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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

EDUCAÇÃO DOS FILHOS (3)






Acerca das palavras Não te desamparem a benignidade e a fidelidade (3), Jones e Walls dizem: “Misericórdia (hb. Hesedh; [aqui ‘misericórdia’]) é uma palavra difícil de entender à parte da ideia de aliança. Significa amor da aliança, e só podemos entender a amplitude disso com base no Grande Mandamento e no que é semelhante a ele (Dt 6.5 e Lv 19.18). Verdade (hb. ’emeth [aqui ‘fidelidade’) significa ‘firmeza’ e daí ‘confiabilidade’, ‘estabilidade’, ‘fidelidade’ e ocasionalmente o que a fidelidade exige — realidade e verdade”. Os termos benignidade e fidelidade com frequência estão associados no Antigo Testamento. Eles refletem a fidelidade de Deus às suas promessas. Quando aplicados ao homem, descrevem a integridade no seu sentido mais amplo.
O judaísmo entendeu literalmente as expressões ata-as e escreve-as. Os bilatérios que continham partes das Escrituras eram carregados e usados no braço e na testa (Ex 13.9; Dt 6.8-9; 11.18). No seu sentido mais profundo, benignidade (misericórdia) e fidelidade (verdade) são princípios em que devemos refletir e segundo os quais devemos viver.
EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 365
Pv 4.21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos. Os olhos e o coração fazem parte do quadro da mente atenta e da sensibilidade para com a mensagem espiritual, ditames e promessas da sabedoria e da instrução. Os olhos fixam-se sobre a sabedoria; não se desviam dela para contemplar algo de menor importância. Em seguida, o coração (o homem interior, o homem espiritual) aceita a sabedoria. O coração, pois, torna-se o tesouro da sabedoria. Cf. este versículo com Éxo. 13.16 e também com os “frontais”, que aparecem nesse versículo, onde temos o mesmo tipo de mensagem insistente no tocante à lei: "... coração, como um tesouro escondido na câmara mais interior de uma casa (2.1; 3.3,21; Deu. 6.6)” (Fausset, in loc.). Um bom estudante deve concentrar o coração em sua busca espiritual. Não se trata de algo que foi adicionado à sua vida. Deve ser a sua própria vida.
Não os deixes apartar-se. Cf. Pro. 3,21, cujas notas expositivas também se aplicam aqui. Quanto a “coração”, ver Pro. 2.2. A palavra “apartar-se" envolve os afetos da pessoa. O bom estudante deve amar a lei, na qual reside a sabedoria. Nesse caso, não amará os valores deste mundo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2557.
"Filho meu", é o refrão continuado, em que a Sabedoria assume o papel de pai e exorta o filho a seguir os seus conselhos. O pai também assume o papel de um mestre, ensinando os seus alunos. O pai em casa e o mestre na escola completam o círculo onde se encontra a saúde e a felicidade do jovem. Desde 1:1 até aqui. O apelo é sempre o mesmo: FILHO MEU... É uma aula dada a respeito dos perigos que rondam o aluno jovem, ou o filho descuidado. Neste conselho ou apelo do pai ao filho, a nota é: Atenta para as minhas palavras; aos meus mandamentos inclina o teu ouvido (v. 20). Atenção! diria a mestra aos seus meninos. Atenção! diz o pai ao filho. Cuida-te, e não desprezes as minhas admoestações. O mestre pode pedir atenção porque é reto e justo e deseja que os seus alunos sejam homens de bem na família e não se percam no meio dos perversos. São três os órgãos do corpo humano solicitados a atender a estas ponderações: OUVIDOS - Inclina os teus ouvidos. OLHOS - não deixes que se apartem estes mandamentos dos teus olhos. CORAÇÃO - Guarda-os no mais íntimo do teu coração. O coração é o centro dos afetos e das emoções. O coração que não vibra às coisas boas é porque já está pervertido. O coração, repitamos, é o centro do ser humano (Sal. 119:11 e Luc. 2:19). Maria guardou as palavras do anjo anunciador das boas-novas no seu coração. Esse é lugar onde se guardam os melhores fatos da vida, onde pulsam os bons sentimentos, e a Bíblia até nos informa que. devemos guardar as portas de nosso coração, as portas da boca (Miq. 7:5). Estes mandamentos são vida para quem os acha e saúde para o corpo (v. 22). Vida, e vida longa, saúde e paz são os resultados que obtém quem observa esses ensinamentos.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios.
2. Desenvolvimento moral.
MORALIDADE
A base dessa palavra é o termo mos. (moris), -costume», «vontade», «uso», A ela corresponde a palavra ética, que vem do grego, éthos, um virtual sinônimo de mos. Naturalmente, a moralidade difere, dependendo de cada individuo, e não segue, necessariamente, meros costumes, hábitos ou volições pessoais, conforme a palavra indica, literalmente. Ver o artigo geral sobre a Ética, quanto a uma completa declaração a respeito.
1. Alguns filósofos e teólogos consideram a moralidade como algo natural e humano, objetando às ideias que falam sobre alguma mente divina ou cósmica que controlaria a moralidade. Isso corresponde à ética relativa ou ética situacional. Essa é uma moralidade a posteriori,
2. A moralidade também poderia ser considerada a priori, isto é, dependente de regras que antecedem à experiência, presumivelmente alicerçadas sobre fontes extra-humanas ou sobre-humanas. Esse tipo de moralidade equivale à ética rigorosa ou formal, segundo a qual os homens não estabelecem as regras, mas são obrigados a obedecer às mesmas. Fichte (vide) emprestava à consciência moral um primado tal que ele alicerçou as suas ideias metafisicas sobre a mesma. O categórico imperativo de Kant, segundo ele, seria por demais rigoroso, e não dependente das circunstâncias. Esse categórico imperativo apresenta uma regra geral e absoluta: «Faze somente aquilo que gostarias que se tomasse uma lei universal».
3. Também existe a moralidade das coisas boas.
Essas coisas, embora não reputadas absolutas, são estáveis. Assim, a moralidade não seria algo absolutamente fixo, mas seria estável. As coisas boas valorizadas hoje, serão as mesmas coisas boas valorizadas amanhã. Após longos períodos de tempo, entretanto, poderá haver alguma leve modificação.
4. Poderíamos conceber que a moralidade é derivada do processo evolutivo, e não de poderes divinos, uma variante da primeira possibilidade, acima. As leis morais seriam estabelecidas mediante a experiência, a necessidade e o uso costumeiro.
5. Nietzche ensinava que há dois tipos de moralidade: a moralidade do senhor e a moralidade do escravo. Seriam meras conveniências sociais, e não, necessariamente frutos da vontade de qualquer força divina.
6. Apesar de que ética e moralidade são sinônimos, alguns filósofos, como Santayana (vide), fazem distinção entre uma coisa e outra. Ele considerava a ética como uma disciplina racional. Mas para ele a moralidade nada era senão costume ou hábito, sujeito a desenvolvimento e modificações. Ele distinguia entre formas pré-racionais e pós-racionais de moralidade.
7. Argumentos metafísicos baseados sobre a moralidade. Ver o artigo Moralidade, Argumentos Baseados Sobre a, bem como as referências que damos ali.
A ORIGEM DIVINA ELA MORALIDADE
1. Quase todas as filosofias, bem como a esmagadora maioria das religiões, reconhecem a existência do problema do pecado. A maioria delas oferece algumas sugestões sobre como esse problema pode encontrar solução. O cristianismo, por sua parte, salienta que qualquer moralidade autêntica e duradoura, tem de ter origem divina. A santidade puramente humana não é grande coisa, não é muito pura, e é extremamente vacilante.
2. O Espirito Santo, atuante sobre o espírito humano, provê uma real santidade. O Espirito é o agente do arrependimento e, por conseguinte, do impulso e primeiro passo da santidade. Ele é o autor da santificação (ver I Cor. 6:11 e Rom, 15:16) e, portanto, da santificação continua.
3. Da mesma forma que ele é a fonte da santidade, assim também todas as qualidades morais são inspiradas por ele. O trecho de Gil. 5:22,23, mostra-nos que as virtudes espirituais são um cultivo do Espírito. Ele é, igualmente, a origem de todos os dons espirituais, através dos quais expressamos as nossas excelências (ver I Cor. 12; com suas muitas referências).
4. O alvo final é fantasticamente elevado, a saber, as perfeições morais do próprio Deus (ver Mat. 5:48). Através disso, chegaremos a participar da própria natureza e dos atributos de Deus (ver Efé. 3:19). Eis por que a salvação vem pela graça divina (ver no NTI as notas em Efé. 2:8), porquanto, um alvo tão elevado jamais poderia ser atingido pelos esforços ou pelo mérito humano.
5. É impossível exagerar a importância da moralidade na fé cristã, porquanto é através da transformação moral que se efetua a transformação metafisica. Ninguém poderá jamais compartilhar da natureza de Cristo, a menos que chegue à perfeição moral.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos. pag. 356-357.
I - EDUCANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO, I Tm. 4: 12
Quando a Bíblia nos convida a sermos bons cristãos, ela estampa diante de nós o grande exemplo de vida de Jesus. Seus ensinos foram eficazes na formação do caráter de seus seguidores porque ele vivia aquilo que ensinava. Devido à manifestação dessas qualidades na vida dos discípulos, em Antioquia eles foram chamados, pela primeira vez, de cristãos, At. 11: 26. 
Muitos casais frustram-se na educação de seus filhos por causa de suas próprias incoerências. O conflito entre o que é ensinado e o que é, de fato, praticado leva os filhos a rejeitar, ainda que inconscientemente, suas técnicas educacionais. A falta de exemplo no ensinamento faz com que os pais percam a autoridade sobre seus filhos e, muitas vezes, provoca neles a ira, Ef. 6: 4.
Somente as atitudes de pais fiéis, norteadas pelo Espírito Santo, podem ser base sólida, que permitam educação exemplar, influenciando a conduta de seus filhos.
Autor desconhecido.
Sua própria relação com Deus
Além de aprender sobre a história de Deus na Bíblia, é necessário que nossos filhos escutem sobre nossa própria relação espiritual com Deus, ou seja, nossa história.
Pode ser que os pais se sintam relutantes e titubeiem no momento de compartilhar seu “testemunho” com seus filhos, porque temem soar demasiado religiosos ou simplesmente porque têm certo pudor no que se refere a assuntos espirituais. Peça a Deus ajuda para superar esses sentimentos.
Quando for apropriado, devemos compartilhar com nossos filhos como temos experimentado o amor de Deus, sua misericórdia, fidelidade e até alguma correção que recebemos dele. Se guardarmos estas experiências só para nós, impedimos que o que Deus fez em nossa vida surta efeito na de nossos filhos.
Ao compartilhar nossas vivências, estamos ajudando nossos filhos a apreciar que Deus é real e que intervém em nossa vida diária, se assim o pedimos. Disto se trata falar das coisas de Deus “sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te” (Deuteronômio 6:7).
Algumas das circunstâncias que podemos relatar a nossos filhos podem ser as que nos tenham levado ao batismo (não é necessário entrar em detalhes se caso houve sérios erros), como Deus tem respondido nossas orações e por que cremos nele.
As crianças se beneficiam destas revelações e compreendem melhor como Deus está trabalhando com seus pais. Isto faz com que Deus seja mais real para eles e os aproxima mais a seus pais. Ademais, tudo isso faz com que vejam que todos somos parte do mesmo chamamento, que as promessas de Deus são verdadeiras e que seu caminho de vida funciona.
Jim Servidio. Como transmitir nossa fé a nossos filhos.
EDUCANDO FILHOS PARA DEUS
A boa educação e instrução do lar resultará no aperfeiçoamento do caráter dos filhos, no relacionamento sadio da família, num grande benefício para a sociedade como um todo. Mas o grande objetivo é levar a família a Deus, Js. 24: 15. Por isso, os alvos dos pais devem ser coerentes com os alvos de Deus. Os pais que sentem essa responsabilidade agem da seguinte maneira:
a) Levam seus filhos à casa de Deus e os apresentam ao Senhor. Ana, preocupada com a crise ministerial de seus dias, e pelo fato de não ter condições de gerar filhos, orou insistentemente ao Senhor, I Sm. 1: 11. Quando seu filho, Samuel, nasceu, foi rapidamente apresentado a Deus em cumprimento do voto feito por sua mãe, e tornou-se um dos maiores vultos da Bíblia Sagrada, I Sm. 1: 26-28.  Assim também, José e Maria fizeram com Jesus, Lc. 2: 21-24, conforme a prescrição da Lei, Lv. 12: 6-8 e Êx. 13: 2.
b) Ensinam aos filhos a Palavra de Deus, Dt. 6: 6-7 e 32: 46. Para que o ensino seja eficaz é necessário que esta Palavra esteja, primeiro, no coração dos pais, v. 6. Esse ensino deve ser contínuo, v. 7.  A Palavra deve ser ensinada dentro de casa, nas caminhadas, nas viagens, na hora de deitar-se e de levantar-se.
c) Testemunham dos feitos de Deus, Sl. 78: 4.  Falar daquilo que Deus tem feito é uma maneira de estimular os filhos a crer no grande poder de Deus.
Autor desconhecido.
Pv 22.22 Não roubes ao pobre, porque é pobre. Roubar os pobres é cometer um ato ousado. Isso pode ser feito por meio da fraude ou pelo roubo direto. O significado é que não nos devemos aproveitar dos pobres, que usualmente são impotentes para defender-se. Ver isso em Pro. 14.31. O termo hebraico dal pode significar pobre, débil, fraco, impotente. Quanto aos aflitos, ver Pro. 14.21 e 22.4. Os pobres e aqueles que padecem necessidades de qualquer espécie são presa fácil para pessoas inescrupulosas que podem obter deles o pouco que possuem por meio de ameaças, casos de tribunal, suborno, acusações falsas e até violência.
Em juízo. A porta da cidade era o lugar onde se buscava e se fazia justiça, onde casos fraudulentos eram julgadas perante a lei, além de ser, igualmente, o lugar onde se comerciava e onde negócios tortuosos eram perpetrados. Os pobres seriam os perdedores em todas essas transações desonestas.
Pv 22.23 Porque o Senhor defenderá a causa deles. O vs. 23 completa o provérbio dos vss. 22-23, ao ameaçar a todos quantos quisessem abusar dos pobres. Yahweh (o Senhor, o Deus eterno) defenderá a causa deles. Eles perderiam em juízo, na porta da cidade, mas ganhariam quando seus inimigos fossem julgados, e eles fossem recompensados. Os pobres eram despojados de seus bens, mas aqueles que os oprimiam seriam despojados de sua vida, ou seja, após enfrentar desastres, a vida deles seria abreviada. Morreriam miseravelmente, de morte prematura e/ou violenta. O vs. 23 não tem paralelo nas instruções de Amen-em- Ope, mas o vs. 22 tem. O vs. 23 é uma observação dos hebreus quanto à situação, com paralelo em Pro. 22.16. Ver também Pro. 21.13.
O Paralelo. A primeira declaração (vs. 22) tem paralelo nas Instruções de Amen-em-Ope, no segundo capítulo, e em Pro. 4.4,5.
Cuida de não furtares os pobres, ou de seres valoroso contra os aflitos.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2651.
22.22,23 — A maioria das violações de justiça afeta o pobre e o aflito, pois são frágeis e indefesos. Mas quem faz isso se toma inimigo de Deus, que defenderá a sua causa.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 980.
Pv 22.28 Não removas os marcos antigos. Temos aqui uma simples declaração dupla, sem um segundo versículo que explique o primeiro. Os provérbios de duas linhas são comuns a esta seção (ver Pro. 10.1-22.16). Neste caso, porém, a primeira linha é seguida por uma segunda, sinônima. Por seis vezes, a Bíblia proíbe que se mudem as pedras que marcavam os limites das propriedades. Ver Deu. 19.14; 27.17; Jó 24.2; Pro. 22.28; 23.10; Osé. 5.10. As terras familiares dependiam da permanência desses limites, e cada família israelita era proprietária de terras. Isso fazia parte do conceito de justiça e equidade entre os hebreus e da justa ordem social. Um agricultor, entretanto, facilmente podia ampliar as dimensões
de seu terreno removendo as pedras que marcavam os limites. Essa era uma forma de furto que violava o oitavo mandamento (ver Êxo. 20.15).
Sinônimo. Os antepassados respeitados eram os que tinham estabelecido os limites dos terrenos pertencentes às famílias, e mexer com a justiça antiga, mediante uma perversão moderna, era, realmente, um pecado sério. Os próprios pagãos tinham leis similares (Ovídio, Fast. livro 1, vs. 50). Era sentido que os deuses requeriam e garantiam a preservação das linhas que determinavam os limites.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2653.
22.28 — Os antigos israelitas consideravam o respeito pelos limites (marcos) geográficos como mais que uma questão de propriedade privada. Para eles, era uma questão básica da vida cívica. As pessoas devem ter um certo senso de confiança e justiça pública para a sociedade funcionar.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 981.
Pv 23.10,11 Não removas os marcos antigos. Encontramos aqui outro provérbio de dois versículos. Há cerca de vinte deles na seção à nossa frente. Ver as notas expositivas no vs. 17, sob Apresentação das Declarações.
Décima Declaração
Temos aqui um paralelo das Instruções de Amen-em-Ope, em seu capítulo 6, e em Pro. 7.12-15.
Os limites são sagrados e não podiam ser modificados com impunidade. Representavam a provisão da lei em favor de todo o Israel. Em Israel não havia famílias destituídas de terreno, e os limites garantiam a preservação das terras familiares. Ver Pro. 22.28, onde encontramos declaração similar e onde ofereço a exposição sobre o assunto.
Sinônimo. A segunda linha do vs. 10 reforça o mandamento contido na primeira linha, e o vs. 11 reforça a ambas. O goel, ou seja, o vingador (redentor) sairia atrás do culpado se este tentasse fraudar as terras de uma família. Ver no Dicionário o artigo chamado Goel (Remidor). Algum tipo de vingança seria tomado.
Note o leitor que os vss. 10b-11 são paralelos de Pro. 22.22,23. O homem que fraudasse a questão das terras de uma família injuriava viúvas e órfãos, que dependiam das terras para viver (a segunda linha do vs. 10). Portanto o Defensor (o goel) viria com ira e executaria aqueles homens indignos (vs, 11). Yahweh preocupava-se com filhos sem pais (ver Deu. 10.18; Sal. 10.14,17,18; 68.5; 82.3 e 146.9). Portanto, o fraudador de terras enfrentaria a ira divina. Alguns estudiosos fazem a Palavra “Vingador” (Redentor) ser grafada com inicial maiúscula, conforme faz a nossa versão portuguesa, para dar a entender que esse Vingador é Deus. Isso promete a retribuição divina, mas outras traduções preferem ficar com a idéia do goel humano. “O Poderoso Libertador (Êxo. 6.6) se vingará dos erros cometidos" (Ellicott, in loc.).
“Nada fiques com o que pertence a um órfão. A mais pesada maldição divina cairá sobre aquele que fizer isso... pois, não tendo eles nenhum parente, Deus tomará a causa deles e os vindicará” (Adam Clarke, in loc.). Cf. Jer. 39.10.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2654.
23.10,11 — A tendência dos homens maus de todas as eras é de tirar vantagem dos indefesos. Porém, o destruidor precisa saber que a viúva e o órfão têm um Redentor, um protetor dos direitos da família — e Seu nome é Jesus Cristo.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 981.
Pv 23.13,14 Não retires da criança a disciplina. Encontramos aqui outro provérbio de dois versículos que trata da criação e da disciplina das crianças. Quanto à nota de sumário sobre essa questão, ver Pro. 13.24, com idéias adicionais em Pro. 22.15. Um bom ensino e um bom treinamento, segundo se supunha, obtêm sucesso: crianças sábias seguiam pais sábios, pois a sabedoria é derivada da lei de Moisés, fomentada pelas declarações da sabedoria. Ver os tipos de provérbios na seção de Pro. 22.17-24; e ver em Pro. 22.17 a seção intitulada Apresentação das Declarações.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2654.
23.13-16 — O versículo 13 alerta os pais que hesitam em disciplinar os filhos e são muito permissivos a aplicarem o castigo adequado e implementar limites às crianças. De forma alguma, este provérbio faz alusão à violência. A disciplina com amor não mata a criança birrenta; mas sim, educa.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 981.
Pv 14.22 Acaso não erram os que maquinam o mal? Uma pergunta retórica, no livro de Provérbios, é uma raridade, mas temos aqui uma dessas perguntas. Uma pergunta retórica espera uma resposta tão óbvia que nem é preciso responder. Nosso coração sabe qual é a resposta. É patente que aqueles que planejam o mal são pessoas que erram, as quais, naturalmente, devem esperar o julgamento divino contra o seu desvio. Quanto à palavra maquinam, ver Pro. 3.29.0 coração cheio de planos perversos pensa em todas as maneiras de promover a corrupção. O livro Sabedoria de Salomão 3.9 contém algo similar.
Antítese. Em contraste, aqueles que planejam coisas boas possuirão as virtudes da lealdade e da fidelidade, as quais eles exercerão em favor do próximo, e outras pessoas também exercerão favor em favor deles. Ver Pro. 3.3 quanto à lealdade e à verdade (ou quanto à misericórdia e à verdade, conforme dizem outras traduções). Nossa versão portuguesa diz aqui “amor e fidelidade". O homem bom ganha e exerce essas qualidades espirituais, e Deus também as exerce na direção dele. Cf. Pro. 3.3; 16.6 e 20.28.
Este versículo tem sido cristianizado para fazer com que a penalidade do planejador do mal seja a perdição, ao passo que a recompensa do homem bom seja a salvação. Mas não é esse o sentido do provérbio. O autor está interessado no que acontece a um homem nesta vida e neste mundo.
Pv 14.23 Em todo trabalho há proveito. Pro. 6.10 ss. é uma seção que se volta contra a preguiça. Ver no Dicionário os artigos Preguiça e Preguiçoso, cujas notas expositivas são úteis para ilustrar o valor do trabalho árduo ou labor. Neste versículo, todo labor (quando honesto) é louvado; e somos relembrados que há proveito no labor, em contraste com a pobreza que resulta da preguiça. Quanto a trabalho árduo, ver também Pro. 10.4 e 12.11,24.
Trabalho. No hebraico, éçebh, que basicamente significa “dor” ou “ferimento”, mas é vocábulo usado de modo geral para indicar “trabalho”. Todos sabemos que o trabalho físico árduo pode ser doloroso, e essa palavra hebraica nos faz lembrar desse fato. Não obstante, a injunção é que continuemos a trabalhar, porque a dor sempre traz proveito. O trabalho fazia parte da economia do jardim do Éden (ver Gên. 2.15) e fará parte da economia celestial (ver Apo. 22.3). A preguiça é condenada, e o labor é elogiado. Esse tipo de mentalidade faz parte da espiritualidade.
Antítese. O homem que vive falando em trabalhar, mas nunca trabalha, não deve esperar proveito algum. “Os que falam muito são trabalhadores preguiçosos” (Fausset, in loc). “Menos conversa e mais trabalho é um de nossos antigos conselhos(ingleses) “ (Adam Clarke, in loc.). “Barris vazios são os que fazem mais barulho” (John Gill, in loc.).
Causas da Pobreza, no Livro de Provérbios. 1. A mesquinhez (Pro. 11.24; 28.22). Não dê, e você nada obterá. 2. A pressa (Pro. 21.5). Aqueles que se apressam por enriquecer, ficam descuidados e fracassam. 3. O hedonismo (Pro. 21.17). 4. A opressão (Pro. 22.16). 5. O favoritismo (Pro. 22.16). 6. A preguiça (Pro. 14.23).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2608-2609.
14.22 — As duas palavras de devoção mais importantes da Bíblia são beneficência e fidelidade. Juntas, elas significam fidelidade constante ou lealdade verdadeira. No Novo Testamento, o equivalente grego desta expressão é traduzido como graça e verdade (Jo 1.14) e é usado para se referir ao Senhor Jesus. Quem trama o mal nada conhece destas virtudes.
14.23 — Falar que vai fazer não é a mesma coisa que fazê-lo. Apenas falar leva à pobreza. Só o agir leva às vantagens tão procuradas.
14.24 — Este versículo precisa ser balanceado por outros que aconselham mais prudência. Uma coisa é certa: insensatez só gera mais insensatez, e esta proliferação se dá em alta velocidade.
14.25 — Não devemos esperar mais de uma falsa testemunha do que a falsidade (Pv 14.5), mas podemos descobrir que a verdadeira testemunha não apenas diz a verdade, como também pode salvar inocentes.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 965.
Pv 23.6,7 Não comas o pão do invejoso. Estes versículos formam outra declaração em dois versículos, mas agem como unidade. Existem cerca de vinte desses pares no livro de Provérbios. Ver as notas de introdução, no vs. 17, sob Apresentação das Declarações.
Oitava Declaração
Os vss. 6-7 são paralelos das Instruções de Amen-em-Ope, capítulo 11, e também Pro. 14.5-10. Ver a introdução ao vs. 22 sobre essa obra e seu paralelo no livro de Provérbios. Ver o gráfico acompanhante como ilustração.
A obra egípcia diz como segue:
Não cobices os bens de um dependente,
E não tenhas fome de seu pão.
Quando falhares diante de teu chefe, e ficares embaraçado com suas declarações, tuas lisonjas serão respondidas por maldições, e tuas reverências por espancamentos.
Engoles um bocado grande demais, e deves vomitar tudo de novo.
Dessa maneira, serás esvaziado de teus bens.
É melhor não comer o pão de um homem parcimonioso. Pois ele “cobrará” de ti de alguma maneira. Conforme diz literalmente o hebraico, ele tem um olho mau. Assim, ele se lamentará pelo que tomaste dele e descobrirá uma maneira de adquirir de volta o que pensa que tomaste dele. E te fará algum dano, de qualquer maneira que puder. Cl. Pro. 28.22. Para ele, tu és um ladrão. Ele não considera que a hospitalidade tenha algum valor. Tudo é pura perda para ele.
“Os vss. 1 -3 advertem contra comer gananciosamente no banquete do governador. Os vss. 6-8 advertem contra comer o alimento servido por algum homem pão-duro” (Sid S. Buzzell, in loc.). Em contraste, o homem bom tem um bom olho (ver Pro. 22.9). Ver Pro. 28.22 quanto a outras ideias sobre o “olho mau”.
O vs. 7 deste capítulo esclarece as implicações do vs. 6. Esse homem ganancioso diz: “Come e bebe muito”, mas o seu coração está gritando contra ti, porquanto ele se ressente de estares ali a comer as suas “riquezas”. Para ele, tu és um explorador, tirando vantagem de “sua boa vontade”, como se ele tivesse alguma. Esse homem está “contando as suas perdas”, mas fazendo o papel de um homem generoso. Portanto, é um hipócrita. É melhor guardar distância desse tipo de pessoa e certamente jamais aceitar um convite que ele possa fazer em um momento de fraqueza ou em um momento temporário de disposição para gastar, o que não é típico dele.
Pv 23.8 Vomitarás o bocado que comeste. Este versículo participa do paralelo dado acima, semelhante à obra literária egípcia, no seu capítulo 11, e em Pro. 14.17,18. Podemos considerar participar da oitava declaração, ou formar uma nona. Talvez somente os vss. 6 e 8 sejam realmente paralelos, enquanto o vs. 7 é uma expansão hebraica, posta entre esses versículos.
Se fores tão insensato a ponto de aceitar o convite de jantar da parte de um homem parcimonioso, então os acepipes que tiveres comido serão vomitados. Em outras palavras, em algum tempo, aquele homem do olho mau requererá que lhe pagues de volta o que ele te ofereceu em sua “generosidade” hipócrita. Tu ficarás enojado por esse tipo de generosidade e sentirás vontade de vomitar. E tu ficarás triste por haveres aceitado o convite daquele homem.
Sinônimo. De todas as coisas boas que tu disseste durante o jantar, nenhuma delas terá sido dita em vão. Tu terás dilapidado tuas palavras agradáveis. A conversa durante o jantar foi boa, mas não foi boa, afinal. Tu louvaste o homem por sua generosidade, mas tudo não passava de uma farsa.
Não fales aos ouvidos do insensato. Encontramos aqui um duplo simples de duas linhas, o que é comum e característico da seção de Pro. 10.1-22.17, mas não no caso à nossa frente (ver Pro. 22.17-24.34).
Nona Declaração
O autor prossegue com suas trinta declarações, em imitação aos trinta capítulos da obra egípcia Instruções de Amen-em-Ope. Aqui, os paralelos do capítulo 21 são Pro. 22.11,12. Veras notas expositivas sobre Pro. 22.22 quanto a explicações, e o gráfico acompanhante quanto a detalhes. Diz o paralelo egípcio:
Não esvazies tua alma interior diante de todos, nem estragues (dessa maneira) a tua influência.
A tentativa de ensinar um insensato é uma tarefa impotente e sem agradecimentos. Ele não aprende porque não quer fazê-lo. Tal pessoa não tem respeito pela lei de Moisés, com seus mais de 600 mandamentos para não fazer isto ou fazer aquilo. Tal pessoa não está atrás da sabedoria. Ela tem seu próprio manual, baseado no auto-interesse, e não na espiritualidade.
Insensato. Esta palavra é tradução do termo hebraico kesil, que significa uma pessoa embotada, de cabeça dura, teimosa, não inclinada a ouvir a ninguém.
Sinônimo. Visto que estás te intrometendo em seu negócio desonesto e condenando o seu estilo de vida mediante as tuas instruções, esse homem não te ouvirá meramente, mas também desprezará a tua sabedoria baseada na lei. Esse é um exemplo veterotestamentário de lançar pérolas aos porcos (ver Mat. 7.6). Cf. este provérbio com Pro. 9.8.0 homem bom, em contraste, haverá de amar-te, juntamente com o que disseres, porquanto tu o ajudarás a melhorar a sua conduta.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2654-2655.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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