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terça-feira, 29 de março de 2016

Lições antigas CPAD livro de Romanos 1998 n.8



Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos  
2º Trimestre de 1998 
Título: Romanos — O Evangelho da justiça de Deus
Comentarista: Esequias Soares da Silva


Lição 8: A liberdade sob a lei do Espírito
Data: 24 de Maio de 1998

TEXTO ÁUREO

Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão (Gl 5.1).

VERDADE PRÁTICA

A atividade do Espírito Santo na vida do crente não é uma mera ação. E um ministério que nos fortalece como filhos de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Mt 28.19
O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade 

Terça — Jo 14.17
O Espírito Santo habita nos fiéis 

Quarta — Tt 3.5
O Espírito Santo regenera o pecador 

Quinta — 1Co 3.16,17
Somos o templo do Espírito Santo 

Sexta — 1Co 6.11
O Espírito Santo lava, justifica e santifica o homem 

Sábado — Gl 5.18
Somos guiados pelo Espírito Santo porque não estamos debaixo da lei

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 8.1-14.

1 — Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
2 — Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
3 — Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,
4 — para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5 — Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.
6 — Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
7 — Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.
8 — Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 — Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
10 — E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
11 — E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita.
12 — De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne.
13 — Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14 — Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

PONTO DE CONTATO

A definição humana de liberdade, segundo Aurélio, é: “Faculdade de cada um decidir ou agir segundo a própria determinação. Estado ou condição de homem livre”. Seguindo este raciocínio, as pessoas tendem a pensar que liberdade é simplesmente poder fazer na vida tudo o que desejam. Mas, a Palavra de Deus ensina que não se pode ser livre “andando segundo a carne”, pois a carne escraviza. Por outro lado, quem anda segundo o Espírito é, de fato, livre. Pode. assim, servir a Deus livremente, pois “os que são segundo o Espírito inclinam-se para as coisas do Espírito”.
Desta forma, esta lição explica a liberdade debaixo da lei do Espírito, a qual mostra-nos que embora submissos à lei de Cristo. Ele não nos trata como escravos, mas como filhos amados. Recebemos o Espírito Santo e por meio dEle somos guiados.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        Identificar o conflito espiritual que os cristãos estão sujeitos por causa da carne e do pecado.
·        Descrever a liberdade dos cristãos sob a lei do Espírito.
·        Distinguir as inclinações espirituais das inclinações carnais.
·        Enumerar as provas bíblicas da habitação do Espírito Santo no cristão.
·        Aplicar em sua vida a verdade bíblica que declara nada podermos fazer para obedecer a Deus sem a ajuda do Espírito Santo.

SÍNTESE TEXTUAL

Estamos dando continuidade ao assunto anterior que pauta sobre a liberdade cristã e a lei. Porém, nesta lição, encontramos uma nova lei, a do Espírito de vida, um novo princípio que veio quebrar a lei outrora existente, a do pecado e da morte.
Estaremos, agora, estudando sobre a submissão do cristão à lei de Cristo, que é a lei do Espírito de vida, e os seus resultados.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Quem procura, acha. Com esta expressão popular poderemos dar introdução a uma reflexão bastante interessante e de resultados eficazes.
É de se esperar que uma pessoa ao descobrir algo de bom queira praticá-lo. Contudo, só pode fazê-lo quando já o conhece.
Uma pessoa normal e consciente jamais procura ou busca algo sem conhecê-lo, não anda sem destino ou trabalha sem finalidade. Então para obter a liberdade do Espírito precisamos saber exatamente o que é, como consegui-la e como se manifesta na vida do cristão.
Para isto o professor deve, antes de iniciar a aula, investigar o tema junto aos alunos, com o objetivo de conduzi-los a uma reflexão numa busca consciente.
Usando a técnica de perguntas e respostas poderemos fazer o seguinte questionamento:
• O que é liberdade do Espírito?
• Como adquiri-la?
• Como se manifesta na vida do crente?
• Quais as suas consequências?

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Desde o capítulo 5 até aqui, o Espírito Santo foi mencionado apenas uma vez (5.5). O capítulo 8, porém, mostra que a vida cristã é abundante no Espírito, como bênção da justificação pela fé. Este é o ministério do Espírito, que vamos estudar hoje.

I. O CONFLITO DA LEI

1. Considerações preliminares. Observe que o texto em pauta começa com a conjunção “portanto” (v.1), que mostra sua ligação com o capítulo anterior. E necessário entender a parte final do referido capítulo (7.13-25). Pois só entenderemos o capítulo 8 de Romanos se compreendermos devidamente o conflito da lei.
2. Paulo como cristão. Há muitas discussões sobre este tema: “O conflito da lei” (7.13-25). O mais provável é que o homem do conflito, em questão, é o apóstolo Paulo, representando os cristãos na sua luta contra o pecado. E, para essa interpretação, há três argumentos:
a) A natureza pecaminosa do homem. Ninguém está totalmente isento do pecado: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos” (1Jo 1.8).
b) O tempo verbal. Antes do v.12, o apóstolo usa o verbo no tempo presente, por exemplo: “...mas eu sou carnal” (v.14), “o que faço não aprovo... o pecado que habita em mim” (vv.15,17). O que não acontece antes do v.13: “... despertou em mim...reviveu o pecado e eu morri... me enganou, e me matou” (vv.8,9,11), que dá a ideia de passado.
c) Reconhecimento de suas fraquezas. O conflito espiritual abrange a confissão de alguém com elevado grau de maturidade cristã, pois reconhece suas debilidades diante da lei, algo que um não convertido dificilmente reconheceria.
3. Objetivo do texto de Rm 7.13-25. Paulo mostra a luta do homem religioso querendo obedecer à vontade de Deus, sem Jesus e sem o Espírito Santo. O propósito do apóstolo, nessa passagem, é mostrar que nada podemos fazer para obedecer a Deus sem a ajuda do Espírito Santo.
Somos absolutamente impotentes, e necessitamos da libertação do pecado e do “eu”. Mas isso só é possível em Jesus Cristo, nosso Senhor. Por isso, o Espírito Santo não aparece nessa passagem, e o nome de Jesus só aparece no v.25, que é o versículo de transição para o capítulo 8, e que inicia com “portanto”.

II. OS QUE ESTÃO EM CRISTO JESUS

1. A dupla bênção (vv.1,2). Jesus Cristo, em sua morte e ressurreição, nos salvou da condenação — “nenhuma condenação há” (v.1) e “a lei do Espírito de vida me livrou da lei do pecado e da morte” (v.2). Em Romanos, a palavra “lei” pode ser aplicada ao Pentateuco (3.21) e a todas as Escrituras (3.19), pois dos vv.10 a 18 há uma citação de Isaías e cinco dos Salmos. Aqui, no v.2, “lei do Espírito de vida” significa um princípio divino. Princípio esse que quebrou outro princípio maligno — a “lei do pecado e da morte”.
2. Carne (v.3). O conceito paulino de carne em Romanos pode aplicar-se à humanidade (Rm 3.20), à natureza humana (1.3), ao corpo (2.28), à descendência de um homem (4.1), à fragilidade humana (6.19), à velha natureza do crente (6.6; 7.18,25) e ao homem não regenerado (8.8). No v.3 diz respeito à natureza humana de Cristo (8.3). Ver 1Jo 3.5; 1Pe 2.22; 2Co 5.21.
3. Uma obra divina. Uma vez que a carne está debilitada e impotente para guardar a lei, acha-se esta impossibilitada de salvar. O problema, então, não era da lei, mas do homem sem qualquer poder para guardá-la.
A lei diz: “faça e viva”, entretanto, a graça diz: “viva e faça”. Fazemos a vontade de Deus com a ajuda e a direção do Espírito Santo para a nossa santificação.
4. A liberdade do Espírito (v.4). A liberdade em Cristo que gozamos advém do fato de não estarmos debaixo da lei, mas da graça (Rm 6.14). Uma vez debaixo da graça, “não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. É no capítulo 8 que a operação do Espírito Santo na vida do cristão é manifesta com mais clareza.

III. A INCLINAÇÃO DA CARNE E A INCLINAÇÃO DO ESPÍRITO

1. Carnais e espirituais (vv.5,6). O apóstolo fala de dois grupos de pessoas os carnais e os espirituais. Cabe a cada crente fazer uma análise introspectiva para verificar se suas inclinações são carnais ou espirituais.
O homem é aquilo que imagina a sua alma (Pv 23.7). E Jesus afirmou que o homem fala daquilo que o seu coração estiver cheio (Lc 6.45).
O pensamento do homem norteia o seu comportamento. Se a mente é carnal, seu comportamento é carnal, resultando em morte; se a mente é espiritual, seu comportamento é espiritual, resultando em vida e paz.
2. Inclinação da carne (v.7). Isso significa ter mente carnal, vida controlada pela carne. Tal pessoa não está sob o domínio do Espírito. Quem assim vive, não pode agradar a Deus (v.8). Só conseguiremos agradar a Deus fazendo-lhe a vontade. Mas só o conseguiremos se estivermos sob a direção do Espírito Santo.
3. Inclinação do Espírito. Os que são justificados pela fé em Cristo, nasceram de novo, e, portanto, são regenerados. São filhos de Deus. Eles ocupam-se inteiramente das coisas de Deus. Procuram conhecer cada vez mais a Cristo, inteirar-se da Palavra de Deus, dedicar-se à evangelização, à oração, ao jejum, ao louvor. Sua expectativa é a vinda de Jesus!

IV. O ESPÍRITO SANTO MORA EM NÓS

1. Mudança de homem religioso para homem espiritual. Interessante é observar o contraste entre os capítulos 7 e 8 de Romanos. No capítulo 7, o apóstolo afirma por duas vezes: “o pecado habita em mim” (Rm 7.17,20). No capítulo 8, é o Espírito Santo quem habita em nós (v.9).
Agora, somos devedores ao Espírito, que nos deu vida, e não à carne, que resulta em morte (vv.12,13).
2. O Espírito de Deus (v.9). O Espírito Santo é chamado “Espírito de Cristo” (At 16.7; Fp 1.19). São referências à deidade absoluta de Jesus (Jo 1.1; 9.5; Tt 2.13). Veja que o Espírito Santo, ou “Espírito de Cristo”, habita em nós (v.9). No versículo seguinte, lemos que Cristo habita em nós (v.10), e o v.11 diz que somos morada da Trindade.
3. Filhos de Deus (v.14). Somos filhos de Deus por adoção através do sacrifício de Jesus (vv.15-17; Gl 4.5,6). Como filhos, recebemos o Espírito Santo, e, por meio dEle, somos guiados (v.14). Eis porque o Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (v.16). O grande privilégio dos filhos de Deus é ser morada do Espírito Santo (1Co 3.16,17).

CONCLUSÃO

Os muçulmanos prostram-se diante de Alá (Deus em árabe) como escravos e não como filhos. Os judeus não ousam dirigir-se a Deus como Pai apesar de Deus chamar Israel de filho (Os 11.1). No entanto, podemos dirigir-nos a Deus, clamando: Aba Pai. Quão grande é o nosso privilégio!

VOCABULÁRIO

Introspectivo: Relativo ou pertencente à introspecção; observação da vida interior pelo próprio sujeito; exame que alguém faz dos próprios pensamentos e sentimentos.
Impotente:
 Que não pode; fraco, débil.

QUESTIONÁRIO

1. Qual é o objetivo do texto de Rm 7.13-25?
R. Paulo mostra a luta do homem religioso querendo obedecer à vontade de Deus. sem Jesus e sem o Espírito Santo.

2. De onde vem a nossa liberdade em Cristo?
R. Vem do fato de não estarmos debaixo da lei, mas da graça.

3. Por que não podem agradar a Deus os que andam na carne?
R. Porque têm mente carnal, vida controlada pela carne.

4. Qual é o contraste entre os capítulos 7 e 8 de Romanos?
R. No capítulo 7, o apóstolo afirma por duas vezes: “o pecado habita em mim” e no capítulo 8, é o Espírito Santo quem habita em nós.

5. Por que o Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus?
R. Como filhos, recebemos o Espírito Santo e, por meio dEle, somos guiados.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Doutrinário

“Paulo descreve duas classes de pessoas: as que vivem segundo a carne e as que vivem segundo o Espírito.
(1) Viver ‘segundo a carne’ (‘carne’, aqui, é o elemento pecaminoso da natureza humana) é desejar e satisfazer os desejos corrompidos da natureza humana pecaminosa; ter prazer e ocupar-se com eles. Trata-se não somente da fornicação, do adultério, do ódio, da ambição egoísta, de crises de raiva, etc. (ver Gl 5.19,21), mas também da obscenidade, de ser viciado em pornografia e em drogas, do prazer mental e emocional em cenas de sexo, em peças teatrais, livros, vídeo, cinema e assim por diante.
(2) Viver ‘segundo o Espírito’ é buscar a orientação e a capacitação do Espírito Santo e submeter-nos a elas e concentrar nossa atenção nas coisas de Deus. É estar sempre consciente de que estamos na presença de Deus, e nEle confiarmos para que nos assista e nos conceda a graça de que carecemos para que a sua vontade se realize em nós e através de nós.
(3) É impossível obedecer à carne e ao Espírito ao mesmo tempo (vv.7,8; Gl 5.17,18). Se alguém deixa de resistir, pelo poder do Espírito Santo, a seus desejos pecaminosos e, pelo contrário, passa a viver segundo a carne (v.13), toma-se inimigo de Deus (8.7; Tg 4.4), e a morte espiritual e eterna o aguarda (v.13). Aqueles cujo amor e solicitude estão prioritariamente fixados nas coisas de Deus, podem esperar a vida eterna e a comunhão com Ele (vv.10,11,15,16)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD).


Subsídio Teológico

Adoção de filhos é uma das grandes doutrinas da fé cristã. Ela nada tem com filiação, e sim com posição. A expressão deriva de dois termos gregos: “huios” = filho, e “thesis” = posição. A adoção quase não era usada entre os judeus. Os casos mencionados na Bíblia ocorreram fora do ambiente cultural de Israel, como o caso de Moisés (no Egito), Êx 2.10 e At 7.21. O caso de Ester (na Pérsia), Et 2.7,15. O mundo greco-romano onde foi escrito o Novo Testamento, sim, este praticava a adoção de filhos. O termo “huiothesia” é de origem romana, adotado pelos gregos. Paulo, inspirado pelo Espírito Santo o emprega cinco vezes: Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5.
Em nossa cultura, adota-se quem não é filho, mas no caso da Bíblia a adoção espiritual é para quem já é filho de Deus. A Bíblia é clara: “adoção de filhos” (Rm 8.15; Gl 4.5). Deus não adota um crente como filho; este é gerado como tal, pelo Espírito Santo, na regeneração. Na adoção, recebemos a posição de filhos adultos e herdeiros, espiritualmente falando. “Adoção de filhos” não é nossa colocação na família de Deus; isto se dá no novo nascimento. Na adoção, o crente já como filho é elevado à posição de filho adulto e herdeiro da família. Na regeneração há mudança de natureza, pela filiação; na adoção, há mudança de posição.
Lembremo-nos: Deus só adota a quem já é seu filho!

A nossa adoção de filhos de Deus tem ainda um aspecto a cumprir-se no futuro: Rm 8.23 — é a nossa ressurreição ou transformação do nosso corpo, quando então seremos conformados com Jesus Cristo (1Jo 3.2).



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