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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Estudo livro de Exôdo (19) מחקר שמות



                                                     CONTINUAÇÃO          
                                ATRAVESSIA DO MAR VERMELHO  
                        
Um dos textos bíblicos que mais denotam o cuidado de Deus para com o seu povo é, sem dúvida alguma, o relato da saída dos hebreus do Egito e da travessia miraculosa do Mar Vermelho. Não por acaso, esses episódios extraordinários da vida do povo judeu são relembrados constantemente pelos profetas e salmistas do Antigo Testamento para enfatizar o cuidado divino para com Israel (Js 24.5-7; SI 106.7-9; SI 136.13-15; Ne 9.9-12; etc.).
A Bíblia diz que, ao todo, saíram do Egito cerca de 600 mil homens a pé, sem contar mulheres e crianças (Êx 12.37). Ou seja, provavelmente 2 milhões de pessoas. Imagine a celebração na saída, depois de 430 anos nos quais, na maior parte desse tempo, os judeus viveram como escravos dos egípcios. Foi um momento de grande celebração.
Uma vez confirmada a saída, o Senhor Deus, que já havia libertado o povo com braço forte enviando as Dez Pragas, se dedicaria agora a cuidar dele também durante todo o trajeto rumo à Terra Prometida. E desde o início dessa caminhada se vê esse cuidado.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 45.

Uma Situação sem Saída

"Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas, esses veem as obras do SENHOR e as suas maravilhas no profundo" (SI 107:23-24). Quão verdadeiras são estas palavras! E contudo como os nossos corações covardes têm horror a essas "grandes águas"! Preferimos os fundos baixos, e, por consequência, deixamos de ver "as obras" e "as maravilhas" do nosso Deus; pois estas só podem ser vistas e conhecidas "no profundo".
É nos dias de provação e dificuldades que a alma experimenta alguma coisa da bem-aventurança profunda e incontável de poder confiar em Deus. Se tudo fosse sempre fácil nunca se poderia fazer esta experiência. Não é quando o barco desliza suavemente à superfície do lago tranquilo que a realidade da presença do Mestre é sentida; mas sim, quando ruge o temporal e as ondas varrem a embarcação. O Senhor não nos oferece a perspectiva de isenção de provações e tribulações; pelo contrário, diz-nos que teremos tanto umas como as outras; porém, promete estar conosco sempre; e isto é muito melhor que vermo-nos livres de todo o perigo. A compaixão do Seu coração conosco é muito mais agradável do que o poder da Sua mão por nós. A presença do Senhor com os Seus servos fiéis, enquanto passavam pelo forno de fogo ardente, foi muito melhor do que a manifestação do Seu poder para os preservar dele (Dn 3). Desejamos com frequência ser autorizados a avançar na nossa carreira sem provações, mas isto acarretaria grave prejuízo. A presença do Senhor nunca é tão agradável como nos momentos de maior dificuldade.

Assim aconteceu no caso de Israel, como vemos neste capítulo. Encontram-se numa dificuldade esmagadora—foram chamados a mercadejar "mas grandes águas"; veem esvair sê-lhes "toda a sua sabedoria" (Sl 107:27). Faraó, arrependido de os haver deixado sair do seu país, decide fazer um esforço desesperado para os trazer de novo. "E aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo; e tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos... E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel chamaram ao SENHOR" (versículos 6-10). Aqui estava uma cena no meio da qual o esforço humano era inútil. Tentar livrarem-se por qualquer coisa que pudessem fazer, era a mesma coisa que se tentassem fazer retroceder as ondas alterosas do oceano com uma palha. O mar estava diante deles, o exército de Faraó por detrás, e de ambos os lados estavam as montanhas; e tudo isto, note-se, havia sido permitido e ordenado por Deus. O Senhor havia escolhido o terreno para acamparem "diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal -Zefom". Depois, permitiu que faraó os alcançasse. E por quê1?- Precisamente para Se manifestar na salvação do Seu povo e na completa destruição dos seus inimigos. "Aquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes; porque a sua benignidade é para sempre. E fez passar Israel pelo meio dele; porque a sua benignidade é para sempre. Mas derribou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade é para sempre" (SI 136:13-15).C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.

I - A TRAVESSIA DO MAR
1. A saída do Egito (Êx 12.11,37):

No começo do percurso de saída do Egito, já podemos notar o cuidado de Deus para com o seu povo: “E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito” (Ex 13.17 — grifo meu).
Eis o cuidado divino quanto aos detalhes! A saída do Egito era um momento de festa, a qual, dali em diante, deveria ser rememorada e comemorada todos os anos (Ex 12.42); por isso o cuidado divino para que, inicialmente, o povo não passasse por um caminho que evocasse em sua mente a possibilidade de perigo naquela empreitada, esfriando, assim, o ânimo e o clima de festa que deveria marcar a saída.
O “caminho da terra dos filisteus” era uma estrada internacional bem fortificada pelo exército egípcio. Os egípcios guardavam fortemente suas fronteiras e, em especial, esse trecho mais concorrido de entrada e saída de suas terras, onde havia um grande exército de prontidão. Logo, sabendo que se o povo passasse por ali, veria o grande exército egípcio e já imaginaria o pior — a guerra, a caçada e a matança que poderia sofrer — e, assim, arrepender-se-ia e voltaria para o Egito, Deus o faz sair não pelo caminho mais perto, que era este, mas pelo caminho mais longo, que evitaria essa visão de perigo. Ou seja, Deus se preocupa com o ânimo do seu povo.
Nós, seres humanos, somos, infelizmente, muito tendentes ao desânimo, a imaginarmos o pior diante do mínimo sinal de dificuldade, e Deus sabe muito bem disso, razão por que constantemente está a nos animar pela sua Palavra, pela instrumentalidade de irmãos em Cristo que se permitem ser usados por Ele, e através de circunstâncias e experiências que Ele nos proporciona.Às vezes, Deus permite que andemos pelo “vale da sombra da morte”, mas sem deixar de nos animar em todo esse assustador percurso por meio da certeza latente em nosso coração de que Ele está conosco (SI 23.1). Mas, em outros momentos, geralmente na parte introdutória das estradas que trilhamos com Ele por sua graça, Deus prefere nos dirigir por caminhos menos desanimadores, para só depois nos conduzir em vitória por situações mais nevrálgicas, mais estressantes, que calejarão a nossa alma e nos ensinarão a confiar totalmente nEle.
"Inicialmente, o povo não deveria passar por um caminho que evocasse em sua mente a possibilidade de perigo naquela empreitada, esfriando, assim, o ânimo e o clima de festa que deveria marcar a saída."

SOBRE "O CAMINHO DA TERRA DOS FILISTEUS"

Uma curiosidade sobre essa passagem de Êxodo 13.17 envolve a questão da data exata da saída do povo judeu do Egito. Há duas datas em disputa: 1441 a.C. ou cerca de 1300 a.C. As duas são defendidas com argumentos plausíveis, e um bom resumo de toda essa discussão pode ser encontrado nas páginas 121 a 127 da obra Tempos do Antigo Testamento — Um Contexto Social, Político e Cultural (CPAD).Bem, mas em que sentido o texto de Êxodo 13.17 tem a ver com essa questão?

É que se considerarmos como data do êxodo cerca de 1300 a.C., as expressões “o caminho da terra dos filisteus” e “vendo a guerra” significam, como afirma o Comentário Bíblico Beacon, que Deus levou o povo “por um percurso mais longo a fim de evitar o encontro com os filisteus bélicos”. Ora, os filisteus e os demais “Povos do Mar” chegaram à região do Egito, Palestina, Chipre e Síria no final do século XIV e início do século XIII, empreendendo várias batalhas contras essas nações. As duas maiores batalhas contra os egípcios aconteceram por volta de 1230 a.C. e 1190 a.C., quando finalmente foram derrotados por Ramasés III e se estabeleceram no sudoeste de Canaã, fundando as cidades de Asdod, Ecrom, Gaza e Gate.Uma vez que “os filhos de Israel não eram treinados para a batalha e a fé em Deus ainda era fraca, eles poderiam se arrepender quando vissem a guerra [isto é, quando encontrassem os beligerantes filisteus no trajeto] e voltar para o Egito”.
Entretanto, se considerarmos a data do Êxodo 1441 a.C., estamos falando do século XV, quando os filisteus, provenientes de Creta, ainda não haviam chegado àquela região do mundo. Eles chegariam pouco tempo depois, mais precisamente algumas décadas depois da saída dos judeus do Egito. Então, considerando essa segunda hipótese, seria um anacronismo Moisés escrever “pelo caminho da terra dos filisteus” e, depois, ainda se referir àquela região como a “Filístia” em seu cântico (Êx 15.14).
Bem, se a segunda data hipotética da saída do povo do Egito for a correta (e ainda não sabemos se é ou não), mesmo assim haveria uma explicação lógica para o uso dessas expressões nessas passagens do livro de Êxodo: os escribas posteriores, ao fazerem cópias das Sagradas Escrituras, preferiram, para que as pessoas de seu tempo entendessem melhor a que estrada Moisés estava se referindo, chamá-la pelo nome que era mais conhecida em seus dias: “o caminho da terra dos filisteus”.
Tal alteração não fere as Sagradas Escrituras, já que a mensagem não fora alterada — apenas a linguagem usada fora atualizada. Grosso modo, é como se hoje, em vez de você dizer que o guerreiro Vercingetórix (72 a.C. a 46 a.C.) nasceu na Gália Transalpina, preferir, para ser mais bem entendido, afirmar que ele nasceu na França, porque a Gália Transalpina ficava onde hoje é o território da França. A nação França pode ter surgido quase mil anos depois de Vercingetórix, mas afirmar que ele nasceu na França não é errado, pois o que está se querendo dizer com isso é simplesmente que ele nasceu no território onde hoje é a França. A única diferença desse exemplo para o caso bíblico de Êxodo 13.17 e 15.14 é que a distância de anos não era de quase mil, mas de décadas.
Essa possível atualização dos escribas posteriores a Moisés não fere o texto bíblico, uma vez que quando os autores bíblicos asseveram, sob a inspiração divina, que as Escrituras não podem ser alteradas, o que está em foco, claramente, é a fidelidade à mensagem bíblica, a fidelidade ao sentido do que está sendo dito, e não uma atualização de linguagem. O que a Bíblia condena é a distorção do sentido do texto, seja por acréscimo ou por diminuição do conteúdo da mensagem (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6; Ap 22.18,19), e não uma atualização de linguagem ou paráfrases fieis ao sentido original.
Paráfrases, quando totalmente fieis ao que está consignado no texto bíblico, não tiram a sua inspiração. Se não fosse assim, nenhuma tradução da Bíblia seria inspirada, só o texto em hebraico do Antigo Testamento ou o grego neotestamentário. Os muçulmanos é que têm esse conceito distorcido de inspiração. Eles creem que a inspiração só se encontra na língua original em que o Alcorão foi escrito — o árabe — e que, justamente por isso, nenhuma tradução do Alcorão é inspirada, a não ser o texto na língua original, razão por que ensinam que o muçulmano deve aprender o árabe para ler o Alcorão em árabe. A mesma coisa acontece com o sânscrito no hinduísmo. A Bíblia, porém, não ensina isso.
Neemias, por exemplo, conta que a geração de judeus que retornou do cativeiro babilónico precisava de explicações orais para entender o texto bíblico que lhes era lido (Ne 8.8). 
É que esses judeus vindos do cativeiro falavam aramaico, que era a língua oficial do Império Babilónico, por isso não entendiam a Lei e os Profetas quando lidos, porque o texto lido estava em hebraico. Com o passar dos anos, essas traduções -explicações em aramaico foram escritas, criando os “Targumim”, que nada mais são do que traduções parafraseadas do Antigo Testamento hebraico para o aramaico. O primeiro Targum é o de Ônquelos, que contém o Pentateuco; e o segundo é o Targum de Jônatas, que contém os Profetas. Pois bem, em Êxodo 3.14 e em Deuteronômio 32.29, o Targum de Ônquelos parafraseou a expressão “Eu Sou” da seguinte maneira: “Aquele que é, e que era, e que há de vir”. Ora, essa mesma paráfrase aparece nada menos que cinco vezes em Apocalipse (Ap 1.4,8; 4.8; 11.17; 16.5). Isso mostra que as várias formas, estilos e construções gramaticais são válidas, contanto que o conteúdo do texto — isto é, seu sentido original — não seja de forma alguma corrompido.

Outro detalhe é que o próprio texto bíblico mostra que o trabalho dos escribas judeus no período em que o Cânon Sagrado do Antigo Testamento ainda não estava fechado era muito sério e aceito por todos. Por exemplo: Moisés escreveu Deuteronômio, mas só até o versículo 29 do capítulo 33. O capítulo 34 foi acrescido logo após a sua morte, uma vez que Moisés não poderia escrever sobre a sua própria morte depois da sua morte. Esse acréscimo foi feito por algum escriba do período em que o Cânon Sagrado do Antigo Testamento ainda não havia sido fechado — seja um escriba da época de Josué, seja de uma época posterior.
Outro exemplo: Jeremias morreu sem ver o cumprimento de todas as suas profecias. Suas profecias foram registradas, com a ajuda de seu secretário, o escriba Baruque, até o versículo 64 do capítulo 51 do seu livro. Ao final desse versículo, um escriba escreveu: “Até aqui as palavras de Jeremias”. Todo o capítulo 52, portanto, não foi escrito por Jeremias — e nem poderia, porque ele traz alguns cumprimentos de profecias de Jeremias que ele não viveu o suficiente para ver cumpridas. Quem escreveu esse capítulo ou foi Baruque, já idoso, ou algum outro escriba que, ainda no exílio ou logo após o exílio, acrescentou esse capítulo para mostrar o cumprimento das profecias de Jeremias. Esse capítulo é, inclusive, quase exatamente igual, em seus três primeiros versículos, a 2 Reis 24.18-20; e o restante do capítulo repete a história dos reis de Judá até 2 Reis 25.30.

O trabalho desses escribas — dentre eles o próprio sacerdote Esdras, que é autor do livro que leva o seu nome no Cânon do Antigo Testamento — foi valioso e totalmente inspirado. Aliás, foi o sacerdote Esdras quem organizou o Cânon do Antigo Testamento. E logo quando o Cânon Sagrado foi encerrado, não houve mais alterações. Flávio Josefo, historiador judeu e contemporâneo do apóstolo Paulo, falou da seguinte maneira sobre o Cânon do Antigo Testamento em seus dias: “... e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo mundificar-lhes a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos”. Também no primeiro século d.C., encontramos o próprio Jesus considerando a organização do Cânon do Antigo Testamento pelos escribas pós-exílio como sendo a Palavra de Deus (Lc 24.44; Jo 5.39).COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag.45-50.

Êx 12.11 Comê-lo-eis à pressa. Essa foi a instrução final. Israel estava com pressa para deixar para trás a servidão. O cordeiro pascal era comido estando as pessoas em pé, de sandálias e as vestes cingidas. Esses eram sinais externos da pressa que eles sentiam, por ordem de Deus. Esse foi um dos quatro elementos que não prosseguiram na observância da páscoa em tempos posteriores. O cajado e as sandálias eram objetos que as pessoas usavam fora da casa. Assim, apesar de estarem ainda dentro de suas casas, eles estavam preparados para sair delas, prontos para a jornada. Comiam vesti- dos para viajar. Já tinham estado no Egito por tempo bastante. Um novo lar e um novo destino esperavam por eles.
As sandálias usualmente eram tiradas por ocasião das festividades e dias santos. Ver Gên. 18.4,5; Luc. 7.44; João 13.5. Na páscoa, porém, essa situação era revertida. O cajado era companhia constante dos viajantes, seu apoio e ajuda, e, ocasionalmente, sua defesa contra algum animal ou bandido que porventura ata- cassem.

Êx 12.36 Generosidade e Saque. A combinação desses dois atos permitiu que Israel extraísse grandes riquezas dos aterrorizados egípcios. Uma pessoa fará quase qualquer coisa para salvar a sua vida. Os egípcios julgaram-se pouco mais do que pessoas mortas (vs. 33), pois Moisés poderia desfechar uma praga de modo súbito e generalizado. Assim, os antes escravizados israelitas receberam o seu salário, a paga pelas muitas décadas de cativeiro e trabalho árduo. “Israel arrancou deles suas riquezas e bens, suas possessões mais valiosas" (John Gill, in loc.). Artapano (apud Euseb. Praepar. Evan. 1.9 c. 27, par. 436) falou sobre as bacias de madeira, sobre ricos tesouros e sobre vestes que os israelitas receberam da parte dos egípcios, e a esse testemunho, Ezequiel, autor de tragédias teatrais, adicionou a sua palavra (apud Euseb., idem, c. 29, par. 443).
Somos informados de que primeiramente os hebreus saíram de Ramessés (ver as notas sobre Êxo. 1.11) e chegaram a Sucote (Êxo. 13.20). Foram necessários três meses de caminhada para chegarem ao Sinai Eles seguiram um roteiro muito usado pelos que viajavam até a Palestina (Êxo. 13.17). Tell el-Maskhuta é o local da antiga Sucote. Imediatamente a leste daquele lugar fica o lago Timsah, e tanto ao norte como ao sul dali há áreas pantanosas que o povo de Israel precisou atravessar, a fim de encontrar seu caminho para a liberdade.
Êx 12.37 Cerca de seiscentos mil a pé. Moisés especificou, “somente de homens, sem contar mulheres e crianças”. Essa estatística concorda, em termos gerais, com o trecho de Números 1.46. Mas ali o número é especificado como de homens de guerra, em idade de serviço militar. Se levarmos em conta as mulheres, as crianças e o “misto de gente” (vs. 38), ou seja, os que não eram descendentes de Abraão, então havia uma multidão de pelo menos três milhões de pessoas. Os críticos veem um grande exagero nesse número, pensando que a terra de Gósen não poderia ter sustentado tão grande número de pessoas, e que a manipulação e 0 sustento de tão grande número de pessoas, no deserto, durante quarenta anos, teriam sido impossíveis. Os eruditos conservadores, por sua vez, supõem que, para Deus, não há problemas sem solução.“Se Moisés não contasse com a prova mais cabal de sua missão divina, ele jamais ter-se-ia posto à testa de tão imenso número de pessoas, as quais, não fosse a providência divina mais eficaz e especial, teriam simplesmente perecido por falta de alimentos” (Adam Clarke, in loc.).
Tipologia. O êxodo, sem a menor dúvida, serve de tipo da redenção do pecado e sua servidão, de que desfrutamos.

Deus Guia o Povo pelo Caminho

Um dos principais temas do Pentateuco inteiro é a providência de Deus (ver no Dicionário sobre esse assunto). Uma instância especial disso é a história de como Deus conduziu Israel para fora do Egito até o deserto, e ali preservou Israel, com vistas à entrada final na Terra Prometida. A rota mais curta atravessava o território dos filisteus na direção de Berseba e do Neguebe. Esse caminho seguia ao longo das margens do Mediterrâneo e era uma estrada militar utilizada pelos egípcios. Em Sua sabedoria, Yahweh guiou Israel por um caminho diferente, a saber, na direção sudeste, aproximando-se do Sinai, evitando qualquer confrontação possível com potências estrangeiras, incluindo o Egito. Não se sabe qual foi a rota exata, mas no artigo que há no Dicionário, chamado Êxodo (o Evento), sugiro o que se sabe sobre a questão. Também provi um mapa ilustrativo. Israel, ao confrontar-se com dificuldades, poderia ter retrocedido, especialmente se irrompesse guerra aberta. 
O vs. 18 diz-nos que Israel saiu armado para a batalha, uma frase acerca de cujo sentido os estudiosos não concordam. Algum método de resistência tinha sido provido. Israel não seria uma mosca morta no deserto.
Êx 13.17 Cobri quase todas as informações atinentes a este versículo na introdução anterior. Dificuldades encontradas no caminho poderiam ter feito Israel voltar ao Egito, incluindo algum ataque aberto por parte dos egípcios ou por parte de outro inimigo. Deus escolheu aquele roteiro que consolidaria as vantagens obtidas, ao levar 0 povo de Israel em segurança, ao deserto. Uma vez ali, outros planos poderiam ser feitos com antecedência. Mas Israel acabou vagueando por muitos anos, devido à sua incredulidade, pensando que lhe faltavam forças para enfrentar os formidáveis adversários que possuíam a Terra Prometida. O autor sagrado, pois, frisa aqui a orientação divina, uma questão de grande importância para todo homem espiritual.

Filisteus. Israel estava prestes a trocar um poderoso inimigo (o Egito), por vários inimigos menores, embora ainda assim temíveis (na Palestina). O termo “filisteus” é aqui usado em sentido geral, levando-nos a pensar em todos os adversários que enfrentariam Israel, em- bora sete nações cananeias distintas estivessem envolvidas. Ver as notas sobre Êxo. 3.5 e 13.5.
A rota que passava pelo mar Vermelho faria os israelitas passarem por Tânis e dai até Pelusium. Dali a Rhinocolura, então a Gaza, Asquelom e Asdode, cidades dos filisteus. A distância até a Terra Prometida, mediante essa rota, era apenas de trezentos e vinte quilômetros, e poderia ter sido coberta em menos de um mês. Porém, uma longa provação jazia à frente: quarenta anos de vagueação pelo de- serto. Nos dias de Josué, os filisteus tinham cinco cidades fortes: Gaza, Asquelom, Asdode, Gate e Ecrom (Jos. 13.3), e o povo de Israel não estava preparado para enfrentar esse poder ao tempo do êxodo. O Egito pode ter parecido um bom lugar para os cansados israelitas, quando os filisteus lançaram-se contra eles, com seus carros de combate e armas as mais variadas. Os filisteus eram dotados de grande poder de fogo, conforme se diz atualmente.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 349; 353; 358.

Êx 12.37. Sucote. Provavelmente o nome egípcio tkw, que é apenas a transliteração de um termo semita que significa “ palhoças para gado” (cf Gn 33:17, evidentemente não se trata do mesmo lugar). Parece encontrar-se em ou perto das ruínas de Tell el-Maskhuta, próximo ao Lago Timsah, no extremo oriental do Wadi Tumilat. Os israelitas teriam, então, marchado por toda a terra de Gósen, atravessando-a em direção ao leste, se nossa identificação está correta.

Seiscentos mil. Números 11:21 apresenta o mesmo número, que parece muito elevado, pois implica um total de dois ou três milhões, contadas as mulheres e crianças. Alguns estudiosos modernos acham que estes dados se referem aos produzidos pelo censo realizado por Davi (2 Sm 24) ou outro censo posterior, quando tais cifras seriam possíveis, mas onde já encontramos dados completamente diferentes no texto bíblico. Podemos presumir, se assim o quisermos, que os dados foram erroneamente preservados (talvez por terem sido escritos, em dias mais remotos, em cifras e não por extenso), ou podemos aceitar a opinião de Petrie em sua convicção de que 'ele, “ mil” , realmente significava “ clã” em data mais remota. Seja qual for o caso, não podemos ter ideia do número exato envolvido. Era grande o suficiente para aterrorizar os moabitas (Nm 22:3), e no entanto pequeno o suficiente para acampar por longo tempo nos oásis em redor de Cades-Barnéia (Dt 1:46). Nenhuma questão teológica depende do número exato, e assim sendo o assunto é irrelevante. Quer houvesse seis mil ou seiscentos mil, sua libertação foi um milagre. Ao chegarem a Canaã já eram, certamente, uma horda (para usar o termo do historiador) de tamanho respeitável, a julgar pelo impacto arqueológico na civilização cananita.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 108-109.

Não só Faraó e seus servos, mas todos os egípcios apertavam ao povo israelita para que fossem logo embora. “Os egípcios pressionavam o povo para que se apressasse em sair do país” (NVI). Temiam que todos fossem mortos (33). 
A tradução de Moffatt do versículo 34 indica a pressa com que o povo de Israel saiu: “Assim o povo agarrou apressadamente a massa, antes mesmo de levedar, e embrulhou as amassadeiras nas roupas, levando-as nos ombros”. Já haviam pedido jóias dos egípcios em tamanha quantidade que os egípcios ficaram empobrecidos (35,36). Temos a impressão que muitos ajudaram Israel a se aprontar antes mesmo da Páscoa. Agora insistiam que fossem depressa. Foi assim que Israel fugiu da escravidão egípcia depois de espantosa noite de vitória. O verbo hebraico sha’el (“pediram”, 35) pode ser traduzido igualmente por “pediram” ou “exigiram”. Os hebreus tinham a receber quantia considerável em salários pelo trabalho involuntário e não pago.

A vitória de Deus para Israel trouxe “A Grande Salvação” observada nos versículos 26 a 36. 1) O pré-requisito: Os filhos de Israel fizeram como o SENHOR ordenara, 26-28; 2) A proteção: O SENHOR passou sobre as casas dos filhos de Israel, 27,29,30 (cf. ARA); 3) A provisão: O SENHOR deu graça ao povo, 31-36.

1. A Partida do Egito (12.37-42)

a) O número dos que se puseram em marcha (12.37-39). No dia seguinte à noite da morte dos primogênitos dos egípcios, partiram os filhos de Israel para Sucote (37).Não sabemos a localização certa deste lugar, embora fosse viagem curta de um dia de Ramessés para o leste em direção ao mar Vermelho (ver Mapa 3). Deve ter sido tarefa custosa levar este grande grupo a um ponto central; talvez tivessem feito um planejamento para quando o momento da vitória chegasse.Muita controvérsia gira em torno da questão do número de israelitas que saiu do Egito. Os estudiosos liberais, pouco propensos a considerar providência milagrosa, recusam-se a aceitar um número alto como implica o montante de seiscentos mil homens.
Contestam a possibilidade de a população israelita aumentar tanto levando em conta o tempo decorrido e as condições adversas descritas. Também rejeitam a possibilidade de tantas pessoas sobreviverem no deserto. Existe a indicação de que a palavra hebraica que se refere a mil (elep) “possa ser traduzida por ‘clã’ ou ‘família’, como ocorre em outros lugares da Bíblia (e.g., Jz 6.15)”.16 Neste caso, o número total de 600 clãs seria bem menos.
Mas considerando a bênção especial de Deus, aceitamos que Israel crescera a uma população estimada de quase três milhões de pessoas.17 Sob o poder especial de Deus, as provisões no deserto teriam sido adequadas.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 167.(estudaalicao.blogspot.com).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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