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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Chamada ministerial (5)





Embora não lhe faltem chaves (Ap 1.18; 3.7), ele deixa a abertura por conta das próprias pessoas. Distancia-se de todos os meios violentos de penetrar no pecador, abordando-o com o amor mais nobre. Não existem hóspedes mais distintos que ele e seu Espírito. Diante dele pessoas se tornam novamente verdadeiros seres humanos, responsáveis até o extremo. Por isso também são culpadas ao extremo quando trancam esse amor do lado de fora.
Quando Jesus entra no recinto daquele que lhe abre? Na sua segunda vinda? Em passagem alguma é ensinado que o Senhor entra em pessoas isoladas na ocasião de sua volta. Ou será que essa entrada sucede quando se celebra a Ceia do Senhor? Como tentamos evidenciar pela tradução, o texto usa uma palavra muito genérica para falar de uma refeição comunitária, que não deveria ser relacionada de imediato com a celebração da Ceia do Senhor: e cearei com ele. Como comparação devem ser observados versículos de João que falam da vinda do Senhor exaltado por meio do Espírito: Jo 14.23,18; 16.7,13,22. Ele passa imediatamente por cada porta que se abre para ele por meio do arrependimento. Lá dentro não há necessidade de esperar pela próxima celebração da Ceia do Senhor.
Sua presença no Espírito Santo (à semelhança de Mt 28.20; 18.20) é caracterizada assim: e cearei com ele, e ele, comigo. Talvez a inversão indique uma troca de papéis. O hóspede torna-se anfitrião. O Jesus que entrou providencia o copo cheio e o pão da vida. Visto que em última análise o arrependimento acontece às suas custas, arrependermo-nos é para nós uma ―obra alegre‖ (Lutero).
Adolf Pohl. Comentário Esperança Apocalipse. Editora Evangélica Esperança.
2. Os dons espirituais e o amor cristão.
No capítulo 12, de sua primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo discorre de maneira inigualável sobre os dons espirituais. Ele termina o capítulo sobre os dons, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31). Na sequência do tema dos dons espirituais, ele continua seu ensino, demonstrando o valor do amor em ação, ou da caridade, no uso dos dons espirituais. E prova, de modo cabal, que os dons sem o amor de Deus não significam nada. O amor, no exercício dos dons espirituais, é o “caminho mais excelente”.
No capítulo 13 de Coríntios, sobre a “excelência do amor”, Paulo refere-se a vários dons espirituais, afirmando que sem amor de nada adianta ter tais dons (1 Co 13.1-3).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154.
I Cor 12.31 A exortação de Paulo em relação aos melhores dons procura corrigir as aplicações errôneas do uso público das línguas. 0 uso privado, que é designado principalmente para a auto-edificação, estava sendo confundido com 0 exercício público. "Melhor" pode ser definido como aquele ou aqueles dons mais adequados a uma determinada situação, e há um exemplo presente: por exemplo, a profecia é funcionalmente "melhor" do que as línguas em público, pois edifica a igreja (14.4-5), a menos, é claro, que a "língua" seja interpretada. Entretanto, 0 exemplo do corpo humano exclui toda classificação de valor de dons (12.22-25). Não se pode tirar legitimamente nenhuma conclusão sobre 0 valor das línguas do fato dela aparecer por último nas listas. 0 autocontrole é uma virtude de menor importância no fruto do Espírito por estar listado por último (Gl 5.22-23)? Usando a mesma lógica, 0 amor deveria ser menos importante do que a fé e a esperança, mas Paulo diz que é 0 maior (1 Co 13.13). Um caminho ainda mais excelente não é uma comparação negativa entre dons e amor, visto que 0 advérbio ainda indica a continuação do assunto. Todas as manifestações do Espírito devem, ao mesmo tempo, manifestar 0 lado do amor, pois 0 amor é a questão definitiva que está por trás de todas as coisas.
PLENITUDE. Bíblia de Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1190.
Dando-lhes a sugestão de um caminho mais excelente, a saber, da caridade, do amor mútuo e da boa vontade. Esse era o único caminho correto para tranquilizá-los e uni-los, e fazer com que seus dons voltassem a ser a vantagem e a edificação da igreja. Isso os tornaria amáveis uns com os outros e preocupados mutuamente, e, portanto, acalmaria seus espíritos e colocaria um fim a seus pequenos ressentimentos e pelejas, suas disputas sobre precedência. De acordo com o apóstolo, apareceriam no primeiro nível aqueles que tinham mais do verdadeiro amor cristão. Note que a verdadeira caridade deve ser grandemente preferida aos mais gloriosos dons. Ter o coração incandescido com o amor mútuo é imensamente melhor do que resplandecer com os mais pomposos títulos, cargos e poderes.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 483.
1Co 12.31b Em 1Co 12.31a Paulo incentivou os coríntios a buscar com zelo os dons especialmente valiosos do Espírito. A essa solicitação ele poderia ter acrescentado sem problemas as explanações de 1Co 14. Pois ali fala do ―valor‖ dos dons espirituais, mostrando porque ―profetizar‖ é mais valioso e importante do que orar em línguas. No entanto, ele interrompe seu raciocínio para dizer aos coríntios algo decisivo. “Muito além disso eu vos mostro um caminho” [tradução do autor]. Não sabemos se o ―muito além disso‖ deve ser ligado ao verbo, como em 2Co 1.8; 4.17 ou se pertence, como adjetivo, ao ―caminho‖. De acordo com a construção da frase ambas as alternativas são possíveis. Na primeira opção o próprio Paulo estaria sob a impressão de que neste momento sua instrução à igreja ultrapassa amplamente tudo o que disse até agora, atingindo aqui seu verdadeiro ápice. No segundo caso estaríamos sendo lembrados de que a expressão ―caminho‖ – sobretudo em Atos – é usada para designar o cristianismo propriamente dito (At 9.2; 24.14; mas também 13.10; 16.17; 18.25). Paulo está mostrando aos coríntios em que consiste a essência do cristianismo e porque ele é um “caminho” tão inusitado, que sobrepuja a tudo.
Segue-se o ―cântico dos cânticos sobre o amor‖. Porém 1Co 13 não tem nada de efusão lírica! Esse capítulo não tem nada a ver com um ―cântico‖. Ele é um dos ensinamentos mais sérios exatamente diante das aflições da vida da igreja de Corinto. É uma poderosa palavra de condenação e ao mesmo tempo uma palavra sobre derradeiras e vívidas certezas.
Paulo escreve sobre o ―amor‖. Este é realmente o conceito central. Mas precisamente por isso Paulo tem um receio perceptível de falar a esse respeito. Parece até que ele já está vendo com que facilidade essa palavra pode ser mal-compreendida. Também na carta aos Romanos ―o amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor‖ é a certeza definitiva e que sustenta a tudo. Porém Paulo seleciona primeiramente a dura palavra da ―justiça de Deus‖, fazendo com que todo o capítulo seja dominado por esse tópico, antes de colocar o amor de Deus diante da igreja em Rm 5.5ss e Rm 8.35-39. De igual maneira ele mencionou o amor pela primeira vez na presente carta apenas em 1Co 8.1. E agora, em 1Co 13, ele o coloca no centro, obviamente com uma intensidade e determinação incomparáveis.
Como todo o NT, ele escolhe o termo agape para ―amor‖, que praticamente não era usado no mundo em que vivia o cristianismo. Ele conhecia o eros, o amor desejoso, que obviamente no caso de alguém como Platão também podia conter o mais nobre anseio, mas que ainda assim não deixa de ser um amor desejoso, voltado para o próprio eu. Com agape, no entanto, o primeiro cristianismo designava a experiência maravilhosa que tivera a partir de Deus em Cristo: um amor que não quer nada para si, mas entrega e sacrifica tudo, especialmente para indignos, culpados, inimigos, para pessoas que não podem retribuir nada nem
agradecer realmente. Por isso esse agape é em primeiro lugar e em sua origem o amor de Deus (1Co 13.13; 1Jo 4.16), o amor de Cristo (2Co 5.14; Gl 2.20), o amor do Espírito (Rm 15.30). Ele não é uma possibilidade humana, não é a ―maior virtude‖. Muito menos ele é o que corriqueiramente entendemos por ―amor‖, até mesmo por ―amor cristão‖. Até mesmo o mundo é muito bem capaz de produzir, sem o cristianismo, um pouco de cordialidade e disposição para ajudar. O costumeiro ―amor cristão‖ verdadeiramente ainda não seria o caminho para “muito além disso”. Ele ainda não é o ―fazer a mais‖ de que Jesus falou em Mt 5.43-48. O agape somente pode ser proporcionado em Cristo por intermédio do Espírito Santo (Rm 5.5b) como uma realidade radicalmente nova, oposta à velha natureza egocêntrica. Assim, porém, ele é o que importa no ser cristão agora e na eternidade.
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.
3. A necessidade do fruto do Espírito.
Este estudo não estaria consistente, se não fosse abordado, ainda que resumidamente, o tema do fruto do Espírito Santo na vida dos salvos. Acima, vimos que os dons espirituais sem amor nada significam para Deus. E o fruto do Espirito — O amor (G1 5.22) — é o que faz a diferença entre um crente salvo e um crente perdido. O que tem dons de Deus, ou dons do Espírito Santo, necessita ser coberto pelo amor de Deus em seu coração, e em suas ações. Por isso, Paulo diz que “A caridade [o amor, em outras versões] é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5 — colchete inserido).
A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do crente. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses”, ou seja, não é egoísta (1 Co 13.5), “não se irrita”, ou seja, não permite que o crente viva irritado com os outros, o tempo todo, e não dá lugar a suspeitas infundadas, como o texto citado bem evidencia. O dom do Espírito deve ser exercido com amor e humildade, sem presunção ou orgulho (1 Co 13.4).
O uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta de maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé. A igreja de Corinto possuía em seu seio todos os dons, mas os crentes não estavam maduros na fé. Diz Paulo: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens (1 Co 3.1-3 — grifo nosso).
Exortando a igreja, Paulo diz da necessidade de deixarem de ser meninos na fé. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Co 13.11). A prática do fruto do Espírito, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a meninice espiritual, e leva o crente a alcançar a maturidade espiritual, como diz Paulo: “logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. É a falta do fruto do Espírito da temperança, da bondade, da benignidade e acima de tudo do amor, que tem sido causa de escândalos e decepções nas igrejas.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 156-157.
5.22-23 Essas virtudes são caracterizadas como fruto em contraste a "obras". Somente o Espírito Santo pode produzi-las, e não nossos próprios esforços. Um outro contraste é que, enquanto as obras da carne são mais de uma, o fruto do Espírito é um e indivisível. Quando o Espírito controla completamente a vida de um crente, ele produz todas essas graças. As três primeiras dizem respeito à nossa atitude em relação a Deus, a segunda tríade lida com os relacionamentos sociais, e o terceiro grupo descreve os princípios que guiam a conduta de um cristão.
PLENITUDE. Bíblia de Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1220.
Gl 5.22,23 A apresentação da palavra “fruto”, por Paulo, está cheia de significado. Com ela, Paulo queria transmitir o significado de uma colheita cheia de virtudes. O fruto é um subproduto; leva tempo para crescer e requer cuidado e cultivo. O Espírito produz o fruto; a nossa função é entrar em sintonia com o Espírito. Os crentes exibem o fruto do espírito, não porque eles trabalham nele, mas simplesmente porque o Espírito controla as suas vidas. O fruto do Espírito separa os cristãos do mundo mau e sem Deus, revela o seu poder dentro deles, e os ajuda a serem mais parecidos com Cristo na sua vida cotidiana. Em contraste com a lista que se segue, Paulo não descreveu estas características como sendo óbvias. As primeiras residem em nós; as outras vêm como resultado da presença do Espírito.
Mais uma vez, as características classificam-se em categorias. As três primeiras são interiores e só podem vir de Deus:
• Caridade (ou amor) - este é o amor como demonstrado por Jesus, que é auto-sacrificial e imutável, e como demonstrado por Deus, que enviou seu Filho para morrer pelos pecadores (Rm 5.5). O amor forma a base para todas as demais características do fruto aqui listadas. Em outra passagem, Paulo subdivide o amor em vários componentes (veja 1 Co 13), para que o “amor” (ou caridade) passe a ter pouca semelhança com o significado emocional tão frequentemente atribuído à palavra.
• Gozo - uma alegria interior que persiste apesar das circunstâncias externas. Esta característica tem pouco a ver com felicidade e pode existir em tempos de infelicidade. É uma satisfação profunda e saudável que continua mesmo quando uma situação na vida parece vazia e insatisfatória. O relacionamento com Deus, por meio de Cristo, preserva-se mesmo nos desertos e vales da vida.
• Paz - uma tranquilidade interior e uma fé na soberania e na justiça de Deus, mesmo face a circunstâncias adversas. É um profundo concordar com a verdade de que Deus, e não nós, é quem está a cargo do universo.
As três seguintes dizem respeito ao relacionamento de cada crente com os demais:
• Longanimidade (ou paciência, de acordo com a versão NTLH) – suportar pacientemente as pessoas que nos irritam continuamente. A obra do Espírito Santo em nós aumenta a nossa tolerância.
• Benignidade - agir com delicadeza, com benevolência com relação aos outros, como Deus fez conosco. A benignidade toma a iniciativa de responder às necessidades das outras pessoas.
• Bondade — estender a mão para fazer o bem aos outros, mesmo que eles não o mereçam. A bondade não reage ao mal, mas absorve a ofensa e reage com ações positivas.
As três últimas apresentam traços mais gerais de caráter, que deveriam guiar a vida de todo crente:
• Fé (ou fidelidade, de acordo com a versão RA) - a pessoa que é confiável, digna de confiança.
• Mansidão - a pessoa é humilde, considera os demais, sujeita-se a Deus e à sua Palavra. Mesmo quando a ira é a resposta adequada, como quando Jesus limpou o Templo, a mansidão conserva a expressão da ira orientada na direção correta. A mansidão aplica até mesmo a força na direção correta.
• Temperança (ou domínio próprio, de acordo com a versão RA) - o domínio sobre os desejos humanos pecaminosos e a sua falta de controle. Ironicamente, os nossos desejos pecaminosos, que prometem auto-realizaçáo e poder, inevitavelmente nos levam à escravidão.
Quando nos rendemos ao Espírito Santo, inicialmente sentimos como se tivéssemos perdido o controle, mas Ele nos leva a exercer o autocontrole que seria impossível somente com as nossas próprias forças. Deus deu a lei para tornar as pessoas conscientes dos seus pecados e restringir o mal. Mas ninguém faria uma lei contra as características deste fruto (virtudes), pois elas não são nem pecaminosas nem más. Na verdade, uma sociedade onde todas as pessoas agissem assim precisaria de poucas leis. Como Deus, que enviou a lei, também enviou o Espírito, os subprodutos da vida cheia do Espírito harmonizam-se perfeitamente com o objetivo da iei de Deus. Uma pessoa que exibe o fruto do Espírito satisfaz a lei muito melhor do que uma pessoa que mantém os rituais, mas tem pouco amor no seu coração.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 297-298.
O Fruto do Espírito (5.22,23)
O contraste entre a carne e o Espírito atinge um clímax adequado quando Paulo faz a lista do fruto do Espírito (22). No âmago de sua exortação há o apelo para que o crente seja atraído pelo fruto ao mesmo tempo em que é repelido pelas “obras”. Embora Paulo aceitasse a opinião prevalecente na igreja primitiva, que dizia que a presença e atividade do Espírito eram evidenciadas pelos dons sobrenaturais,59 ele reconhecia que estas não eram necessariamente prova de caráter moral. Por conseguinte, deu o mais sublime valor e destaque ao fruto do Espírito, que se relaciona diretamente às qualidades éticas e morais.60
Dos versículos 22 e 23, Alexander Maclaren analisa “O Fruto do Espírito”. Ele mostra: 1) Os três elementos do caráter; 2) A unidade do fruto; 3) A cultura da árvore; 4) Este é o único fruto digno.
A escolha de Paulo do termo fruto é importante quando comparado com “obras”. “Uma obra é algo que o homem produz para si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que não é dele mesmo. O homem não pode fazer o fruto.”61 E frequente a observação de que o fruto está no singular. Embora indique a unidade das virtudes cristãs, não devemos dar muito foco a esse quesito, porque Paulo usa constantemente a forma singular quando o termo tem um significado figurativo.
a) Amor (5.22). Paulo está dizendo que estes produtos são resultado do Espírito divino operando no espírito humano. A lista do apóstolo começa necessariamente com agape (caridade; “amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA), porque este é a maior de todas as virtudes (cf. 1 Co 13.13), é o manto que une tudo com perfeição (cf. Cl 3.14). O amor cristão é uma categoria abrangente e fonte exclusiva dos outros frutos, no mesmo sentido em que o tronco sustenta os galhos, ou o prisma quando reflete as cores da luz. Considerados desta perspectiva, os frutos que se seguem são amor em ação e expressões descritivas do agape (ágape, amor, amor-caridade).
A palavra grega agape é um termo distintamente cristão, criado da necessidade de descrever adequadamente o evangelho da nova criatura.66 Mais adiante, o termo agape é usado primariamente para se referir ao amor que os indivíduos têm, ou deveriam ter, uns pelos outros, que é reflexo do amor de Deus por eles. Eles devem fixar seu padrão de acordo com o padrão do Senhor. A definição de Barclay é concisa e abrangente: ‘Agape é benevolência inconquistável, boa vontade imbatível”. Como tal, é uma preocupação compartilhada e uma identificação generosa com as necessidades dos outros. Esta preocupação abrange tudo, embora as pessoas que a recebem sejam indignas; resulta na transformação de quem é amado e de quem ama. Agape por vezes é mal-entendido e confundido com o conceito de amor aceito hoje em dia. Mas há uma diferença. Em vez de ser um sentimento impulsivo pelo qual a pessoa é levada, agape é a resposta da pessoa inteira envolvendo a vontade, o sentimento e o intelecto. Não é fraco e nocivamente permissivo, mas forte e disciplinado.
Talvez a melhor definição de agape seja o que ele faz e o que ele é. Este tipo de amor tem de agir com generosidade e perdão expansivos. O amor cumpre a lei (14), proporcionando atmosfera que caracteriza e motiva a totalidade da vida cristã (cf. Ef 5.2). Ele habilita a verdade — que frequentemente dói — para que seja falada como pedido e não como ofensa (cf. Ef 4.15). É o laço que une o corpo de Cristo (cf. Cl 2.2); evitando que a liberdade se transforme em licenciosidade (13) e edificando os membros do povo de Deus (cf. 1 Co 8.1; Ef 4.16), enquanto vivem juntos em paciência (cf. Ef 4.2; Rm 14.15).
Não surpreende a conclusão de Paulo de que agape deva ser a “busca”69 do crente. Ele não deve se satisfazer com recompensa menor. Contudo, isto não é algo que parte dele próprio. Compreensivelmente, o “caminho ainda mais excelente” (cf. 1 Co 12.31) não é opção fácil. Talvez alguém pergunte: “Quem poderá, pois, salvar-se?” (Mc 10.27). A resposta não poderia ser mais apropriada: Tara os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis”! Pelo visto, este é o fato mais importante sobre agape. No uso cristão, veio a representar uma qualidade divina. Deus não só nos ama, Ele ama através de nós (13), “porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). O amor é o finito do Espírito.
b) Alegria e paz (5.22). Os próximos dois frutos do Espírito têm relação vital um com o outro. Gozo (chara) é a “alegria” (BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA) ou felicidade que irradia da vida do crente — uma expressão externa de paz interior. Em si, a alegria é vista e conhecida pelos outros. Esta é a atmosfera do Novo Testamento. O cristão basicamente infeliz é uma contradição. O Reino de Deus é caracterizado por alegria (gozo), junto com justiça e paz (cf. Rm 14.17).
A forma comum de saudação no grego secular era “regozijai” (chairein). Ainda que isto não tenha significado mais específico que o moderno “Como vai?”, deve ter havido nova significação para os alegres homens de fé. Embora não seja saudação distintamente cristã, era usada de vez em quando no Novo Testamento. Barclay captura o espírito de tal saudação com: “Que a alegria esteja com você”.(estudalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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