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domingo, 13 de março de 2016

Subsidio (1) CPAD jovens o estado 20/3/2016

                

                 SUBSIDIO CPAD JOVENS O ESTADO
     Romanos 8.17; Hebreus 11.13; Provérbios 28.12,28.


   
Converse com a turma sobre o conceito de política e suas implicações no dia-a-dia. Até que ponto somos afetados por ela? O que o desempenho do Presidente da República tem a ver com a minha saúde? Com a educação de meus filhos? Com o meu salário? Como a política se desdobra afetando, ou beneficiando, o cidadão tanto individual como coletivamente? De que forma a política pode atingir ou influenciar a comunidade cristã?
É importante saber que a política exerce influência em todas as áreas da vida, portanto, não faz sentido o crente dizer que não quer envolver-se com ela. Ainda que não seja militante nesta área, ele deve procurar estar informado sobre o desempenho de seus governantes, orar por eles, e saber que eles são eleitos para trabalhar a seu favor. Para exercer cidadania é necessário estar consciente de seus direitos e deveres, e isto demanda uma compreensão do que vem a ser o verdadeiro exercício político.

ORIENTAÇÃO

O método de discussão, sem dúvida alguma, é o mais indicado para o estudo de temas mais complexos como a ética cristã estudada durante este trimestre. Este método oferece oportunidade para troca de ideias e opiniões entre os membros do grupo. Se usado com seriedade todos tomarão parte dele. O curioso é que ninguém pode imaginar o que virá em seguida, quando todo o grupo está pensando no que vai falar. Para que este método tenha êxito devemos levar em conta os seguintes pontos:
a) A pergunta para iniciar a discussão deve despertar o interesse dos alunos e levá-los a pensar. Por exemplo: Deve o cristão envolver-se em política partidária? O cristão deve sempre votar em candidato cristão?
b) O professor deve fazer com que a discussão permaneça presa ao assunto principal e guiá-la com sabedoria para conclusões definidas. As perguntas e os problemas suscitados podem ser transformados em tarefas para o domingo seguinte e usados como temas de discussão. Isto capacita o aluno a dar opiniões corretas, baseadas na informação conseguida durante a semana.

De todas as áreas da vida do cidadão, a política tem sido uma em que muitos cristãos não têm sido bem sucedidos, por não se conduzirem de modo digno diante de Deus, diante da pátria, da consciência e de seus pares, como o fizeram Daniel e seus companheiros no reino babilônico. Na realidade, porém, a política é atividade necessária ao bom ordenamento e desenvolvimento da vida de uma nação, na qual a Igreja está inserida.

I. CONCEITO DE POLÍTICA

1. Política. O vocábulo política vem do grego, polis, “cidade”. A política, pois, procura determinar a conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social.

II. O CRISTÃO COMO CIDADÃO DOS CÉUS

1. Nascidos de novo. Quando nos convertemos a Cristo, imediatamente somos registrados no “cartório do céu”. Nos registros divinos, nosso nome passa a fazer parte do Livro da Vida (Fp 4.3; Ap 13.8). Tornamo-nos seus filhos e cidadãos do céu “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem em seu nome” (Jo 1.12). Já somos eleitos e temos um representante divino que é o Espírito Santo: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.3,13).

2. Nossa pátria está nos céus. A filiação divina nos dá o direito de sermos herdeiros de Deus, como diz a Bíblia em Romanos 8.17. Por isso, nossa pátria (ou cidade), é celestial: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).

3. Não temos permanência aqui. “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb 13.14). Essa é uma realidade da qual muitos crentes não têm consciência. Vivem neste mundo, tão arraigados com ele, que perdem a visão da cidadania celestial. Na verdade, nem somos deste mundo! (cf. Jo 15.18,19). Somos peregrinos e forasteiros (Hb 11.13). Aqui, a corrupção “destrói grandemente” (Mq 2.10). Se há uma atividade em que há corrupção, esta é a política aqui na terra.

III. O CRISTÃO COMO CIDADÃO NA TERRA

1. Os direitos políticos. O cristão, como cidadão brasileiro, tanto pode votar, como candidatar-se a cargos eletivos.

2. O cristão como eleitor. É de grande importância que o servo ou serva de Deus saiba exercer o seu direito, quando do momento das eleições municipais, estaduais ou federais. É hora de mostrar que é cidadão do céu, exercendo um direito de cidadão da terra. Como tal, lembrar-se de que é sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14).

a) Antes de votar. Antes de qualquer decisão, o crente em Jesus deve orar a Deus, pedindo sua direção pois um voto errado pode ser motivo de tristeza, frustração e arrependimento tardio. É votar por fé, pois “tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14.23). Conheço casos de crentes que votaram em alguém, e depois choraram de amargura pelos prejuízos que sofreram.

b) Jamais vender seu voto. Ele é arma de grande valor. Diante dos candidatos, o cristão jamais deve aceitar vender seu voto. Isso é anti-ético para um cidadão do céu e revela um profundo subdesenvolvimento cultural.

c) Preferência por candidato cristão. Havendo um cristão que tenha um perfil claramente identificado com Cristo, sério, comprometido com o Reino de Deus, de bom testemunho na igreja, que seja honesto, cumpridor de seus deveres como pai e esposo, que tenha vocação para a vida pública, o eleitor crente deve dar preferência à sua candidatura, em lugar de eleger um descrente, que não tem qualquer compromisso com a igreja do Senhor. A Palavra de Deus recomenda: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Não convém (1Co 6.12; 10.23), o envolvimento de pastores na política, se têm chamada divina para o ministério. Que isso fique para os membros que têm vocação terrena para tal.

d) Exemplos de políticos sábios. É bom lembrar o que diz a Bíblia: “Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11.14). Ninguém melhor que um servo de Deus, para ter “sábia direção” na condução de cargos públicos, administrativos ou políticos. Exemplo disso, temos na Bíblia, com José, que foi governador do Egito (Gn 41.14-44); no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras destacou-se como líder sobre seu povo (Ed 7 a 10); Neemias, um copeiro de confiança do rei, foi designado para reconstruir Jerusalém, tornando-se governador exemplar (Ler Neemias); Daniel, na Babilônia, foi o principal dos príncipes, nomeado pelo rei Dario, e trabalhou tão bem que estava cotado para ser o governante sobre todo o reino (Dn 6.1-3).
e) Quando os justos são eleitos. “Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se” (Pv 28.12). Os cidadãos cristãos precisam orar a Deus para que levante candidatos que honrem seu nome ao serem eleitos, pois “quando os justos triunfam, há grande alegria”.

f) Quando os ímpios são eleitos. A Bíblia é realista: “Quando os ímpios sobem, os homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam” (Pv 28.28). É verdade. Quando são eleitos ímpios, homens carnais, materialistas, muitos ateus, macumbeiros, adoradores de demônios, infiéis aos compromissos, soberbos, corruptos, ingratos, insolentes e insensíveis, os quais, se eleitos, não querem servir e sim serem servidos. Não temem a Deus, nem respeitam o próximo (Lc 18.2). Quando os tais são eleitos, os verdadeiros homens de bem desaparecem de cena. É bom os crentes pensarem bem, em oração, e não usarem seus votos para elegerem ímpios. Aqui, cabe um esclarecimento. Nem todo descrente é ímpio no sentido em que estamos usando o termo. Todo ímpio é incrédulo, mas nem todo incrédulo é ímpio. Há não evangélicos que são homens de bem. E há evangélicos que não são honestos. Se não houver um candidato com perfil cristão, o crente pode sufragar o nome de um cidadão de boa reputação. A Bíblia diz que devemos examinar tudo e ficar com o bem (1Ts 5.21).

g) O que a igreja pode sofrer com os maus políticos. No novo milênio, a Igreja poderá sofrer grandemente, com a ação de homens ímpios. Já há, no Congresso, projeto de lei, propondo a “união civil entre pessoas do mesmo sexo”, que nada mais é que a legalização pura e simples do homossexualismo, que é na Bíblia, um pecado gravíssimo, “uma abominação ao Senhor” (cf. Lv 18.22,23; Rm 2.24-28). Projeto, legalizando o aborto já foi apresentado. Em breve, poderão vir projetos, legalizando a eutanásia, a clonagem de seres vivos (inclusive humanos), o jogo do bicho, os cassinos, e a maconha, além de outros, que destroem a dignidade da raça humana, conforme os princípios do Criador. A Nova Era já está nas ruas e na mídia apregoando “a paz”, iludente e absurda. Em muitas escolas, é utilizada “meditação transcendental”. Quem faz as leis? Os pastores? Evangelistas? Missionários? Não! São aqueles que são eleitos, inclusive com o voto dos cristãos. Portanto, é tempo de despertar; de agir com santidade mas sem ingenuidade.

h) O perigo do envolvimento da igreja local. Os crentes, como cidadãos, podem votar e ser votados. Mas a igreja, como instituição de Cristo, não deve ser envolvida com a política, mediante a troca de favores de quaisquer espécie. O prejuízo pode ser irreparável. É de bom alvitre que os pastores não declarem sua preferência. Estes foram chamados para unir o rebanho. A política divide as pessoas, pela própria natureza partidária (Ler 1Co 1.10). O púlpito, de igual modo, não é lugar para os políticos. A eles, deve ser dada honra, mas o uso do púlpito é para os homens santos, consagrados a Deus.
O cristão não pode ser contrário a uma atividade que busca a “conduta ideal do Estado”. Como cidadãos da terra, precisamos viver num determinado local físico e social, que faz parte de um Estado, que faz parte de um País. Esses precisam ser administrados por homens de bem. Melhor seria que fossem cristãos. Que Deus nos dé sabedoria e visão.

“A vida social envolve, por um lado, harmonia e cooperação e, por outro, conflito e colisão de interesses. O modo como trabalhamos por harmonia e resolvemos os conflitos políticos implica em política. No centro da política está o poder (...).

Os cristãos hesitam em admitir que usam o poder, mas todas as relações humanas envolvem questões de poder. Os cristãos podem se sentir mais à vontade falando sobre virtude e justiça, mas mesmo que evitemos discutir sobre o poder, não podemos fugir dele. Nem devemos, porque o poder é usado para o mal ou para o bem. O poder é a capacidade de usar ou influenciar outros a comportarem-se como você deseja (...). Precisamos de poder defensivo para nos proteger daqueles que nos fariam mal. Usamos o poder interveniente até para proteger alguém do prejuízo ou da injustiça. Necessitamos de poder econômico para cuidar de nossas famílias e nos preparar para a velhice. As nações têm necessidade de poder militar para se protegerem de agressores. Todos nadamos num mar de poder. Não chamar poder por seu verdadeiro nome e não reconhecer sua importância nas relações humanas é estar cego à realidade do poder usado contra nós e como o usamos nos outros” (Panorama do Pensamento Cristão. CPAD, pp.443,444).    
  

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