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segunda-feira, 20 de junho de 2016

A biblia um livro classico


                                 A Bíblia, o clássico (Parte I) 


Visitando-me a noite, mergulhava eu naquela Bíblia de Almeida. Sua dicção encantou-me de imediato; não havia estilo mais sublime do que o falar de Moisés, a expressão de Isaías, a elegância de Paulo e a finura de Lucas. Tudo naquele português era alto e belo. Até hoje, ainda não sei por que a Academia Brasileira de Letras não incluiu a Bíblia de Almeida Revista e Atualizada entre os monumentos de nossa cultura.

O que faz da Bíblia um livro tão singular? Diante de semelhante indagação, responderia Thomas Watson: “Ainda que eu tivesse a língua dos anjos, mesmo assim não poderia expressar a excelência da Bíblia”. Ela é, por conseguinte, a mais alcandorada e augusta obra literária; não foi escrito ainda um livro que lhe fosse semelhante; é o clássico dos clássicos.

O clássico dos clássicos

Ressaltando a sublimidade da Bíblia, afirma o escritor francês Antoine Albalat: “Eu receio o homem que lê só um livro!” Se esse livro é a Bíblia, acrescenta Albalat, nele encontraremos inesgotáveis verdades e profundezas; nele também acharemos todos os gêneros literários.

Igualmente embevecido pelos donaires da Bíblia, o poeta inglês G. K. Chesterton destaca o livro de Jó como obra de ímpares belezas. Aliás, não apenas Jó, mas a Bíblia toda é uma fonte da mais refinada poesia e da mais apurada prosa. De suas páginas, flui a história do amor de Deus que, tendo como cenário, a terra dos filhos de Israel, universaliza-se na alma dos rebentos de Adão nas mais alongadas regiões do planeta.

Ao discorrer sobre as infinitudes da Bíblia, escreve Christiane Zschirnt: “Nenhum outro livro influenciou tanto a cultura e a história da Europa. Os conhecimentos que a Bíblia transmite são o maior substrato do mundo ocidental”. Depois de tecer outras considerações acerca da singularidades das Sagradas Escrituras, assevera Zschirnt: “A Bíblia é o livro do superlativo”.

Que outro livro é digno de tais honras e de semelhantes deferências e louvores? Aliás, a própria Bíblia reivindica ser um livro de ilimitados pendores literários; é a literatura por excelência.

A Bíblia como fonte literária

O verdadeiro literato é um pintor: multicolore as palavras como se estas tivessem os mais ricos matizes; é um escultor: de um discurso, aparentemente rude, vai ele dando forma e beleza a uma obra que se eterniza no mármore das letras sempre belas; é um ourives, cuja arte leva-o a cinzelar a embrutecida pepita até que esta se transforme numa jóia que haverá de ressaltar uma etérea formosura de uma simples página.

Aliás, o poeta Olavo Bilac afirmou que o escrever é o mais fino e exigente trabalho de ourivessaria. Se o fazer literatura é obra de ourives, foram os hagiógrafos os maiores artesãos que já teve a humanidade. Pois nas Sagradas Escrituras, encontramos os mais acabados e perfeitos modelos literários. Se história, eis as crônicas dos reis de Israel; se romance, os dramas de José; se poesia, os salmos; se filosofia, o livro de Jó; se, biografia, a vida, ministério e paixão de Nosso Senhor. Jóias compostas em dois belíssimos idiomas: o hebraico e o grego.  

Idiomas bíblicos

De tal maneira foram ambas as línguas trabalhadas pelos autores sagrados que até mesmo a simplicidade de alguns de seus trechos é sublime. Como diria Antonio Vieira, sua redação é claríssima e simples como as estrelas. O mais ilustre dos homens nela encontra orientação e conforto; conforto e orientação vai também o Espírito Santo infundindo ao indouto que, embora não saiba os nomes dos mais comuns dos astros, ouve o Pai Celeste mencionar-lhe o nome como se fora uma estrela que, eternamente, reluz quando ele abraça a fé em Cristo.

Não fossem o hebraico e o grego, usados para compor a Bíblia, certamente teriam eles desaparecido como aqueles falares bárbaros da Ásia, da África e da Europa: nasceram bárbaros e bárbaros morreram.

Por conseguinte, Deus não somente inspirou os santos profetas e apóstolos a registrarem os seus arcanos, como também deu-lhes dois idiomas que, passados já milhares de anos, continuam a ser carinhosamente estudados. O hebraico, usado em Israel, é mui similar ao que Abraão falava. Do koinê veio o grego moderno, que é razoavelmente compreendido pela Grécia do século 21. O que vem isto demonstrar? Que as perfeições literárias da Bíblia são de tal forma ilimitadas que até mesmo os idiomas que a compuseram foram divinamente preservados.



                         A Bíblia, o clássico (Parte II)
A Bíblia não foi escrita aleatoriamente. Redigida num período de mil e seiscentos anos por aproximadamente quarenta autores, mostra ela uma sublime e inexplicável unidade. Embora vivessem em épocas e lugares tão alongados e diferentes uns dos outros, os santos profetas e apóstolos foram inspirados a produzir uma obra mui harmônica e sobremodo lógica. Se um único autor dificilmente alcança semelhante unidade, o que diremos daqueles peregrinos do Senhor que, andejando os desertos da Terra Santa, errando pelos caminhos da Mesopotamia, velejando o Mediterrâneo e já internando-se na férrea e inclemente Roma, lograram obtê-la?

Os escritores sacros foram singular e sobrenaturalmente vocacionados para fazer, das Sagradas Escrituras, a mais sublime literatura: “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas”, Mt 23.34. Numa primeira instância, referia-se o Cristo aos autores do Novo Testamento e àqueles abnegados servos de Deus que, deixando Jerusalém, levaram o Evangelho até aos confins da terra. Referia-se, de igual modo, aos arcanos do Senhor que, intimados pelo Espírito Santo, registraram toda a revelação divina, a fim de que, hoje, tivéssemos acesso à História da Salvação.

Ainda que não fizessem literatura pela literatura, jamais deixaram de fazer literatura. Mas, escrevendo, produziram eles, sempre assistidos pelo Espírito Santo, a literatura mais alta e bela, conforme ressalta o poeta sacro: “O meu coração ferve com palavras boas; falo do que tenho feito no tocante ao rei; a minha língua é a pena de um destro escritor”, Sl 45.1.

Perfeição literária

Salmodiando a Deus pelas infinitas perfeições de sua Lei, a lira de Davi não se contém: “A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é amplíssimo”, Sl 119.96. A Bíblia não necessitou de um modelo; era o Santo Livro o seu próprio modelo de onde derivaram todos os modelos e gêneros literários. Afinal, onde ela haveria de buscar um modelo? Nos tabletes acádios? Nos indecifráveis hieroglíficos? Enquanto estes são preservados em museus e universidades, a Bíblia agasalha-se, peregrina que é, nas almas dos que a lêem.

As perfeições humanas são, como ressalta o salmista, limitadas; não os mandamentos de Deus; amplíssimos: desconhecem infinitudes e amplidões. Detendo-nos em Homero, certamente veremos as perfeições do gênio grego. Todavia, jamais deixaremos de observar a limitação de suas perfeições. As musas não deram a Vergílio a amplitude por ele desejada. Aliás, pouco faltou para que ele destruísse a Eneida de tão insatisfeito que se encontrava diante de sua obra.

Somente os que se detém a estudar as Escrituras podem aquilatar as infinitas e ilimitadas perfeições do Livro de Deus.

O estilo dos autores sagrados

Embora seja a Bíblia um livro divino, não deixa ela de ser uma obra humana. Quando Deus, através de seu Espírito Santo, inspirou os santos profetas e apóstolos a lhe registrarem os arcanos, levou em conta o estilo e a marca pessoal de cada um deles. Aliás, o próprio Deus ordena que seus hagiógrafos lancem mão de um estilo de homem para que pelo homem sejam eles ouvidos: “Disse-me também o Senhor: “Toma um grande volume e escreve nele em estilo de homem”, Is 8.1.

Se em Moisés temos a marca do legislador, em Amós deparamo-nos com o rústico boieiro. Já em Davi, descortinamos os salmos e os lamentos. E os cantares de Salomão? Passados já três mil anos, continuam a enaltecer o legítimo amor entre o homem e a sua amada. Isaías, chamado para ser profeta, acabaria por entretecer a poesia em seu alcandor. E as lamúrias de Jeremias e o clamor de Habacuque? No Testamento Novo, destaca-se Lucas como exímio escritor como escritor exímio eram Paulo e Mateus.

Se o estilo é, de fato, o homem, Deus falou nos mais variados estilos à humanidade, através da Bíblia, acerca de seu amor redentivo. Com precisão e clareza falou-nos, levando-nos à conversão em Cristo Jesus
.


                   A Bíblia, o clássico (Parte III)

Segundo alguns críticos literários, a página mais trabalhada da língua portuguesa é a Oração aos Moços de Rui Barbosa. Depois de ler este discurso por duas, ou três vezes, deixei-me embair pela singular precisão das frases e orações do grande tribuno. Ao voltar-me, todavia, ao texto sagrado, sou constrangido a reconhecer a superioridade da Bíblia. Cada palavra tem o seu lugar; cada verbo a sua função. Eis o que escreveu o sábio rei de Israel:

“Procurou o Pregador achar palavras agradáveis; e o escrito é a retidão, palavras de verdade. As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor. E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne”, Ec 12.10-12.

Que outra obra foi escrita com tamanha exatidão? Homero? Vergílio? Camões? Nem Machado de Assis, com toda a sua transparência e naturalidade, logrou alcançar a precisão com que os profetas e apóstolos utilizaram as palavras para transmitir os arcanos divinos. Afinal, desejavam eles que a mensagem divina alcançasse a toda a humanidade.

A Bíblia foi composta pela experiência de homens que andaram com Deus. Temos, por exemplo, a história de Jó, cujo tema principal é o sofrimento dos justos. Por que o homem bom tem de sofrer? No momento mais agudo de sua vida, assim se expressa: “Quem me dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro!”, Jó 19.23.

Quem de fato escreveu o livro de Jó? Eliú? O que mais importa é que, hoje, esta belíssima porção das Escrituras é estudada como uma das mais precisas e senhoriais composições da literatura. Os hagiógrafos tinham absoluta certeza de que, nos milênios por virem, a experiência de sua fé seria partilhada com toda a humanidade; vinham do coração de Deus para o coração de homens, mulheres, jovens e crianças que amam o Senhor enternecida e candidamente.

Se realmente existe um clássico universal, a Bíblia Sagrada é este clássico. Nela, há os mais perfeitos modelos de histórias, romances, poesias, dramas, epístolas e biografias. Está para surgir um livro que lhe seja semelhante; é a literatura inigualável e singular. Desconhecer a Palavra de Deus acarreta  pobreza espiritual, emocional e cultural. Foi o que descobri em minha Bíblia de couro quando ainda adolescente.(notas CPADNEWS)



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