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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Estudo do Apocalipse (igreja de Esmirna)


                                         IGREJA DE ESMIRNA




                                       Professor Mauricio Berwald

A Igreja de Cristo está sendo impiedosamente perseguida. Embora localmente pareça tranquila, universalmente está sob fogo cerrado. A perseguição não é apenas física. Os santos são pressionados tanto pela cultura, quanto pelas instituições de um século que, por jazer no maligno, repudia e odeia os que são luz do mundo e sal da terra.
Esmirna é o emblema da igreja mártir. Se Laodiceia é a cara do mundo, Esmirna é o rosto do Cristo humilhado e ferido de Deus. Por isso, devota-lhe o mundo uma aversão insana e inexplicável. Mas como calar a voz daqueles, cujo sangue continua a clamar ao Juiz de toda a terra? Seu testemunho não será silenciado. Haverá de erguer-se tanto dos túmulos como dos lábios que se abrem com mansidão, para mostrar as razões da esperança cristã.
Compartilhemos o testemunho de Esmirna. Mesmo pressionada pelo inferno, soube como manter-se nas regiões celestiais em Cristo Jesus.

I. ESMIRNA, UMA IGREJA MÁRTIR

1. Esmirna, uma cidade soberba. A cidade de Esmirna, apesar de inferior a Éfeso e de não possuir os atrativos de Laodiceia, ufanava-se de ser a mais importante da região. Afinal, tinha lá as suas vantagens. Localizada na região sudoeste da Ásia Menor, era também afamada por seu porto e pela mirra que produzia. Utilizada na conservação de cadáveres, a essência era obtida espremendo-se a madeira da commiphora myrrha. Não é uma figura perfeita para uma igreja confessante e mártir?
2. A igreja em Esmirna. Informa Lucas que, durante a estadia de Paulo em Éfeso, toda a Ásia Menor foi alcançada pelo Evangelho: “E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos” (At 19.10). Infere-se, pois, tenha sido a igreja em Esmirna estabelecida nesse período. Conquanto plantada numa cidade opulenta, ela era pobre, mas ricamente florescia em Deus (Ap 2.9).
Um dos mais notáveis bispos de Esmirna foi Policarpo (69-155 d.C). Diante do carrasco romano, não negou a fé em Cristo.
3. Esmirna, confessante e mártir. A igreja em Esmirna era confessional e mártir. Professando a Cristo, demonstrava estar disposta a sustentar-lhe o testemunho até o fim; sua fidelidade ao Senhor era inegociável (Ap 2.10). Como está a nossa confissão nestes tempos difíceis e trabalhosos?A natureza da igreja de Esmirna era ser confessante e mártir. Professando Cristo, estava disposta a testemunhá-lo até a morte.



II. APRESENTAÇÃO DO MISSIVISTA

A uma igreja ameaçada no tempo, apresenta-se Jesus como a própria eternidade: “Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu” (Ap 2.8). Nem a morte pode separar-nos do amor de Deus (Rm 8.35).
1. O Primeiro e o Último. Sendo Jesus o Primeiro, todas as coisas foram criadas por seu intermédio. Sem Ele nada existiria, porque Ele é antes de todas as coisas (Jo 1.1-3). Por isso, o Senhor lembra ao anjo da Igreja em Esmirna que tudo estava sob o seu controle. Até mesmo os que lhe moviam aquela perseguição achavam-se-lhe sujeitos; tudo era criação sua. Aliás, o próprio Diabo estava sob a sua soberania, pois também era criatura sua, apesar de reivindicar privilégios de criador (Ez 28.14,15).
Sendo também o Último, Jesus estará na consumação de todas as coisas como o Supremo Juiz (Jo 5.27; Rm 2.16; 2 Tm 4.1). Portanto, os que se levantavam contra Esmirna já estavam julgados e condenados, a menos que se arrependessem de suas más obras.
2. Esteve morto e tornou a viver (Ap 2.8). Conforme Jesus antecipara ao pastor de Esmirna, o Diabo estava para lançar algumas de suas ovelhas na prisão, onde seriam postas à prova (Ap 2.10). Todavia, nada deveriam temer, pois ao seu lado estaria Aquele que é a ressurreição e a vida (Jo 11.25). Somente Jesus tem autoridade para fazer-nos semelhante exortação, pois somente Ele venceu a morte e o inferno.
Não desejava o Senhor Jesus que o anjo de Esmirna temesse aqueles, cujo poder limita-se a tirar-nos a vida física, mas aquele que, além de nos ceifar a vida terrena, tem suficiente autoridade para lançar-nos no lago de fogo (Mt 10.28). Por conseguinte, o martírio daqueles santos iria tão somente antecipar-lhes a glorificação ao lado de Cristo.Jesus Cristo apresentou-se à igreja de Esmirna como o Primeiro e o Último; o que esteve Morto e Reviveu.



III. AS CONDIÇÕES DA IGREJA EM ESMIRNA

1. Tribulação (Ap 2.9). O anjo da igreja em Esmirna sabia perfeitamente que a tribulação é um legado que recebemos do Senhor Jesus: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Tranquilizado por essa promessa, o pastor de Esmirna refugiava-se na paz que excede todo o entendimento (Fp 4.7). Roguemos, pois, ao Senhor que console os que, neste momento de suprema provação, estão selando a fé com o próprio sangue. Oremos pelos mártires do século XXI.
2. Pobreza. Se Laodiceia de nada tinha falta, Esmirna carecia de tudo. O próprio Senhor reconhece-lhe a extrema pobreza: “Conheço a tua (...) pobreza” (Ap 2.9). Essa pobreza, todavia, era rica. Complementa o Cristo: “Mas tu és rico”. Sim, ela era rica, pois fora comprada por um elevadíssimo preço: o sangue de Jesus (1 Pe 1.18,19).
3. Ataques dos falsos crentes. Além dos ataques externos, internamente a igreja em Esmirna era perseguida por falsos crentes a quem o Senhor Jesus desmascara: “Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.” (Ap 2.9). O que buscava essa gente? Corromper a graça de Cristo através de artifícios humanos. Eles eram tão afoitos na disseminação de suas heresias e modismos, que se desfaziam em blasfêmias contra o pastor e a sua igreja. Mas na verdade estavam blasfemando de Cristo. Todavia, não haviam de ir adiante, pois em breve seriam julgados por aquele que sonda mentes e corações (Ap 2.23).
A Igreja de Cristo, nestes últimos dias, vem sendo atacada por falsos mestres e doutores. Disseminando heresias e modismos em nossos redis, fazem comércio dos santos. E abertamente blasfemam o nosso bom nome. Não irão, porém, adiante; sobre os tais paira o juízo de Deus.
4. Os crentes em prisão. Além dessas contrariedades, alguns membros da igreja em Esmirna (talvez os integrantes do ministério) seriam lançados na prisão, onde uma tribulação de dez dias aguardava-os (Ap 2.10). Foram eles executados? O que sabemos é que perseveraram até o fim, pois almejavam receber a coroa da vida.
Não são poucos os crentes que, neste momento, acham-se presos pelo único crime de professar a fé em Cristo (Mt 24.9). Nossos irmãos são torturados e executados. Em nossas orações, não nos esqueçamos dos mártires.
Oremos para que o nosso país jamais caia sob ideologias totalitárias e tirânicas como o nazismo e o comunismo.As condições humanas da igreja de Esmirna eram de tribulação, pobreza material e ataques caluniosos de falsos crentes.

Somente os que conhecem a natureza da segunda morte não temem as angústias da primeira. Esta, posto que é morte física, termina uma jornada temporal; aquela, ainda que morte, não morre: inicia um suplício eterno. Eis porque Esmirna sujeitava-se à primeira, porque temia o dano da segunda. Mas a sua principal motivação não era o medo da segunda morte e, sim, o amor que tinha por aquele que é a ressurreição e a vida.
Oremos pela igreja perseguida e mártir! As catacumbas de Roma não ficaram no passado. Num século que se diz tolerante e democrático, acham-se catacumbas e covas tanto nas metrópoles do Oriente quanto nas mégalopoles do Ocidente.


“Os Vencedores Não Sofrerão o Dano da Segunda Morte (Ap 2.11)
‘Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte’.
Ao concluir esta carta, o Espírito relembra a todas as igrejas de que há alguma coisa pior do que a morte física. Há a ‘segunda morte’, a separação final (Ap 20.11-15; 21.8). Esta morte implica numa eterna separação do plano, promessas, amor, misericórdia e graça de Deus. Fé, ou confiança, em Deus, não mais existirão; a salvação será impossível, e ninguém esperará por mudanças no futuro. A comunhão com Deus será para sempre perdida.
Por outro lado, os que são vitoriosos à medida que habitam no amor de Cristo pela fé, nunca terão medo da segunda morte, pois Deus tem lhes reservado um lugar na Nova Jerusalém, no novo céu e na nova terra.
A implicação contida nesse versículo é que, se alguém não for vitorioso, sofrerá a segunda morte, no lago de fogo. Em Mateus 25.41, Jesus enfatiza que o fogo eterno não foi preparado para os homens, mas ‘para o diabo e seus anjos’. Mas os que se recusarem a se arrepender, e se desviarem, ou descrerem no Filho de Deus, compartilharão do mesmo destino de Satanás” (HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.32,33).



                                   “Perseguição Governamental

Esmirna sofria sob a tirania de Roma. Mais adiante, Jesus identifica tal tribulação como prisão ou encarceramento.
A palavra tribulação (thlipsis, no grego) é muito radical. Literalmente, significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada, e seu sangue, extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar à luz a filhos.
Em Esmirna, os crentes eram dolorosamente esmagados sob as rígidas cláusulas da lei romana. Eram arrancados de suas casas, capturados nas feiras livres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso império sobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seus testemunhos com o próprio sangue.
Quando a igreja foi fundada em Jerusalém, era Israel quem lhe avultava como ameaça, e não Roma. Além do mais, vigorava naqueles dias a paz romana [...]. Embora cada país conquistado pudesse conservar seus próprios líderes e costumes, tinha de prestar cega obediência ao imperador. Aparentemente nada havia mudado. O povo ainda gozava certas liberdades políticas, religiosas e culturais, mas lá estava o Império Romano pronto a reprimir qualquer indisciplina.
Mas tudo mudou repentinamente. Em 67 d.C, um louco chamado Nero subiu ao trono de Roma. Temendo perder o trono, Ele matou suas três primeiras esposas e a própria mãe. Sob sua insanidade, as chamas da perseguição foram inflamadas contra a Igreja. Nero culpou os cristãos por muitos de seus erros políticos. Foi esta a perseguição mencionada nas duas epístolas de Pedro.
Mas Nero morreu cedo, proporcionando momentâneo refrigério à Igreja. Em 81 d.C, porém, outro insano assume o poder. Domiciano era mais cruel que Nero. E logo uma segunda onda de perseguição levanta-se contra os cristãos. Esta é a perseguição a que Jesus se refere na carta à Esmirna [grifo nosso].
Ao expandir-se, Roma conquistou muitos territórios e países, gerando grande diversidade de línguas e culturas no império. Como unificar tantas diversificações? [...] A adoração ao imperador foi a resposta. Uniria o império, pois obrigaria cada cidadão romano a prestar, uma vez por ano, pública lealdade diante do busto de César.
Mas para os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. [...] Ao invés de declarar: ‘César é Senhor’, os primeiros cristãos bravamente confessavam: ‘Cristo é Senhor!’ Como resultado, passou a Igreja a sofrer dolorosamente” (LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD, 2004, pp.100,01).fonte CPAD).

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