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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Escatologia visões proféticas de Daniel (4)






                                   Professor Mauricio Berwald

 (5) Ele retirou o sacrifício diário. Antíoco proibiu e reprimiu a oferta do cordeiro da manhã e da tarde, oferta que Deus deu ordens aos seus servos para oferecer todos os dias para a sua glória, sobre o seu altar. Com certeza, ele retirou todos os outros sacrifícios, mas apenas o saerifído diário é mencionado, pois esta era a maior de todas as perdas. Pois eles davam prioridade a esse em relação aos sacrifícios que eram apenas eventuais, e era através desse que mantinham sua constante comunhão com Deus. 

O povo de Deus considera os seus sacrifícios diários, os seus exercícios matutinos e vespertinos de devoção, os mais indispensáveis de sua profissão diária de fé, e os mais prazerosos de seus consolos diários. E por nada no mudo desistiriam deles. (6) Ele lançou por terra o lugar do seu santuário. Ele não queimou nem demoliu o templo, mas o lançou por terra ao profaná-lo, fez dele o Templo de Júpiter Olímpio, e colocou nele a sua imagem. Lançou, também, a verdade por terra, pisoteou o livro da lei, a palavra da verdade, rasgou-o, e o queimou, e fez o que podia para destruí-lo por completo, para que fosse perdido e esquecido para sempre. Esses eram os projetos daquele príncipe iníquo. Ele se exercitou nesse tipo de atitude. E (você acreditaria?) ele prosperou, mesmo agindo dessa forma. Ele foi muito fundo nesse assunto, parecia ter provado o seu ponto de vista, e chegou próximo de eliminar a religião santa que a mão direita de Deus plantara. Mas para que nem ele e nem qualquer outro se exaltasse, como se tivesse sido um oponente à altura do próprio Deus, e um adversário difícil para Ele, o assunto é aqui explicado e colocado sob a luz da verdade. [
1] Ele não poderia ter feito aquilo, se Deus não tivesse permitido que o fizesse. Antíoco não teria tido poder contra Israel, a menos que lhe fosse dado, de cima. Deus colocou esse poder em suas mãos, e o dispôs contra o sacrifício contínuo. A providência de Deus colocou em sua mão a espada com a qual se tornou capaz de sobrepujar todos aqueles que se pusessem em seu caminho. Note que devemos olhar e reconhecer a mão de Deus em todos os empreendimentos e vitórias dos inimigos da igreja contra ela. Eles são apenas varas nas mãos de Deus. 
[2] Deus não o teria permitido, se o seu povo não o tivesse estimulado a fazê-lo. E por causa da transgressão, da transgressão de Israel, para castigar o povo por isso, que Antíoco é usado para causar-lhe toda essa tribulação. Observe que quando a terra formosa e todas as suas coisas agradáveis são devastadas, deve ser reconhecido que o pecado é a causa motivadora de toda a desolação. “Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o Senhor, aquele contra quem pecaram e nos caminho
s do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (Is 42.24). A grande transgressão dos judeus após o cativeiro (quando foram curados da idolatria) foi o desrespeito e a profanação das coisas sagradas, menosprezando o serviço a Deus, trazendo os animais feridos e aleijados para o sacrifício, como se a mesa do Senhor fosse algo desprezível (assim lemos em Malaquias 1.7,8ss. Também lemos que os sacerdotes eram os culpados, Malaquias 2.1,8). Por esta razão, o Deus justo enviou Antíoco para tirar o sacrifício diário e lançar por terra o lugar do seu santuário. Note que é justo que Deus prive dos privilégios de sua casa aqueles que os menosprezam e profanam, e faça com que aqueles que não desejam desfrutar os benefícios de seus rituais os valorizem quando tiverem perdido a liberdade de praticá-los.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 875-876.

Antíoco I e Antíoco II não molestaram os judeus nem se meteram na Palestina, mas Antíoco III era megalomaníaco e ambicioso. Invadiu a Palestina, e os judeus, que já estavam desavindos com os Ptolomeus, receberam-no como libertador, mal sabendo o que estava atrás de tudo. Para apaziguar os Ptolomeus deu a sua filha Cleópatra em casamento a Antíoco Epifânio, prometendo-lhe como dote a Palestina, Celsíria e a Fenícia, mas nada disso cumpriu. Durante o seu domínio na Palestina cometeu toda sorte de desatinos, inclusive a de entrar violentamente no templo e oferecer uma porca no altar dos sacrifícios, com o que cessaram os sacrifícios do templo, por ter sido profanado. Como nos informam os versos 9 e 10, era uma pequena ponta que cresceu até atingir os exércitos dos céus, os palestinos, ofendendo até o Príncipe do exército (Deus), dele tirando o sacrifício costumeiro por causa das transgressões (v. 12). O templo ficou fechado por duas mil e trezentas tardes e manhãs, de 171-165 a.C., nos dias de Antíoco III, o Grande, e o seu sucessor Antíoco IV, o Epifânio (ver Mat. 24:15).

Foram tais as atrocidades dos Antíocos, que os judeus se revoltaram, e uma família, a dos asmonianos, se refugiou nas montanhas e desafiou o poder dos selêucidas. Dessa família nasceu o movimento apelidado de "Macabeu", em que a família asmoniana enfrentou o poder dos Antíocos ou dos Selêucidas, desde 167 até 163, quando conseguiram fazer proclamar a independência da Palestina sob um governo nacional. A dinastia de Davi foi assim restaurada, mas por pouco tempo, também porque as intrigas e invejas entre os próprios judeus fizeram com que os romanos, a este tempo já com seus exércitos nos arredores da Palestina, interviessem para apaziguar a contenda, mas com a mão de gato, para pouco depois anexarem a Palestina aos seus muitos domínios. O tempo do fim (ou último tempo da ira, v. 19) não se refere ao fim de tudo, mas ao fim das assolações dos Antíocos.

Assim, num breve bosquejo, procuramos dar a interpretação dos versos 9-14, que incluem um longo período histórico, talvez o mais triste da história triste dos judeus. (História mais completa se encontra no capitulo 11.)
O próprio Daniel ficou tonto com a visão que não podia compreender, mas o atormentava. Foi então que se apresentou diante dele um como homem, e ouviu uma voz de homem de entre as margens do rio Ulai, o qual chegou junto dele para lhe interpretar o mistério, mas Daniel ficou mesmo sem entender o sentido de toda aquela visão. Porém uma coisa ele entendeu. No determinado tempo do fim das calamidades dos Antíocos, no tempo de Antíoco Epifânio, o feroz de cara e mestre em intrigas e mentiras (vv. 23-25), cessariam as misérias previstas nesta visão.Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.

"De um dos chifres saiu um chifre pequeno" (8.9). 

Trata-se do rei selêucida Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no Antigo Testamento, o qual procedeu da Síria, uma das divisões do império grego, de que já falamos. O termo "selêucida" deriva do general Seleuco Nicátor, ao qual, na partilha do império de Alexandre, coube a Síria, a Ásia Menor e Babilônia, tendo por capital Antioquia. Seleuco foi o fundador da dinastia dos reis gregos da Síria, chamados selêucidas.

Antíoco Epifânio, o "chifre pequeno" de Daniel 8.9 é conhecido como o "Anticristo do Antigo Testamento", tal a perseguição que infligiu ao povo judeu no século II a.C., durante o chamado Período Interbíblico. (Assim se chama o período que vai de Malaquias a Mateus - cerca de 400 anos.) Antíoco reinou de 175 a 167 a.C. Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião. Chegou a proibir o culto a Deus. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar os judeus a renunciarem à sua fé em Deus. Isto deu lugar à famosa Revolta dos Macabeus, uma das páginas mais heróicas da história de Israel. Epifânio quer dizer o magnífico. Ele era assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam "Epimânio", que quer dizer louco.
Antíoco prefigurava o futuro Anticristo, pois no versículo 19 está escrito: "Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim".
O futuro Anticristo deverá, pois, surgir de uma das antigas quatro divisões do ex-império grego; certamente da divisão a que pertencia a Síria. Sendo Antíoco, tipo e sombra do Anticristo, procederá por certo do mesmo lugar. Talvez seja por isso que, ao ser mencionado o Anticristo em Apocalipse 13, ele (isto é, a Besta) é primeiramente mencionado como "semelhante a leopardo" (Ap 13.2). Ora, o leopardo é o animal que simboliza a Grécia (7.6).Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.

2. A visão do anjo Gabriel (Dn 8.16).

A visão do anjo Gabriel (Dn 8.15-18)

“E havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei entende-la” (8.15). Essa atitude de Daniel nos estimula a estudar a profecia com cuidado e desvelo. Buscar entender uma escritura bíblica requer de quem a deseja, dedicação e respeito ao que o texto quer dizer. Não dá direito de interpretação aleatória, ou seja, interpretação especulativa.

“se me apresentou diante uma como semelhança de homem” (8.15).

 O contexto bíblico não deixa dúvidas de que se tratava de um ser angelical que tomou a forma de um homem para falar com Daniel. Os anjos são seres espirituais sem forma qualquer. Por isso, eles podem tomar a forma que for necessária para comunicar a Palavra de Deus. Subtende-se, mais uma vez, que podia tratar-se do anjo Gabriel que se manifesta numa forma humana, a de um homem. Ele se comunica com Daniel e o trata por “filho do homem”. Não devemos confundir essa aparência angelical com uma teofa- nia (manifestação da divindade em forma humana). Neste caso em especial se trata apenas de um ser angelical com forma de homem, para poder comunicar racionalmente com Daniel. O anjo Gabriel comunicou de forma objetiva ao explicar toda a visão que Daniel tivera, distinguindo aspectos históricos e aspectos escatológicos.Ele anuncia a Daniel que a visão se cumpriria no “tempo do fim” (8.19).Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 124.

Dn 8.16: “... gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão”. A poderosa “voz” que “gritou” é a “voz” de Deus Pai, pois dada a posição elevada do “Anjo Gabriel”, um anjo comum não se poderia dirigir a um tão elevado poder da forma que se dirigiu:
“GabrieF. O anjo Gabriel aparece 4 vezes nas Escrituras: 1) Em Dn 8.16 (o texto em foco), ele explica a Daniel a visão do carneiro e do bode peludo. 2) Em Dn 9.21, ele esclarece a Daniel o segredo das “setenta semanas” escatoló- gicas. 3) Em Lc 1.11, ele é enviado a anunciar o nascimento de João Batista; do versículo 26 em diante, ele é novamente apresentado como tendo sido comissionado por Deus à virgem Maria, para predizer o nascimento de Jesus Cristo. Em Lc 1.19, ele se identifica, dizendo: “Eu sou Gabriel”. Essa palavra significa “homem de Deus”, ou embaixador de Deus”. Somente dois anjos recebem nome nas Escrituras, a saber, Gabriel e Miguel. (Ver Dn 8.16; 9.21; 12.1; Lc 1.19, 26; Jd v.9; Ap 12.7). Segundo a tradição judaica, Gabriel era o guardião do tesouro sagrado. Miguel era o destruidor do mal, o agente de Deus contra o mal. Esse nobre mensageiro assiste diante de Deus”. (Ver 1.19). E, portanto, um embaixador da corte celestial.Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 158-159.

Gabriel, o mensageiro de Deus (8.15-19). Daniel ficou profundamente assombrado com a visão que teve, mas ele rapidamente encontrou uma resposta quando se apresentou diante dele um ser na semelhança de homem (15) — um mensageiro especial enviado por Deus. Era Gabriel (16) que apareceu, anunciado pela voz de homem. Acerca de margens do Ulai, cf. comentários do versículo 2.

Gabriel (hb., “Deus mostrou-se poderoso”) é bastante conhecido nas Escrituras. Ele era o mensageiro de Deus para Daniel (8.16; 9.21) e o mensageiro da anunciação do nascimento de João Batista, bem como do nascimento de Jesus (Lc 1.9, 26). Ao idoso Zacarias, Gabriel explica sua posição: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas” (Lc 1.19). Em seu terror diante da presença do anjo, Daniel escreve: “caí prostrado [...] Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os sentidos. Então ele tocou em mim e [...] disse: ‘Vou contar-lhe o que acontecerá depois [...] pois a visão se refere ao tempo do fim’” (17-19, NVI).Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530-531.

Daniel pergunta o significado da visão (vv. 5-19). No início do livro, Daniel foi capaz de interpretar e de explicar os sonhos e visões de outros, mas aqui teve de perguntar ao anjo qual era o significado do bode derrotando o carneiro e do pequeno chifre tornando-se um reino poderoso. A voz que deu a ordem a Gabriel pode muito bem ter sido a voz do Senhor. Gabriel significa "homem de Deus" e foi ele quem explicou a Daniel a visão dada no capítulo 8, bem como a visão das setenta semanas (Dn 9:21, 22).
Séculos depois, Gabriel seria enviado a Zacarias, para anunciar o nascimento de João Batista (Lc 1:11-20), e a Maria, a fim de contar-lhe que ela daria à luz o Messias (vv. 26-38). O único outro anjo cujo nome é citado nas Escrituras é Miguel ("quem é como Deus?"), que tem a incumbência especial de cuidar do povo de Israel (Dn 10:1 3, 21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7).
Quando Gabriel aproximou-se de Daniel, o profeta encheu-se de temor, desmaiou e caiu em sono profundo. (Ver Dn 10:9, 15, 17 e Ap 1:17.) Gabriel chamou-o de "filho do homem", um título messiânico (Dn 7:13); mas aqui foi empregado para enfatizar a fraqueza e humanidade do profeta.
O toque de Gabriel despertou o profeta (Dn 10:10, 11, 16, 18) e o anjo explicou-lhe que a visão dizia respeito aos últimos dias da história dos judeus. "O último tempo da ira" (v. 19) refere-se ao desprazer de Deus com seu povo e aos tempos de sofrimento intenso pelos quais Israel passará antes de vir o fim e de ser estabelecido o reino prometido.WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag. 355.

3. O tempo do fim (Dn 8.17).

Dn 8.17 “... caí sobre o meu rosto”. Esta expressão é também repetida no versículo seguinte. A aproximação de Gabriel fez Daniel “tombar” no chão com extremo assombro, como acontecera com Ezequiel, o profeta do cativeiro, em suas grandes visões (Ez 1.28; 3.23; 44.4). Gabriel diz a Daniel que esta visão se cumprirá somente no “tempo do fim”. Já tivemos oportunidade de falar sobre isso, em outras notas expositivas. Este “tempo do fim”, no livro de Daniel, refe- re-se a septuagésima semana profética, descrita em Dn 9.2-27, com especial referência à metade dela, na parte final, que, no Apocalipse, é chamada “A Grande Tribulação”. No Novo Testamento, a expressão “os últimos dias”, em At 2.17; 2 Tm 3.1; Hb 1.1, é equivalente, no grego, ao “tempo do fim”, e, o sentido geral, é mais amplo que em Daniel, pois é aplicado à época do Evangelho de Cristo, à época do Espírito Santo em sua plenitude. E também para os “últimos dias maus”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 159.

Dn 8.17 O “fim do tempo", neste caso. ê uma alusão a todo o período compreendido entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Muitos acontecimentos ocorridos sob o governo de Antioco Epifânio IV se repetirão em uma escala mais ampla antes da segunda vinda de Cristo. Durante esse tempo Deus lida com Israel de maneira radicalmente diferente, com a divina disciplina chegando por meio das nações gentílicas. Este período é muitas vezes mencionado como “os tempos dos gentios" (Lc 21.24).BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1106.

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