo de José e passaram a viver como escravos por quatrocentos anos, até que Deus os tirou do Egito com mão forte e poderosa. Os filhos de Jacó tornaram- se conhecidos como os filhos de Israel. Saíram do Egito, por uma intervenção divina e viveram no deserto por quarenta anos sob a liderança de Moisés. A partir de então, esse povo viveu sob a égide de um governo diretamente de Deus, um governo teocrático, através de homens chamados para esse mister.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 19-20.
Uma retrospectiva histórica
Deus chamou a Abraão. Ele constituiu uma família.
A família tornou-se uma nação. Esta desceu ao Egito, onde permaneceu quatrocentos anos. Deus tirou Israel do cativeiro com mão forte e poderosa. Dez pragas vieram sobre o Egito, desbancando as divindades do maior império do mundo. Israel perambulou no deserto quarenta anos sob a liderança de Moisés. Durante sete anos conquistou a terra, sob a liderança de Josué. Surge a Teocracia no período dos juizes. Esse tempo durou cerca de trezentos anos, quando Israel oscilou entre pecado, juízo, arrependimento e restauração.
Depois da Teocracia veio a Monarquia. Cento e vinte anos de Reino Unido sob Saul, Davi e Salomão. Com a morte de Salomão em 931 a.C., sob o governo de seu filho Roboão, o reino se dividiu em: reino do Norte e Reino do Sul.
O Reino do Norte, formado por dez tribos teve dezenove reis, com 8 dinastias e nenhum rei piedoso. Por causa de sua obstinação e desobediência foram levados cativos em 722 a.C., pela Assíria, e jamais foram restaurados. O Reino do Sul, formado pelas tribos de Judá e Benjamim, procedia da dinastia davídica. Esse reino teve vinte reis e experimentou altos e baixos, momentos de glória e tempos de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus. Esse reino alternou momentos de volta para Deus e momentos de rebeldia.
Porque o povo abandonou a Deus e não quis ouvir sua Palavra, Deus enviou seu juízo sobre a nação. Os caldeus vieram contra eles, e Deus os entregou nas mãos de Nabucodonozor, rei da Babilônia.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 18-19.
A.C. 3000 (+ ou -) – Nasce Noé, que acha graça diante de Deus e foi  escolhido para construir a arca que subsistiria ao dilúvio. Filho de Matusalém, o homem que mais viveu, segundo a Bíblia, que viveu cerca de 969 anos. Noé viveu 600 anos e então veio o diluvio que durou 375 dias. De Noé saíram Sem, Cão e Jafé. Os judeus são descendência de Sem.
A.C. 2160 – Nasce Abrão em Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia, que  viria a ser o patriarca  do povo judeu, possuídos da promessa feita por Deus. O Senhor o chamou e disse para que seguisse no deserto a caminho de uma terra desconhecida. Levando seu sobrinho Ló consigo chegou a Canaã prometida passando mais tarde para o Egito por  causa da fome. Separaram-se Abraão e Ló e Deus lhe  promete um Filho, apesar de sua idade avançada.
A.C. 2060 – Isaque nasce (Gn 21.1-7). Como havia prometido Deus a Abraão, seria ele o primogênito de toda  uma nação sendo um tipo de Cristo. Isaque casa-se com Rebeca e continua a genealogia de Jesus (Gn 24).
A.C. 2000 – Nascem Jacó e Esaú, Jacó usurpa a bênção da  progenitura de Esaú (Gn 27.1-45). Esaú ira-se contra Jacó e este foge em direção a Betel onde teve o sonho da escada   com anjos. Jacó casa-se com Raquel, depois de ter sido enganado por Labão. Jacó e Esaú se reencontra. Jacó luta com Deus no Jaboque e tem o nome mudado para Israel Jacó teve doze Filhos que vieram a ser os doze  patriarcas da tribo de Israel, e uma Filha, Diná.
A.C. 1889 – Nasce José, o filho preferido de Jacó que foi vendido ao Egito por seus irmãos. No Egito prosperou pela mão do Senhor e se tornou ministro. Nesse tempo os Hicsos tinham o poder sobre o Egito por ocasião da queda da  XIII dinastia egípcia.
A.C. 1870 – Jacó e seus filhos descem para o Egito por causa da fome, José apesar de humilhado recebeu-os e cuidou deles (Gn 46). Os hebreus permanecem no Egito por 430 anos.
A.C. 1580 – Nesse período os Hicsos são expulsos. A Síria e a Palestina tornaram-se tributárias de Egito. A terra é  devolvida à coroa e os hebreus são escravizados.
A.C. 1520 - Nasce Moisés. Totmés I governa o Egito. Moisés é colocado nas águas e encontrado pela Filha de faraó (Êx 2).
A.C. 1497 – Totmés I morre e é substituído por Totmés II que reina só quatro anos.
A.C. 1493 – HATSHEPSUT, que resgatou Moisés das águas torna-se rainha do Egito.
A.C. 1480 – Moisés comete um homicídio e foge para Midiã, onde se casa com Zípora, filha de Jetro.
A.C. 1448 – Moisés  é chamado por Deus e volta ao Egito para livrar o povo (Êx 3.1 – 4.31). Depois de contatar com Faraó e  prevalecer através de sinais e prodígios,  entre eles as dez pragas (Êx 5.1 – 11.10) e celebrar a páscoa (Êx 12.1-13.19) o Senhor livra o povo através de Moisés depois de 430 anos assim como havia prometido a Abraão Isaque e Jacó (Êx 2.24).
A.C. 1440 – O povo sai do Egito e vai em direção a terra prometida depois de verem os inimigos se afogarem no mar vermelho (Êx 14). No deserto as águas  do mar se tornam doces (Êx 15) há provisão de cordonizes, maná (Êx 16.1-36) e água da rocha (Êx 17.1-7), depois disso surgem os problemas  domésticos e externos,  como a visita de Jetro e a batalha contra  os amalequitas (Êx 17.8-16) e (Êx 18.1-27). Deus faz chamada ao pacto (Êx 19.1-25) e dá o decálogo (Êx 20.1-21) e as leis litúrgicas (Êx 20.21-26), também as leis civis e criminais (Êx 21.1-22.17) e as leis morais e religiosas (Êx 22.18–23.19), Deus dá ordenanças a respeito do  tabernáculo (Êx 24.15-31.18), que é cumprida mais adiante (Êx 35.1-40.38). É feito um recenseamento (Nm 1.1-46) e Moisés envia espias à terra prometida (Nm 33.50-34.29).
A.C. 1400 – Morre Moisés ao avistar a terra prometida do cume de Pisga, no monte Nebo, nas campinas de Moabe (Dt 34.1-12).
História de Israel. Faculdade internacional de teologia pentecostal. Curso livre de graduação bacharelado.
HISTORIA DE ISRAEL
Quanto a uma lista de artigos que abordam IaraeI por vários ângulos, como a sua religião, a sua lei, a sua ética, o seu reino, etc., ver o artigo desse nome.
Esboço:
I. Definições e Usos do Termo
II. Caracterização Geral
I. Definições e Usos do Termo
Os intérpretes têm dado diferentes traduções para a palavra Israel. Basicamente, significa «Deus esforçase », pois compõe-se de duas palavras hebraicas, yisra e el (esta última um dos termos comuns para Deus, e que significa «íorte»). O verbo hebraico sara significa «esforçar-se». No contexto da primeira vez em que essa palavra é usada no Antigo Testamento (Gen. 32:28), onde Jacó lutou com O anjo e prevaleceu, quando seu nome foi alterado de Jacó para Israel, temos a palavra hebraica sarita, «tendo-se esforçado».
A declaração biblica inteira diz: «Já não te chamarás Jacó e, sim, Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste». O trecho de Gên. 35:10 reafirma a mudança do nome de Jacó. Ali o Senhor diz a Jacó: «O teu nome é Jacó. Já não te chamarás Jacó, porém Israel será o teu nome. E lhe chamou Israel». Dali por diante, o nome Israel aparece por todo o Antigo Testamento, em alternância com Jacó. Visto que a nação hebréia multiplicouse a partir da linhagem de Jacó, o nome Israel veio a designar a nação inteira. Além disso, os patriarcas que dele descenderam .são chamados de «filhos de Israel».
O termo Israel também tem sido interpretado como se significasse «que tem poder diante de Deus», ou então «lutador de Deus». Mas outros interpretam o nome como se fosse «príncipe com Deus». Winder. Em seu léxico hebraico, dá o sentidopugnator Dei. Talvez a melhor tradução de todas seja «Contendor com Deus», porque Jacó, ao lutar com o anjo, tomou isso como uma espécie de confrontação pessoal com o próprio Deus. E chamou o lugar onde a luta ocorreu de Peniel, dizendo: «Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva» (Gên. 32:30). Ora, Peniel significa «face de Deus». A idéia mais ousada de todo o incidente é que Jacó lutara com o próprio Deus, e prevalecera; e, por isso mesmo, foi abençoado de modo todo especial, por motivo de sua diligência e vitória. Por sua vez, a nação de Israel recebeu bênçãos especiais de Deus, como representante dele entre as nações, como agente do desígnio messiânico. Uso do Termo Iarael:
1. Um nome alternativo do homem Jacó. Conforme foi explicado acima.
2. Nome da nação hebréia, descendente de Jacó, com base em Gên. 24:7. Os israelitas eram as doze tribos de Israel, também chamados de «filhos de Israel» (Jos. 3: 17; 7:25; 8:27; Jer. 3:21), «casa de Israel» (Êxo. 16:31; 40:38). A nação inteira foi personificada como se fosse uma pessoa, chamada filho de Deus: «Israel é meu filho, meu primogênito» (Exo. 4:22; Núm. 20:14; Isa. 41:8; 42:24). O primeiro uso extrabíblico, estrangeiro, desse termo, em alusão aos hebreus, aparece em uma inscrição de Meremptâ, Faraó do Egito, em cerca de 1230 A.C. Várias outras ocorrências do nome Israel, em inscrições de inimigos dessa nação, têm sido encontradas.
3. Alguns intérpretes pensam que, em Isa. 49:3, temos um uso messiânico desse termo, referindo-se a Cristo como o Servo de Deus: «Tu és o meu servo, és Israel por quem hei de ser glorificado».
4. Os trechos de Esd. 6: 16; 9:1 e Nee. 11:3 parecem aplicar o termo Israel aos sacerdotes e levitas, destacando-os do restante da nação.
5. O nome Israel foi conferido a dez das tribos, após a divisão dessa nação nos reinos do norte (dez tribos) e do sul (duas tribos). Ver 11 Sam. 2:9,10,17,28; 3:10; 10:40-43; I Reis 12: 1. Em contraste com isso, as duas tribos do sul (Judá e Benjamim) foram chamadas de reino de Judâ, Finalmente, o termo judeu derivou-se de Judâ, tendo chegado a designar todo o povo de Israel. Os réis das dez tribos eram chamados «reis de Israel»; e os reis de Judá e Benjamim eram chamados de «reis de Judâ», Isso posto, os profetas falaram sobre Israel e Judá como nações distintas (Osé. 4:15; 5:3; 6:10; 7:1; 8:2,3,6,8; 9:1,7; Amós 1:1; 2:6; 3:14; Miq. 1:5; Isa. 5:7). Porém, em Isaías 8:14 os dois reinos são chamados de «duas casas de Israel».
6. Terminado o cativeiro babilônico, o termo Israel novamente veio a designar a nação inteira, apesar do fato de que a maioria daqueles que voltaram a residir em Jerusalém pertencia à tribo de Judâ, Mas. por essa altura, o termo «judeu» também se tomou comum, o que é exemplificado nos livros apócrifos e no Novo Testamento.
7. O Uso Espiritual. Algumas vezes há alguma referência ao verdadeiro Israel, ou seja, os fiéis, aqueles que se distinguiam por sua sinceridade e piedade, em contraste com outros membros dessa nação, que não eram tais. Ver Sal. 73:1; Isa. 45:17; João 1:47; Rom. 9:6; 11:26; Gál. 6:16.
8. O Uso Cristão. A Igreja cristã veio a ser chamada de Novo Israel, o Israel espiritual.
II. CaraeterlzaçAo Geral
Apresentamos aqui um sumário da história de Israel, alguns aspectos da qual desenvolvemos com detalhes em outras seções deste artigo.
1. O Pacto Abraãmico (vide).- Esse pacto armou palco para o desenvolvimento e o caráter da nação de Israel; e Abraão foi o pai em quem foram investidas as bênçãos e os desígnios de Deus.
2. A linhagem escolhida passava por Jacô, que recebeu o novo nome de Israel, conforme foi descrito longamente nos parágrafos acima.
3. A nação de Israel desenvolveu-se numericamente no Egito, mas mesmo ali, naquele tempo, conforme mostra a inscrição de Meremptá Icerca de 1230 A.C.), o termo Israel já era aplicado à nação. É provável que esse desenvolvimento se tivesse dado na forma de doze tribos, e que esse arranjo foi confirmado e teve continuação (e não que foi iniciado) após o êxodo (vide). Os filhos de Jacó foram denominados filhos de Israel, por serem tribos que descendiam dele (Êxo 1:1). Os filhos de Jacó foram chamados filhos de Israel, tal como as tribos que deles descendiam (Êxo1:1). Além disso, encontramos as alternativas «tribos de Israel" (Gên. 49: 16,28), «congregação de Israel» (Exo. 24:4) e «casa de Israel» (Êxo, 5:1).
4. O êxodo (vide) fez que a nação que se multiplicara no Egito fosse enviada ao deserto, onde ficou vagueando por quarenta anos. Foi então que a lei foi dada a Israel. A lei, acima de qualquer outro fator, distinguiu Israel de todas as demais nações do mundo. Nesse tempo, a nação tornou-se uma teocracia. Ver o artigo separado intitulado Israel, Constituição de. Isso ocorreu por volta de 1200 A.C.
5. A Conquista da Terra. Diversas datas têm sido sugeridas para essa conquista. A cronologia do Antigo Testamento não é um assunto fácil de deslindar. Uma data padrão para a conquista é cerca de 1200 A.C., mas outros têm sugerido uma data tão remota quanto 1400 A.C. O livro de Josué narra as vicissitudes da conquista.
6. Os Juizes, O livro com esse título conta a história desse período. Israel continuou sendo uma nação teocrática, mas os juizes atuavam como se fossem reissacerdotes, embora lhes faltasse uma completa organização, com o apoio de um exército, conforme sucedia no caso dos reis. A ausência de organização centralizada tendia para o individualismo e o caos (ver Jui. 21:25). O livro de Juízes narra um total de sete apostasias, com sete períodos de servidão e sete nações pagãs opressoras, com sete livramentos correspondentes. O período coberto foi de cerca de trezentos anos, que alguns estudiosos pensam ter começado tão cedo quanto 1400 A.C. Os problemas cronológicos são muitos, conforme nosso artigo sobre esse assunto demonstra laboriosamente.
7. Os Reis. Samuel (vide), o maior dos juizes de Israel, que foi um líder carismático, talvez o líder hebreu mais significativo entre Moisés e Davi, objetou ao estabelecimento da monarquia em Israel; porém, os israelitas queriam um rei que os protegesse, pois isso lhes parecia o melhor método. As guerras e as matanças jamais cessaram; e, para viver dessa maneira era mister contar com forças armadas, o que resultou em um exército permanente, sob o comando do rei. Saul (vide) tornou-se o primeiro rei de Israel. Imediatamente começaram guerras contra os amonitas e os filisteus. Enquanto Saul deu ouvidos aos conselhos deSamuel, as coisas correrem regularmente bem. Porém, quando as hostilidades entre os dois aumentaram, houve uma brecha entre eles, e Saul declinou rápida e perigosamente. Foi morto em batalha contra os filisteus, no monte Gilboa. A ameaça dos filisteus, que sempre fora grande, agora estava mais perigosa do que nunca. A morte de Saul ocorreu por volta de 1010 A.C. Os livros de I e II Samuel nos fornecem os detalhes de sua história.
8. Davi. Ele era membro da tribo de Judá, e foi através dele, um guerreiro decidido e violento, que o jugo filisteu foi quebrado, afinal. Davi havia sido um comandante militar nos dias de Saul, e sua habilidade em combate despertara a inveja do idoso monarca.
Assim, Davi teve de fugir para o exílio, até que as circunstâncias permitiram que ele se tornasse rei. Quando Saul foi morto, imediatamente Davi foi aclamado rei de Judá, Dois anos mais tarde, as tribos de Israel estavam unidas debaixo de seu governo. Davi capturou a cidade de Jerusalém (que então se tornou sua capital), no sétimo ano de seu governo. E os filisteus tornaram-se seus vassalos, através de uma série de brilhantes vitórias. Ele desenvolveu a vida religiosa do seu pais, especialmente organizando a classe dos músicos que serviam no templo. O próprio Davi era um habilidoso músico.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3. Editora Hagnos. pag. 391.
ISRAEL O nome Israel aparece pela primeira vez em Génesis 32.28, dado pelo Anjo do Senhor a Jacó (q.v.) durante seu encontro com ele em Peniel. Jacó havia se recusado a deixá-lo partir até que ele tivesse lhe dado
uma bênção, e assim Deus lhe deu o novo título de Yis-ra'el, declarando que ele havia persistentemente lutado (sarita de sarah, "esforçar-se, persistir") com Deus ('Hohim, cuja forma mais curta é 'El) e prevalecido (isto é, em sua oração sincera). Portanto, parece que o nome significa: "O que luta [persiste] com Deus"; o mais óbvio, "Deus persiste", não se encaixaria muito bem nas circunstâncias desse episódio. De qualquer forma, este se tornou o nome específico para Jacó na aliança, da mesma forma que Abraão havia sido para Abrão (Gn 17.5). A designação nacional do povo hebreu passou a ser "os filhos de Israel" (b*ne Yisrael), ao invés de "os filhos de Jacó", na época em que os membros da família de José multipli-caram-se (Êx 1.9,12) e estavam prontos a deixar o Egito e ir para a terra prometida sob a liderança de Moisés (Êx 2.23,25; 3.9 etc). A expressão "filhos de Jacó", nunca aparece no Pentateuco depois do livro de Génesis (onde ela só aparece ligada aos filhos imediatos de Jacó). Por amor à brevidade, a expressão "os filhos de" foi ocasionalmente omitida, e "Israel" por si só poderia referir-se aos hebreus como uma raça. Assim os perseguidores egípcios no mar Vermelho foram citados dizendo: "Fujamos da face de Israel", quando eles viram-se atolados e ameaçados de destruição (Êx 14.25). Em registros sobreviventes egípcios, os israelitas são citados pela designação geral de Apiru (que parece ter incluído outros grupos cananeus e semitas, e não apenas os hebreus; veja Povo Hebreu). Há uma referência, porém, ao nome de Israel na famosa "Estela de Israel" do rei Merneptah, da 19a Dinastia. Depois de falar de seu êxito militar ao saquear Canaã, Asquelom, Gezer e Ianoã, o hino triunfal declara: "Israel está devastado, mas sua semente não" (ANET, p. 378). O modo egípcio de escrever este nome é "Y-s-r-'-r" (o idioma egípcio não fazia distinção entre oleor até a conquista grega), e é seguido pelo determinativo homem-mu-Iher-plural, indicando que Israel era uma tribo ou nação, e não uma cidade-estado local. Esta inscrição data de aproximadamente 1230 a.C, e assim ela pode referir-se a uma incursão egípcia que deve ter ocorrido durante o período dos juízes.
De forma similar, há apenas uma referência ao nome Israel nas inscrições cuneifor-mes assírias descobertas até aqui, ou seja, na inscrição Balawat de Salmaneser III (ANET, p. 279), que registra a batalha de Qarqar (853 a.C), travada contra Hadadezer de Damasco e Acabe de Israel (A-ha-ab-bu Sir-'i-la-ai).
Os registros assírios existentes referem-se a Israel (especialmente ao Reino do Norte) como "a terra de Onri" (mat Humri), aparentemente porque foi durante o reinado dessa dinastia que os assírios entraram pela primeira vez em contato com a monarquia hebréia (cf. ANET, pp. 281,283-285). Mas na adjacente Moabe, o nome "Israel" era a designação usual, se pudermos julgar a partir das quatro ou cinco referências na inscrição do rei Mesa (aprox. 840 a.C.; ANET, p. 320). Na coleção comparativamente pequena das inscrições fenícias que sobreviveram até os nossos dias, nenhuma referência a Israel foi encontrada; o mesmo é verdadeiro quanto às antigas inscrições aramaicas. No uso bíblico, como já foi mencionado, o nome Israel tem uma conotação de aliança ou teológica, mesmo nos lábios do próprio Jacó. Em Génesis 49.2, ele reúne seus filhos em torno de si para uma bênção final: "Ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel, vosso pai". Então se segue uma caracterização específica de cada um dos 12 filhos, acompanhada de uma profecia de seu papel na vida da futura nação. No versículo 28 lemos: "Todas estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou". Veja Tribo; para as tribos individuais, veja os seus respectivos nomes. Nos dias de Moisés, Yahweh ("Jeová") declara ser o Pai de Israel: "Israel é meu filho, meu primogénito" (Êx 4.22). Em 5.1 lemos: "Assim diz o Senhor, Deus de Israel. Deixa ir o meu povo..." Como "Israel", a nação hebréia deveria representar um papel especial como uma teocracia governada pela lei de Deus especialmente revelada, e Ele deveria ser seu único Rei. O poderoso líder Gideão reafirmou este princípio ao rejeitar a proposta de torná-lo rei sobre Israel, dizendo: "Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o Senhor sobre vós dominará" (Jz 8.23). Mesmo quando um rei humano foi finalmente ungido pelo profeta Samuel, deixou-se claro que ele fora escolhido e eleito pelo Senhor, e estava sob a obrigação de obedecer à sua Lei (1 Sm 10.25; 12.13-15,24,25).
Em sua carreira subsequente, porém, como o primeiro rei de Israel, Saul provou ser infiel à confiança nele depositada, substituindo a vontade revelada de Deus pela sua própria vontade e juízo. Em primeiro lugar ofereceu um sacrifício em Gilgal (1 Sm 13.9,10) como se ele fosse um sacerdote ordenado; e, em segundo lugar, ao poupar o rei dos amalequi-tas e seu gado, apesar da ordem do Senhor de destrui-los completamente (15.17-26). O resultado foi que o Senhor revogou sua designação como rei teocrático (1 Sm 13.13,14; 15.23), e enviou Samuel a Belém para ungir Davi, o filho mais novo de Jessé, embora sob uma condição sigilosa (16.13). Por fim, Saul começou a suspeitar que seu valente jovem harpista, o vencedor do gigante Golias, era seu sucessor escolhido por Deus, e o substituto de sua dinastia (18.29), tornando-se a partir daí obcecado pelo desejo de vê-lo morto (20.31). Uma grande parte do restante de seu reinado foi usada em uma tentativa fracassada de capturar e matar Davi. Finalmente Saul e seus filhos envolveram-se em uma campanha desastrosa contra os filisteus invasores, que o feriram de modo fatal na batalha do monte Gilboa. Após sete anos e meio de uma guerra civil intermitente, o filho mais novo de Saul, Isbosete, foi assassinado, e as dez tribos do norte reconheceram a Davi como seu rei, depois de ele ter reinado sobre Judá e Simeão a partir da época da morte de Saul. Toda essa situação confirmou o princípio de que o rei de Israel tinha que ser escolhido pelo próprio Deus, pois o Senhor seria o responsável por manter sua lei e seu agente sobre a terra.
Como um governante piedoso e dedicado sob o mandato divino, Davi reinou sobre a monarquia unida de Israel. Ele subjugou não só os filisteus, mas também as outras nações vizinhas (edomitas, moabitas, amonitas e sírios de Damasco e Hamate) em uma longa série de campanhas vitoriosas. Davi nunca experimentou uma derrota no campo de batalha. O Senhor o usou para dar a Israel "descanso" de todos os seus inimigos que o cercavam, e para tomar posse de todo o território originalmente prometido à semente de Abraão (Gn 15.18), por todo o caminho a partir do "rio do Egito" (o Uádi el-'Arish) até o Eufrates, em Tifsa (cf. 1 Rs 4.24). De certo modo, a conquista de Canaã não foi concluída até que o Senhor achasse em Davi um homem segundo seu próprio coração (1 Sm 13.14). Foi ele que, como um governante teocrático zeloso, subjugou todos os inimigos de Israel e tomou a cidade de Jerusalém de seus proprietários pagãos, os jebuseus, e assegurou um lugar de descanso adequado e permanente para o santuário do Senhor (de acordo com a promessa de Dt 12.10,11). Contudo, por causa de seu envolvimento nas guerras sangrentas (que ele às vezes conduzia com severidade cruel, cf. 2 Sm 8.2; 12.31), foi negado a Davi o privilégio de construir o Templo (1 Cr 22.8). Entretanto, ele reuniu a maioria dos materiais caros necessários para sua construção, e arquitetou os planos da edificação para que seu filho Salomão executasse a obra (1 Cr 28.11-19). Foi-lhe prometido pelo profeta Nata, falando em nome do Senhor, que Salomão viveria para executar seu projeto e erigir uma linda estrutura para guardar a arca da aliança e servir como um ponto central para a adoração de todo o Israel (2 Sm 7.12,13; 1 Cr 28.5,6). Ainda mais importante do que o Templo em si, era a promessa divina de que Salomão seria uma tipificação do Rei Messiânico que um dia viria para estabelecer o Reino de Deus na terra (2 Sm 7.13; 1 Cr 28.7). Esta promessa fazia parte do anúncio do anjo a Maria: "O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e seu Reino não terá fim" (Lc 1.32,33).
Davi, então, agiu de acordo com o padrão de um rei teocrático responsável para com Deus, sob as condições da aliança. Mas embora tenha recebido cedo a aprovação de Deus em seu reinado, mais tarde ele caiu em um lamentável pecado pessoal na questão de Bate-Seba (com quem cometeu adultério) e no homicídio que tramou contra o marido dela, Urias (2 Sm 11). Depois que o profeta Nata o denunciou em particular por estes pecados, Davi sucumbiu em tristeza e arrependimento e, portanto, foi perdoado e restaurado à comunhão com Deus.
No entanto, ele havia violado tão gravemente seu papel como rei de Israel, que a consequência nociva foi pronunciada: "Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste... Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti" (2 Sm 12.10,11). Isto significava que a violência, a crueldade e a traição iriam infestar a dinastia de Davi por todas as gerações seguintes. Durante a própria vida de Davi, ele sofreu a perda do primeiro filho concebido por Bate-Seba fora do matrimónio; a tristeza do sórdido episódio de seu filho primogénito, Amom, que estuprou sua própria meia-irmã Tamar; e a subsequente vingança de Absalão, que mais tarde matou Amom como um convidado em sua mesa (13.28,29). Ainda mais séria foi a rebelião levantada contra Davi por Absalão, que o expulsou de Jerusalém, o que o levou a refugiar-se em Maanaim, do outro lado do Jordão (17.24). Embora o general de Davi, Joabe, tenha conseguido derrotar as forças perseguidoras de Absalão e matá-lo, os últimos dias de Davi foram vividos sob a nuvem desse pesar. Davi também colocou Israel em dificuldades ao empreender um censo completo das 12 tribos, sem qualquer ordem divina para isso (como Moisés havia recebido nos dias do Êxodo). Na praga resultante que afligiu a nação, nenhum remédio pôde ser encontrado até que Davi comprou a eira de Araúna, o jebuseu (onde o anjo destruidor parou seu curso) e ofereceu sacrifícios ao Senhor no mesmo local que posteriormente serviu para o Templo de Salomão (2 Sm 24). O filho de Davi com Bate-Seba, o sábio Salomão, assumiu a responsabilidade como rei teocrático de Israel sob a direção de Deus. Sua riqueza, sabedoria e prosperidade tor-naram-se proverbiais, e seu prestígio era tal que ele deteve o controle das fronteiras ampliadas do império de Davi sem ter de usar suas grandes e tremendas forças de cavalaria em alguma guerra com os seus inimigos. Mas sua realização mais notável foi a edificação de um lindo Templo, duas vezes maior que as dimensões do Tabernáculo de Moisés (isto é, 60 x 20 côvados, ou aproximadamente 30 x 10 metros), e possuindo dez vezes mais castiçais e mesas da proposição (pois o Tabernáculo havia recebido apenas um de cada). Um enorme altar de bronze para o sacrifício substituiu o altar mosaico menor, e da mesma forma uma imensa pia (5 metros de diâmetro) tomou o lugar da antiga bacia em frente à porta do Templo. Esta estrutura de beleza e suntuo-sidade inigualáveis foi solenemente dedicada ao Senhor como o lugar de encontro entre o Senhor e seu povo da aliança, Israel. Assim, a shekinah (a glória) de Deus desceu sobre o santuário interior mais uma vez, como nos dias de Moisés (1 Rs 8.10,11). Sob o governo de Salomão, então, a monarquia unida de Israel desfrutou de seu mais alto grau de prosperidade e glória. Infelizmente, porém, as limitações constitucionais de Salomão, sob a lei (Dt 17.14-20), não poderiam ser forçadas por nenhuma autoridade humana, tão absoluto era o seu poder. Assim, ele pôde violar com impunidade os mandamentos contra multiplicar cavalos e esposas; e foi a política de permitir que a filha do Faraó adorasse os deuses egípcios em Jerusalém que primeiro levou à introdução da idolatria em seu reinado. Este precedente levou a uma tolerância religiosa em relação a todas as suas outras esposas de formação pagã, e o testemunho do Senhor por parte de Israel foi grandemente prejudicado. Extravagantes programas de construção e dispendiosas despesas do palácio resultaram em uma excessiva cobrança de impostos e no emprego de trabalho forçado, o que fez surgir um antagonismo geral por todo o reino. Dessa forma, preparou-se o caminho para a divisão de Israel nos Reinos do Norte e do Sul assim que Salomão faleceu, e a sucessão caiu nas mãos de seu filho arrogante e violento, Roboão, que prometeu aos seus súditos um governo ainda mais opressivo do que o de seu pai. Isso marcou o fim da monarquia unida e o início do reino das dez tribos, conhecido depois como o Reino de Israel (em contraposição ao Reino de Judá).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 993-995.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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