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terça-feira, 30 de maio de 2017

Estudo livro de Exôdo (5) מחקר שמות

                                      

 Livro de Êxodo


No livro de Gênesis vemos a criação, a Queda e o projeto de redenção divina para a humanidade. Deus chama Abraão e promete que de sua descendência todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gn 12.3). Já no livro de Êxodo podemos ver o povo hebreu, descendência de Abraão, sendo resgatado da escravidão e tornando-se uma nação a fim de que o plano redentivo do Pai alcançasse toda a humanidade. Deus é fiel! Seus propósitos jamais serão frustrados (Jó 42.2). O propósito de Deus não era apenas libertar Israel do cativeiro egípcio, mas também todos aqueles que um dia iriam crer em Jesus Cristo, o Libertador. Na antiga aliança a redenção do homem era por meio de sacrifícios e por isso um animal puro e inocente deveria morrer. Era impossível ao homem se aproximar de Deus sem sacrifício. Cristo, nosso libertador, derramou seu sangue no Calvário para nos resgatar da escravidão do pecado de uma vez por todas.
Podemos dividir o livro de Êxodo em três partes principais: Israel no Egito (1-5), a travessia do mar Vermelho ao Sinai (16-18) e Israel no Sinai (19-40).

Um bebê é salvo

No livro de Êxodo encontramos a biografia de Moisés, o autor. Vemos que ele foi salvo da morte porque seus pais, em especial sua mãe, eram pessoas de fé. A fé fez com que Joquebede acreditasse que Deus poderia salvar seu filho da ira de Faraó. A fé fez também com que ela elaborasse um plano brilhante que livraria seu bebê e o colocaria em segurança até a idade adulta. O plano de fé de Joquebede ainda permitiu que seu filho recebesse uma educação de primeira, sendo que ela ainda receberia o pagamento por isso. Este é o primeiro milagre narrado no livro de Êxodo. A vida de Moisés foi um milagre de Deus. Você crê em milagres? Deus não mudou. Ele também tem poder para livrar sua família e seus filhos do poder destruidor do Inimigo.


Um dos doutores da sua lei, ao qual eles dão o nome de escribas das coisas santas e que passam entre eles por grandes profetas, disse ao rei que naquele mesmo tempo deveria nascer um menino entre os hebreus, cuja virtude seria admirada por todo o mundo, pois aumentaria a glória de sua nação e humilharia o Egito, e cuja reputação seria imortal. O rei, assustado com a predição e seguindo o conselho daquele que lhe fazia essa advertência, publicou um edito pelo qual ordenava que se deveriam afogar todas as crianças hebreias do sexo masculino e ordenou às parteiras do Egito que observassem exatamente quando as mulheres fossem dar à luz, porque não confiava nas parteiras de sua nação. Esse edito ordenava também que aqueles que se atrevessem a salvar ou criar alguma dessas crianças seriam castigados com a pena de morte, juntamente com toda a família.
Um hebreu de nome Anrão, muito estimado entre os seus, vendo que a sua mulher estava grávida, ficou muito preocupado, por causa do edito que iria exterminar a sua nação. Recorreu então a Deus, rogando-lhe que tivesse compaixão de um povo que sempre o havia adorado e fizesse cessar a perseguição que os ameaçava de ruína total. Deus, tocado por aquela oração, apareceu-lhe em sonho e disse-lhe que esperasse: que Ele se lembrava da piedade do povo e da de seus antepassados; que os recompensaria agora, tal como havia recompensado aqueles; que era por essa consideração que os fizera multiplicar-se, desde Abraão, quando este partiu sozinho da Mesopotâmia para a terra de Canaã, a quem Ele cumulou de bens e tornou a mulher fecunda, e os sucessores dele, aos quais outorgou províncias inteiras: a Arábia a Ismael, Troglodita aos filhos de Quetura e o país de Canaã a Isaque; que eles não poderiam sem ingratidão e mesmo sem impiedade esquecer os felizes êxitos obtidos na guerra pela aliança com Ele; que o nome de Jacó se tornara célebre, tanto pela felicidade na qual viveu quanto pela que legou aos seus descendentes como um direito hereditário, e porque, havendo chegado ao Egito com setenta pessoas somente, a sua posteridade multiplicou-se, atingindo o número de seiscentos mil homens; que se tranquilizassem, pois teria cuidado de todos em geral e dele em particular; que o filho de que a sua mulher estava grávida era o menino de quem os egípcios temiam tanto o nascimento e por causa de quem faziam morrer todos os meninos dos israelitas; que ele viria, contudo, felizmente ao mundo, sem ser descoberto pelos encarregados daquela cruel devassa; que ele, contra todas as esperanças, seria criado e educado e libertaria o seu povo da escravidão; que tão grande feito eternizaria a sua memória, não somente entre os hebreus, mas entre todas as nações da terra; que, por mérito dele, o seu irmão seria educado até tornar-se um grande sacerdote, sendo que todos os descendentes deste seriam honrados com a mesma dignidade.

Miriã, irmã do menino, por ordem de sua mãe, foi para o outro lado do Nilo ver o que aconteceria.Como o berço flutuasse ao sabor das águas, Termutis, filha do rei, que passeava pela margem do rio, avistou-o e ordenou a alguns dos que a acompanhavam que a nado fossem buscá-lo.
A princesa logo ordenou que fossem procurar uma ama. Veio uma, porém a criança não quis mamar e recusou todas as outras que lhe trouxeram. Miriã, então, fingindo lá encontrar-se por acaso, disse à princesa: "É inútil, senhora, que mandeis chamar outras amas, pois elas não são da mesma nação que esta criança. Se tomardes uma ama hebreia, talvez ele não sinta aversão". Termutis aprovou a ideia e disse-lhe que fosse procurar uma. Ela foi imediatamente para casa e trouxe Joquebede, que ninguém conhecia, para ser a ama da criança, a qual deu-lhe de mamar.
Moisés, isto é, "salvo das águas", como sinal de um estranho acontecimento, pois mo, em língua egípcia, significa "água", e isés, "preservado".
Era o sétimo desde Abraão, porque Anrão, seu pai, era filho de Coate, Coate era filho de Levi, Levi era filho de Jacó, Jacó era filho de Isaque e Isaque era filho de Abraão.Recebi-o em meus braços, resolvi adotá-lo e vo-lo ofereço como sucessor, pois não tendes filhos". Com essas palavras, ela o colocou entre os braços do rei, que o recebeu com prazer e, para obsequiar a filha, estreitou-o nos braços, colocando-lhe o diadema sobre a cabeça. Moisés, como uma criança, que se diverte, tirou-o e o jogou ao chão, pisando-lhe em cima.
Essa ação foi considerada de péssimo augúrio, e o doutor da lei que predissera o quanto seria funesto o nascimento daquele menino para o Egito ficou tão nervoso que desejou matá-lo imediatamente. "Eis aí, majestade", disse ele, dirigindo-se ao rei, "este menino, do qual Deus nos faz saber que a morte deve garantir a vossa paz.
Logo que o menino, criado e educado dessa maneira, chegou à idade de poder dar provas de sua coragem, praticou atos de bravura que não permitiram mais dúvidas quanto à veracidade do que se havia sido predito, isto é, que ele elevaria a glória de sua nação e humilharia os egípcios. Eis o motivo: A fronteira do Egito foi devastada pelos etíopes, que lhe estão próximos. 
Os egípcios marcharam com um exército contra eles, mas foram vencidos no combate e retiraram-se com desonra. Os etíopes, orgulhosos de tamanha vitória, julgaram que era covardia não aproveitar a boa sorte e começaram a se vangloriar de poderem conquistar todo o Egito. E lá entraram, por diversos lugares. A quantidade de despojos que arrebataram e o fato de não terem encontrado resistência alguma aumentaram-lhes a esperança de conseguir um feliz resultado na empresa. Assim, avançaram até Mênfis, chegando até o mar. Os egípcios, reconhecendo-se muito fracos para resistir a tão grande força, mandaram consultar um oráculo, e, por ordem secreta de Deus, a resposta que receberam foi que somente um homem havia — um hebreu! — do qual podiam esperar auxílio.
O rei não teve dificuldade em julgar, por essas palavras, que Moisés era o hebreu em questão, ao qual o céu destinava salvar o Egito, e pediu à filha para fazê-lo general de todo o exército. Ela consentiu e disse-lhe que julgava assim prestar ao rei um grande serviço. Contudo obrigou-o ao mesmo tempo a prometer, com juramento, que não lhe fariam mal algum. A princesa, não se contentando em testemunhar assim a sua extrema afeição por Moisés, não pôde também deixar de — com azedume — perguntar aos sacerdotes egípcios se eles não se envergonhavam de o haverem tratado como inimigo e de desejarem tirar a vida a um homem a quem eram agora obrigados a pedir auxílio.
Pode-se imaginar com que prazer Moisés obedeceu às ordens do rei e da princesa, que lhe eram tão gloriosas. E os sacerdotes das duas nações tiveram com isso, por motivos diferentes, idêntica alegria. Os egípcios esperavam que, depois de vencerem os inimigos sob o comando de Moisés, encontrariam facilmente ocasião para matá-lo, à traição. E os hebreus ansiavam, por esse mesmo motivo, sair do Egito e livrar-se da escravidão.
Esse excelente general, posto à frente do exército, logo se fez admirar pela sua prudência. Em vez de marchar ao longo do Nilo, atravessou pelo meio das terras, a fim de surpreender os inimigos, que jamais pensariam que ele os fosse alcançar por um caminho tão perigoso, devido à quantidade de serpentes de várias espécies que ali vivem: muitas delas não existem em nenhum outro lugar e não somente são temíveis pelo seu veneno, mas são horríveis de se ver, porque, tendo asas, atacam os homens elevando-se no ar, para se atirar sobre eles. Moisés, para precaver-se contra elas, mandou colocar em gaiolas algumas aves chamadas íbis, que são domesticadas, amigas do homem, e inimigas mortais das serpentes, sendo que estas as temem não menos que aos cervos.
Nada mais direi sobre essas aves, porque não são desconhecidas aos gregos. Quando Moisés chegou com o seu exército a essa tão perigosa região, soltou os pássaros e passou assim sem perigo. Então surpreendeu os etíopes, deu-lhes combate e os dispersou, fazendo-os perder a esperança de se tornarem senhores do Egito. Mas tão grande vitória não reteve os seus intentos: entrou no país deles, tomou várias cidades, saqueou-as e fez grande mortandade. Tão gloriosos resultados reanimaram de tal modo a coragem dos egípcios que eles seriam capazes de tudo empreender sob o comando de tão excelente general. Os etíopes, ao contrário, só tinham diante dos olhos a imagem da escravidão e da morte.
O ilustre general impeliu-os até Sabá, capital da Etiópia, que Cambises, rei dos persas, chamou depois de Meroe, nome de sua irmã. Aí Moisés os sitiou, embora a cidade fosse tida como inexpugnável, porque, além de suas grandes fortificações, era rodeada por três rios: o Nilo, o Astape e o Astobora, cujo percurso é muito difícil. Ficava, assim, situada numa ilha e não era menos defendida pela água que a rodeava de todos os lados que pela força de suas muralhas e de suas defesas. Os diques que a preservavam das inundações dos rios serviam ainda de terceira defesa quando os inimigos passassem as outras.
Moisés ficou aborrecido ao constatar que tantas dificuldades juntas tornavam a conquista da cidade quase impossível, e o seu exército começava a enfadar-se, porque os etíopes não se atreviam mais a dar-lhes combate.
Tarlis, filha do rei da Etiópia, tendo-o visto do alto das muralhas praticar, num assalto, atos de valor e de coragem extraordinários, ficou tão cheia de admiração pela sua bravura, a qual reerguera o ânimo dos egípcios e fizera tremer a Etiópia, antes vitoriosa, que sentiu o coração ferido de amor por ele.
Com a paixão sempre aumentando, mandou oferecer-lhe a mão em casamento. Ele aceitou a honra, com a condição de que ela lhe entregasse a cidade. A promessa foi confirmada com um juramento e, depois que o tratado foi feito, em boa fé de parte a parte, ele deu graças a Deus por tantos favores e reconduziu os egípcios vitoriosos de volta à sua pátria.
E assim, Faraó consentiu na morte de Moisés, e ela seria inevitável, se este não houvesse descoberto a intenção dos egípcios e se ausentado no momento oportuno. Moisés fugiu para o deserto e desse modo salvou-se, porque os inimigos não podiam imaginar que ele tomaria tal caminho. Como nada encontrasse para comer, viu-se atormentado por uma fome extrema, mas a suportou com paciência e, depois de haver andado muito, chegou, pelo meio dia, próximo da cidade de Midiã — nome que lhe deu um dos filhos de Abraão e Quetura —, à beira do mar Vermelho. Estando muito cansado, sentou-se à beira de um poço, para repousar, e esse fato deu-lhe ocasião de mostrar a sua coragem, abrindo o caminho para uma sorte melhor.Flávio Josefo. HISTÓRIA dos HEBREUS De Abraão à queda de Jerusalém. Editora CPAD. 

           O EGITO

O Egito representa uma das mais antigas civilizações humanas. Sua história é quase tão antiga como o próprio homem. Julgam alguns historiadores, por isso, ter sido o Vale do Nilo o berço da humanidade. Mas, por intermédio das Sagradas Escrituras, sabemos ser a Mesopotamia o primeiro lar de nossos mais remotos ancestrais.
Napoleão Bonaparte, em sua campanha pelo Oriente Médio, ficou extasiado com a antiguidade da civilização egípcia. Ao contemplar as colossais pirâmides, exclamou aos seus homens: "Soldados, do alto dessas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam". A grandiosidade do Egito exerce um grande atrativo sobre o nosso espírito. Como não admirar as monumentais conquistas dos forjadores da civilização egípcia? A presença do Egito nas Escrituras Sagradas é muito forte. Por esse motivo, precisamos conhecer melhor a história e a geografia desse lendário e misterioso país. Tendo em vista o exíguo espaço de que dispomos, não poderemos tratar, com profundidade, da cultura egípcia. Cabe ao leitor, entretanto, aprofundar-se no assunto e buscar novas
informações em uma bibliografia adequada. Basta-nos. por enquanto, alguns dados gerais sobre o outrora portentoso império do Nilo.

I - HISTÓRIA DO EGITO

Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territórios egípcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa.
Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida de árduas e incômodas peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos Estados. Essas diminutas e inexpressivas unidades políticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar dos séculos, até formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambos estavam localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio. Entre ambas as regiões havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram, também, seus dialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadas por visíveis antagonismos. Declara o egiptólogo Wilson: "Em todo o curso da história, essas duas regiões se diferenciaram e tiveram consciência da sua diferenciação. Quer nos tempos antigos, como nos modernos, as duas regiões falam dialetos muito diferentes e veem a vida com perspectivas também diferentes."
Sobre essa época, escreve Idel Becker: "Neste período pré-dinástico, o desenvolvimento da cultura egípcia foi, quase totalmente, autóctone e interno. Houve apenas, alguns elementos de evidente influência mesopotâmica: o selo cilíndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artísticos e, talvez, a própria ideia da escrita. Há, nessa época, progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro (instrumentos, armas, ornamentos, joias). Havia olarias; vidragem; sistemas de irrigação. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais – leis consuetudinárias."

1 - A unificação do Egito

Em consequência de suas muitas diferenças, o Alto e o Baixo Egito travaram violentas e desgastantes guerras por um longo período. Essas constantes escaramuças enfraqueciam ambos os reinos, tornando-os vulneráveis a ataques externos. Consciente da inutilidade desses conflitos, Menés, rei do Alto Egito, conquista o Baixo Egito. Depois de algumas reformas administrativas, esse monarca (para alguns historiadores, uma figura lendária) unificou o país, estabeleceu a primeira dinastia e tornou Tínis, a capital de seu vasto império.
A unificação do Egito ocorreu, de acordo com cálculos aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nesta mesma época, os egípcios começaram a fazer uso da escrita e de um calendário de 365 dias.Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais florescente e poderoso império da antiguidade. Os reis iniciaram a construção das grandes pirâmides, que lhes serviu de tumba. Por causa desses arroubos arquitetônicos, receberam o apelido de "casa grande" - faraó. Então, a cultura egípcia alcançou proporções consideráveis.
No final do Antigo Império, que abrange o período de 2.780 a 2.400 a.C, o poder dos faraós começou a declinar. O fim dessa era de glórias é marcado por revoltas e desordens, ocasionadas pelos governadores dos nomos.
Uma febre de independência alastra-se por todo o pais. Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; a influência da realeza decai continuamente. Aproveitando-se desse caos generalizado, diversas tribos negroides e asiáticas invadem o país.
Graças, entretanto, a intervenção dos faraós tebanos, o Egito consegue reorganizar-se, pelo menos até a agressão hicsa.

2 - A invasão dos hicsos

Não obstante a segurança trazida pelos príncipes de Tebas (11* dinastia) e pelas conquistas político-sociais do povo, o Egito começa a sofrer incursões de um bando aguerrido de pastores asiáticos. Nem mesmo o prestígio internacional dos faraós seria suficiente para tornar defensáveis as fronteiras egípcias.

Esses invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, aproximadamente, são conhecidos como hicsos. Eles iniciam sua dominação em 1.785 e são expulsos por volta de 1580 a.C. Idel Becker, com muito critério, fala-nos acerca desse conturbado período: "Esta é a época mais confusa e discutida da história do antigo Egito: um período de invasões e de caos interno. Os hicsos - conglomerado de povos semitas e arianos, invadiram o Egito (através do istmo que o ligava à península do Sinai), venceram os exércitos de faraó e dominaram grande parte do país. Possuíam cavalos e carros de guerra (com rodas); e armas de bronze (ou talvez, mesmo, de ferro), mais bem acabadas e mais fáceis de manejar do que as dos egípcios. Tudo isso explica a sua superioridade bélica e os seus triunfos militares. Os hicsos talvez estivessem fugindo da pressão dos invasores indo-europeus (hititas, cassitas e mitanianos), sobre o Crescente Fértil."

Com os hicsos, acrescenta Becker, devem ter entrado no Egito os hebreus.
3 - Novo Império

Com a expulsão dos hicsos, renasce o Império Egípcio com grande pujança. Com Ames I, os faraós tornaram-se imperialistas e belicosos. Tutmés III, por exemplo, conquistou a Síria e obrigou os fenícios, cananitas e assírios a pagarem-lhe tributo.
A expansão egípcia, entretanto, esbarrou nos interesses dos poderosos hititas, senhores absolutos da Ásia Menor. Na ocasião, o célebre faraó, Ramsés II fez ingentes esforços para vencê-los. Como não conseguiu o seu intento, assinou com o reino hitita um tratado de paz, que vigorou por muitos anos.
Foi durante o Novo Império (1580-1200 a.C), que os israelitas começaram a ser escravizados pelos faraós. 4 – Decadência Após o Novo Império, o Egito começou a sofrer sucessivas intervenções: líbia, etíope, indo-européia, assíria, persa, grega e romana. Em linhas gerais, essa nação, cujo passado foi tão glorioso, pertenceu ao Império Romano, durante 400 anos; ao Império Bizantino, durante 300 anos. No Século VII d.C, fica sob a tutela dos muçulmanos. A partir de 1400, torna-se possessão turca. No Século XIX, fica sob a custódia franco-inglesa. No início deste Século, torna-se protetorado inglês.

Em 1922, todavia, conquista sua independência. Hoje, porém, não passa de um apagado reflexo de sua primeira glória.

II - GEOGRAFIA DO EGITO

Netta Kemp de Money descreve o antigo Egito: "O Egito da antiguidade se assemelhava em sua forma a uma flor de lótus (planta importante na literatura e na arte egípcia), no extremo de um talo sinuoso que tem à esquerda e um pouco abaixo da própria flor, um botão de flor. A flor é composta pelo Delta do Nilo, o talo sinuoso é a terra fértil que se estende ao longo do dito rio, e o botão é o lago de Faium que recebe o excedente das inundações anuais do Nilo".
O Egito atual tem o formato de um quadrado. Localizado no Nordeste da África, limita-se ao norte, com o mar Mediterrâneo; a leste, com Israel (e, também, com o mar Vermelho); ao sul, com o Sudão; a oeste, com a Líbia. De sua área, de quase um milhão de quilômetros quadrados, 96 por cento são compostos de terras áridas. Sua população, de 45 milhões de habitantes, é obrigada a viver com os 4 por cento de terras cultiváveis.
Localizava-se o Alto Egito no Sul do atual território egípcio. Essa região, chamada de Patros pelos hebreus (Jr 44.1,15), é constituída por um estreito vale ladeado por penedos de formação calcária. O Baixo Egito, por seu turno, localizava-se no Norte e sua área mais fértil encontra-se no Delta.
O Egito, no entanto, não existiria sem o Nilo. Esse rio é o mais extenso do mundo, com um percurso de 6.400 km com suas vazantes, fertiliza vastas extensões de terra, tornando possível fartas semeaduras. Heródoto, com muita razão, disse ser o Egito um presente do Nilo.
Em seu livro Geografia das Terras Bíblicas, afirma o pastor Enéas Tognini: "Sem o Nilo, o Egito seria um Saara - terrível e inabitado. O Nilo proporcionou riquezas aos faraós que puderam viver nababescamente, construindo templos suntuosos, monumentos grandiosos, palácios de alto luxo, pirâmides gigantescas e a manutenção de exércitos bem armados que, não somente protegiam o Egito, mas tomavam, nas guerras novas regiões. Os egípcios não tinham necessidade de observar se as nuvens trariam chuvas ou não. O Nilo lhes garantia a irrigação e as suas águas lhes davam colheitas fartas e certas. É fato que uma seca poderia trazer pobreza à terra, como aconteceu no tempo de José. Se a cheia fosse além dos limites, as águas poderiam arrasar cidades, deixando o povo desabrigado e prejudicariam as safras. Mas, tanto secas como enchentes eram raras. O Nilo era então, como é hoje, a vida do Egito e o principal fator de suas múltiplas organizações, simples algumas e sofisticadas e complexas outras".

III - A GRANDEZA DO EGITO

Os egípcios deixaram um marco de indelével grandeza na História. Desde as pirâmides às conquistas científicas e tecnológicas, foram magistrais. Haja vista, por exemplo, os arquitetos modernos que continuam a contemplar, com grande admiração, os monumentos piramidais construídos pelos faraós.
Desta forma Halley descreve a Grande Pirâmide de Queops: "O mais grandioso monumento dos séculos. Ocupava 526,5 acres, 253 metros quadrados (hoje 137), 159 m de altura (hoje. 148). Calcula-se que se empregaram nela 2.300.000 pedras de 1 metro de espessura média, e peso médio de 2,5 toneladas. Construída de camadas sucessivas de blocos de pedra calcária toscamente lavrada, a camada exterior alisada, de blocos de granito delicadamente esculpidos e ajustados. Estes blocos exteriores foram removidos e empregados no Cairo. No meio do lado norte há uma passagem, 1 m de largura por 130 de altura, que leva a uma câmara cavada em rocha sólida, 33 m abaixo do nível do solo, e exatamente 180m abaixo do vértice; há duas outras câmaras entre esta e o vértice, com pinturas e esculturas descritivas das proezas do rei". Os antigos egípcios destacaram-se, ainda, na matemática e na astronomia. Há mais de quatro mil anos, quando a Europa revolvia-se em sua primitividade, os sábios dos faraós já lidavam com fórmulas para calcular as áreas do triângulo e do círculo e, também, do volume das esferas e dos cilindros.
Souto Maior fala-nos, com mais detalhes, acerca do avanço científico dos antigos egípcios: "Apesar de não conhecerem o zero, já resolviam nessa época equações algébricas.
Os seus conhecimentos astronômicos permitiram-lhes a organização de um calendário baseado nos movimentos do Sol. A divisão do ano em doze meses de trinta dias é de origem egípcia; os romanos adotaram-na e ainda hoje é conservada com pequenas modificações. A medicina egípcia também era surpreendentemente adiantada. Chegaram a fazer pequenas operações e a tratar com habilidade as fraturas ósseas.

IV - O EGITO E OS FILHOS DE ISRAEL

O relacionamento de Israel com o Egito remonta à Era Patriarcal. Premidos pela fome e outras agruras, Abraão e Isaque desceram à terra dos faraós, onde sofreram sérios constrangimentos. O primeiro e maior patriarca hebreu, por exemplo, esteve prestes a perder a esposa, cuja beleza embeveceu o rei daquela nação. Não fosse a intervenção divina. Sara não seria contada entre as ilustres mães do povo israelita.
Em sua velhice, Abraão recebe esta sombria revelação do Senhor: "Saibas, de certo, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua, e servi-los-ão; e afligi-los-ão quatrocentos anos; mas também eu julgarei a gente, a qual servirão, e depois sairão com grande fazenda. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. K a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia" (Gn 15.13-16).

1 - José, primeiro-ministro do Egito

Estêvão, sábio diácono da igreja primitiva, conta-nos como José chegou a primeiro ministro do Faraó: "E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito. mas, Deus era com ele. E livrou-o de todas as suas tributações, e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito. que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa. Sobreveio então a todo o país do Egito e de Canaã fome e grande tributação; e nossos pais não achavam alimentos. Mas, tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou ali nossos pais, a primeira vez. E, na segunda vez foi José conhecido por seus irmãos, e a sua linhagem foi manifesta a Faraó. E José mandou chamar a seu pai Jacó e a toda sua parentela, que era de setenta e cinco almas" (At 7.9-14).
Não obstante sua humilde condição de escravo, José tornou-se primeiro-ministro do Faraó. E, por seu intermédio, Deus salvou toda a descendência de Israel. Não fosse o providencial ministério exercido por esse intrépido hebreu, a progênie abraâmica ver-se-ia em grandes dificuldades. Sua história é uma das obras-primas da humanidade.
José chegou ao Egito no Século XX a.C. Nesse tempo, segundo os historiadores, os hicsos dominavam o país. Sendo, também, semitas, os novos senhores da terra não tiveram dificuldades em demonstrar sua magnanimidade aos hebreus. Mostrando-se liberais e generosos, ofereceram aos israelitas a região de Gósen, onde a linhagem abraâmica desenvolveu-se sobremaneira.

2 – Moisés
Continua Estêvão a contar a história dos israelitas no Egito:

Aproximando-se, porém, o tempo da promessa que Deus tinha feito a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito; até que se levantou outro rei, que não conhecia a José. Esse, usando de astúcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, a ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para que não se multiplicassem. Nesse tempo, nasceu Moisés, e era mui formoso, e foi criado três meses em casa de seu pai. E, sendo enjeitado, tomou-o a filha de Faraó, e o criou como seu filho. E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras.
"E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: Varões, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?
"E a esta palavra fugiu Moisés, e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um sarçal. Então Moisés, quando viu isto, maravilhou-se da visão; e, aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor:
"Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar. E disse-lhe o Senhor: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito.

"A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera no sarçal.

Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos. Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: ü Senhor vosso Deus vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis" (At 7.17-37). Israel deixou o Egito no Século XV a.C. Depois do Êxodo, israelitas e egípcios voltariam a se enfrentar no tempo dos reis e no chamado período inter-bíblico. Recentemente, com a independência do moderno Estado de Israel, as forças judaicas defrontaram-se com as egípcias diversas vezes. O antagonismo entre ambos os povos é milenar. Entretanto, o futuro dessas nações será de paz e glória: "Naquele dia haverá estrada do Egito até a Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria: e os egípcios adorarão com os assírios ao Senhor. Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra. Porque o Senhor dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança" (Is 19.23-25).Claudionor de Andrade. Geografia Bíblica. Editora CPAD.        

A história do êxodo de Israel tem figurado por séculos na história dos hebreus e é acompanhada ao longo da história da Igreja como um referencial de interpretação da história da salvação. E isso não é sem motivo, pois não se pode imaginar um estudo sério da Palavra de Deus sem que se examine o Pentateuco, e, mais precisamente, a forma como Deus libertou o seu povo da escravidão e o levou à Terra Prometida.
Este capítulo trata da origem de Moisés, o homem que Deus escolheu para trazer a liberdade para o povo de Israel. Levemos em conta que Deus costuma se utilizar de instrumentos humanos para que a sua glória seja manifesta, e por isso podemos estudar os exemplos de homens e mulheres usados por Deus para grandes feitos ao longo da Bíblia Sagrada.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 5.

Vi a aflição do meu povo. 

O povo de Israel chamava a atenção de Deus, conforme já vimos em Êxo. 2.25. Era chegado o momento certo de agir. A Terra Prometida deveria passar para o poder de Israel, após o exílio no Egito, e depois que a culpa dos cananeus chegasse ao seu ponto culminante. Ver Gên. 15.13,16. Deus cuida de Seu povo. Por certo essa é a mensagem central do evangelho. Deus amou de tal maneira que deu (João 3.16), e uma provisão universal foi feita (I João 2.2). Ver no Dicionário 0 artigo Misericórdia (Misericordioso). Deus sabia da situação aflitiva de Seu povo, e não podia tolerá-la. Ver Êxo. 3.7-9 e cf. Êxo. 2.24. E assim, foi planejada a libertação.
Exatores. Temos aqui uma palavra diferente da que é empregada em Êxo. 1.11, onde nossa versão portuguesa diz leitores”. Mas ambos os termos implicam um tratamento cruel. Os “exatores” não eram apenas capatazes. Tinham-se torna· do opressores; e era com eles que os escravos tinham de tratar todos os dias. Deus sabia o quanto os israelitas sofriam fisicamente, 0 quanto a mente deles se sentia aflita e o quanto seu espírito se sentia desolado. Pareciam abandonados a uma sorte pior do que poderiam suportar. Mas a vontade soberana de Deus estava prestes a reverter tudo isso.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 314.

I - O LIVRO DE ÊXODO
1. Seu propósito.

O êxodo é o acontecimento crucial na história de Israel. Foi a poderosa libertação realizada pelo Senhor, para trazer todo o povo de Israel da escravidão no Egito e levá-lo à Terra Prometida. Esta saída do Egito e a consequente migração em direção a Canaã, sob a liderança de Moisés, foi marcada por muitos milagres, e resultou no estabelecimento dos israelitas como uma nação em aliança com Deus, que era seu próprio governador teocrático.
Dentro do Pentateuco, o Êxodo faz uma ligação para que a história dos hebreus seja encadeada de forma que haja continuidade na narrativa mosaica. Um olhar panorâmico no Pentateuco nos mostra que em Gênesis Deus cria o mundo, a humanidade, promete um Salvador e conduz Abraão, Isaque e Jacó a um relacionamento com Ele. O fim do livro de Gênesis fala sobre José, filho de Jacó, que vai para o Egito como escravo e se torna governador, com uma administração pautada no temor a Deus e no bom senso. José traz seus irmãos e seu pai para o Egito, para que tenham um lugar mais tranquilo para viver, e o livro é encerrado com o pedido de José para que os israelitas tirassem os seus ossos daquelas terras, pois Deus os visitaria e os tiraria de lá. A seguir, o livro de Êxodo mostra a escravidão dos hebreus no Egito e a libertação divina por intermédio de Moisés, um personagem que vai figurar nos demais livros do Pentateuco. O livro de Levítico se encarrega de ensinar ao povo o valor da comunhão com Deus, a lei sacrificial e o trabalho no Tabernáculo. O livro de Números aborda a peregrinação dos israelitas no deserto, e o livro de Deuteronômio mostra os discursos de Moisés ao povo antes de entrarem na Terra Prometida.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 6-7.

ESCOPO E PROPÓSITO

O livro de Êxodo é o livro da redenção. O nome grego "Êxodo" (lit. "saída") descreve aqui como Deus tirou os filhos de Israel da escravidão no Egito; mas por redenção compreendemos que o Redentor não apenas livra Seu povo da escravidão mas também coloca esse povo em relação especial Consigo mesmo, fazendo dele Sua própria possessão adquirida, sua "propriedade peculiar" (19.5).
O início do livro descreve, portanto, a grande libertação do povo de Deus, Israel, o que culmina com a Páscoa e prefigura a redenção ainda maior operada no Calvário. Desse ponto o livro passa para o concerto estabelecido no monte Sinai, no qual Deus declarou que Israel era Seu povo, dando-lhes os dez mandamentos, enquanto que por sua vez eles aceitaram Jeová como seu Deus, comprometendo-se a obedecê-lo. Esse concerto foi o fundamento do sua existência nacional, do qual a nova aliança (1Co 11.25; Hb 8.6-13) forma o antítipo, com a chamada da Igreja. Finalmente, a história do estabelecimento do tabernáculo e de sua adoração provê a base sobre a qual a vida do povo redimido, em sua relação para com Deus, precisava ser mantida. Na nova aliança a base da comunhão com Deus é Cristo. O tabernáculo e sua adoração, portanto, provêm muitos tipos e prefigura Cristo (ver, por ex. Hb 8.5; 9.1-11; 10.1).
As referências no Novo Testamento justificam plenamente nossa posição que vê Cristo como o "cumprimento" deste livro. Nos milagres registrados vemos "sinais" da operação divina (conf. Jo 2.11), no concerto do Sinai vemos um precursor da nova aliança, e na adoração do tabernáculo vemos uma "sombra dos bens vindouros" (Hb 10.1).DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.

O SIGNIFICADO DO ÊXODO

O êxodo é o evento teológico e histórico mais expressivo do A. T., porque mostra a magnificente ação de Deus em favor de seu povo, uma ação que os conduziu da escravidão à liberdade, da fragmentação à unidade, de um povo com uma promessa - os hebreus - à uma nação estabelecida - Israel. No livro de Gênesis encontram-se a introdução e o propósito, seguindo-se então todas as revelações subsequentes do .Antigo Testamento. Um registro que é ao mesmo tempo um comentário inspirado e uma exposição detalhada. Em última análise, o êxodo serve como um tipo do êxodo promovido por Jesus Cristo, de forma que ele se torna um evento significativo tanto para a Igreja quanto para Israel.MERRILL. Eugene H. Historia de Israel no Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 49-50.

2. A escravidão.

O livro de êxodo fala de escravidão.

 Essa expressão traz para nós a ideia de uma pessoa que está sob controle absoluto de outra por meio da força, e para essa pessoa trabalha sem qualquer direito. Tendo em vista os avanços na esfera social que o homem moderno obteve por meios democráticos, falar em trabalho escravo em nossos dias é uma coisa absurda, apesar de ele existir em muitos lugares no mundo. Não se pode pensar em um trabalho que não seja remunerado (exceto o voluntário), nem se pode imaginar pessoas trabalhando sem hora de descanso e ainda sendo tolhidas de direitos como o descanso e alimentação adequada. Mas no mundo antigo, a escravidão era uma prática bem difundida. Uma pessoa poderia cair nessa situação caso fosse vendida por familiares ou se fosse uma presa de guerra, ou mesmo se não pudesse pagar dívidas. O certo é que era uma situação constrangedora e humilhante para homens e mulheres que se viam envolvidos por ela.
O livro de Êxodo narra o princípio da escravidão do povo hebreu pelas mãos dos egípcios. Um rei se levantou no Egito, e esse monarca não tinha prazer em recordar a história daquela nação. Ele não conheceu a José, e essa expressão pode indicar que esse novo rei não soube que o Egito anteriormente passara por um período de extrema provação, quando os alimentos se tornaram escassos, e que se não fosse pela instrumentalidade de José, filho de Jacó, o Egito provavelmente não subsistiria.
Deus fora misericordioso para com os egípcios, dando-lhes um administrador como José. E muito tempo depois, o Egito decide retribuir o livramento dado por José usando os hebreus como mão de obra escrava. Essa foi uma forma muito ruim de demonstrar gratidão, mas de forma geral essa é a tendência humana: esquecemo-nos das bondades de Deus e nos tornamos senhores das bênçãos que Ele nos tem dado graciosamente.
A opressão dos egípcios contra os israelitas era tão grande que Deus disse: “Por isso desci para libertá-los do poder dos egípcios” (Êx 3.8, NTLH). A expressão “poder” mostra o grau de opressão com que os egípcios tratavam os hebreus, considerando-os como se fossem nada, descartáveis.
"Qualquer egípcio ou egípcia poderia entrar nas casas dos israelitas, pará-los nas ruas ou em qualquer lugar onde estivessem, pegar a criança recém-nascida, conferir-lhe o sexo e, se fosse um menino, tomá-lo da sua mãe e ir direto ao Rio Nilo para jogar o bebê, a fim de que ele se afogasse ou fosse devorado por v crocodilos."COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 7-8.

Êx 1.14 A ideia de tirania é reiterada (ver o versículo anterior). Havia trabalho forçado nos campos, nos projetos de construção. Havia dura servidão, e os direitos pessoais não eram respeitados — o que sempre acontece em todas as opressões. Normalmente, a história tem sido escrita por elementos das classes altas, girando em torno dos feitos de reis e príncipes; essas histórias estão cheias de atos de violência, ódio e opressão. Mas o livro de Êxodo relata a história de homens comuns que estavam sendo oprimidos; e, em lugar de elogiar aos opressores, diz a verdade sobre eles.“Os egípcios criaram uma boa variedade de maneiras para oprimir os israelitas; pois forçavam-nos a cavar grande número de canais para 0 rio, ou a erigir muralhas para suas cidades ou a levantar moles para conter as águas do Nilo, impedindo que o rio extravasasse para além de suas margens. Também obrigaram os filhos de Israel a edificar pirâmides, com 0 que queriam desgastá-los”, disse Josefo em Antiq. (Ilv.ii. cap. ix. see. 1). Cf. Deu. 11.10.
Filo esclareceu que alguns israelitas trabalhavam com o barro, moldando-o em tijolos, ao passo que outros colhiam e transportavam palha e outro material para ser misturado à massa. Alguns filhos de Israel serviam em casas; outros, nos campos, outros cavando canais, e ainda outros transportando cargas” (De Vita Mosis, 1.1 par. 608).CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 306.

O LIBERTADOR INDISPENSÁVEL (Êx 1:1-22)

Os rabinos judeus chamam o Livro de Êxodo de "Livro dos Nomes" (ou "Estes São os Nomes"), pois ele começa com uma lista dos nomes dos filhos de Jacó (Israel) que levaram suas famílias para o Egito, a fim de fugir da fome que assolava Canaã (Gn 46).
Deus usou a experiência de Israel no Egito com a intenção de prepará-los para a tarefa especial que deviam cumprir aqui na Terra: ser testemunho do verdadeiro Deus vivo, escrever as Sagradas Escrituras e trazer ao mundo o Salvador.
Bênção (w. 1-7). Durante os anos em que José serviu como vice governante do Egito, sua família foi extremamente respeitada e, mesmo depois que José morreu, sua memória foi honrada pela forma como os egípcios trataram os hebreus. Deus cumpriu as promessas da aliança que havia feito com Abraão ao abençoar seus descendentes e fazer com que se multiplicassem grandemente (Gn 12:1-3; 15:5; 17:2, 6; 22:17). No tempo do êxodo, o povo hebreu contava com mais de seiscentos mil homens de vinte anos ou mais (Êx 12:37; 38:26) e, se acrescentarmos a esse número as mulheres e crianças, temos um total de cerca de dois milhões de pessoas, sendo que todas elas eram descendentes da família de Jacó. Sem dúvida, Deus havia cumprido sua promessa!
No entanto, um novo Faraó não se agradou da rápida multiplicação do povo hebreu e, assim, tomou medidas para controlá-la.
Primeira medida - A aflição dos adultos (w. 8-14). Deus havia dito a Abraão que seus descendentes iriam para um país estrangeiro e lá seriam escravizados e maltratados, mas prometeu libertá-los por seu poder quando fosse a hora certa (Gn 15:12-14). Deus comparou o Egito com uma fornalha de ferro (Dt 4:20) em que seu povo iria sofrer, mas sua experiência nessa fornalha transformaria os israelitas numa nação poderosa (Gn 46:3).
Ao longo dos séculos que os hebreus habitaram no Egito (Gn 15:13; Êx 12:40, 41), passaram pela mudança de várias dinastias egípcias. Mas que novo Faraó seria tão ignorante a ponto de não saber sobre José e sua família e de tentar destruir "o povo dos filhos de Israel"? A décima sétima dinastia dos hicsos4 também era de origem estrangeira, como os hebreus, de modo que provavelmente simpatizavam com Israel. No entanto, a décima oitava dinastia era egípcia, e seus governantes expulsaram os estrangeiros da terra do Egito. Pode ter sido nessa dinastia que começou a perseguição ao povo de Israel.
Por que os egípcios desejavam tornar a vida dos hebreus tão infeliz? Israel era uma fonte de bênçãos para a terra, como José havia sido antes deles (Gn 39:1-6), e não estava causando problemas. De acordo com a razão apresentada pelo Faraó, a presença de tantos hebreus era um risco para a segurança nacional, uma vez que eram estrangeiros e, se houvesse uma invasão, sem dúvida se tornariam aliados dos inimigos. No entanto, quer o Faraó percebesse quer não, a verdadeira causa do conflito anunciado em Gênesis 3:15 era a inimizade entre o povo de Deus e os filhos de Satanás, conflito que persiste no mundo de hoje.
Não encontramos nos registros da história nenhum povo que tenha sofrido tanto quanto os judeus, mas toda a nação ou governante que perseguiu o povo de Deus foi castigada por isso. Afinal, Deus havia prometido a Abraão: "Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem" (Gn 12:3). Deus cumpriu essa promessa na forma como tratou com o Egito e a Babilônia na antiguidade e com Stalin e Hitler nos tempos modernos. Deus é longânimo ao observar as nações que perseguem seu povo escolhido, mas chega a hora em que sua mão de julgamento pesa sobre os opressores.
Os capatazes egípcios, "com tirania, faziam servir os filhos de Israel" (Êx 1:13), obrigando os escravos hebreus a construir cidades e trabalhar nos campos. Mas a bênção de Deus fez com que o povo de Israel continuasse a se multiplicar, o que assustou e irou ainda mais seus dominadores egípcios. Era preciso fazer alguma coisa para manter Israel sob controle.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 234-235.

Crueldade engendrada (1.11,13,14). 

A sabedoria mundana sabe inventar métodos cruéis. O rei queria debilitar o poder dos israelitas, quebrando-lhes a vontade como grupo e levando-os a se tornar como os egípcios. De acordo com avaliações posteriores (Js 24.14; Ez 20.7-9), alguns israelitas fizeram exatamente isso. Sob circunstâncias normais, tais métodos teriam cumprido o desígnio do rei.
Os maiorais de tributos (11) eram supervisores gerais cujos métodos tiranos eram famosos. Provavelmente alguns desses chefes de serviços fossem israelitas (5.14). “Há [...] lugar para pensar que eles os faziam trabalhar desumanamente e, ao mesmo tempo, os obrigava a lhes pagar exorbitante tributo.”5 Cidades de tesouros eram “cidades armazéns” onde eram armazenados provisões e armamentos.
As tarefas para os israelitas ficaram muito amargas com dura servidão (14). Pelo visto, o trabalho no campo refere-se a projetos de irrigação ou ao cuidado dos rebanhos do governo, ou possivelmente a levar tijolos para os lugares de construção. A escravidão era tão cruel quanto o homem podia torná-la sem infligir a morte.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 142.

A LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA DO ÊXODO

O novo reino egípcio Segundo 1 Reis 6.1, o êxodo aconteceu cerca de 480 anos antes da fundação do templo de Salomão. De fato, Salomão deu início à construção em seu quarto ano, ou seja, em 966 a.C., de forma que, de acordo com uma hermenêutica normal e uma aproximação séria dos dados cronológicos bíblicos, o êxodo ocorreu em 1446 a.C. Antes de apresentarmos argumentos detalhados em favor de tal data, vamos por enquanto nos deter na décima oitava dinastia do Egito que, de acordo com a data tradicional, forma o quadro da época em que o êxodo aconteceu.(estudaalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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