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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Integridade em tempos de crise (3)



    


III - DANIEL NA COVA DOS LEÕES (Dn 6.16-24)
1. Daniel preferiu morrer a se dobrar diante de um edito maligno (Dn 6.16,17).
Daniel preferia ser sacrificado do que transigir com sua integridade
Daniel não discutiu, nem questionou sua condenação com o rei. Sua convicção era de que o seu Deus o livraria se assim o quisesse. Ele não deixou de orar e de manter seu hábito devocio- nal. Daniel foi denunciado, preso e lançado na cova dos leões. Sua integridade não o livrou da maldade e da inveja dos seus inimigos do palácio. Ele, entretanto, preferiu não confrontar seus inimigos gratuitos, porque suas orações o sustentavam em quaisquer situações. Ter o coração íntegro tinha linha direta com Deus, dando- lhe paz interior para enfrentar aquela situação. Como crentes em Cristo estaríamos dispostos a sacrificar nossa vida e até morrer pelo nome de Jesus? O próprio Jesus declarou que no final dos tempos os verdadeiros discípulos seriam odiados, atormentados e levados à morte.Teríamos novos “daniéis” em nossos tempos modernos?
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 94.
Dn 6.16 Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel. O rei, impotente, e confessando sua impotência, com relutância ordenou que Daniel fosse trazido e lançado na cova onde os leões viviam, tal como os três amigos do profeta tinham sido lançados na fornalha ardente (ver Dan. 3.11,21). Quando Daniel estava sendo arriado na cova dos leões, o rei expressou o desejo de que Deus o protegesse, pois Daniel confiava nele. Isso duplica a situação dos três amigos (ver Dan. 3.17).
A história, como é claro, exalta Judá e Yahweh, à custa do paganismo e de seus inúmeros deuses de nada. E Daniel, profeta genuíno, também é exaltado, às expensas dos profetas do paganismo. O livro de Daniel, em certo sentido, é uma apologia do judaísm o e de sua fé monoteísta tradicional.
Dn 6.17 Foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova. A cova dos leões era uma espécie de abismo, conforme a palavra usada dá a entender. Ao que tudo indica, só havia uma saída, pelo que uma pedra tampou a cova, impedindo que Daniel fugisse. Naturalmente, o idoso profeta não correria muito, mesmo que os leões viessem em sua perseguição! A pedra foi selada com argila, e o pobre rei “assinou” sobre ela com seu sinete, talvez fazendo uma impressão no barro com seu anel real. Isso dizia às pessoas que se mantivessem afastadas sob pena de morte. Ninguém ousaria tentar salvar Daniel, pois, se violasse a marca do anel do rei, essa pessoa seria a próxima a descer à cova. Heródoto (Hist. 1.195) mencionou o costume babilônico de fechar covas e selar a tampa, e esse costume continuou com os persas (Est. 3.12; 8.8,10). Dario afixou seu selo a documentos oficiais, conforme informou Heródoto (ver Hist. 111.128). Cf. I Reis 21.8 e Mat. 27.66.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3399.
Dn 6.16: “Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrara”.
O texto em foco nos mostra o momento cruciante na vida daquele servo de Deus! E evidente que o rei mandou chamar Daniel, por certo, para se certificar de que as testemunhas falavam a verdade. Daniel confirmou que sim. O texto não nos informa o diálogo havido entre o rei e o velho profeta, mas, pela linguagem do mesmo rei, fica demonstrado que houve um diálogo com o rei, antes de Daniel ser lançado. Há grande discrepância entre os comentadores quanto às palavras do rei ao dizer: “O teu Deus... ele te livrará”. Para alguns, o rei disse apenas: “ele que te livre”, mas o texto, em si, parece não autenticar essa interpretação. Ao lançar Daniel na cova, o rei disse categoricamente e com firmeza: “O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará”, Os descrentes, mesmo na ignorância espiritual, sabem que servimos a Deus continuamente. “A religião é para todos os dias e não somente para o tempo em que estamos nos cultos públicos”.
Dn 6.17: “E foi trazida uma pedra e foi posta sobre a boca da cova: e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que se não mudasse a sentença acerca de Daniel”.
"... foi trazida uma pedra e foi posta sobre a boca da cova”. Tem sido interpretado que, a “cova dos leões” onde Daniel foi lançado, tinha duas entradas: a primeira era uma espécie de “rampa” pela qual os animais entravam e a segunda uma espécie de “buraco”, na extremidade superior, pelo qual os animais eram alimentados. Seja como for, Daniel foi lançado ali, e certamente só haveria uma saída, talvez a do teto como já ficou explícito acima. Foi provavelmente para evitar que alguém trouxesse uma corda e a colocasse por aquela porta, que foi trazida uma pedra e foi colocada ali. Para que a entrada da cova não fosse violada, o rei, à semelhança do que fez Pilatos, mandou que trouxessem o selo real (o anel) e o selo de seus grandes, selando assim a pedra. Era esse o costume daqueles dias: selar a entrada duma cova, quando havia nela alguém vivo ou morto. (Ver Josué 10.16 e ss; Dn 6.17; Mt 27.66).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 117-118.
O rei reconhece que todos os homens sábios da Babilónia haviam sido dispensados, pois não conseguiam ler aquelas palavras, e muito menos interpretá-las (v. 16). E: 4. Ele promete dar a Daniel as mesmas recompensas que havia prometido aos sábios caso pudesse fazer a interpretação (v. 16). Era estranho que os mágicos, mais de uma vez, tanto agora como na época de Nabucodonosor, tivessem ficado embaraçados e não tentassem fazer alguma coisa que pudesse salvar o nome deles. E mesmo que tivessem falado com alguma certeza: “Esse é o significado desse sonho, ou dessa escrita”, quem iria desmenti-los? Mas Deus havia ordenado que nada tivessem a dizer, da mesma maneira que aconteceu quando Cristo nasceu e os oráculos pagãos ficaram totalmente emudecidos.
A interpretação feita por Daniel desses caracteres místicos estava longe de aliviar o rei dos seus temores e podemos supor que, ao contrário, até ajudou a aumentá-los. Daniel já era muito velho, e Belsazar era muito jovem. Portanto, parece que o profeta usou de grande liberdade para lidar direta e categoricamente com o rei, muito além do que havia feito em ocasiões anteriores com Nabucodonosor. Ao reprovar qualquer homem, especialmente os grandes homens, é preciso ter sabedoria para considerar todas as circunstâncias, pois os erros que eles cometem podem ser conseqüências dos ensinos equivocados que definiram a maneira de viver deles. No discurso de Daniel, podemos ver que:
1. Ele se oferece para ler os escritos que haviam deixado todos muito alarmados, e também para fazer a sua interpretação (v. 17). Daniel ignorou a oferta das recompensas, e não se mostrou muito satisfeito por terem sido mencionadas, pois não era um homem como aqueles que adivinhavam por dinheiro. Ele recebia com satisfação quaisquer gratificações oferecidas por Nabucodonosor, mas se negava a visá-las em primeiro lugar, ou a ler os escritos para o rei, apenas por causa de, ou em consideração a, quaisquer honras que lhe tivessem sido prometidas. Não. “Os teus dons fiquem contigo, pois não irão te pertencer por muito tempo, e dá os teus presentes a outro, a qualquer dos sábios que gostarias que os tivessem ganhado, pois para mim não têm valor”. Agora, Daniel está observando esse reino como um reino que está dando o seu último suspiro, e por isso despreza as suas dádivas e recompensas. E assim que devemos desprezar todas as dádivas e recompensas que esse mundo pode nos dar se entendermos, através da fé, que o seu momento final está se aproximando. O rei podia oferecer os seus últimos presentes a qualquer outro, pois existem presentes melhores aos quais podemos dirigir os nossos olhos e corações. E com este pensamento que devemos cumprir nosso dever no mundo, prestar todos os verdadeiros serviços que pudermos, ler os escritos de Deus ao professarmos a nossa religião e, através de uma agradável comunhão com o precioso Criador, sabermos a sua interpretação. E, então, poderemos confiar que o Deus bondoso nos concederá as suas dádivas e recompensas. Tudo que o mundo puder nos dar será simplesmente lixo e ninharias quando comparado com as riquezas que o Deus maravilhoso tem reservado para aqueles que o amam e o seguem.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 857.
2. Daniel foi protegido da morte pelo anjo de Deus (Dn 6.22,23).
A confiança do Rei no Deus de Daniel.
“O rei disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará” (6.16-18). Certamente o rei já havia ouvido falar das proezas do Deus de Daniel nos anos em que Daniel esteve naquele palácio. O testemunho da grandeza do Deus de Daniel era uma realidade que aquele palácio não podia deixar de reconhecer. Mais uma vez Deus interfere numa situação que parecia impossível. Daniel era um ancião com mais de 85 anos de idade e seus inimigos não tiveram complacência. Pelo contrário, seus corações eram rancorosos e tudo o que queriam era livrar-se do velho Daniel. O Rei não conseguiu dormir, nem comer. Seu coração estava partido de tristeza. Restou-lhe um pouquinho de esperança de que o Deus de Daniel o salvaria de ser estraçalhado pelos leões naquela cova. Nenhuma ameaça afetaria sua integridade (6.19-22). A proposta de uma lei escondia nas entrelinhas a maldade daqueles homens. A lei tinha que ser cumprida e o rei não poderia voltar atrás depois de assinada (v. 17). Dario, o rei, percebeu que havia caído na mesma armadilha que prepararam para Daniel. Viu-se forçado a cometer uma injustiça em nome do sistema da lei e da ordem. Percebeu que, os pretensos defensores da lei, ao seu redor, armaram uma situação para se cometer a pior injustiça contra um homem íntegro. Por isso, ele se empenhou até ao pôr do sol para evitar aquela injustiça contra Daniel.
Daniel nos deixou o exemplo de que é possível permanecer íntegro mesmo quando somos ameaçados e vítimas de conspiração contra nós. Foi o que aconteceu com Daniel. Seus pares no reino de Dario conspiraram contra ele buscando ocasião para acusá-lo diante do rei.
Integridade é uma palavra que significa “inteireza, ser completo, ser inteiro”. Aprendemos que uma pessoa íntegra não é dividida, não age com duplicidade, não finge, não faz de conta. As pessoas íntegras não escondem nada porque são transparentes em seus comportamentos. Daniel nunca escondeu que orava a Deus e não faria isso escondido dos olhos dos outros. Sua fé em Deus jamais seria negada ou transigida por qualquer pressão política. Os inimigos de Daniel orquestraram uma situação de injustiça em que, Daniel não poderia escapar, nem o rei retroceder.
“E chegando-se à cova, chamou por Daniel “ (6.20,21). O rei estava triste mas guardava a esperança de que o Deus de Daniel era poderoso para livrá-lo. Daniel ouviu a voz do rei e gritou de dentro da cova: “O rei, vive para sempre”, indicando que estava vivo porque o anjo do Senhor o livrou.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 95-96.
Dn 6.22 O meu Deus enviou o seu anjo. Deus, o Poder, a Deidade dos judeus, foi o libertador de Daniel, e o anjo foi o Seu instrum ento. O anjo tinha o poder de manter os leões tranqüilos e sem vontade de atacar o profeta, e foi isso o que ele fez, conform e se entende pelas palavras “fechou a boca aos leões”. Este versículo ensina a realidade do m inistério do anjos.
O fato de Daniel ter sido livrado deveu-se à sua inocência diante de Deus e diante do rei. O rei é que tinha pecado, assinando o ridículo decreto e assum indo uma posição divina, o que não é certo ao homem fazer. Anjos já tinham estado ativos em circunstâncias nas quais os am igos de Daniel estiveram envolvidos (ver Dan. 3.28). A história de Daniel na cova dos leões ilustra um dos atos de fé, conform e registra Heb. 11. V er o vs. 33. Daniel era inocente e leal a Deus, pelo que Deus usou Sua graça para conceder aquele grande milagre. É um exagero fazer aqui do anjo o Cristo pré-encarnado, como se fosse e mesmo anjo que esteve na fornalha ardente. Cf. o versículo com Sal. 34.7,10. O poder de Deus fecha a boca do “leão que ruge" (I Ped. 5.8).
Dn 6.23 Então o rei se alegrou sobrem aneira. Daniel nunca mais foi sujeitado a abusos. O rei ordenou que tirassem o profeta daquele buraco m iserável. Ele não tinha sofrido nenhum dano físico, porquanto havia confiado em seu Deus, na hora de provação. Antes disso, porém, havia dem onstrado extraordinário grau de lealdade, pelo que era o tipo de pessoa da qual se podia esperar um milagre. O paralelo, naturalm ente, é a história dos três amigos de Daniel que foram libertados da fornalha ardente, e as m esm as qualidades morais governaram os dois incidentes. Cf. Sal. 57.4-6 e 91.11,15.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3400.
Dn 6.22: “O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum”.
“O meu Deus enviou o seu anjo”. O escritor da epístola aos Hebreus diz que os anjos são espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Ver Hb 1.14). Não só as Escrituras, mas também a teologia judaica helenista desenvolveu uma noção sobre como Deus faz os anjos servirem aos homens, protegendo- os, ajudando-os, de inúmeras maneiras. Vários versículos do Antigo Testamento refletem algo sobre isso. Em o Novo Testamento, o testemunho também sobre os anjos é abundante: Um anjo anunciou o nascimento de João Batista (Lc 1.11-14), e deu-lhe o nome (Lc 1.13); um anjo anunciou a Maria o nascimento de Jesus (Lc 1.26-37), e deu-lhe o nome (Mt 1.21); Um anjo anunciou a José o mesmo acontecimento. Isso que apresentamos aqui é apenas o início da vasta missão dos anjos no Novo Testamento. Por mais de 175 vezes essas criaturas são mencionadas aí.
6.23: “Então o rei muito se alegrou em si mesmo, e mandou tirar a Daniel da cova: assim foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Céus?’.
“Então o rei muito se alegrou em si mesmo”. Nas páginas áureas da Bíblia Sagrada, aparece a alegria com vários sentidos: Há a alegria de caráter nacional e cultural (Ver o livro de Ester, como exemplo.) Já nas páginas de Deutero- nômio, cap. 12.7 a 12, aparece a alegria como manifestação da piedade familiar; mas, sobretudo nos Salmos, encontra ela acento verdadeiramente religioso e pessoal, expressando a adoração transbordante de regozijo, própria de quem sabe estar na presença de Deus (16.8 e ss.), e conhece sua lei como refrigério da alma (Salmo 119); suas promessas, seu perdão (SI 51), suas libertações. Há também referências específicas de alegria escatológica, como por exemplo em Is 9.1; e, nos últimos capítulos desse livro, ela se desabrocha em alegria cósmica (Exemplificando: 49.13; 120 55.12). No texto em foco, a alegria do rei foi motivada pela grande libertação que Deus deu à pessoa de Daniel. O crente fiel sempre se alegra no Senhor, mas como o monarca não tinha Deus na sua vida, “alegrou-se em si mesmo”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 120-121.
Em nome de Deus, Daniel exibe os artigos que impedem Belsazar de exercer as suas funções. Antes de começar a ler o seu destino, escrito na parede, ele mostra os crimes que o rei havia cometido, para que Deus se mostrasse justificado quando fosse falar, e bastante claro quando fosse julgar. Agora, aquilo que ele expõe como sendo a sua acusação é: (1) Que o rei não tinha tomado conhecimento dos castigos que Deus havia imposto ao seu pai (v. 22): “E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso”. Note que é uma grande ofensa a Deus quando o nosso coração não se humilha perante Ele, não obedece aos seus preceitos, e não acata as suas providências, e também quando não se humilha pelo arrependimento, obediência e paciência. Além disso, ele espera dos grandes homens que humilhem os seus corações reconhecendo que, embora sejam grandes, são responsáveis perante Deus. E também representa severa agravante à altivez do nosso coração quando, embora estejamos suficientemente cientes de que devemos humilhá-lo, não nos importamos em melhorá-lo ou considerá-lo. Isto é particularmente agravado quando sabemos que outros que também não se curvaram ficaram quebrados, e que outros caíram embora não desejassem se inclinar. O problema é continuarmos, mesmo assim, a ser inflexíveis e obstinados. E os pecados dos filhos ficam mais infames se eles seguirem os passos da iniqüidade dos pais, embora tenham visto como isso custou caro para eles, e como foram perniciosas as suas conseqüências. Será que sabendo disso, de tudo isso, nós ainda não nos humilhamos? (2) Que o rei havia afrontado a Deus mais impudentemente do que o próprio Nabucodonosor, pois Daniel havia testemunhado as festanças daquela noite e ficado horrorizado (v. 23): “Te levantaste contra o Senhor do céu”, te encheste de ira contra Ele, e tomaste as armas contra o seu trono e dignidade e, nessa ocasião em particular, profanaste os vasos da sua casa e transformaste os utensílios do seu santuário em instrumentos da tua iniqüidade. E, em um verdadeiro e planejado desprezo contra Ele, exaltaste os deuses de ouro e prata que não podem ver, nem ouvir, e que não sabem nada, como se fossem os teus deuses preferidos, ao invés do Deus que pode ver, ouvir, e que conhece todas as coisas. Os pecadores que decidem permanecer no pecado se satisfazem plenamente com os deuses que não podem ver, ouvir, e que não conhecem nada, porque assim poderão pecar com toda a impunidade. Mas esses descobrirão, para sua confusão, que embora tenham escolhido esses deuses, não serão julgados por esses deuses. Pois o julgamento só será feito pelo verdadeiro e único Deus, diante de quem todas as coisas estão nuas e patentes. (3) Que o rei não tinha correspondido à finalidade da sua criação e manutenção: “A Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, não glorificaste”. Esta é uma acusação geral, e que serve para todos nós. Vamos considerar como devemos agir em resposta a ela. Observe: [1] Nossa dependência de Deus, que é o nosso criador, protetor, benfeitor, proprietário e governador. No princípio, a nossa alma estava em suas mãos, e ela ainda continua nessa situação privilegiada. Pois é Ele que mantém a nossa vida, e, quando decide tirar o fôlego de vida que está em nós, morremos. O nosso tempo está na sua mão, e assim está o nosso fôlego de vida. E através deste que o nosso tempo é medido. E em Deus que nós vivemos, e nos movimentamos, e temos
a nossa existência. Vivemos por Deus e para Deus. Vivemos por causa dele, e sem Ele não podemos viver. O caminho do homem não está em si mesmo, nem sob o seu próprio comando, ou à sua disposição. De Deus são todos os nossos caminhos. O nosso coração está na sua mão, assim como o coração de todos os homens, e até o coração dos reis que preferem se comportar como se pudessem agir da maneira que quisessem. [2] Nosso dever para com Deus, considerando toda essa dependência. Devemos glorificá-lo, nos devotar à sua honra e nos dedicar ao seu serviço, procurando agradá-lo e louvá-lo. [3] Nossa falha ao cumprirmos esse dever, apesar de toda essa dependência. Nós não praticamos esse dever, pecamos e não consideramos a sua glória. Essa foi a acusação feita contra Belsazar, e não havia necessidade de apresentar qualquer prova, pois os fatos gozavam de uma notória evidência, e sua consciência nada podia fazer a não ser se declarar culpada.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 858-859.
3. Deus mais uma vez foi glorificado através da vida de Daniel (Dn 6.22,23,25-28).
Daniel foi protegido da morte pelo anjo de Deus (6.22,23). Os leões podiam estraçalhar seu corpo e deixar exposto apenas o seu esqueleto. Ele não podia fechar a boca dos leões, mas estava certo de que Deus o faria pelo seu anjo. Sem trair sua fé e sua integridade, Daniel não escapou da cova dos leões, mas o anjo de Deus entrou com ele naquela cova e fechou a boca dos leões.
A firmeza da fé de Daniel estava acima de qualquer trama diabólica, por isso, Deus enviou o seu anjo que fechou a boca dos leões que não puderam devorá-lo. Sua comunhão com Deus era algo vital e inalterável na relação entre ambos. A Bíblia declara que “o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (SI 34.7). Dario, o rei estava triste, mas sabia que um milagre poderia acontecer porque o Deus de Daniel era Poderoso e poderia livrá-lo, por isso, foi à boca da cova (fosso) para constatar a possibilidade do milagre, sendo surpreendido pela sua realização.
(6.24,25) A maldição dos inimigos de Daniel caiu sobre a cabeça deles.Todos aqueles homens foram lançados na cova dos leões e estraçalhados, e não escapou nem mesmo suas famílias.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 96.
Dn 6.25 Então o rei Dario escreveu aos povos. “Assim com o Nabucodonosor, no terceiro capítulo, sentiu-se im pelido a assinar um decreto no qual reconhecia a grandeza do Deus dos judeus e convocava todos os seus súditos a respeitá-Lo, também Dario se sentiu im pulsionado a fazer o mesmo, depois do m ilagre que ocorreu com Daniel. De fato, os detalhes desse decreto seguem de perto o padrão de Dan. 3 29 ss., usando palavras e frases que já havíam os encontrado em Dan. 2.44; 4.1-3 e 5.19” (Arthur Jeffery, in loc.).
A terra era o que eles conheciam. O império persa era bastante amplo e abarcava a m aior civilização da época. Foi irônico que o homem que tinha acabado de assinar um decreto, tornando a si mesmo um deus pelo espaço de 30 dias, tenha precisado admitir que existe um Deus verdadeiro, vivo e eterno (ver o vs. 20), que governa o tenpo todo e para sempre e merece a adoração dos homens. A pa z foi m ultiplicada ao povo, quando foram libertados do prim eiro decreto e sujeitados ao segundo. A paz na terra resulta da paz espiritual, quando os homens endireitam os seus cam inhos diante de Deus (Rom. 5.1).
Dn 6.26,27 Faço um decreto. O Deus dos judeus faz-se sem pre presente com os homens em Sua criação, punindo e recom pensando. Isso, no caso de Daniel, livrou-o de maneira m iraculosa. O relato é uma apologia em favor do Deus dos judeus e contra os não-deuses dos pagãos. Cf. este versículo com Dan. 3.29. O Deus libertador, que opera m ilagres diante dos homens, é o Deus vivo (ver o vs. 20), em contraste com os ídolos m ortos que nada podem fazer. Ele encabeça um reino que é perm anente e eterno o tem po todo. Embora a destruição seja a sorte dos reinos terrenos, ela não tem efeito sobre o reino de Deus. Deus domina até o fim, até onde o olho pode enxergar ao longo dos corredores do futuro, em contraste com os reis terrenos, que aparecem e desaparecem . O rei tentara libertar Daniel, mas fora im potente para isso (vs. 14). Deus é quem salva tanto o corpo como a alma (cf. com o vs. 16 e Dan. 3.28,29). Ele emprega sinais e m aravilhas (ver Dan. 4.2). “Que excelente elogio ao grande Deus e ao Seu servo fiel!” (Adam Clarke, in loc.).
Dn 6.28 Daniel, que por essa altura estava com m ais de 80 anos de idade, recebeu certo número de anos a mais, a fim de term inar seu trabalho, prosperar e continuar a buscar e a servir o seu Deus. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! Ele continuava vivo no com eço do reinado de Ciro. Essa inform ação já fora dada em Dan. 1,21, cujas notas devem ser consultadas. Dan. 10.3 m ostra-nos que Daniel continuava vivo no terceiro ano do reinado de Ciro. Daniel tinha prosperado e continuava a prosperar, porque o Espírito de Deus estava com ele.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3400.
Dn 6.25: “Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e gente de diferentes línguas, que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada”.
“A paz vos seja multiplicada”. Esta era uma saudação oriental muito antiga. (Ver Ed 7.12). No campo religioso, porém, a graça é um dom de Deus, que intercala a paz que é o próprio Jesus Cristo: “Ele é a nossa paz” (Ef 2.14-17). Essa paz que Ele estabeleceu é chamada “a paz pelo seu sangue da sua cruz” (Cl 1.20). Por isso a pregação do Evangelho da paz também comporta as exortações: “Viver em paz”, “Ter paz”, e “Seguir a paz com todos”. A saudação do rei Dario, conforme é descrita no presente texto, compreendia o estado de paz que seu reino desfrutava durante a sua gestão. Ele diz: “A paz vos seja multiplicada”.
Ainda o decreto em foco lembra o de Nabucodonosor (3.29); contudo, enquanto o dele fora expresso em termos negativos, no sentido de punir qualquer palavra contra o Deus dos três hebreus, aqui o temor a Deus é positivamente recomendado por toda a extensão do Império. Seja como for, em ambas as passagens Deus é sempre quem triunfa!
Dn 6.26: “Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até o fim”.
O presente texto, repete o designativo “o Deus vivo” visto no versículo 20 do capítulo em foco. Essa afirmativa do rei compreende o pensamento expresso na saudação convencional ao rei humano: “Vive para sempre”, afirmando, contudo, que há um Deus, em relação ao qual, isto é verdadeiro; o seu reino é eterno e jamais terá fim, como aquela dinastia medo-persa que, certamente em breve, chegaria ao seu fim. O Deus vivo de Daniel não é apenas um deus territorial, cujo governo alcança somente uma nação, mas o Senhor de um reino eterno, que alcançará todas as nações quanto à sua extensão, e chegará a todos os séculos, quanto à sua duração. E, portanto, o Milênio de Cristo que está em foco aqui e em outras passagens paralelas.
Dn 6.27: “Ele livra e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele livrou Daniel, do poder dos leões”.
"... sinais e maravilhas...” O termo grego “semeon” era a palavra que comumente significava “sinal” ou “marca distintiva”; mas, nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos, com freqüência é usado para indicar um “milagre didático”, uma “maravilha”, cuja finalidade é a de convencer os homens acerca de uma intervenção divina. A expressão ocorre setenta e sete vezes no Novo Testamento. Sendo que, nos Evangelhos, aparece quarenta e oito vezes. Treze vezes ocorre somente em Atos, oito nas Epístolas de Paulo, sete no Apocalipse de João, e uma vez em Hebreus. No Evangelho de João aparece com o significado de “sinal milagroso”. (Ver Jo 2.11,18, 23). Os sinais operados por Jesus eram operados em resposta a uma necessidade, ou necessidades prementes, porém tinham um significado mais profundo, comunicando ensinos espirituais e contendo elementos proféticos. No texto em foco, ainda que as palavras “sinais e maravilhas” foram pronunciadas por lábios pagãos, contudo, têm o mesmo significado, isto é, convencer os homens acerca de uma intervenção divina.
Dn 6.28: “Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Da- rio, e no reinado de Ciro, o persa”.
"... Daniel, pois, prosperou...” O presente capítulo termina com uma declaração sobre a prosperidade de Daniel no reinado de Dario e de Ciro, o persa: Dario era de uma nação diferente da de Ciro, isso é visto na designação do jogo de palavras: “medo e persa”. Seja como for, Daniel prosperou ali; ele era, sem dúvida, um varão bem- aventurado, como bem descreve o salmista Davi, no salmo primeiro, onde afirma ser o homem fiel "... como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará” (v. 3). Este capítulo seis (6) é a primeira divisão de uma série de doze (12), sendo porém, essa primeira parte histórica, enquanto que, a segunda parte: os seis (6) últimos, são de conotação profética ou de caráter esca- tológico. Neles são desenvolvidos temas de vasto alcance que atravessarão o Milênio de Cristo e entrarão na eternidade. (Ver Daniel 12).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 121-123.
Quando cuidamos de nossa integridade, Deus cuida de nossa reputação. Daniel não podia administrar a orquestração dos seus inimigos, nem fazer o rei retroceder, nem mesmo se recusar a ir para a cova dos leões. Ele não podia tapar a boca dos leões, mas podia manter-se íntegro. Ele podia orar e pôr sua confiança em Deus. Isso ele fez. Cabe a nós manter-nos fiéis, velar pelo nosso testemunho e honrar a Deus com nossa vida. Cabe ao Senhor nos livrar das garras do inimigo. Daniel creu em Deus e o anjo fechou a boca dos leões. Deus livrou Daniel em meio do problema e não do problema. Muitas vezes, Deus não nos poupa das aflições, mas nos livra nelas ou mesmo na morte. Quando cuidamos de nossa integridade, Deus defende nossa causa contra nossos inimigos (Dn 6.24). Daniel saiu da cova dos leões. A maldição dos seus inimigos caiu sobre a cabeça deles (v. 24). Daniel foi exaltado e honrado, enquanto seus inimigos foram desmascarados e destruídos. Quando cuidamos de nossa integridade, Deus nos exalta (Dn 6.28). Daniel viu a Babilônia cair. Ele foi promovido no reino de Dario, o medo, e também no reino de Ciro, o persa. Deus honra aqueles que o honram. Deus é quem exalta e também quem humilha.
Quando cuidamos de nossa integridade, o nome de Deus é exaltado (Dn 6.26,27). Mais do que o nome de Daniel, o nome de Deus foi proclamado e exaltado em todo o império medo-persa. O fim último de nossa vida é glorificar a Deus. Devemos viver de tal maneira que os homens vejam nossas boas obras e glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus.
Dario exaltou a Déus dizendo: 1) Ele é o Deus vivo; 2) Ele é o Deus eterno que vive para sempre; 3) Seu reino jamais será destruído; 4) o domínio de Deus jamais terá fim; 5) Ele é o Deus que livra, salva e faz maravilhas; e 6) Ele é o Deus que livrou Daniel.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 87-88.
O Decreto de Dario (6.25-28)
Embora a reação imediata de Dario tenha sido de corrigir a injustiça que havia feito a Daniel e punir os verdadeiros ofensores, ele foi muito além disso. Ele reconheceu que a verdadeira injustiça tinha sido cometida contra o Deus de Daniel. Na verdade, o decreto que havia colocado Daniel na cova dos leões tinha proscrito a lei do Deus vivo (26) no reino dos medos e persas. Esse édito precisava ser neutralizado por um outro, amplo em seu alcance e específico em suas implicações. Assim, onde o primeiro édito proibia fazer uma oração a qualquer outro a não ser ao rei, o segundo ordenava reverência ao Deus de Daniel em todo o reino. Provavelmente, a verdadeira adoração não pode ser assegurada por um édito real, mas ela certamente pode ser encorajada. A ordem do rei e a declaração de louvor expõem a glória de Deus em termos quase tão abrangentes e claros quanto aquelas proclamadas pelo grande Nabucodonosor, o caldeu. O Deus de Daniel [...] ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao fim. Ele livra, e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra (26-27).
O reconhecimento de Dario acerca do caráter sobrenatural do livramento de Daniel é manifesto em dois termos aramaicos usados no versículo 27 para descrever a obra de Deus — ’athiyn e thiymhiyn, sinais e maravilhas. O substantivo singular ’ath sugere “um sinal ou farol”, ou seja, “um prodígio, um milagre ou sinal”. A segunda palavra, temah, sugere “assombro, perplexidade, admiração”, ou seja, “milagre, maravilha”. O fato de aqueles animais selvagens famintos ficarem com as bocas fechadas, a ponto de deixar o homem de Deus ileso é, de fato, um milagre. Pouco tempo depois, aqueles mesmos animais, libertos do poder que os impedia de atacar, esmigalharam os ossos daqueles que haviam desafiado a Deus. Esse tipo de milagre é totalmente inaceitável para aqueles que insistem em uma explanação natural para cada acontecimento. Mas para aqueles que aceitam a revelação de um Deus que é livre para agir dentro do seu próprio universo criado, esse milagre não é mais impossível do que qualquer outro ato que Ele escolheu para cumprir o seu propósito. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento estão repletos desse tipo de acontecimentos. Dessa forma podemos ver o tipo de Deus que servimos, o Deus vivo [...] para sempre permanente (26).
No capítulo 6, podemos ver a “Coragem e suas Conseqüências”. 1) Coragem para ser fiel (1-10). 2) Coragem testada (11-17). 3) Coragem vindicada (18-23). 4) O Reino de Deus fomentado (25-27) A. F. Harper.
O versículo 28 relaciona os reinos de Dario, o medo, e Ciro, o persa com Daniel, que serviu aos dois monarcas. A história deixa claro que esses monarcas eram co-re- gentes: Dario, o medo, servia na Babilônia sob o reinado de Ciro, que havia consolidado os reinos dos medos e persas e era seu governante reconhecido. Parece que Dario reinou no máximo dois anos. Outras referências mencionam apenas o primeiro ano de Dario (9.1; 11.1).Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 519-520.

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