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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Teologia Sistematica justificação pela fé





                               A Justificação Pela Fé



Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo 'justificação' refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus de­clara os pecadores condenados li­vres de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detes­ta 'o que justifica o ímpio' (Pv 17.15) mantém sua própria justi­ça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constata­mos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos. 
Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empre­gados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1 Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaio: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contex­to judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma fic­ção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por es­tarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1 Co 1.30). Deus credita ou conta­biliza (gr.logizomai) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós. 
Em Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em favor da justi­ça imputada. A respeito de Abraão, diz que 'creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado [heb.chashav] isto por justiça' (Gn 15.6). Isto ocorreu an­tes de Abraão ter obedecido a Deus no tocante à circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bên­ção sobre 'o homem a quem o Se­nhor não imputa maldade' (Rm 4.8; 2 Co 5.19). 
O texto de Rm 3.21-31 divide-se em duas seções: Exposição da doutrina da justificação (vv.21-26) e, insuficiência huma­na para justificar-se (vv.27-31). Se­gue abaixo dez sentenças extraídas do texto bíblico que sumarizam a doutrina da justificação.
 1. A justiça manifestada no An­tigo Testamento independe da lei (vv.21,31);
2. A justiça de Deus se realiza mediante a fé em Cristo, a favor de todos os que crêem (vv.22, 29,30);
3. Todos pecaram, logo, todos necessitam da justificação em Cris­to (vv.23,24);
4. A justificação é gratuita por meio da graça e da redenção que há em Cristo (v.24);
5. A base inamovível da justifi­cação é a morte substituta e expiatória de Cristo (v.25);
6. A morte viçaria de Cristo sa­tisfez a justiça de Deus (v.25);
7.  Deus é justo ao justificar quem vive dá fé em Jesus (v.26);
8. A fé é o meio pelo qual o Ho­mem alcança á justificação em Cristo (vv.26-28);
9. Ninguém tem qualquer méri­to para ser justificado à parte da fé em Cristo (v.27);
10. A fé não anula a lei, mas a estabelece (v.31). 
Nesta lição, estaremos em con­tato com uma das mais sublimes doutrinas das Sagradas Escrituras - a justificação pela fé em Cristo. 
Em atitude de profundo agradeci­mento a Deus, curvemo-nos ante Aquele, cuja morte justificou-nos diante do trono divino. E, agora, justificados pela fé, temos paz com Deus através de nosso Senhor Je­sus Cristo (Rm 5.1).

A Justificação 
1.  A justificação é um ato divino. A justificação é uma de­claração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador que o recebe como salva-dor. Justificação significa mudan­ça de posição espiritual diante de Deus: de condenados para justifi­cados. Esta é a única maneira do homem ter comunhão com Deus, apresentando-se a Ele sem culpa. 
A obra redentora resultante do sacrifício expiatório, efetuado por Cristo na cruz, propiciou a maior de todas as dádivas de Deus — a salva­ção do indigno e miserável pecador. 
2. A justificação testificada pela lei e pelos profetas (v. 21). A justificação do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Tes­tamento (Is 53.11; 45.22-25; 61.10; Jr 23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gênesis 3.21, por exemplo, encon­tramos uma nítida figura do pro­pósito divino neste sentido. Deus cobrira graciosamente a nudez de nossos primeiros pais, Adão e Eva, após terem pecado. Outro exemplo digno de nota é o de Abraão que foi justificado por Deus somente pela fé (Gn 15.6); fato trans­cendental que a Bíblia confirma em Romanos 4.3. 
A lei mosaica não tinha a inten­ção de alcançar a justiça pelo es­forço humano, mas de revelar a jus­tiça de Deus (Rm 8.4; 10.4,10; At 10.39). Os sacrifícios da lei não vi­savam retirar os pecados, mas co­bri-los temporariamente até que Cristo viesse como o sacrifício per­feito e substitutivo (Êx 12.1-23; Jo 1.29). As ordenanças, rituais, sacrifícios e princípios de vida piedo­sa ensinados no Antigo Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam quitar as "dívidas" da hu­manidade, e muito menos, transfor­mar o perdido pecador num justo. 
A Justiça de Deus 
1. A justiça de Deus na dispensação da graça. A expressão "justiça de Deus", na Epístola aos Romanos (1.17; 3.21,22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justi­ça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho. Em ou­tras palavras, a justiça é o próprio Cristo (1 Co 1.30; 2 Co 5.21; Fp 3.9). 
Por ter sido um ardoroso re­presentante do legalismo, Paulo não cessava de enaltecer a mani­festação da justiça divina em sua vida (Fp 3.4-6). Não perdia a chance de enfatizar que é impos­sível ao homem justificar-se dian­te de Deus através de suas própri­as obras (Fp 3.9; Gn 2.16; Tt 3.5). 
2. A justiça de Deus pela fé. Na Epístola aos Romanos, capí­tulos 3 e 4, Paulo ensina que não há outro meio pelo qual o homem alcance a salvação senão pela fé em Cristo. Por sua vez, o escritor aos Hebreus, no capítulo 11 de sua epístola, mostra que somente pela fé o crente será vitorioso em todos os sentidos. 
Este mesmo princípio é encon­trado em Romanos 4.5, onde a Bí­blia declara que quem "não prati­ca (boas obras), porém crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça".

Características da Justificação Divina 
1. A justiça divina alcan­ça a todos. Assim como o peca­do tornou-se universal, a justifica­ção destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tt 2.11). A ex­pressão "para que todo aquele que nele crê não pereça" (Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente. 
Todos os que se arrependem de seus pecados e crêem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de Deus, conforme está escrito: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5.20). Esta "multiforme graça" alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e cir­cunstâncias (Jo 6.37). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus. 
2. A justiça de Deus é con­cedida gratuitamente medi­ante a graça. Desde que Adão e Eva pecaram contra o Senhor, a lei não tem feito outra coisa senão re­velar a culpa universal do ser hu­mano e a justiça do todo-poderoso. A graça que procede do amor do Pai reina por meio da justiça, como afirma Romanos 5.21. 
É mediante o sacrifício de Cris­to sobre a cruz, como perfeito subs­tituto do culpado, que Deus justi­fica o pecador, quando, arrependi­do, crê em seu Filho para a salva­ção (Gn 3.13; 1 Pe 2.24; Rm 10.10). Esta é a maior demonstração da justiça divina. O Altíssimo continua sendo justo mesmo justificando um pecador (Rm 3.26). 
3. É propiciada por Cristo (v. 25). "Ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue". Propor significa "apresentar perante to­dos", ou seja, o Pai constituiu o Fi­lho, feito homem perante o mun­do, como Salvador da humanidade (Jo 1.14; Mt 1.20-23; Gl 4.4,5).
"Propiciação" (v.25) é Cristo morrendo em lugar dos perdidos a fim de salvá-los. É a remoção da ira divina por meio de uma ofer­ta, de uma dádiva. 
O Tabernáculo com seus obje­tos, sacrifícios e sacerdócio prefigurou como sombra, entre outros elementos da salvação, a propici­ação. Onde há sombra há realida­de (Cl 2.16,17; Hb 10.1). Examine também: Sl 32.2; Mt 20.28; Jo 1.29; Rm 4.7,8; 1 Co 15.3; 2 Co 5.19; 1 Jo 2.2; 4.10. Propiciação é uma referência ao propiciatório. Este encontrava-se no Lugar Santíssimo do Tabernáculo onde o sumo sa­cerdote entrava apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, para sacrificar em favor do povo. Ali, ele aspergia o sangue expiador do sacrifício como símbolo da quita­ção ou remissão correspondente ao castigo de seus pecados e dos pecados do povo. 
Jesus é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mun­do (Is 53; Jo 1.29; Lc 23.46; Gl 4.4,5). Foi Deus que estabeleceu todas as coisas concernentes a Jesus, a fim de salvar-nos (At 2.23). Expiação tem a ver com o pecado; propiciação, com a atitude de Deus para com o pecador arrependido; e redenção, com a pessoa do peca­dor. Tudo efetuado por Deus em Cristo (1 Tm 2.6; 1 Pe 1. 18,19; At 20.28). 
4. É outorgada por Deus. A justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24). Ela foi efetuada e é garanti­da pelo sangue de Jesus, como sua base (Rm 5.9). É obtida através da nossa fé em Cristo (Rm 3.28); a fé sem as obras humanas é o meio estipulado por Deus para nossa jus­tificação (Gl 2.16). A ressurreição de Cristo é a garantia da pereni­dade de nossa justificação (Rm 4.25). Se alguém deseja ser justificado e sair da lista dos que estão sob a ira de Deus, deve crer em Cristo (Rm 1.16,17; 3.3,21,22). O único requisito estabelecido por Deus para que o pecador seja justificado é que venha a Cristo pela fé, aceitando-o como seu único Salvador.

A Mensagem Proveniente da Cruz de Cristo 
1. Salvação sem vangloria e méritos humanos. Visto que a nossa salvação consiste somente na obra redentora de Cristo consu­mada na cruz, o homem não tem motivo algum para se vangloriar porque "nenhum outro nome há; dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos", a não ser o nome de Jesus (At 4.12). 
2. Salvação oferecida a to­dos. A preservação da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a bênção sobre a vida de Rute (Rt 4.13-22); e a cura de Naamã (2 Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que Deus é Senhor e abençoador de todos. Ele quer salvar a todos (Tt 2.11; Mt 11.28; Jo 6.37; Ef 4.6). O profeta Jonas testificou que Deus é miseri­cordioso para aceitar a qualquer um que se arrependa de seus pecados (Jn 4.2). O Evangelho de João 1.12 confirma este propósito de Deus: sal­var a todos (Jo 1.12). Jesus também o declarou (Jo 3.17; 5.24). Infeliz­mente, muitos são os que rejeitam o convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si a ira divina. 
O castigo divino pelo pecado não poderia ser protelado indefi­nidamente. A justiça divina concer­nente aos delitos do homem deveria ser satisfeita. Assim, Cristo veio e satisfez em definitivo nossa dívi­da no Calvário, tornando-nos, a to­dos os que cremos nEle, justifica­dos perante Deus.

FONTE Bibliografia E. Lira e EDBAREIABRANCA




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