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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Os pais da igreja primitiva


                                    
                                           Os Pais da Igreja


                                      INTRODUÇÃO

Houve tempo em que as obras dos pais da Igreja só eram acessíveis aos que dominavam o grego e o latim. Os demais teólogos, ainda que bem preparados academicamente, viam-se na contingência de se conformar com os excertos garimpados nos intérpretes da patrologia. Aliás, também não eram muitos os clássicos brasileiros versados nas duas principais línguas da civilização ocidental. Machado de Assis, por exemplo, chegou a aventurar-se pelo universo de Homero. Não sabemos porém se, nesta empreitada, logrou algum êxito. Em sua época, nossos escritores valorizavam mais o francês do que o latim e o grego.

Semelhante dificuldade era enfrentada pelos portugueses. Se por um lado, Latino Coelho trabalhava  com singular mestria as línguas clássicas; por outro, grande parte de seus coevos, apesar de serem mestres no vernáculo de Camões, mui pouco sabiam das línguas de Péricles e de Vergílio. O professor Mario A. Santiago de Carvalho, da Universidade de Coimbra, reconhecia a limitação de seus compatriotas: “Ainda está por fazer a história e o exame dos estudos sobre a Patrística em Portugal, particularmente no âmbito alheio ao Universitário e/ou no ambiente romântico”.

Todavia, não podemos esquecer-nos da contribuição de Oliveira Martins ao estudo da patrística. O mais ilustre dos historiadores portugueses, fascinado pelos pais da Igreja, empreendeu uma exaustiva pesquisa sobre os primeiros teólogos do Cristianismo. Em 1878, publica ele
 O Helenismo e a Civilização Cristã. Nesta obra, observa Martins que os problemas que fustigavam os pais da Igreja eram os mesmos que se abatiam sobre o Cristianismo de seu tempo.

Hoje, além das Sagradas Escrituras, também contamos com o auxílio de uma patrística exaustivamente pesquisada. Traduzida com esmero, acha-se ao alcance de todos os que se interessam por uma literatura lidimamente cristã. Embora transcorridos todos esses séculos, seus autores ainda são admirados pela eloqüência, coragem e audácia em sua apologia das verdades absolutas e eternas do Cristianismo. Antes de mais nada, conscientizemo-nos: a patrística não é um monopólio da Igreja Católica; é um patrimônio de toda a cristandade.  

I. PATRÍSTICA – UM PATRIMÔNIO DE TODA A CRISTANDADE

Antônio Vieira, o maior representante da oratória sacra da língua portuguesa, costumava ilustrar os seus sermões com extratos e histórias dos pais da Igreja. Profundo conhecedor da literatura clássica, transitava desenvolto pelo universo greco-latino. Quem não se encanta com o
 Sermão da Sexagésima? Acredito que Vieira não se destaca apenas no universo lusófono. Ao lado de Bossuet e Crisóstomo, pontifica-se entre os maiores púlpitos da cristandade.

Bernardes, sempre polido e terso, também refez o caminho dos pais eclesiásticos, ornando, de um modo singelamente belo, sua
 Nova Floresta. Nas histórias que conta e nas máximas que cita, mostra sua vasta cultura clássica. E como sói acontecer com um erudito de sua envergadura, traz os pais da igreja às suas páginas num estilo que, até hoje, serve de modelo aos escritores brasileiros e portugueses.

Hoje, ambos os autores constituem-se em leitura obrigatória daqueles que almejam aprender, de fato, a língua lusíada.

Depois de Vieira e Bernardes, quase nenhum teólogo, quer em Portugal, quer no Brasil, pôs-se a cultivar os pais da igreja como eles realmente merecem. Conforme já ressaltamos, tinha-se a impressão, até bem recentemente, de que a patrística era monopólio católico. Todavia, com o aprofundamento dos estudos teológicos pelos evangélicos, viemos a redescobrir os primeiros doutores da igreja como uma dádiva a toda a cristandade. Haja vista que, tanto Lutero quanto Calvino, eram íntimos daqueles homens que, num momento particularmente difícil do povo de Deus, saíram em defesa do autêntico Cristianismo.

II. O QUE É A PATRÍSTICA

O que é a patrística? Se o teólogo, por conseguinte, se propuser a conhecer, sincrônica e diacronicamente, uma doutrina das Sagradas Escrituras, terá de recorrer, necessariamente, á patrística.

1. Patrística. Oriundo do latim eclesiástico, o termo patristica designa a disciplina que tem por objeto a doutrina formulada pelos mestres da Igreja Cristã nos primeiros oito séculos de nossa era. Eram aqueles teólogos conhecidos como pais da igreja não apenas pelo respeitável saber da Palavra de Deus, mas principalmente pelo seráfico zelo demonstrado pelo rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Alguns deles, aliás, vieram a selar a fé com o próprio sangue. A patrística é conhecida, também, como patrologia. Se o primeiro vocábulo considera apenas a doutrina, o segundo reconsidera tanto esta como a vida dos pais da igreja.

2. Ministério dos pais da igreja. Três foram os principais ministérios exercidos pelos pais eclesiásticos: apologético, polêmico e dogmático.

Em primeiro lugar, saíram eles em defesa dos cristãos que, aos milhares, eram martirizados por sua fé. Ousada e corajosamente, enviaram diversos documentos às autoridades romanas, provando serem os discípulos de Cristo bons cidadãos e cumpridores de seus deveres; não se justificava, portanto, a perseguição que contra estes era movida. Entre os apologistas, destaca-se Tertuliano (155-220). Em sua
 Apologia, apresenta uma brilhante defesa dos cristãos ante as autoridades imperiais de Roma.

Logo em seguida, expuseram-se eles a resguardar a santíssima fé contra aqueles que, saídos da Igreja Cristã, buscavam persegui-la com suas doutrinas alienígenas e exóticas. Algumas dessas celeumas levaram os líderes a reunirem-se em concílio, preservando a pureza da teologia cristã. Entre os que mais se destacaram na área da polêmica, acha-se Atanásio (295-373), conhecido como o pai da ortodoxia bíblica.

Finalmente, os pais da igreja puseram-se a compendiar as verdades cristãs em sistemas, objetivando fortalecer cada ponto doutrinário. Conhecido como período dogmático, ou científico, mostrou-se este mui importante ao desenvolvimento de nossa teologia; foi exatamente nessa quadra da história da Igreja que surgiram as primeiras teologias sistemáticas.

3. A designação dos pais da igreja. Hoje, os pais da igreja são considerados, com justa razão, os maiores teólogos do Cristianismo. Em seu tempo, porém, o título era reservado, exclusivamente, aos profetas hebreus e apóstolos de Nosso Senhor. Somente mereciam receber a vênia de teólogos os que se punham a salvaguardar a sã doutrina como Atanásio, Basílio e Gregório Nazianzeno.

4. Raio de ação da patrística. A patrística teve início com o fim da idade apostólica e terminou no século VIII. Depois de quase dois milênios, a influência dos pais da igreja na história subseqüente do Cristianismo ainda é considerável. Aliás, são eles mais publicados, hoje, do que em sua própria época.

5. As principais divisões da patrística. De modo geral, estas são as principais divisões da patrística: pais apostólicos, apologistas, polemistas e dogmáticos. De cada uma dessas divisões, iremos tratar apenas dos teólogos mais representativos devido ao pouco espaço de que dispomos. 

III. OS PAIS APOSTÓLICOS

Assim são designados os pais da igreja que tiveram uma relação quase que direta com os apóstolos  de Nosso Senhor. Esses homens também se destacaram na edificação doutrinal da igreja logo após o encerramento do período do Novo Testamento. Entre os pais apostólicos, estes foram os que mais se destacaram: Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Pápias e Policarpo.

1. Clemente de Roma. Segundo a tradição católica, Clemente de Roma foi o terceiro papa; deu-se o seu pontificado entre 92-101. Discípulo de Pedro e de Paulo, destacou-se por seu trabalho na confirmação das ovelhas de Nosso Senhor. Foi ele identificado por Orígenes como o Clemente mencionado por Paulo na Epístola aos Filipenses (Fp 4.3). Acredita-se fosse ele de origem judaica.

De sua obra resta-nos a epístola que ele, em 95, enviou à igreja de Corinto. É a primeira obra cristã a ser produzida depois do Novo Testamento. A carta de Clemente era tão importante que chegou a fazer parte do cânon sagrado no Egito e na Síria.

Teologicamente, a obra não tem muita importância. No entanto, historicamente, devido às interpolações que sofreria ao longo dos séculos, a carta dá foros de autenticidade à instituição papal. Clemente referiu-se, por exemplo, à estadia de Pedro em Roma, onde teria o apóstolo assumido a máxima chefia da Igreja Católica. A cidade, contudo, não é mencionada como a sede da Igreja Cristã. Teria ele, realmente, escrito tal obra? Ou não passa esta de um daqueles famosos apócrifos, cujo objetivo era dar legitimidade às pretensões hegemônicas da Igreja Católica?

2. Inácio de Antioquia. Bispo de Antioquia, nasceu Ignácio na Síria por volta do ano 50, onde exerceu grande parte de seu ministério. Em virtude de não abrir mão de suas convicções, foi ele condenado pelo imperador Trajano (98-117) a ser supliciado pelas feras. Não se conhece outros detalhes quer de sua vida, quer de seu ministério junto à comunidade cristã da Síria. Conhecemo-lo também como ho Teophoros. Ele escreveu sete cartas enquanto era conduzido a Roma para ser executado. As cartas eram dirigida às igrejas de Éfeso, Magnésia, Trália, Filadélfia, Esmirna, Roma e ao pastor de Esmirna, Policarpo – seu amigo mui chegado.

Em suas cartas, trata de diversos assuntos: o ministério profético na Igreja Cristã, a Santa Ceia e o primado da igreja de Roma sobre as demais. Acerca deste último tema, provavelmente suas obras hajam sofrido uma interpolação daqueles que defendiam a igreja como uma sé real.

3. Pápias. Bispo de Hierápolis na Ásia Menor, foi amigo de Policarpo e, segundo algumas fontes, chegou a ouvir diversos sermões do apóstolo João. Por volta do ano 130, redigiu uma obra, objetivando dar uma Explicação dos Ditos do Senhor.

De sua teologia, ressaltamos sua ênfase quanto ao milenarismo. Defendia que, no final dos tempos, viria o Senhor Jesus implantar, aqui na terra, um reino com a duração de mil anos, afinando-se, assim, com a maioria dos teólogos da Igreja Cristã.

4. Policarpo. Segundo vários testemunhos, era Policarpo discípulo do apóstolo João. No ano 156, depois de haver retornado de Roma, foi condenado à morte em virtude do testemunho cristão que ele, ousadamente, prestou ante as autoridades romanas.

Pouco antes de ser martirizado, escreveu diversas epístolas, das quais somente a endereçada aos filipenses nos chegou. Nessa carta, defende a encarnação de Nosso Senhor. Dessa forma, mostrava sua desaprovação aos gnósticos e docetistas que negavam a plena humanidade e divindade de Cristo. Eclesiasticamente, mostra como a igreja em Filipos era governada por um conjunto de presbíteros.

5. Hermas. Judeu convertido ao Cristianismo, narra Hermas as visões que teve em Roma no pontificado de Pio I. Dessa obra, mais conhecida como o Pastor de Hermas, só nos chegaram fragmentos que, reunidos, dificilmente reconstroem o seu conteúdo original. De acordo com o testemunho de Orígenes, a obra era lida em público em várias igrejas.

Além de Hermas referir-se ao perdão como sacramento, afiança que, sem o batismo, o pecador jamais alcançará a vida eterna. No que tange à Trindade, Hermas parece não ter compreendido muito bem o ensino do Novo Testamento. E ao discorrer sobre a Igreja de Cristo, tem-na como a primeira das criaturas pelo fato de ela ter sido criada no mundo.  

IV. OS APOLOGISTAS DA FÉ CRISTÃ

Até Constantino, foram os cristãos cruelmente perseguidos pelas autoridades romanas. Isto porque, além de não prestarem culto às divindades imperiais, apregoavam eles uma fé exclusivista no único e verdadeiro Deus, recusando-se terminantemente a prestar vênias divinas a César. Para se vingarem, os romanos puseram-se a reprimi-los, utilizando-se da formidável máquina do Estado. E as calúnias de que eram alvo? Acusados de incesto, dissolução, conspiração contra a lei e antropofagia, olhavam-nos todos como os párias da sociedade. Em sua defesa, saíram homens de inteligência invulgar como, por exemplo, Tertuliano e Justino, o Mártir.

1. Tertuliano. Um dos mais afamados doutores latinos, Tertuliano (155-220) viria adotar, já no final de sua vida, o montanismo. Foi ele quem criou o termo Trindade. Com Tertuliano, os cristãos ocidentais aprenderam também a ter uma visão harmônica da fé e da razão. Acreditava ele, firmemente, na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. Foi um escritor profícuo e apaixonado.

Como advogado, saiu em defesa dos cristãos, mostrando às autoridades romanas o absurdo das acusações que lhes assacavam. Em sua obra intitulada
 Aos pagãos, reivindica a liberdade religiosa aos discípulos de Cristo.

2. Justino, o Mártir. Justino (100-165) nasceu na Palestina e, a princípio, dedicou-se à Filosofia. Já convertido, passou a defender a Igreja junto ao Império Romano. Entre as suasApologias, a mais célebre foi a que dirigiu, por volta do ano 150, ao imperador Antonino Pio. Justino morreu como mártir.  

V. OS POLEMISTAS

Com a expansão do Cristianismo, muitos elementos estranhos e indiferentes à sã doutrina puseram-se a semear, entre os santos, a heresia e, com esta, a apostasia e a rebelião contra Cristo. Para combater à cizânia, saíram em defesa da santíssima fé, entre outros, Irineu, Cipriano e Atanásio. Nesses embates, prevaleceram eles, realçando a beleza, a cristalinidade e a firmeza dos ensinamentos de Nosso Senhor.

1. Irineu. Um dos primeiros doutores da igreja grega, Irineu (130-200) foi bispo de Lion. É dele a chamada teoria da recapitulação, segundo a qual Cristo assumiu a natureza humana e, através de sua obediência e submissão, possibilitou a restauração da descendência de Adão.

Ele é considerado o maior teólogo do II século. Sua obra
 Contra os Hereges é um rico banco de dados sobre as heteredoxias, principalmente o gnosticismo.

2. Cipriano. Bispo e teólogo de Cartago, Cipriano (200-258) foi um dos que mais atuaram para que as doutrinas cristãs fossem estabelecidas e consolidadas. Em virtude de seu testemunho, foi decapitado nos arredores de Cartago.

Polemista, enfrentou Novaciano que, desprezando a Igreja como o Corpo Místico de Cristo, semeava cismas e apostasias entre os seguidores do Nazareno. Usando de uma linguagem enérgica, afirmou Cipriano que Novaciano não passava de um emissário de Satanás, pois somente este ousaria intentar contra a integridade da Igreja.

A doutrina de Cipriano, porém, acabaria por sofrer várias interpolações por parte dos romanistas, visando fortalecer a instituição papal. Aliás esta é a opinião de César Vidal Manzanares em seu
 Dicionário de Patrística lançado no Brasil pela Editora Santuário. Sua obra, por conseguinte, foi desfigurada em sua essência; hoje, torna-se difícil saber o que Cipriano realmente escreveu.

3. Atanásio. Patriarca de Alexandria, nasceu Atanásio em 298 e morreu em 373. Ele foi, sem dúvida alguma, um dos mais destacados pais da igreja. Conhecido também como o patrono da ortodoxia, muito lutou por manter a pureza da sã doutrina. Ainda diácono, contribuiu decisivamente para a condenação da heresia ariana em 325 no Concílio de Nicéia. Diante de todos os príncipes da igreja, ali reunidos, deixou Atanásio bem claro ser Jesus Cristo verdadeiro homem e verdadeiro Deus. A divindade do Nazareno, ele a defende na Apologia contra os arianos.

VI. OS PAIS DOGMÁTICOS

Além de apologistas e polemistas, dedicaram-se também os pais da igreja a sistematizar a doutrina cristã, visando dogmatizá-la e livrá-la das heresias que, nesse período, campeavam no Oriente e no Ocidente. Entre os pais da igreja que mais se destacaram na sistematização encontram-se João Damasceno e Agostinho. Os pais dogmáticos são conhecidos, igualmente, como pais científicos.

A primeira tentativa de se ordenar sistematicamente a doutrina cristã foi empreendida por Orígenes (185-254) em seus
 Princípios Introdutórios.

1. Agostinho. Natural de Hipona, na África, Agostinho nasceu por volta 354. Embora não seja rigorosamente um teólogo sistemático, ele muito contribuiu para que hoje tivéssemos as dogmáticas. De suas obras, a que mais se parece com uma teologia sistemática é a Doutrina Cristã. Sistemáticas ou não, suas obras acabaram por influenciar os teólogos subseqüentes, inclusive protestantes. Haja vista Martinho Lutero e João Calvino.

Além da obra já mencionada, escreveu ainda Agostinho as
 Confissões e A Cidade de Deus. E os seus comentários bíblicos? Sem dúvida, foi ele um dos maiores teólogos de todos os tempos. Piedoso, apesar de imperfeito, demonstra um singular amor por Deus e por seu Cristo. Eloqüente, era primeiro, orante; depois, orador. Suas obras, aliás, são uma oração, meiga e doce, ao Senhor que jamais deixou de atentar aos que, humildemente, o buscam.

2. João Damasceno. O sistema mais completo do ainda chamado período patrístico foi construído por João Damasceno (700-760). O seu Sumário de Fé Ortodoxa é considerado a primeira Teologia Sistemática propriamente dita. Damasceno é o maior teólogo da Igreja Católica Grega. A partir daí, foram os teólogos conscientizando-se da importância de apresentar as verdades do Cristianismo de forma dogmática e sistematizada.

Sem dúvida, de suas 150 obras, o
 Sumário de Fé Ortodoxa que, traduzido para o latim, tornou-se um dos principais textos da Escolástica. Compendiando os pais capadócios, muito ajudou os teólogos latinos a compreenderem os mistérios da fé cristã segundo ensinavam João Crisóstomo, Gregório Nazianzeno e Basílio. É uma antologia da patrística segundo os rigores da ortodoxia.

CONCLUSÃO

Alguém afirmou, certa vez, que devemos tomar muito cuidado com a teologia produzida por geração espontânea. Estaria referindo-se ele à teologia liberal? Acredito que sim. Eis porque devemos voltar-nos aos chamados pais da igreja, a fim de aprender com aqueles homens que, posto que imperfeitos, voltavam-se à Palavra de Deus com redobrado amor e piedade.

O teólogo alemão, Bernardo Bartmann, considera os pais da igreja, logo após a Bíblia Sagrada, uma das principais fontes da dogmática cristã. Insurgindo-se contra os liberais, garantia Bartmann ser a Bíblia a nossa principal fonte de onde haurimos o escopo de nossa dogmática. Num tempo como o nosso, marcado pela apostasia, temos de aprender com os pais da igreja que, na defesa da santíssima fé, jamais consideraram demasiadamente preciosa a própria vida.


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