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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A setenta semanas de DANIEL (1)




                  ASSETENTA SEMANAS DE DANIEL DN 9 (1)


                                Professor Mauricio Berwald

O capítulo nove de Daniel é um dos mais controvertidos e especulados da Bíblia. Quantas datas foram marcadas para a vinda de Jesus a partir desse capítulo? Quantas pessoas pensaram que o Anticristo foi o Hitler? Ou o Papa? Tudo a partir da leitura desse capítulo.O que se tem no capítulo nove é a terceira visão dos mistérios proféticos a respeito do tempo do fim onde de forma direta e através do anjo Gabriel o profeta Daniel recebeu de Deus tais informações. Duas divisões naturais aparecem neste capítulo: a oração de Daniel (vv.3-19) e a resposta divina transmitida pelo anjo Gabriel (vv.20-27).

A respeito da oração de Daniel é importante que o professor considere algumas questões importantes:
1. A oração de Daniel foi motivada por uma reflexão acerca das profecias de Jeremias. O povo judeu passaria setenta anos cativo e desolado (v.2);
2. Enquanto empenhava-se por entender a mensagem do profeta Jeremias, Daniel humilhou-se na presença de Deus e jejuou (v.3);
3. Daniel suplica ao Senhor confessando o pecado do povo e colocando-se, juntamente com o povo cativo, responsável por aquele pecado (vv.4-14);
4. Suplicou também pela misericórdia divina lembrando esta mesma misericórdia quando o Senhor livrou o Seu povo do Egito e, igualmente, usou de justiça para castigar o pecado de Jerusalém (vv.15,16).
5. Por fim, Daniel pede a Deus para libertar a cidade santa, Jerusalém, e a nação cujo Deus é o Senhor (vv.17-19);
6. O anjo Gabriel responde a Daniel após o processo de busca por resposta divina. É interessante destacar que é a primeira vez que um anjo aparece se locomovendo no Antigo Testamento. Antes, outros anjos apenas apareciam.
O capítulo pelo qual estamos estudando revela a disposição e a motivação de Daniel em buscar os desígnios de Deus. Embora não seja, neste espaço, a nossa intenção criar uma espécie de receita de bolo para buscarmos a Deus, pois entendemos que as experiências espirituais são de caráter subjetivo, cada pessoa tem a sua experiência com o Pai, mas é impossível não observarmos algumas características que chama-nos atenção na atitude de Daniel: a sua sede de conhecer a vontade de Deus, a humildade; a sinceridade; a disposição em orar e jejuar. Que a atitude de Daniel estimule-nos a buscarmos a vontade de Deus para a nossa vida!Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 41.


                                     COMENTÁRIO INTRODUÇÃO 


O capítulo 9 é, indiscutivelmente, a profecia mais importante do livro de Daniel. Neste capítulo a profecia ganha um sentido histórico especial e ao mesmo tempo escatológico, tanto em relação a Israel, quanto em relação ao mundo. Diferentemente dos capítulos anteriores, esta revelação não se preocupa com os poderes mundiais, mas trata de uma revelação especial sobre o futuro de Israel que afeta, indiscutivelmente, todo o mundo. Nos capítulos anteriores, tais como os capítulos 2,4, 7 e 8, se percebe que Deus utilizou figuras diferentes do mundo mineral (metais), bem como, figuras do mundo animal para ilustrar os acontecimentos futuros do mundo. Na realidade, Deus usa elementos neutros como os metais (ouro, prata, cobre, ferro e barro), e elementos do mundo animal, para tratar de aspectos políticos, morais e espirituais. Todos esses capítulos tem uma relação especial com Israel que é o alvo da profecia. No capítulo 9, Deus revela a Daniel fatos futuros do povo de Israel utilizando número de semanas, dias e anos. Esses números ganham uma linguagem especial na sua interpretação em relação ao povo de Israel. Daniel, ao rever o livro do profeta Jeremias descobriu uma profecia literal que estava chegando ao seu cumprimento. 

O período de 70 anos predito para um tempo de escravidão e exílio do povo judeu em terras estrangeiras estava chegando ao fim. Porém, Deus toma esta circunstância histórica para revelar outra verdade futura acerca do seu povo. Seria outro período de 70 semanas de anos totalizando 490 anos literais, sob o qual Israel experimentaria a força da soberania de Deus sobre Israel que afetaria o mundo inteiro. Depois da visão estarrecedora dos capítulos 7 e 8, quando Daniel visualiza espiritualmente o futuro com “um rei feroz de semblante” que prefigura numa perspectiva escatológica o futuro Anticristo, ou seja, “o homem do pecado”, Daniel enfraqueceu física e emocionalmente e lhe restou, tão somente, orar e buscar o socorro de Deus.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 127-128.

As setenta semanas de anos (cap. 9)

As duas principais profecias do livro de Daniel são as do capítulo 2 e do capítulo 9. A do capítulo 2, como já vimos, revela o futuro do mundo gentílico, terminando pelo reino dos dez dedos dos pés da grande estátua, quando a pedra (que representa Cristo na sua vinda para julgar) bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Três vezes está dito isto (2.34,40,44). Portanto, as nações ímpias não findarão pacificamente, mas de modo violento e catastrófico, como veremos à vinda de Jesus, com poder e grande glória. Vemos ainda que o reino final será o do Céu (2.44).
A segunda profecia mais importante do livro de Daniel é esta do capítulo 9, revelando o futuro da nação israelita, incluindo também o período da Igreja, se bem que parentético, como veremos durante o estudo. Podemos dizer que esta profecia é o futuro de Israel no plano de Deus.

Se não entendermos bem a profecia das Setenta Semanas, tampouco entenderemos o Sermão Profético de Mateus 24, e nem o livro de Apocalipse, uma vez que ela abrange esses dois. Quase todo o livro de Apocalipse (caps. 6 a 22) é apenas uma aplicação da profecia preditiva das Setenta Semanas de Daniel. Noutras palavras: Deus deu a Daniel um quadro geral dos eventos futuros relacionados com Israel; e a João, no Apocalipse, deu os detalhes desses eventos.Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.

Temos, nesse capítulo: I. A oração de Daniel pedindo a reintegração dos judeus que estavam no cativeiro, e na qual ele confessa o pecado, reconhece a presença da justiça de Deus nas calamidades, e implora as promessas divinas de misericórdia que o Senhor ainda havia reservado para eles (w. 1-19). II. A resposta recebida em seguida à sua oração e que foi transmitida por um anjo. Nesta,
1. Ele recebe garantias sobre a imediata libertação dos judeus do seu cativeiro (w. 20-23). 2. Ele é informado a respeito da redenção do mundo por Jesus Cristo (que o próprio Daniel estava tipificando), de como seria a natureza dessa redenção, e quando ela seria realizada (w. 24-27). E essa é a profecia mais clara e luminosa em todo o Antigo Testamento a respeito do Messias.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 879.

I - DANIEL INTERCEDE A DEUS PELO SEU POVO
(Dn 9.3 19)

1.O tempo da profecia de Jeremias (vv. 1,2).

Daniel examina o tempo da profecia de Jeremias (9.1-4)

“No ano primeiro de Dario,filho deAssuero, da nação dos medos” (9.1). Em 539 a. C., Daniel já tinha mais de 80 anos de idade. Era um ancião respeitado por mais de 60 anos em reinos anteriores, mas ainda exercia atividades políticas sob o domínio de Dario. Dario era filho de Assue- ro, rei conhecido pelo nome que não pode ser confundido com o rei Assuero da história de Ester (Et 1.1). Entretanto, o rei Dario de Dn 5.31; 6.1 e 9.1 é a mesma pessoa, a quem Ciro da Pérsia o designou para ser o rei da Babilônia. E interessante notar que o rei Dario de 9.1 é o que veio a ser rei sobre o reino dos caldeus (Babilônia).

(9.2) Daniel entende que o número de anos da profecia de Jeremias havia chegado. Ele disse: “entendi pelos livros que o número de anos, de quefalou o Senhor ao profeta feremias”. Consultando a profecia, Daniel descobre o que Deus disse ao profeta Jeremias: “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei da Babilônia”(]v 25.11,12). Uma vez que a punição já havia acontecido contra a Babilônia, Daniel entendeu que o momento de cessarem as assolações de Jerusalém havia chegado. Ele descobre que a profecia que o tempo dos 70 anos de cativeiro estava chegando ao fim, “Setenta anos” era o tempo da indignação divina contra Jerusalém e as cidades de Judá conforme falou Zacarias 1.12, que disse: “Então o anjo do Senhor respondeu e disse: O Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” Outra profecia está descrita em 2 Cr 36.21 que diz: “para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram”. No texto de Daniel 9.2, o servo de Deus orou com todas as suas forças pedindo a Deus que cumprisse a promessa da sua graça sobre Israel, restaurando o seu reino e a sua cidade.
Daniel ora objetivamente a Deus: “e eu dirigi o meu rosto ao Senhor” (9.3). Daniel demonstrou que a oração precisa ter ousadia e temor de Deus no coração. Ele dirigiu seu rosto ao Senhor, isto é, ele não usou de subterfúgios para falar com Deus, mas expôs sua face para se apresentar ao Senhor. A oração foi o meio providencial para que se cumprisse o que já estava determinado por Deus (Is 42.24,25; 43.14,15; 48.9-ll;Jr 49.17-20; 50.4,5,20).
Daniel orou e intercedeu pelo seu povo. “E orei ao Senhor, meu Deus, e confessei... ” (9.4-6). Daniel teve a humildade de confessar o pecado do seu povo incluindo ele mesmo. Ele não viu apenas a culpa da sua gente, mas a sua também. Ele usa a expressão: “pecamos cometemos iniquidade” (9.5). A despeito de ser homem íntegro, não foi presunçoso diante da justiça de Deus. mas colocou-se debaixo da mesma culpa pedindo perdão a Deus. Daniel teve uma atitude de intercessão que dominou seu coração diante de Deus. Essa atitude em favor do seu povo foi demonstrada com total humildade. Ele estava convencido da soberania de Deus e seu poder para manifestar o seu perdão, mas acima de tudo, para cumprir a sua palavra. Daniel sabia que não podia adiantar nem atrasar o cumprimento dos desígnios divinos para com Israel. Ele preferia colocar-se diante de Deus como alguém que sabia da incapacidade do seu povo para entender que a disciplina do Senhor estava se cumprindo, mas que havia algo futuro que ainda se cumpriria na história de Israel. Daniel depois de haver expressado seu reconhecimento da grandeza de Deus, se volta para si mesmo e para seu povo, se identificando com os pecados de Israel (Dn 9.5,6).Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 128-129.

Dn 9.1 O assunto principal deste capítulo que, em suma, encerra uma série de 27 versículos, é a oração do profeta Daniel, para que Deus desse início ao regresso de seu povo. (Ver Salmo 126). Podemos dividir o presente capítulo da seguinte maneira: 1) A introdução (versículos 1 e 3). 2) A oração propriamente dita (versículos 4 a 19). 3) A resposta da oração: Deus enviando o anjo Gabriel (versículos 20 a 27). Então o capítulo é dividido em duas partes: 1) A introdução (versículos 20 a 23). 2) A resposta propriamente dita (versículos 24 a 27). Agora a consolidação: A grande profecia das “setenta semanas”. Os versículos 1 e 2 do presente capítulo, apontam no tempo esta oração: foi no primeiro ano do governo de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos. Não sabemos determinar se o “Assuero” do texto em foco é o mesmo que vem citado no livro de Ester 1.1. Alguns comentadores aceitam que o Assuero do texto é Xerxes, e o nome “Assuero” pode ser um “título real aque- mênida”. Seja como for, nós aceitamos o que fica depreendido dos textos divinos, o mais são especulações humanas.
Dn 9.2 “Era de setenta anos”. Daniel primeiro examina com cuidado as predições do profeta Jeremias sobre os “setenta anos de cativeiro” (Jr 25.11, 12). Setenta anos de cativeiro sobre a nação foi para “que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21). Deus ordenou a Israel, no deserto, que trabalhasse seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em sete. (Ver Ex 20.9, 10; Lv 25.1-7). A guarda do sábado à risca foi observada por Israel logo no deserto, e um homem foi morto porque apanhou lenha no sábado. (Ver Nm 15.32-36). A segunda ordem de Deus para que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor com a entrada da nação na terra prometida. (Ver Lv 25.2-4). Isto significa que todo o “tempo pertence a Deus”. Durante esse ano (de repouso), a terra não era lavrada, o fruto era livre, e a confiança do povo em Deus era provada. 

Aprendemos de Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para dar instrução religiosa ao povo. Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi observada, como devia ter sido por 70 vezes. Por isso, foram dados ao povo 70 anos de cativeiro. Deus, apenas, como sempre, só exigiu o dízimo dos 490 anos. (Ver 2 Cr 36.21). Daniel sabia que Deus é o “Justo Juiz” e só cobraria o “dízimo” dos anos, e pôs-se a orar confiantemente por um repatriamento. (Comp. SI 126).Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 165-166.

O estudo desta profecia torna-se mais edificante e empolgante quando consideramos que estamos vivendo agora no “tempo do fim”, de que falou o profeta Daniel em 8.17,19; 10.14; 12.4.

1. O cenário histórico da profecia (9.1,2). "No primeiro ano de Dario" (v. 1). Isso teve então lugar após 5.31. Estava chegando o final dos setenta anos de cativeiro do povo judeu. "Eu, Daniel, entendi pelos livros" (v. 2). Daniel possuía uma biblioteca, cujos livros ele estudava, e entre esses estavam os da Bíblia de então. Ele menciona aqui, no versículo 2, as profecias de Jeremias. Hoje podemos ter mais conhecimentos ainda, porque dispomos de livros das Escrituras como o de Apocalipse, que ele não tinha. A profecia de Jeremias, em apreço, diz: "Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia..." (Jr 25.11,12). Esse rei de que fala
a profecia já fora castigado. Daniel considerava então que já estava no tempo para terminarem as "assolações de Jerusalém", a qual continuava destruída.
2. A oração de Daniel (9.3-19). Daniel era homem de oração e jejum. Certamente temos aí uma das razões por que sempre permaneceu firme na fé, vivendo e trabalhando nas "alturas" palacianas. Davi deu o mesmo testemunho no Salmo 18.33. "E me firmou nas minhas alturas". Deus pode guardar o crente nas altas posições, sejam quais forem que venha a ocupar. Muitos crentes, ao subirem nesse sentido, infelizmente começam a "descer" espiritualmente. O caminho certo nesses casos é o da oração e da Palavra, como fez Daniel.
Uma coisa tocante nesta oração de Daniel (vv. 3-19) é o fato de ele confessar os pecados da sua nação como se fossem os seus, identificando-se, assim, com o seu povo. "Temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos" (v. 5). Ele sabia conjugar os verbos bíblicos na primeira pessoa...Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.

A Ocasião da Oração de Daniel (9.1-3)

Uma mudança no governo trouxe à mente de Daniel a convicção aguda de que alguma mudança providencial de grandes proporções estava para acontecer com o remanescente do seu povo no exílio. O reino dos caldeus tinha chegado ao fim com a queda da Babilônia (5.30-31). O govemo dos persas e seus aliados medos o tinha destituído. Se Dario, que foi constituído rei sobre o reino dos caldeus (1), era, na verdade, o parente idoso do persa Ciro, a situação política continuava instável. O equilíbrio do poder estava passando da Média para a Pérsia. Ciro, dentro de dois anos, assumiria a liderança civil e militar.
Mas Daniel estava acima do cenário secular. Ele entendeu pelos livros [...] que falou o Senhor (2). Daniel estava ciente de quão minuciosamente exato havia sido o cumprimento das advertências que Deus tinha dado ao seu povo. Ele tinha passado pelos dias angustiantes de calamidade descritos detalhadamente em Levítico 26.14-35. O castigo imposto por causa da negligência dos anos sabáticos estava ficando claro. A promessa de Deus de misericórdia e restauração baseadas na aliança que Ele havia feito com os pais (Lv 26.40-45), com a condição indispensável de arrependimento, continuava valendo. Deus estava aguardando a reação do povo. Então Daniel lembrou da referência profética alarmante de Jeremias em relação a uma série de ciclos sabáticos que culminava naqueles dias: “Porque assim diz o Senhor: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar” (Jr 29.10; cf. 29.11-13; 2 Cr 36.12). Ele sabia que o tempo estava próximo e sabia exatamente o que deveria fazer. Na profecia de Jeremias, Daniel descobriu o plano de Deus para a época em que vivia.

A seriedade da luta na oração de Daniel pode ser percebida na seguinte frase: E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza (3).
Aqui estava um homem empenhado em uma busca profunda e sincera pela ajuda divina. Calvino observa que “quando Deus promete algo singular e valioso, devemos estar alertas e sentir essa expectativa como um estímulo aguçado”. Calvino então ressalta que o uso do pano de saco, da cinza e do jejum por Daniel, foi usado, não como obras meritórias para alcançar o favor de Deus, mas como auxílio para aumentar o ardor na oração. “Assim, observamos que Daniel fez o uso correto do jejum, não desejando agradar a Deus por meio dessa disciplina, mas em conferir-lhe mais seriedade em suas orações”.
Em Daniel 9.1-3, encontramos os “Fatores da Oração Eficaz”: 1) Um coração aberto para “a palavra do Senhor” (2a, NVI). 2) Uma convicção esmagadora de que o tempo de Deus é agora (2b). 3) A observância das disciplinas da oração insistente (3).Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 532-533.

2. A confissão dos pecados de um povo (vv.3-11,20).

A preparação para a oração (Dn 9.3)

Daniel, em sua preparação para a oração, nos ensina quatro coisas importantes: em primeiro lugar, uma busca intensa. Ele voltou o rosto para o Senhor. Isso demonstra a intensidade de sua oração. Ele tinha vida de oração metódica e regular, mas agora esse homem se concentra em oração.
Em segundo lugar, um clamor fervoroso. Daniel ora e suplica. O decreto de Dario o leva a ser mais enfático em sua oração e clamor.
Em terceiro lugar, uma urgência inadiável. Daniel ora e jejua. Quem jejua tem pressa. Quem jejua não pode protelar. Daniel tem urgência em seu clamor. Faltam apenas mais dois anos para o cumprimento da profecia e ele não vê em seu povo o quebrantamento necessário. Ele sabe que a profecia passa pelo arrependimento do povo. Por isso, ora com tanta urgência.
Em quarto lugar, um quebrantamento profundo. Ele se humilha. Veste-se com pano de saco e cinza. Ele era um homem do palácio, mas despoja-se de sua posição.

Os atributos da oração (Dn 9.4-19)

A oração feita por Daniel contém os pontos mais importantes de uma oração. Ele começa adorando a Deus (Dn 9.4). Daniel se aproxima de Deus com santa reverência. Sua oração não era daquele tipo que chama Deus de paizinho, tão popular hoje, que descreve intimidade na verbalização, mas distância na comunhão. Daniel tinha intimidade com Deus, mas reconhecia a majestade e a grandeza de Deus diante de quem os serafins cobrem o rosto. Confiança filial não é inconsistente com profunda reverência. Daniel adora a Deus por causa de sua fidelidade ao pacto. Ele pode confiar em Deus por saber que Deus é fiel a Sua Palavra. Daniel adora a Deus também por causa de Sua misericórdia e prontidão em perdoar (Dn 9.4,9).

Daniel, depois de adorar a Deus, é tomado por profunda contrição, faz confissão de seus pecados e dos pecados do povo (Dn 9.5-15). Quais foram as características da sua confissão? Em primeiro lugar,
Daniel fez uma confissão coletiva (v. 7,8). Daniel compreendeu que ele, os líderes de seu povo e o povo pecaram contra Deus. Aqui não há justificativa nem transferência de culpa. Todos pecaram. Todos são culpados: os líderes e o povo. Deus falou, e eles não ouviram. Deus ordenou, e eles não obedeceram. Deus fez grandes maravilhas, e eles não agradeceram.
Em segundo lugar, Daniel faz uma confissão específica (v.5,6). Ele não faz confissões genéricas: Daniel usa vários termos para expressar o pecado do povo: pecado, iniqüidade, procedimento perverso, rebeldia, desvio dos mandamentos e juízos (v. 5), desobediência (v. 10), transgressão da lei (v. 11) e procedimento perverso (v. 15).
Em terceiro lugar, Daniel faz uma confissão sincera (v. 7,14). Daniel está corado de vergonha. Ele sabe que os males que vieram sobre o povo foram provocados pela desobediência e rebeldia do povo. O pecado traz opróbrio, vergonha, dor, humilhação e derrota. Daniel reconhece que as aflições do povo são por causa de seu pecado, e, por isso, Deus é justo em castigar seu povo (v. 11). Daniel entende que o mal veio sobre o povo por causa de seu pecado (v. 11-13). Deus já havia alertado o povo sobre esse perigo, Mas a despeito da maldição vir, do mal chegar, o povo ainda não havia se quebrantado.

O povo não tinha atendido nem mesmo à voz do chicote de Deus.

Em último lugar, Daniel, em sua confissão, reconhece a ingratidão do povo (v. 15). Deus tirara Israel do Egito com mão forte e poderosa. Realizara tantos milagres e providências em sua vida e o engrandecera aos olhos das nações. Mas Israel, em vez de agradar a Deus, rebelou-se contra Ele. Depois de confessar seus pecados e os pecados do povo, Daniel faz súplicas a Deus (Dn 9.16-19). Seus pedidos são específicos (v. 16-18): Daniel pediu por Jerusalém e pelo monte santo (v. 16). Pediu pelo templo assolado (v. 17) e pela cidade que é chamada pelo nome de Deus (v. 18). Seus pedidos são urgentes (v. 19). Daniel tem pressa.

Ele não pode esperar. Ele pede a Deus urgência na resposta.

Seus pedidos são importunos (v. 15-19). No versículo 15 ele diz: “Já fizeste grandes coisas por este povo, não o farás de novo? Não peço algo novo, mas o que já fizeste no passado”. No versículo 16 Daniel diz: “É a tua cidade. É o teu monte santo. Não deverias, portanto, fazer algo por eles? E o teu povo que está sendo desprezado”.Ficará Deus impassível? No versículo 17 Daniel diz: “O teu santuário é o único lugar que escolheste para tua habitação. Deixarias tu este lugar desolado para sempre?”.

No versículo 18 Daniel diz: “E a cidade chamada pelo teu nome”. O apelo de Daniel não é para que Deus simplesmente liberte Seu povo, mas que o faça por amor de Seu nome. E a glória do nome de Deus que está em jogo. Não é simplesmente por causa do povo, ele não o merece. É por causa do nome de Deus! A desolação refletirá no caráter de Deus. As pessoas poderão questionar Seu poder e Sua bondade. Se Deus não agir, Seu nome será blasfemado. No versículo 19 a oração alcança seu ápice: “O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome”.

Quando foi a última vez que você orou assim? Esse é o tipo de oração que Deus ouve. Precisamos conhecer as promessas de Deus e orar por elas dessa forma. Quando um remanescente ora dessa forma a história é mudada.Seus pedidos são cheios de clemência (v. 19). Daniel não pede justiça, mas misericórdia. Ele pede perdão. Ele não pede por amor ao povo, mas por amor a Deus. Seus pedidos são fundamentados na misericórdia (v.18). A oração verdadeira é sempre marcada por profunda humildade. Nossas orações devem ser fundamentadas não na justiça humana, mas na misericórdia divina. Não nos méritos do homem, mas no nome de Jesus.LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 112-115.

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