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sábado, 27 de agosto de 2016

Subsidio CPAD juvenis ética nos relacionamentos n.10



                                  SUBSIDIO CPAD JUVENIS ÉTICA



                     CRISTÃ NOS RELACIONAMENTOS N.10 

                                           Escritor Mauricio Berwald

Mais uma vez retomamos o tema dos relacionamentos em sua interface com a maturidade afetiva e a construção do sujeito. Nesta lição aparecerá expressões como “educar as emoções”, “maturidade afetiva”, “conviver com as diferenças”, “educação dos sentimentos” e “construção de relacionamentos”. Por si mesmos, esses vocábulos já constituem um estudo a parte. Essa não é apenas uma preocupação da educação cristã como também da educação humanista, que busca a alfabetização das emoções humanas. A Unesco entre outros órgãos tem procurado difundir a necessidade de não apenas preparar as pessoas para o mundo do trabalho, mas também para conviverem consigo e com os outros, questões que estão na pauta da educação cristã.

Professor, solicite aos alunos que descrevam, segundo entendem, o papel das emoções nos relacionamentos e como as emoções podem ajudar ou prejudicar os relacionamentos.

Lembre-se que o processo de maturidade afetiva inicia com a família. É ali que a afetividade e o modo como se lida com ela são construídos. Esse processo recebe ainda influência da socialização da pessoa nos espaços fora do núcleo familiar. Também a cultura na qual o indivíduo está inserido participa do processo de construção da identidade do sujeito e de sua afetividade. Tudo isso ocorre quase que ao mesmo tempo interferindo em cada um dos processos numa fabulosa síntese! Assim, falar de relações é fazer referências a esses tipos de conexões que unem as pessoas a si mesmas ou a outras. O elemento que dá consistência a essas relações são as emoções. Estas definem a característica, o conteúdo e a intensidade dessas conexões. Daí serem importantes para os relacionamentos.

Não existem relacionamentos perfeitos. Eles são construídos e dependentes da experiência, maturidade e sabedoria da pessoa em interpretar e corrigir as experiências afetivas negativas (Pv 15.31), transformando-as em lições positivas para que não se repita os erros cometidos (Pv 9.9; 13.16). É preciso educar as emoções para conviver com as diferenças e não responder o agravo com outro (Pv 15.1,18,23). Isto não ocorre de um dia para o outro, mas é um processo que perdura por toda vida. Nesta lição observaremos como os relacionamentos afetam a estrutura do próprio ser.

 

I. RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS E AFETIVIDADE (Jo 13.34)

 

1. A construção do sujeito (Sl 139.13-18). O homem, seja como indivíduo, seja como espécie, é um ser em construção (v.16). Ele não nasce pronto, acabado, mas do início ao fim da vida está em permanente desenvolvimento de sua personalidade, talentos, habilidades e relacionamentos (Sl 103.14-16). O homem não é apenas capaz de aprender, como também em desaprender, adquirir novos hábitos e caminhar rumo à maturidade (Ec 3.1-7). Ele cria e recria a si mesmo. Daí a razão pela qual é importante a participação dos cristãos na educação do indivíduo e da sociedade.

2. Construção de relacionamentos saudáveis (Ec 3.1-7). A construção do sujeito não é um processo retilíneo, mas repleto de serpenteamentos, de rupturas e retomadas de rumo, como afirma Eclesiastes 3. Ele cresce no cultivo da vida social e deve ser sábio para distinguir os relacionamentos bons dos maus, as boas companhias das más, as interações frutíferas das frívolas e assim sucessivamente (Pv 13.20; 14.8). É no encontro dos vários afluentes da vida social, espiritual e afetiva que a vida e a identidade do sujeito são construídas. Ele tanto exerce quanto sofre influências e deve proceder de tal modo que as influências negativas não modifiquem seu comportamento e suas escolhas cristãs (Pv 14.33; 1Co 13.11). O homem deve ser bom e puro apesar de toda lama que o cerca (Pv 4.20-27; 16.2; 21.21).

3. Relacionamentos e afetividade (Pv 5.21-23). Entendendo as interações humanas como parte de um processo necessário à construção do sujeito, e que esse desenvolvimento não ocorre exatamente como fórmulas matemáticas, mas se trata de uma construção social na qual o indivíduo se constitui e prossegue se constituindo, a pessoa é responsável por aquilo que cultiva e pelas escolhas que faz ao longo do caminho (Pv 16.9; 22.24-26). Nessa lida, a educação dos sentimentos desenvolvidos nas interações sociais na infância e adolescência são muito significativas para a nova fase da vida adulta, a qual o jovem já se encontra no início.

II. RELACIONAMENTOS DOENTIOS E O SER

1. Relacionamentos doentios afetam todo o ser (1Sm 18.7-9). O desenvolvimento integral do homem não deve ser fragmentado na imatura linguagem teológica da dicotomia ou tricotomia (Lc 2.52; 1Ts 5.23; Hb 4.12) ou mesmo nas expressões da psicologia (motor, afetivo, cognitivo, social), como se o crescimento afetivo saudável ou doentio se manifestasse em uma das partes sem afetar ou ter relação com o todo. O ser humano se desenvolve numa totalidade e cada uma das dimensões que o compõe é afetada como também influencia umas às outras. No exemplo de Saul, o primeiro a ser prejudicado foi o próprio rei que, tomado de profunda inveja e ira (Pv 14.17, 30), não teve maturidade para resolver seus dilemas e conflitos, vindo a cometer suicídio (1Sm 31.1-6). O desgaste emocional de Saul teria sido evitado se ele dominasse a si próprio (Pv 30.33; 25.28; Gl 5.22).

2. Sentimentos doentios minam a alegria de viver (1Sm 31.1-7). A falta de maturidade afetiva de Saul levou-o a se ocupar em destruir a Davi (1Sm 18.7-15; 19.1-11). Ele tinha família, um reino e exércitos para cuidar, no entanto, ignorou todas as suas responsabilidades como pai, rei e comandante para perseguir o músico de Javé (1Sm 18.10-19). Saul estabeleceu para si um objetivo vil que afetou e prejudicou toda sua vida emocional, social e espiritual. Sua energia e vida foram drenadas por sentimentos doentios que o levaram à amargura e mais tarde ao suicídio. Cultivar a ira, a vingança, a mágoa, entre outras emoções e sentimentos ruins prejudica a totalidade da vida humana. A força dessas emoções não pode ser subestimada e negligenciada por qualquer pessoa. Elas sobrepõem-se a razão e influenciam profunda e completamente o comportamento do indivíduo, sem que ele próprio atine para isso. De pouco adianta a oração, a leitura das Escrituras e o aconselhamento se a pessoa não tomar a decisão de perdoar o suposto ofensor (Mt 5.44; 6.12; Ef 4.32), deixar a ira, abandonar o furor e não procurar a vingança (Sl 37.8). Para vencer tais emoções e sentimentos destrutivos o salmista aconselha: “não te indignes para fazer o mal”, “não tenhas inveja dos que praticam a iniquidade”, “deixa a ira”, “abandona o furor” (Sl 37.1,7,8). Proibi-los não é suficiente, segundo Davi, que tanto sofreu injustiças, é necessário assumir uma nova postura: “confia no Senhor”, “faze o bem”, “deleita-te no Senhor”, “descansa no Senhor e espera nele” (vv.3-7).

3. Dominando a si próprio (Pv 25.28). Sentir raiva, inveja, ciúmes entre outros sentimentos que afetam a vida psicossocial do homem, embora não desejável, faz parte da vida humana e da aprendizagem afetiva a qual o homem está trilhando e são descritos na Bíblia como pecado. Todavia, é necessário dominar e refrear tais sentimentos e impulsos. Caim (Gn 4.8-15), Saul (1Sm 18.7-15) e Sansão (Jz 14-16) são exemplos de pessoas que se deixaram levar por sentimentos que destruíram suas vidas. Leia a recomendação de Deus a Caim (Gn 4.7).

 

III. BONS RELACIONAMENTOS SÃO CONSTRUÍDOS

 

1. Bons relacionamentos e sociedade (1Sm 18.1). Para compreender a base dos bons e dos maus relacionamentos é preciso entender a construção do próprio sujeito em seus diversos níveis: social, cultural, religioso. As interações sociais são construídas com base nos valores advindos da experiência de vida e formação da personalidade e caráter das pessoas. Nisto, a educação familiar como também a sociedade pode interferir positiva ou negativamente na construção ou não de relacionamentos maduros (Pv 23.13; 20.11; 29.15). Todavia, isso não significa que o sujeito esteja mecanicamente determinado por essas relações sociais, contudo, não se pode negar as influências externas na formação da afetividade. Da mesma forma como se aprende bons hábitos pode-se também com algum esforço abandonar os maus costumes e sentimentos que prejudicam as interações humanas.

2. Bons relacionamentos são construídos (1Sm 18.1). Bons relacionamentos são construídos ao longo do processo de aprendizado de vida do indivíduo. Eles são capazes de estimular o que há de melhor no outro, revelando qualidades que talvez fossem ignoradas pela própria pessoa (1Sm 19.1-7), pois favorece o conhecimento de si e do outro (1Sm 18.3,4). Eles não surgem de modo inesperado e mágico, mas desenvolvem-se à medida que os interesses e afinidades correspondem ao do outro. Neste aspecto, é importante escolher e iniciar boas amizades e relacionamentos saudáveis nos grupos de afinidades como a família e a igreja. Nesses dois grupos principais, os valores, os objetivos e as crenças são possivelmente mais afins do que noutros grupos de interesse como os da empresa, da universidade, onde nem sempre se encontram pessoas dispostas a compartilhar dos valores e crenças pessoais. A igreja, a comunidade da fé, é o lugar ideal para que o jovem cristão estabeleça relacionamentos maduros e duradouros. Isto é possível porque há certa afinidade e interesse mútuos. Os princípios estabelecidos no Salmo 1.1-6 e 1 Coríntios 15.33 devem ser observados cuidadosamente por aqueles que desejam agradar ao Senhor, até mesmo na seleção de suas amizades e relacionamentos sólidos.

3. Bons relacionamentos são raros. Infelizmente, os bons relacionamentos estão cada vez mais raros. O vulgar é ter muitas “curtidas” e “amigos” nas redes sociais, mas raros são os amigos para se estabelecer relacionamentos verdadeiros e duradouros. Todavia, isso não quer dizer que estabelecer bons relacionamentos seja impossível, apenas que boas interações humanas não se acham em qualquer lugar como mercadoria barata e de pouco prestígio. Alguns não encontram boas pessoas para se estabelecer boas interações humanas e significativas pelo simples fato de procurarem em lugares ruins. Daí a razão pela qual devemos valorizar as amizades dentro do grupo de interesse como a família e a igreja e, mesmo assim, doses de discernimento e perspicácia são necessárias. Portanto, cultive os bons relacionamentos! Invista nas pessoas com as quais existe certa afinidade, principalmente com os domésticos na fé.

 

“Uma perspectiva antropológica sobre o homem

[...] Primeiro, nossa biologia nos torna egocêntricos. Cada um de nós vive num corpo único. Isto naturalmente nos dá uma preocupação primária por nosso conforto, saúde e segurança. Sinto a dor da agulha hipodérmica sendo espetada em meu braço mais do que qualquer simpatia que eu sinta se a agulha for espetada em seu braço. Os seres humanos são assim. Buscar prazer e evitar a dor nos é natural.

Segundo, somos seres sociais. Com exceção do ermitão ocasional, gostamos de viver juntos para ter afeto mútuo, uma sensação de segurança e prazer. Algumas coisas fazemos melhor sozinhos, enquanto que outras requerem o trabablho conjunto de outras pessoas... As associações de seres humanos servem para muitos propósitos úteis, mas têm seus próprios perigos. Quando nos unimos com outros para criar organizações, nosso egoísmo individual torna-se egoísmo grupal. Os seres humanos não apenas cuidam de si mesmos como indivíduos, mas naturalmente cuidam do bem-estar dos grupos a que pertencem” (PALMER, M. D. Panorama do Pensamento Cristão. RJ: CPAD, 2001, pp.437-8).


 


 

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