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sexta-feira, 1 de maio de 2015

LIÇÕES BIBLICAS DE JOVENS CPAD


              LIÇÕES BIBLICAS DE JOVENS SEGUNDO                                TRIMESTRE     REVISTA CPAD - 2015




Lições Bíblicas CPAD

Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 1: A terra de Jesus
Data: 5 de Abril de 2015

TEXTO DO DIA

Então ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel” (Mt 2.21).

SÍNTESE

Aprender a cultura da terra de Israel na época de Jesus é essencial para compreendermos a mensagem dos Evangelhos hoje.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Hb 1.10
O fundador da terra


TERÇA — Mq 5.2
Terra do nascimento de Jesus


QUARTA — Gl 4.4,5
O envio à terra


QUINTA — Mt 2.6
Terra do Salvador


SEXTA — Mt 28.18
Poder sobre o céu e a terra


SÁBADO — Jr 22.29
Terra, ouve a Palavra do Senhor!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        RESSALTAR a importância da encarnação do Filho de Deus na história humana;
·        COMPREENDER o contexto político sob o domínio romano da terra de Israel nos tempos de Jesus;
·        SABER como era o trabalho e a economia naquela época.

INTERAÇÃO

Caro professor, neste trimestre teremos a oportunidade de estudar a respeito do contexto social, político e religioso da Palestina nos tempos de Jesus. Além de aprender sobre a sua terra e os costumes do seu povo, veremos como o Mestre reagia frente às questões do seu tempo, desde os aspectos religiosos às questões sociais, cujos ensinos e exemplo servem-nos como modelo. O comentarista, Valmir Nascimento Milomem, é evangelista, teólogo e escritor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, sugerimos que reproduza o mapa abaixo. Mostre aos alunos o relevo de Israel nos tempos do Novo Testamento. Peça-lhes que observem bem as regiões da Judeia e da Galileia.


TEXTO BÍBLICO

Mateus 2.1-12,19-21.

1 — E, tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém,
2 — e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo.
3 — E o rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda a Jerusalém, com ele.
4 — E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.
5 — E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta:
6 — E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.
7 — Então, Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
8 — E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
9 — E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
10 — E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo.
11 — E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.
12 — E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
19 — Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito,
20 — dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino.
21 — Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, faremos uma “viagem” ao início do primeiro século da era Cristã, a época em que Jesus viveu nesta terra. Nosso desafio será aprender a respeito da sociedade, cultura e a religiosidade daquele período, examinando nas Escrituras e na boa literatura cristã o cotidiano e como o Mestre reagia às questões do seu tempo. A partir de seu exemplo de vida e ensinos registrados nos Evangelhos, veremos que suas lições continuam atuais e relevantes ainda hoje, servindo como modelo de comportamento aos servos de Deus, diante das questões dos nossos dias.
Nesta primeira Lição, teremos uma visão do contexto político e econômico da terra de Israel, o berço de Jesus.

I. A TERRA DE ISRAEL NOS TEMPOS DE JESUS

1. O Filho de Deus na história humana. A Bíblia revela que o Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14). Chamamos esse evento de encarnação, através do qual Deus, em Cristo, tornou-se semelhante aos homens (Fp 2.7; Gl 4.4,5), ingressando no curso da história da humanidade. Trata-se de algo extraordinário: aquele por quem e para quem foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra (Cl 1.15,16), assume um lugar dentro da sua própria criação. O advento de Cristo entre os homens não é um mito, mas uma realidade.
2. Palestina ou Israel? O local escolhido para a morada terrena do Filho de Deus foi a terra de Israel no início do primeiro século, região popularmente chamada de Palestina. Segundo o Dicionário Wycliffe, o nome Palestina foi originalmente empregado por Heródoto (século V a.C.) numa alusão aos filisteus, que incluiu nessa designação a Fenícia situada ao norte. Entretanto, tal termo ganhou mais evidência em 135 d.C., quando o Imperador romano Adriano substituiu o nome da região da Judeia por Síria Filisteia, na tentativa de acabar a forte ligação dos israelitas com a terra sagrada, após a revolta judaica liderada por Simão Bar Kochba contra o Império Romano. Nessa mesma época, o nome de Jerusalém foi alterado pelos romanos para Aelia Captolina. Entretanto, a Bíblia não menciona a palavra Palestina, chamando a região de Canaã (Sl 105.11), terra de Israel (Mt 2.19-21), terra da promessa (Hb 11.9) e terra santa (Zc 2.12).
Na época de Jesus, Galileia, Judeia e Samaria eram os nomes das suas principais regiões (Jo 4.3-7).
3. Nascimento e obra na terra de Israel. Jesus nasceu em Belém (Mt 2.1), mas viveu grande parte da sua vida na região da Galileia (Jo 4.3). Por ter sido criado em Nazaré (Lc 4.16), terra natal de José e Maria, chamavam-no de Nazareno (Mc 14.67; Jo 18.7). Era uma cidade pequena e de pouca importância, tanto que, ao receber o convite para seguir o Mestre, Natanael exclamou: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.46). Depois da sua rejeição nesta cidade (Lc 4.29), Jesus foi para Cafarnaum (Lc 4.31; Mt 4.13; 8.5), às margens do Mar da Galileia, onde realizou vários prodígios e maravilhas. As Escrituras ainda destacam outras cidades e vilarejos que o Mestre percorreu para anunciar o Reino de Deus e cumprir o seu ministério (Lc 7.11; 8.26), vindo a consumar a sua obra redentora em Jerusalém (Mt 20.18).


Pense!

“A vida de Cristo é parte total da história da humanidade, tanto quanto a fundação de Roma ou a derrota de Napoleão, em Waterloo. O evento pertence à história; o significado do evento pertence à teologia” (Merril Tenney).


Ponto Importante

A Bíblia não menciona a palavra “Palestina”. O mais comum era designar aquela região de Terra de Israel (Mt 10.23).


II. O DOMÍNIO ROMANO E A POLÍTICA

1. Domínio romano. Para compreender o contexto político daquela ocasião, é preciso lembrar que o Império Romano dominava a terra de Israel desde 63 a.C., e assim seu poder e influência abrangem todo o contexto do Novo Testamento. No nascimento de Jesus, César Augusto (27 a.C. — 14 d.C.) era o Imperador (Lc 2.1,2), Herodes “o Grande” havia sido nomeado o “Rei da Judeia” (Mt 2.1,3). Quando Herodes morreu, seu reino foi dividido entre seus filhos: Herodes Antipas, Herodes Filipe e Arquelau (cf. Mt 2.22; Lc 3.1). Contudo, Arquelau não conseguiu manter a ordem nas regiões de Samaria, Judeia e Idumeia, e um procurador romano foi nomeado. Pôncio Pilatos (Mt 27.2) foi o quinto procurador e governou a região antes governada por Arquelau; porém, ele não tinha jurisdição sobre a área da Galileia e Pereia pertencentes a Herodes Antipas (cf. Lc 23.5,6). Após a morte de César Augusto, seu enteado Tibério César (14 — 37 d.C) assumiu o Império Romano (Lc 3.1). Era dele a imagem estampada na moeda sobre a qual Jesus afirmou: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Lc 20.25). A efígie do imperador na moeda servia para tornar conhecido o rosto do seu governante.
2. Tensão política. A tensão política e a instabilidade social pairavam no ar. O poder de Roma era contrastado por agitações, inquietação popular e também pelos diversos interesses dos grupos político-religiosos judeus. Apesar da ocupação, os israelitas tinham permissão para manter seus costumes e tradições religiosas, enquanto não conflitassem diretamente os interesses do Império. Desse modo, a política era caracterizada pelo domínio romano, mas o poder interno era exercido pelo Sinédrio (Mt 27.1), o tribunal para julgamento e aplicação das leis judaicas. Cada cidade poderia ter um Sinédrio Local (Mt 10.17; Mc 13.9) formado por 23 membros. O Grande Sinédrio, composto por 70 ou 71 membros, era a mais elevada corte judaica. Reunia-se em Jerusalém e tinha o poder de resolver todas as questões que estavam além da competência das cortes locais. O processo e o julgamento de Jesus evidenciam a complexidade do sistema político e legal existente naquele início de século, caracterizado pela confusão entre a autoridade romana e a jurisdição religiosa judaica.
3. Os publicanos. Os oficiais romanos vendiam o direito de cobrar tributos numa determinada área a quem pagasse melhor. Com isso, alguns dentre os judeus também trabalhavam para Roma como cobradores de impostos, chamados publicanos. Eles eram odiados pela população, porque extorquiam o povo e porque eram considerados traidores. Zaqueu, chefe dos publicanos, admitiu esse tipo de prática corrupta, mas ao encontrar-se com Jesus afirmou que devolveria quatro vezes o que recebera indevidamente (Lc 19.8). Ainda hoje, a corrupção tem provocado grandes males na sociedade. Pessoas que deveriam utilizar as verbas públicas para promover benefícios sociais, desviam-nas para seus próprios bolsos. Oremos e trabalhemos, jovens, em busca de transformações na política do nosso país!


Pense!

O processo e o julgamento de Jesus evidenciam a complexidade do sistema político e legal existente naquele início de século, caracterizado pela confusão entre a autoridade romana e a jurisdição religiosa judaica.


Ponto Importante

Império Romano dominava a terra de Israel desde 63 a.C.


III. A ECONOMIA E O TRABALHO

1. Aspectos econômicos. As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrícola, na pesca e no trabalho pastoril. Nos dias do Novo Testamento, o domínio romano e a construção de novas estradas também fizeram aumentar o comércio. As viagens tornaram-se mais seguras, e a Judeia, por exemplo, passou a exportar maiores quantidades do fruto das oliveiras. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para proferir seus ensinamentos e parábolas, usando uma linguagem simples e com figuras relacionadas à vida agrícola (Mt 24.32; Mc 4.1-20). Isso nos instrui a aproveitar o contexto social em que estamos para anunciar o Evangelho, mas sem desfigurar a essência da Palavra.
2. Funcionamento do comércio. Existiam os mercados públicos onde as pessoas compravam e vendiam seus produtos, como cereais, frutas e até mesmo animais. Eram locais bem movimentados, para onde os desempregados iam na esperança de conseguir trabalho (Mt 20.3-10). As negociações comerciais eram feitas por meio de troca de mercadorias (Lc 16.5,6) ou em dinheiro. O denário (Mc 12.15; Lc 7.41). por exemplo, era uma moeda romana e representava, em geral, o salário por um dia de trabalho. A dracma (Lc 15.8-10) era uma moeda de origem grega, e equivalia a um denário.
3. Trabalho e profissões. Os trabalhos e ofícios giravam em torno das atividades produtivas de cada região. Assim, em algumas localidades prevaleciam os trabalhos agrícolas (Mt 13.4), do arado da terra ao armazenamento dos produtos. Em outras, predominavam o pastoreio e a pesca, como o exemplo dos primeiros discípulos que trabalhavam junto ao Mar da Galileia (Mt 4.18,19). Ainda tinham os tecelões, comerciantes e artífices de obras de barro, metal e madeira. O próprio Jesus era carpinteiro (Mc 6.3), cujo trabalho envolvia a construção e a fabricação de objetos menores, inclusive mobílias.


Pense!

O trabalho foi dado por Deus ao homem desde antes da Queda. Através da profissão, podemos glorificar a Deus e cumprir o seu propósito.


Ponto Importante

As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrícola, na pesca e no trabalho pastoril.


CONCLUSÃO

Como vimos, conhecer a terra de Israel da época de Jesus é importante para fazermos uma reflexão bíblica atual na medida em que nos possibilita ver e compreender — ainda que passados mais de dois mil anos — o contexto da sociedade judaica do início do primeiro século. Se falharmos em compreender as influências culturais daquele tempo, como escreveu Gary Burce, deixaremos de assimilar muitos dos ensinamentos de Jesus, presentes nos Evangelhos.

ESTANTE DO PROFESSOR


BURCE, Gary M. A Bíblia e a Terra.
GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos.

HORA DA REVISÃO

1. Quais eram os nomes mais utilizados para designar a Palestina dos tempos de Jesus?
Canaã (Sl 105.11), Terra de Israel (Mt 2.14; 10.23), Terra da Promessa (Hb 11.9) e Terra Santa (Zc 2.12).

2. Como era Nazaré, a cidade de nascimento de Jesus?
Uma cidade pequena e de pouca importância naquela época, tanto que ao receber o convite para seguir o Mestre, Natanael exclamou: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.46).

3. Naquela época, quem dominava a região?
Império Romano, desde 63 a.C.

4. Quais eram as principais fontes de economia?
As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrícola, na pesca e no trabalho pastoril. Nos dias do Novo Testamento, o domínio romano e a construção de novas estradas também fizeram aumentar o comércio.

5. Como eram realizadas transações comerciais?
As negociações comerciais eram feitas por meio de troca de mercadorias (Lc 16.5-6) ou em dinheiro.

SUBSÍDIO

Roma e o Novo Testamento

“A cidade de Roma ofereceu um contexto político, religioso e geográfico para a maior parte do Novo Testamento. Seu poder e influência permeiam quase todos os livros do cânon do NT. Um imperador romano emitiu a ordem que resultou no nascimento do Senhor Jesus Cristo em Belém, ao invés de Nazaré. Um oficial romano providenciou sua crucificação. Engenheiros romanos construíram as estradas que o apóstolo Paulo percorreu para pregar o evangelho, protegido pela cidadania romana. Os imperadores romanos administravam todas as províncias alcançadas pelo Evangelho em seus primeiros dias. Nas primeiras décadas da Igreja, seus principais oponentes foram às seitas greco-romanas” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1701).

Lições Bíblicas CPAD
Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 2: A terra de Jesus hoje
Data: 12 de Abril de 2015

TEXTO DO DIA

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei(Gn 12.1).

SÍNTESE

A história e a situação da terra de Jesus hoje testificam o plano de Deus para a nação de Israel e a veracidade das Escrituras.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Gn 15.18
Promessa da terra a Abraão


TERÇA — Gn 26.3-5
Promessa confirmada a Isaque


QUARTA — Gn 35.8-15
Promessa confirmada a Jacó


QUINTA — Êx 19.1-8
Promessa confirmada a Moisés


SEXTA — Js 1.1-9
Promessa confirmada a Josué


SÁBADO — 2Sm 5.1-12
Davi conquista Jerusalém

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        COMPREENDER a importância e o propósito da chamada divina de Abraão para a sua descendência;
·        APRESENTAR a história da formação do Estado de Israel;
·        CONHECER a situação da terra de Israel na atualidade.

INTERAÇÃO

Professor, interaja com seus alunos, mostrando algumas notícias veiculadas na mídia envolvendo Jerusalém, o Estado de Israel e os palestinos. O objetivo é introduzir a lição e mostrar a atualidade do tema a ser estudado. Ajude a desmistificar muitas inverdades que são propagadas enganosamente na mídia sobre o Estado de Israel e sobre o povo judeu.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, a comunicação eficaz é requisito indispensável para uma boa aula. Por isso, utilize palavras e termos que seus alunos compreendam. Quando eles não souberem o sentido de determinado termo, explique o seu significado. Utilize o quadro abaixo para mostrar a eles as diferenças entre as denominações que designam os descendentes de Abraão.


TEXTO BÍBLICO

Gênesis 12.1-4; 17.5-9.

Gênesis 12
1 — Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2 — E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3 — E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4 — Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.

Gênesis 17
5 — E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.
6 — E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.
7 — E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti.
8 — E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus.
9 — Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu e a tua semente depois de ti, nas suas gerações.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Constantemente, Israel e o Oriente Médio ocupam lugar de destaque nos noticiários dos principais jornais do mundo. Os fatos que envolvem o país e aquela região são desproporcionais se considerarmos o seu tamanho geográfico em comparação a outros povos e nações. Contudo, tal repercussão não tem natureza geopolítica; ela é de natureza espiritual. Como veremos nesta aula, o plano divino, mediante a chamada de Abraão e sua descendência, é o elemento responsável pela história de Israel e pela situação da terra de Jesus nos dias atuais.

I. A PROMESSA DE UMA GRANDE NAÇÃO

1. A chamada de Abraão e a Terra Prometida. O capítulo 12 de Gênesis contém a magnífica promessa do nascimento do povo de Israel, pela qual Deus garante a Abrão (depois chamado de Abraão, Gn 17.5) que engrandeceria o seu nome e faria dele uma grande nação (vv.1,2). Para tanto, o Senhor estabelece um concerto perpétuo e lhe promete a posse da terra de Canaã (vv.7,8), exigindo, em contrapartida, a sua obediência (Gn 17.1; 26.5). Posteriormente, esse pacto é confirmado aos seus filhos Isaque (Gn 26.3-5), Jacó (Gn 35.8-15) e, também, a Moisés e ao povo de Israel (Êx 19.1-8). Após a morte de Moisés, sob a liderança de Josué, o povo tomou posse da terra de Canaã (Js 1-12), depois da jornada de 40 anos peregrinando no deserto. Isso explica o elo inseparável entre o povo de Israel e a Terra Prometida.
2. Propósito da chamada. Mas, qual foi o propósito da chamada de Abraão? A bênção destinava-se somente a ele e a sua família? De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, “a intenção de Deus era que houvesse um homem que O conhecesse e O servisse e guardasse os seus caminhos. Dessa família, surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias de outras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação, viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher”. Israel, portanto, seria um reino sacerdotal, povo santo e canal de bênção para os demais povos (Êx 19.6). A expressão “e em ti serão benditas todas as famílias” (Gn 12.3) revela que a promessa divina estava dentro de um propósito salvífico para a raça humana.
3. O pacto com Israel e o Novo Testamento. Apesar da sua chamada, a nação de Israel foi incrédula, desobediente e rejeitou o Evangelho. Ainda assim, Deus mantém um plano especial para o verdadeiro Israel. Nos capítulos 9 a 11 da carta aos Romanos, o apóstolo Paulo fala sobre o plano divino para o povo escolhido, sua incredulidade atual e acerca da restauração futura. Ele afirma que a promessa divina não falhou, porquanto era destinada só para os fiéis da nação (9.6-8). Com efeito, Deus não rejeitou a Israel (11.1-6), e a incredulidade israelita é apenas parcial e temporária, mantendo-se um remanescente que permanece fiel. Futuramente, todo Israel aceitará a salvação divina em Cristo (11.26; Ap 7.1-8).


Pense!

“Pela fé, Abraão, sendo chamado obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb 11.8). Que isso sirva-nos de exemplo, pois sem fé é impossível agradar a Deus!


Ponto Importante

“A promessa de Deus a Abraão e a sua bênção sobre ele, estendem-se, não somente aos seus descendentes físicos, como também a todos aqueles que com fé genuína aceitarem e seguirem a Jesus Cristo, a verdadeira ‘posteridade’ de Abraão” (Gl 3.14,16 —Bíblia de Estudo Pentecostal).


II. A FORMAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL

1. A proteção divina do povo israelita. A história comprova o propósito especial de Deus com a nação de Israel. Desde a chamada de Abraão nos tempos do Antigo Testamento, a conquista da Terra Prometida, passando pelas guerras, a subjugação sob o domínio de vários impérios, a perseguição sofrida, e a sua sobrevivência até o tempo presente, revelam o componente sobrenatural e miraculoso da existência de Israel. Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó foram escravos no Egito, peregrinaram no deserto e estiveram sob o domínio dos babilônios, medo-persas, gregos, assírios e romanos.
2. A dispersão pelo mundo. Em virtude da desobediência e da idolatria do povo, Deus disse que tiraria a nação israelita da sua terra e a espalharia pelo mundo (Dt 28.63,64; Mt 23.37). Isso aconteceu várias vezes na história, quando foram levados cativos pelos assírios (cf. 2Rs 17.6), babilônios (cf. 2Rs 25.21) e pelos gregos (para Alexandria no século III a.C). Entretanto, a maior dispersão, chamada diáspora judaica, ocorreu em 70 d.C, quando os romanos invadiram Jerusalém e destruíram o templo. Com isso, milhares de israelitas foram dispersos pelo mundo (Lc 21.24), vivendo exilados de sua pátria. Já no Século XX, Adolf Hitler também empreendeu uma perversa perseguição contra os judeus, culminando no Holocausto, o genocídio de cerca de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Nenhum outro povo sofreu tantos ataques quanto Israel, mas Jeová sempre os protegeu com sua forte mão, pois Ele é o seu guarda e Redentor (Sl 121.4; Is 41.14).
3. Retorno à Terra Prometida. Apesar da dispersão, a promessa divina da Terra Prometida ainda estava de pé (Gn 13.15), e o retorno do seu povo escolhido era inevitável (Ez 26.24,28; Os 14.7). Aos poucos, os israelitas começaram a despertar o sentimento de regressar ao lar prometido, o qual ganhou força com o movimento sionista, iniciado em 1897 por Teodoro Herzl. Elienai Cabral capta a essência do movimento ao afirmar que “não era um simples sentimento de um homem ou de um povo, e, sim, um impulso do Espírito de Deus na mente e no coração de cada judeu disperso, em cumprimento da Palavra de Deus (Jr 24.6)”.
O ponto culminante desse regresso foi em 14 de maio de 1948, com a criação do Estado de Israel e a sua declaração de independência, que foi precedida pela aprovação da partilha do território palestino pela ONU em 1947, cuja sessão foi presidida pelo embaixador brasileiro Osvaldo Aranha. Nesse dia, então, cumpriu-se Isaías 66.8; “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos”.


Pense!

Nenhum outro povo sofreu tantos ataques quanto Israel, mas Jeová sempre os protegeu com sua forte mão, pois Ele é o seu guarda (Sl 121.4) e Redentor (Is 41.14).


Ponto Importante

A criação do Estado moderno de Israel ocorreu em 14 de maio de 1948.


III. ISRAEL NA ATUALIDADE

1. Conflitos com os árabes. Mesmo com a criação do Estado de Israel, as lutas não cessaram. Assim que declarou sua independência, Israel foi imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano, instaurando-se o conflito entre árabes e judeus. Nessa ofensiva, assim como em outras que se repetiram nos anos de 1990, Israel saiu-se vitorioso. Um desses ataques ocorreu em 1973. Aproveitando-se do feriado religioso judaico do Yom Kipur (“Dia do Perdão”) — ocasião em que grande parte dos soldados israelenses se encontravam de folga — Egito e Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel. Entretanto, foram derrotados novamente.
2. A presença histórica na terra. Depois de várias tentativas de paz, o conflito ainda persiste na região. Os palestinos não aceitaram a partilha da terra nos moldes estabelecidos pela ONU em 1947 e mantém uma postura belicosa e baseada no terror contra o Estado Judeu, afirmando que a Terra Santa lhes pertence. Contudo, uma pesquisa histórica mostra o contrário. Em virtude da promessa divina a Abraão, o povo de Israel tem estado presente naquela terra nos últimos 3.700 anos, com maior ou menor intensidade, apesar das invasões e exílios. Eles colonizaram e desenvolveram aquela região, renovando a terra assolada e desértica. Segundo Abraão de Almeida, “trabalhando diuturnamente nas condições mais desfavoráveis possíveis, os novos colonizadores plantaram dezenas de milhões de árvores e drenaram extensos pântanos através de um arrojado programa de recuperação do solo, em que parte do rio Jordão foi desviada, até que o deserto começasse a florescer”, como cumprimento profético (Ez. 36.33-35) (Israel, Gogue e o Anticristo, p.53).
3. Situação atual. Nos dias atuais, o Estado de Israel é uma nação próspera e a única referência democrática do Oriente Médio, que respeita os direitos humanos, inclusive das mulheres, e permite aos cidadãos de todas as crenças praticarem sua religião, livre e publicamente. Ainda assim, vive ameaçado pelos palestinos. Hoje, os cristãos devem orar pela paz na região e interceder pela nação de Israel, pois eles são o relógio escatológico de Deus referente ao mundo, principalmente acerca da Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior combate já registrado na história mundial; será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o seu reino milenial (Ap 19.11-21).


Pense!

“A nação israelita não constitui apenas o centro geográfico do mundo, mas também o centro nevrálgico da política internacional” (Abraão de Almeida).


Ponto Importante

O conflito entre Israel e palestinos teve início após a criação do Estado de Israel.


CONCLUSÃO

Deus ainda mantém um plano especial para Israel, protegendo aquela nação ao longo dos séculos, sempre livrando-a com mão forte. Isso prova que o Deus a quem servimos é o Senhor soberano que intervém no curso da história. Oremos, pois, pela terra de Jesus nos dias atuais, para que Ele faça cumprir os seus propósitos para o seu povo.

ESTANTE DO PROFESSOR


HAGEE, John. Em Defesa de Israel.
JOSEFO, FLávio. História dos Hebreus.
MERRIL, Eugene H. História de Israel.

HORA DA REVISÃO

1. Qual o propósito da chamada de Abraão?
De acordo com a BEP, “a intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse os seus caminhos. Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher”.

2. Cite quatro ocasiões da história em que os israelitas foram dispersos.
Quando foram levados cativos pelos assírios (cf. 2Rs 17.6), babilônios (cf. 2Rs 25.21) e pelos gregos (para Alexandria no século III a.C.). Entretanto, a maior dispersão, chamada diáspora judaica, ocorreu em 70 d.C. quando os romanos invadiram Jerusalém e destruíram o Templo. Com isso, milhares de israelitas foram dispersos pelo mundo.

3. Qual foi o ponto culminante do regresso dos israelitas para a Terra Prometida?
Em 14 de maio de 1948, com a criação do Estado de Israel e a sua declaração de independência.

4. O que aconteceu logo após a criação do Estado de Israel?
Israel foi imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano, instaurando-se o conflito entre árabes e judeus. Nessa ofensiva, assim como em outras que se repetiram nos anos 1990, Israel saiu-se vitorioso.

5. Qual a atual situação do Estado de Israel?
Nos dias atuais, o Estado judeu representa apenas 1/6 de 1% da extensão do que é conhecido como “mundo árabe”, e vive cercado por nações que lutam contra a sua existência.

SUBSÍDIO

Divisão da Terra

“Os israelitas conseguiram sua terra por meio da conquista, e cada tribo e família considerava a sua herança ou porção como vinda de Deus. A maneira como a terra foi dividida acha-se descrita na segunda metade do livro de Josué. A região foi dividida e distribuída por sortes. Uma sorte era literalmente um disco de dois lados que acreditavam estar sob o controle de Deus quando atirado. Os resultados da sorte serviam para descobrir a vontade do Senhor. Um provérbio expressa isso: A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição (Pv 16.33). Davi pôde, portanto, agradecer a Deus porque as divisas haviam caído em lugares prazerosos para ele — sua herança não podia ser melhor (Sl 16.6).
Uma vez determinadas, as heranças eram marcadas por uma pilha de pedras, uma característica natural, ou um sulco duplo de terra arada — e o marco não podia mais ser removido, porque isso seria alterar o presente de Deus (Dt 19.14). Pela mesma razão, vender a própria herança era desonrar a Deus. Nabote recusou vender sua vinha ao rei Acabe por essa razão” (GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.20.21).

Lições Bíblicas CPAD
Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 3: Jesus e os grupos político-religiosos de sua época
Data: 19 de Abril de 2015

TEXTO DO DIA

Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando” (Mt 23.13).

SÍNTESE

Embora tenha convivido com os grupos religiosos de sua época, Jesus apontou seus erros e hipocrisia.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Mt 16.6
O fermento dos fariseus e saduceus


TERÇA — Mt 22.34-46
A resposta ao fariseu


QUARTA — Lc 15.2
Murmuração dos religiosos


QUINTA — Lc 18.10-14
O orgulho dos fariseus


SEXTA — Mc 3.6
A estratégia dos herodianos


SÁBADO — Tg 1.27
A verdadeira religião

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        APRESENTAR os grupos político-religiosos da época de Jesus;
·        COMPREENDER a postura de Jesus frente a tais grupos;
·        MOSTRAR como o cristão deve se comportar diante da diversidade religiosa contemporânea.

INTERAÇÃO

O homem é, essencialmente, um ser religioso. Jesus também viveu dentro de um contexto social de diversidade religiosa, e com Ele aprendemos como nos posicionar frente às seitas religiosas, com respeito, mas defendendo a verdade do Evangelho.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, reproduza o quadro abaixo, e à medida que for explicando os tópicos da lição, peça para seus alunos indicarem as características preponderantes do respectivo grupo.


TEXTO BÍBLICO

Mateus 23.1-8.

1 — Então, falou Jesus à multidão e aos seus discípulos,
2 — dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus.
3 — Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.
4 — Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los.
5 — E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens, pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,
6 — e amam os primeiros lugares nas ceias, e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 — e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens: — Rabi, Rabi.
8 — Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

No contexto do Novo Testamento, a nação judaica não era homogênea. Ao contrário disso, ela estava dividida em vários grupos e partidos com doutrinas, ideologias e tradições distintas, movidos ora por motivações políticas, ora religiosas. Nesse sentido, saduceus, fariseus, essênios, zelotes e herodianos formavam os principais partidos políticos e seitas religiosas daquela época. Nesta liçao, veremos as características desses grupos, e como Jesus, com sua sabedoria e coragem, conviveu e reagiu a eles, nos deixando o exemplo de como viver dentro de um ambiente de pluralismo religioso como o presenciado nos dias atuais, com respeito e defesa da verdade.

I. SADUCEUS E FARISEUS

1. Saduceus. Apesar da pequena quantidade, os saduceus representavam a aristocracia dominante do judaísmo nos tempos do Novo Testamento. O nome desse grupo, segundo Merrill Tenney, originou-se provavelmente de Zadoque, o pai da linhagem de sumo sacerdotes durante o reinado de Salomão (1Rs 1.32,34,38,45). Eles formavam o escalão superior dos sacerdotes e parte do Sinédrio, exercendo, por isso, grande influência política. Ao contrário dos fariseus, que reconheciam a importância da tradição oral, os saduceus aceitavam somente a Lei escrita (Torá). Por influência do helenismo e da cultura pagã, era uma religião materialista e secularizada, que negava a existência do mundo espiritual (At 23.8) e não cria na ressurreição dos mortos (Mc 12.18) nem na vida futura. A vida para eles, portanto, se resumia ao aqui e agora, sobre a qual Deus não tinha nenhuma interferência. Quanto a esse grupo, Jesus disse aos seus discípulos para tomarem cuidado com o seu “fermento” (Mt 16.6), símbolo do mal e da corrupção.
2. Fariseus. Em maior número que os saduceus, os fariseus (hb. parash: “separar”) representavam o núcleo mais rígido do judaísmo, formado basicamente por pessoas da classe média e com grande influência entre o povo (Jo 12.42,43). Eram meticulosos quanto ao cumprimento da Lei mosaica e, por isso, a maioria dos escribas (Mt 15.1; 23.2) pertencia a esse grupo. Enfatizavam mais a tradição oral do que a literalidade da lei. Além de dar grande valor às tradições religiosas, como a lavagem das mãos antes das refeições (Mc 7.3) e ao recolhimento do dízimo (Mt 23.23), os fariseus jejuavam regularmente (Mt 9.14) e enfatizavam a observância do sábado (Mt 12.1-8). Entretanto, eram avarentos (Lc 16.14) e, em suas orações, gostavam de se vangloriar de seus atributos morais (Lc 18.11,12).
Em razão do seu legalismo, Jesus os repreendeu de forma corajosa (cf. Mt 23), chamando-os de amantes dos primeiros lugares, hipócritas e condutores cegos, pois a religiosidade deles estava baseada no exterior, nos rituais e na justiça própria, em desprezo à parte mais importante da Lei: o juízo, a misericórdia e a fé (v.23). Um dos exemplos era a invocação da tradição de Corbã (Mc 7.11) como subterfúgio para não cuidar de seus pais na velhice, dizendo que seus bens haviam sido consagrados como oferta a Deus e ao Templo e, por isso, não poderiam ser utilizados. Jesus disse que eles haviam invalidado a lei pela tradição (Mc 7.13). Eis o motivo pelo qual Jesus declarou aos seus discípulos: “[...] se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).
A conduta dos fariseus nos faz lembrar que a verdadeira santidade não se alcança através do legalismo e do esforço pessoal, mas pela fé em Cristo (Gl 2.16) e através da sua maravilhosa graça (Hb 4.16).




Pense!

Hipócrita religioso é aquele que vive de forma diversa daquilo que prega.


Ponto Importante

Apesar de adversários, fariseus e saduceus, e até mesmo os sacerdotes, queriam conjuntamente a morte de Jesus (Mc 14.53; 15.1; Jo 11.48-50).


II. ESSÊNIOS, ZELOTES E HERODIANOS

1. Essênios. Embora a Bíblia não mencione diretamente esse grupo religioso, os essênios formavam uma pequena seita judaica na época do Novo Testamento, que vivia de forma reclusa no deserto da Judeia, às margens do Mar Morto. Merrill Tenney diz que no ato da admissão à seita, todas as pessoas entregavam suas propriedades a um fundo que era igualmente disponível a todos. Banhavam-se antes das refeições e vestiam-se de branco. Além disso, consideravam a si mesmos “os filhos da luz”, e viviam completamente separados do judaísmo de Jerusalém, o qual consideravam apóstata.
As práticas místicas dos essênios destoam dos ensinamentos de Jesus, que não impôs nenhum ritual de purificação, a não ser a purificação pela Palavra (Jo 13.10; 15.3). Além disso, os cristãos foram chamados para ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14), o que implica viver e influenciar a sociedade e a cultura, e não viver em reclusão.
2. Zelotes. Os zelotes formavam um grupo extremista que usava a rebelião e a violência contra a dominação dos romanos, pois acreditavam que tal submissão era uma traição a Deus. De acordo com o Dicionário Wycliffe, “alguns sugeriram que o Senhor Jesus favoreceu os Zelotes, e escolheu Simão, o Zelote (Lc 6.15) para expressar sua aprovação em relação às suas táticas. Nada poderia ser tão oposto à verdade, uma vez que todo ministério de Jesus era baseado em meios pacíficos, e Simão provavelmente experimentou uma mudança de coração em relação a toda atividade dos Zelotes”.
3. Herodianos. Os evangelhos também mencionam os chamados herodianos (Mc 3.6; 12.13; Mt 22.16). Tinham características de agremiação partidária, apoiando a dinastia dos Herodes, que deviam seu poder às forças romanas de ocupação. Os herodianos se opunham a Jesus por receio que Ele pudesse promover perturbações públicas por meio de seus ensinamentos morais. Eram movidos mais por interesses políticos do que religiosos, tanto que não tinham uma ortodoxia clara. Ainda hoje, alguns grupos religiosos são mais movidos por interesses políticos do que pelas convicções bíblicas.


Pense!

O Evangelho não é uma causa política. É o poder de Deus para a transformação de todo aquele que crê (Rm 1.16).


Ponto Importante

Os ensinos e o exemplo de vida de Jesus evidenciam que Ele não pertencia a nenhum grupo político-religioso de Israel.


III. A QUESTÃO DO PLURALISMO RELIGIOSO

1. Jesus e as religiões do seu tempo. Como podemos observar, Jesus viveu dentro de um contexto de pluralidade religiosa, com a existência de diversas teologias e concepções sobre Deus e espiritualidade. Embora respeitasse a crença de cada grupo e tivesse dialogado com muitos deles (Lc. 7.36), Ele não deixou de apontar os seus erros e de lhes falar a verdade. Jesus não se apresentou como mais uma opção religiosa entre tantas, mas como o próprio Filho de Deus (Jo 6.57), afirmando a sua exclusividade ao dizer: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
2. A exclusividade de Cristo hoje. Nos dias atuais, como discípulos de Jesus, devemos respeitar as demais confissões religiosas, sem perder o senso crítico e a coragem de dizer o que convém à sã doutrina (Tt 2.1). Precisamos estar preparados (1Pe 3.15) para confrontar toda religião que fuja dos princípios bíblicos, seja por legalismo, misticismo ou mundanismo, enfatizando a superioridade de Cristo, o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2), e o fundamento da verdadeira espiritualidade.


Pense!

Religião não é uma questão de simples preferência pessoal, mas de verdade.


Ponto Importante

A tolerância religiosa significa que devemos respeitar as crenças alheias, ainda que não concordemos com elas.


CONCLUSÃO

Vivemos hoje em um contexto de grande diversidade religiosa, no qual muitos escolhem suas religiões de forma descompromissada e baseados em simples preferência pessoal ou agenda política. Ainda assim, os princípios básicos dos ensinos do Mestre permanecem válidos, servindo-nos de orientação para a defesa da verdade e da ortodoxia bíblica, contra as religiões enganosas, heresias e falsas doutrinas.

ESTANTE DO PROFESSOR


BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 8ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
LUTZER, Erwin. Cristo entre outros Deuses. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000.
TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010.

HORA DA REVISÃO

1. Quais as características dos saduceus?
Era uma religião materialista e secularizada, negavam a existência do mundo espiritual (At 23.8) e não criam na ressurreição dos mortos (Mc 12.18) nem na vida futura.

2. Por que Jesus repreendeu os fariseus?
Em razão do legalismo e da hipocrisia.

3. Por que os essênios destoavam dos ensinamentos de Jesus?
Jesus não impôs nenhum ritual de purificação, a não ser a purificação pela Palavra (Jo 13.10; 15.3). Além disso, os cristãos foram chamados para ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5.14), o que implica viver e influenciar a sociedade e a cultura, e não viver em reclusão.

4. Por que os herodianos se opunham à liderança de Jesus?
Por receio de que Ele pudesse promover perturbações públicas por meio de seus ensinamentos morais, alterando o status quo daquela época.

5. Hoje, como os cristãos devem se portar diante da diversidade religiosa?
Nos dias atuais, como discípulos de Jesus devemos respeitar as demais confissões religiosas, sem perder o senso crítico e a coragem de dizer o que convém à sã doutrina (Tt 2.1).

SUBSÍDIO

SEITAS JUDAICAS

OS FARISEUS
“Sucessores dos hassidim (‘os piedosos’) do século II a.C., formavam um partido religioso puritano.
1. Seu principal interesse era a observância da Lei de Moisés.
2. Conferiam igual valor às tradições dos anciãos e às Escrituras Sagradas.
3. Criam na existência dos anjos e demônios.
4. Criam na vida após a morte.
5. Davam grande ênfase aos aspectos práticos de seus ensinamentos, como a oração, o arrependimento e as obras assistenciais.
6. Embora poucos, em número, sua influência social e política era considerável.
7. A maioria dos escribas pertencia a este grupo.
8. Sua rigidez e separatismo degenerou-se em mero legalismo, em arrogância e menosprezo pelos demais.
9. Jesus não criticou a ortodoxia dos seus ensinamentos, mas a sua falta de amor e orgulho.

OS SADUCEUS
Em sua maioria, eram sacerdotes e ricos aristocratas. É provável que tenham surgido no período macabeu.
1. Não reconheciam a autoridade da tradição oral.
2. Negavam a existência do mundo espiritual.
3. Não criam na ressurreição dos mortos nem na vida futura.
4. Aceitavam como canônicos apenas os livros de Moisés.
5. Interpretavam a Lei de maneira literal.
6. Eram simpáticos à cultura helenista.
7. Contavam com pouco apoio popular.
8. Eram renhidos adversários dos fariseus” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1380).



CARO PROFESSOR, “o olho humano é atraído pelo movimento, brilho e cor. Mesmo o simples ato de ligar um datashowdesperta a atenção involuntária na audiência, porque gera movimento, cor e brilho. Apropriados materiais capturam e mantêm a atenção.
Entusiastas dos recursos audiovisuais frisam que a aprendizagem acontece por todos os cinco sentidos e o uso da mídia tão-somente tira vantagem de mais de um deles de cada vez. Isso força mais envolvimento e, consequentemente, mais interesse. Certo estudo indica que aprendemos:
  •   1% pelo paladar
  •   1,5% pelo tato
  •   3,5% pelo cheiro
  •   11% pelo ouvido
  •   83% pela visão”
(GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. (Orgs.) Manual de Ensino Para o Educador Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.223).


Lições Bíblicas CPAD
Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 4: Jesus e a Lei
Data: 26 de Abril de 2015

TEXTO DO DIA

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17).

SÍNTESE

O Senhor Jesus cumpriu a Lei e deu a ela um novo significado, enfatizando o amor a Deus e ao próximo.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Jo 14.23
Quem ama a Cristo, guarda os seus mandamentos


TERÇA — Gl 4.1-5
O Evangelho isenta-nos da lei


QUARTA — Sl 119.33
Os estatutos do Senhor


QUINTA — Hb 10.1
A sombra dos bens futuros


SEXTA — Tg 2.8
A Lei Real


SÁBADO — Rm 8.2
A Lei do Espírito de Vida

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        CONHECER os propósitos da Lei que Deus entregou a Israel;
·        SABER que Jesus cumpriu a Lei;
·        COMPREENDER o significado da atualidade do aspecto moral da Lei.

INTERAÇÃO

Vivemos tempos de relativismo moral sem precedentes, no qual se rejeita a existência de um padrão ético absoluto. Entretanto, as Escrituras deixam transparecer, de forma cristalina, a existência da ética imutável de um Deus santo e amoroso. Jesus expressa essa Ética do Reino em seu Sermão do Monte. Ele reforça os mandamentos divinos e centraliza-os no amor a Deus e ao próximo, rejeitando o sistema formal e legalista da sua época. Por isso, Paulo pronunciou que o mandamento é santo, justo e bom (Rm 7.12). Refletir sobre a lei divina para os dias atuais é uma necessidade premente, pois ela nos fornece valores e princípios imutáveis, firma nossos passos e proporciona garantia de felicidade perene.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, o planejamento é fundamental para a excelência de qualquer atividade. Em relação ao ensino, planejar significa prever todas as etapas do trabalho docente a fim de que os alunos aprendam. Desse modo, não deixe de elaborar um plano de aula. Para ajudá-lo na elaboração do plano de aula, observe o seguinte roteiro:
   a) Identifique o tema da aula;
   b) Estabeleça os objetivos;
   c) Indique o conteúdo da matéria de ensino;
   d) Estabeleça os procedimentos de ensino;
   e) Escolha os recursos didáticos;
   f) Escolha o instrumento de avaliação.

TEXTO BÍBLICO

Mateus 5.17-20; Mateus 22.37-40.

Mateus 5
17 — Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.
18 — Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
19 — Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.
20 — Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

Mateus 22
37 — E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
38 — Este é o primeiro e grande mandamento.
39 — E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
40 — Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

No Sermão do Monte, o Mestre afirmou enfaticamente que não veio destruir a Lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). O que essa afirmação significa? Qual era o propósito da lei mosaica? Como o cristão se relaciona com a lei atualmente? Na lição de hoje, estudaremos sobre esses temas e como Jesus compreendia a lei que Deus havia dado à nação de Israel por intermédio de Moisés e o seu significado em o Novo Testamento.

I. A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO

1. A Lei dada a Israel (Êx 19-20). Depois de libertar Israel da servidão do Egito, Deus conduziu o seu povo por uma jornada de fé até a Terra Prometida, a fim de fazer cumprir a promessa feita a Abraão. No entanto, no início desta jornada, ao falar com Moisés no Monte Sinai (Êx 19.1-13), o Senhor relembrou aos israelitas a necessidade de eles guardarem o concerto firmado (v.5) e de obedecerem todos os seus estatutos. Para tanto, Deus entregou a Moisés a Lei (hb. torah, que significa ensinamento) com as condições e regras de convivência que os filhos de Israel deveriam observar como sinal de lealdade.
2. Abrangência da Lei. A Lei que Deus entregou à nação de Israel continha preceitos morais para uma vida santa e piedosa em relação a Deus e ao próximo. Tais preceitos estão sintetizados no Decálogo, os Dez Mandamentos proferidos pelo Senhor no Sinai (Êx 20.1-17), que também foram escritos em duas tábuas de pedra (Êx 31.18; 34.28). A lei servia ainda para regular a ordem jurídica e a vida em sociedade de Israel enquanto nação organizada, com normas civis, penais, trabalhistas, sanitárias, ecológicas e afins (Êx 21; 23; Lv 19; 20; Dt 19-22; 24). Por último, a Lei previa regras cerimoniais, que tratavam dos ritos e cerimônias de adoração, oferta de sacrifícios e serviços do Tabernáculo (Lv 1-7).
3. Os propósitos da Lei. A Lei foi dada a Israel com os objetivos de prover um padrão de justiça, segundo o modelo de moralidade para o caráter e a conduta do ser humano (Dt 4.8; Rm 7.12); identificar e expor a malignidade do pecado (Rm 5.20), apontando o caminho da sua expiação pela fé em Deus através dos sacrifícios que eram oferecidos no TabernácuLo (Lv 4-7) e, por fim; revelar a santidade de Deus (Êx 24.15-17; Lv 19.1,2), para conduzir a humanidade a Cristo (Rm 10.4).


Pense!

“Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom” (Rm 7.12).


Ponto Importante

A Lei de Deus, entregue a Moisés tinha os seguintes propósitos para Israel: prover um padrão de justiça; identificar e expor a malignidade do pecado e revelar a santidade de Deus.


II. JESUS E A LEI

1. O cumprimento da Lei. No Sermão do Monte, o Senhor Jesus afirmou: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17). Com essas palavras, o Nazareno afasta a acusação dos fariseus de que estivesse subvertendo os mandamentos divinos, e comprova que tudo o que dEle estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos, deveria se cumprir dentro do seu plano redentor (Lc 24.44). Conforme a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, em ambas as passagens a palavra cumprir (gr. plēroõ) tem o sentido de concluir, satisfazer ou aperfeiçoar. Significa dizer que somente Cristo foi capaz de satisfazer as exigências da Lei, pois o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê (Rm 10.4).
De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, “Mateus vê o cumprimento da Lei em Jesus semelhante ao cumprimento da profecia do Antigo Testamento: O novo é como o velho. Não só o novo cumpre o velho, mas o transcende. Jesus e a lei do novo Reino são o intento, destino e meta final da lei”.
2. O fim da Lei Mosaica. A lei mosaica funcionava como um “aio” (tutor) temporário até que Cristo viesse (Gl 3.22-26). Assim, ao se entregar em sacrifício como o cordeiro imaculado e incontaminado (1Pe 1.19), Jesus deu a Lei por concluída, pois era a sombra dos bens futuros (Hb 10.1). Com efeito, no Novo Concerto, os salvos em Cristo não estão mais debaixo da Lei assim como estava o povo de Israel, tendo em vista que, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também a mudança da Lei (Hb 7.12).
Quer dizer, então, que a Lei não tem mais nenhum valor para os cristãos? De modo algum, afinal ainda encontra-se em vigor os preceitos morais e os referenciais éticos estabelecidos por Deus de forma universal e atemporal para o ser humano. Mas, até mesmo esta parte da lei recebeu um novo significado em Cristo, que lhe deu sentido e expressões mais plenas.
3. Novo significado. Os israelitas haviam transformado os mandamentos de Deus em um conjunto de regras e imposições legalistas, baseados em ritos e aparência exterior. A tradição humana havia subvertido a essência da lei. Em sua missão terrena, Jesus resgata o propósito primordial da lei e enfatiza a necessidade do seu cumprimento de forma livre e espontânea, dando-lhe novo significado, cujo padrão de retidão opera de dentro para fora. Entretanto, esse novo sentido dado por Cristo parece ser ainda mais exigente; afinal, depois de afirmar o que estava escrito na lei mosaica (“Ouvistes o que foi dito”, Mt 5.21,27,31,33,43), Ele introduz um padrão ainda mais elevado (“Eu, porém, vos digo”). Eis o motivo pelo qual afirma o Mestre que a justiça dos discípulos deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.22).
Assim, a Ética do Reino mencionada por Jesus no Sermão do Monte não é alcançada pelo esforço humano e, muito menos, condição para alcançar o favor de Deus. É uma ética que todo o crente deve buscar ardentemente, e que é vivenciada somente pela transformação e santificação advinda do interior do coração, pela obra de Cristo e da ajuda do Espírito Santo (Jo 15.5). Dessa forma, hoje precisamos compreender que cumprimos as ordenanças divinas não por imposição ou por medo, mas como consequência de uma vida transformada.


Pense!

“Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hb 10.1).


Ponto Importante

A ética do Reino mencionada por Jesus no Sermão do Monte não é alcançada pelo esforço humano e, muito menos, é condição para alcançar o favor de Deus.


III. AS LEIS DO REINO DE DEUS

1. Amar a Deus sobre todas as coisas. Os fariseus questionaram Jesus sobre qual era o grande mandamento da lei, e o Mestre respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Aqui, Jesus cita o que está registrado em Deuteronômio 6.5, o qual considera o primeiro e grande mandamento (Mt 22.38). Embora os israelitas conhecessem tal preceito, o Mestre revigora o seu conteúdo ao apresentar Deus, não como um monarca carrancudo e distante, mas como o Pai amoroso (Mt 23.9; Jo 16.27), que recebe, em contrapartida, o amor pleno e irrestrito de seus filhos, fruto de uma perfeita comunhão. Amar a Deus significa tê-lo como único Senhor de nossas vidas, permitindo que Ele ocupe a primazia sobre qualquer outra coisa ou pessoa, seja trabalho, estudo, amigos ou bens materiais (Mt 6.24). A prova do verdadeiro amor que o cristão autêntico devota a Deus é: a confiança e esperança depositadas nEle, assim como a obediência à sua Palavra (Jo 14.21).
2. Amar o próximo como a ti mesmo. Jesus ainda apresenta o segundo mandamento, tão importante quanto o primeiro: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Os ensinos de Jesus e seu exemplo de vida evidenciam que o amor a Deus é expresso e provado amando os seres humanos. Nesse sentido, o apóstolo João também afirma que aquele que diz amar a Deus e odeia a seu irmão, é mentiroso (1Jo 4.20,21). Isso porque o amor genuíno é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). como evidência do novo nascimento (1Jo 3.9,10) e do fruto do Espírito (Gl 5.22). Este é o amorágape, que busca o bem da outra pessoa sem querer nada em troca (cf. 1Co 13) e sem fazer acepção de pessoas. Segundo Tiago, esta é a Lei real (Tg 2.8,9). Por esse motivo, Jesus assevera que devemos amar não somente aqueles que nos amam, mas também os nossos inimigos (Mt 5.43-46).
3. A essência dos mandamentos. “Desses dois mandamentos”, concluiu o Mestre, “dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.40). Ou seja, amar a Deus e ao próximo é a chave para a compreensão dos mandamentos do Altíssimo após o advento de Cristo. São a essência dos mandamentos divinos. Conforme o Comentário Bíblico Pentecostal, “estes dois mandamentos sobre o amor são a ‘constituição’ do Reino, a partir do qual todas as outras leis serão julgadas e todas as aplicações da lei consideradas apropriadas ou não. Estes dois mandamentos garantem que a lei inteira se conformará ao espírito do Reino”.


Pense!

Deus preservou de forma incontestável a sua mensagem ao longo dos séculos, 0 que nos traz a segurança de que podemos confiar na Palavra de Deus.


Ponto Importante

A Bíblia é a inerrante e eterna Palavra de Deus revelada ao homem.


CONCLUSÃO

Portanto, o fato de estarmos debaixo da graça (e não da lei), não nos isenta de obedecermos aos mandamentos de Deus (Rm 6.15). Precisamos entender, contudo, que, em Jesus Cristo, a observância da lei moral do Reino não é um mérito pessoal conquistado pelo esforço próprio, mas algo que parte de um coração regenerado e transformado interiormente. Hoje, vivemos a Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus (Rm 8.2). Glorifiquemos a Deus por isso!

ESTANTE DO PROFESSOR


ALMEIDA, Abraão. O Sábado, a Lei e a Graça.
STRONSTAD, Roger; Arrington, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.

HORA DA REVISÃO

1. O que é o Decálogo?
Os Dez Mandamentos proferidos pelo Senhor no Sinai (Êx 20.1-17).

2. Quais eram os propósitos da Lei?
Prover um padrão de justiça, identificar e expor a malignidade do pecado e revelar a santidade de Deus.

3. Qual o significado da palavra “cumprir” em Mt 5.17 e Lc 24.44?
Cumprir (gr. plēroõ) tem o sentido de concluir, satisfazer ou aperfeiçoar.

4. Como podemos colocar em prática o novo significado que Jesus deu à Lei?
Resposta pessoal.

5. Quais os dois mandamentos de que dependem a Lei e os profetas, segundo Jesus?
Amar a Deus e ao próximo.

SUBSÍDIO

Jesus e a Lei de Moisés

(1) Purificador da lei. Jesus purificou a lei moral das perversões que a ela foram anexadas pelos judeus (Mt 5.27-48) e purificou a lei cerimonial das mesmas perversões (Mt 15.1-11). Isso estava de acordo com a missão dEle, que havia sido prevista (Ml 3.1-4).
(2) O defensor da lei. Jesus ensinou que a lei tinha autoridade divina (Mt 5.18; Lc 16.17). Ele colocou a lei no mesmo nível de suas próprias palavras (Jo 5.45-47). Ele mostrou que a Lei tinha previsões a seu respeito (Lc 24.27,44; Jo 5.45.46).
(3) O intérprete da lei. Jesus resumiu a lei no absoluto amor a Deus e ao próximo (Mt 7.12; 22.34-40; Mc 12.28-34: Lc 10.25-37).
(4) O cumpridor da lei. Jesus cumpriu a lei cerimonial ao observar os seus ritos (Lc 2.21-27). Ele praticou a lei cível (ou judicial) ao observar a lei romana (Mt 17.24-27; 22.17-22), e praticou a lei moral ao obedecer perfeitamente aos mandamentos de Deus. Por essa obediência, Ele se tornou a perfeita justiça do pecador que infringiu a lei (Dn 9.24; Mt 3.15; Rm 10.3,4; 2Co 5.21; Gl 4.4,51.
(5) Aquele que aboliu a lei cerimonial. A morte de Cristo na cruz aboliu a legislação cerimonial (Mt 27.51); porém, mesmo antes desse acontecimento, Cristo havia feito declarações que prepararam o caminho para uma adoração simplificada na Era do evangelho (Mc 7.15.19; Lc 11.41; Jo 4.23,24)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009. p.1141).

Lições Bíblicas CPAD
Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 5: Jesus e a implantação do Reino de Deus
Data: 03 de Maio de 2015

TEXTO DO DIA

Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o Reino de Deus” (Mt 12.28).

SÍNTESE

Entender o significado bíblico do Reino de Deus é fundamental para a genuína proclamação do Evangelho e compreensão do papel da Igreja na sociedade.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Mt 4.23
O Evangelho do Reino


TERÇA — Lc 12.31
A prioridade do Reino


QUARTA — 1Co 6.10
Não herdarão o Reino de Deus


QUINTA — Mt 18.4
O maior do Reino dos céus


SEXTA — Sl 145.13
O Reino de Deus


SÁBADO — Lc 18.24
O Reino e as riquezas

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        MOSTRAR o significado bíblico da expressão Reino de Deus;
·        DESCREVER as características do Reino de Deus nas Escrituras;
·        COMPREENDER a necessidade da proclamação do Evangelho do Reino nos dias atuais.

INTERAÇÃO

Através das páginas dos Evangelhos, podemos ver a ênfase que o Senhor Jesus deu à chegada e ao anúncio do Reino, chamando o Evangelho de “o evangelho do Reino” (Mt 4.23). Assim, nesta lição, estudaremos a respeito do significado do Reino implantado pelo Senhor Jesus e como os discípulos, como súditos do Reino, devem vivenciá-lo e proclamá-lo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para explicar o tópico II da lição. Ressalte os valores do Reino de Jesus e os valores opostos do mundo.


TEXTO BÍBLICO

Mateus 5.1-11.

1 — Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 — e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:
3 — Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus;
4 — bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 — bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 — bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 — bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 — bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9 — bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 — bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
11 — bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Embora o cerne do ministério de Jesus e da mensagem proclamada pela Igreja Primitiva tenha sido o Reino de Deus, esse assunto tem recebido pouca ênfase no ensino e pregação das igrejas atualmente. Quantas vezes ouvimos a exposição clara e contundente sobre o domínio de Deus e a sua presença em nosso meio? Desse modo, considerando sua relevância, magnitude e primazia (Mt 6.33), estudaremos nesta lição sobre o significado bíblico do Reino de Deus, sua natureza e dimensão, pois a compreensão deste assunto é fundamental para a genuína proclamação do Evangelho, assim como para melhor entendermos o papel da Igreja na sociedade.

I. O QUE É O REINO DE DEUS

1. Reino de Deus e Reino dos Céus. Sobressai nos Evangelhos o ensino de Jesus acerca do Reino, mencionado em diversas ocasiões pelos evangelistas como Reino de Deus e, em outras, como Reino dos céus. Conquanto alguns estudiosos afirmem que tais expressões tenham significados distintos, o exame cauteloso das Escrituras e da cultura judaica dos tempos de Jesus revela, em verdade, que essas expressões possuem sentidos equivalentes. É importante lembrar que o evangelho de Mateus foi escrito aos crentes judaicos e, por isso, o seu autor dá preferência ao termo Reino dos Céus, ao invés de Reino de Deus, por causa do costume que tinham em não pronunciar literalmente o nome de Deus.
2. Significado do Reino. Etimologicamente, a palavra Reino (gr. basileia) significa domínio ou governo. Em sentido amplo, portanto, o Reino de Deus pode ser definido como o dominio eterno (Sl 45.6) do Criador em todas as épocas (Sl 10.16) e sobre a totalidade da criação, intervindo e predominando na história humana através de seus atributos supremos. Jesus completou a oração modelo da seguinte forma: “[...] porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!” (Mt 6.13). Todavia, além desse aspecto abrangente, o Messias referiu-se ao Reino de Deus de maneira bem mais específica, enfatizando tanto o seu aspecto presente quanto futuro. O teólogo britânico John Stott chamava essa dupla realidade do Reino de “Já” (Reino presente) e o “Ainda não” (Reino futuro). Logo, para a correta interpretação desse termo nos Evangelhos é fundamental que se considere o seu respectivo contexto bíblico.
3. As dimensões do Reino. Vejamos, desse modo, as duas dimensões do Reino aludidas em o Novo Testamento:
a) Reino presente: Jesus realçou em seu ministério a chegada do Reino (Mt 4.17; 12.28), dando a entender que Ele próprio estava realizando a sua implantação aqui na terra entre os homens (Mc 1.15; Lc 18.16,17). Este é o Reino inaugurado. Não se trata, contudo, de um reinado institucional ou político, e, sim, espiritual, pelo qual Deus passa a atuar eficazmente no coração daqueles que se tornam súditos desse Reino, submetendo-se consequentemente à vontade do Altíssimo (1Co 4.20).
b) Reino futuro: Refere-se ao aspecto escatológico do Reino consumado. A Bíblia de Estudo Pentecostal assim explica: “A manifestação futura da glória de Deus e do seu poder e reino ocorrerá quando Jesus voltar para julgar o mundo (Mt 24.30: Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). O estabelecimento total do Reino virá quando Cristo finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição e entregar o Reino a Deus Pai” (1Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8).


Pense!

“Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus” (Mt 18.4).


Ponto Importante

Em sentido amplo, o Reino de Deus é o domínio eterno do Criador em todas as épocas e sobre a totalidade da criação, intervindo e predominando na história humana através de seus atributos supremos.


II. AS CARACTERÍSTICAS DO REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS

1. Origem do Reino. Diferentemente da expectativa dos judeus daquele tempo, que aguardavam um Messias que implantaria o seu Reino na terra, por meio de uma renovação política, o Nazareno afirmou não ser o seu Reino deste mundo (Jo 18.36). Com esta declaração, Jesus não descaracterizou a realidade e a presença do Reino, de modo a afastar a sua própria autoridade sobre a esfera terrena, pois as Escrituras dão provas de que Ele é supremo (Mt 28.18; Fp 2.9-11; Cl 1.15-18; Ap 19.16). Jesus está se referindo à origem celestial do seu governo, o qual não é fabricado pelo homem, ou conquistado pelo uso da força física, ou pela política deste mundo. É um Reino de verdade que emana de Deus e irrompe entre os homens promovendo transformação!
2. Natureza do Reino. Na sua dimensão presente, o Reino de Deus é fundamentalmente espiritual. Quando recebemos esse Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta, por antecipação, parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do porvir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante (Jo 10.10). O apóstolo Paulo captou bem a sua essência ao dizer: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). De forma graciosa, somos beneficiados pela boa, perfeita e agradável vontade (Rm 12.2) e pelas virtudes do Espírito (Rm 15.13). que afetam e influenciam todas as esferas da vida humana, especialmente emocional, mental, física, social e econômica.
3. Marcas e valores do Reino. O Reino deixa marcas perceptíveis na vida de seus súditos, transparecendo evidências sublimes da presença divina em seus comportamentos. Um resumo destes sinais é encontrado no Sermão da Montanha proferido por Jesus, mais especificamente nas bem-aventuranças (Mt 5.1-10). Ali estão contidos os valores de Jesus para a realidade presente do Reino de Deus. Para viver este Reino na prática, precisamos rejeitar os valores e as atitudes do mundo e adotar os valores ali retratados. Os filhos do Reino também são distinguidos por sua obediência (Mt 7.21) e fidelidade a Deus (Lc 19.11-27), assim como pelos seus frutos (Mt 7.20; Gl 5.22). Será que o mundo nos reconhece por nossos frutos e pelas marcas do Reino celestial?


Pense!

“Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude” (1Co 4.20).


Ponto Importante

Quando recebemos o Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta por antecipação parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do porvir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante (Jo 10.10).


III. JESUS E A MENSAGEM DO REINO DE DEUS

1. O Evangelho do Reino. O ponto central da mensagem anunciada por Jesus em seu ministério terreno foi a proclamação do Evangelho do Reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Lc 4-43; 8.1). Igualmente, este foi o cerne da pregação de João Batista (Mt 3.2), assim como dos discípulos e da Igreja Primitiva (At 8.12; 19.8; 28.23). A palavra Evangelho (gr. euangelion) tem o sentido de boas novas, boas notícias, acerca do plano salvífico de Deus para a humanidade. O Evangelho genuíno é o Evangelho do Reino.
Vivemos, infelizmente, dias de desvirtuamento do Evangelho, esfriamento da fé e mercantilização do cristianismo. Nesse tempo, muitas igrejas já não dão o devido valor à proclamação genuína da mensagem do Reino, substituindo-a por programas de entretenimento e pregações de autoajuda. Mas a verdadeira Noiva do Cordeiro sabe que a sua missão primordial é anunciar as boas novas: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) é a sua principal incumbência (1Co 9.16), chamando o ser humano ao arrependimento e conversão ao senhorio de Cristo. Jovem, você tem proclamado o Evangelho do Reino?
2. Reino e arrependimento. O Reino está intimamente ligado à obra redentora do Salvador. Daí o motivo pelo qual o Texto Sagrado evidencia o arrependimento como condição para deLe desfrutar (Mt 3.2; 4.17; Mc 1.15; Lc 5.32). “Arrependei-vos” é o chamado do Evangelho, envolvendo tanto arrependimento dos pecados, quanto mudança de direção, de mentalidade e perspectiva de vida. Isso porque, para ser participante do Reino, é necessário pensar a partir da vontade de Deus, ter a mente de Cristo (1Co 2.16).
3. Novo nascimento para o Reino. Jesus também garantiu a Nicodemos: “[...] aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Este novo nascimento não é físico ou biológico, mas espiritual. É a nova vida em Cristo, que começa aqui e agora, com a presença de Deus, mas que se prolonga para a vida eterna (Jo 3.15). A nova vida depende da manifestação da vontade do ser humano. Deus não obriga ninguém a acreditar nEle e a aceitar a obra de Cristo.


Pense!

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).


Ponto Importante

Para ser participante do Reino, é necessário pensar a partir da vontade de Deus e ter a mente de Cristo (1Co 2.16).


CONCLUSÃO

O Reino de Deus não é uma utopia política ou uma condição social. É o poder de Deus operando na vida dos seus súditos, de forma eficiente e transformadora, desde a vinda de Cristo a essa terra. Este Reino transforma a mente, modifica o caráter e conduz os passos de seus súditos sob a tutela do Espírito Santo. Quando isso ocorre, família, amigos, trabalho, sociedade e tudo o mais é afetado pela luz do cristão. É sobre isso que Jesus estava dizendo ao falar sobre os seus discípulos: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5.13,14).

ESTANTE DO PROFESSOR


PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico Wycliffe.
STRONSTAD, Roger; Arrington, French L. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.

HORA DA REVISÃO

1. Em sentido amplo, qual o significado de Reino de Deus?
O domínio eterno (Sl 45.6) do Criador em todas as épocas (Sl 10.16) e sobre a totalidade da criação, intervindo e predominando na história humana através de seus atributos supremos.

2. Quais as duas dimensões do Reino de Deus nas Escrituras?
Reino presente e Reino futuro.

3. Qual a natureza do Reino presente?
É fundamentalmente espiritual. Quando recebemos esse Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta por antecipação parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do porvir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante.

4. O que significa evangelho?
A palavra evangelho (gr. euangelion) tem o sentido de boas novas, boas notícias, acerca do plano salvífico de Deus para a humanidade. O evangelho genuíno é o Evangelho do Reino.

5. Qual a condição para desfrutar o Reino?
Arrependimento.

SUBSÍDIO

REINO DE DEUS, REINO DOS CÉUS

“Um estudo do uso dos dois termos revela que Mateus usa o termo ‘reino dos céus’ 34 vezes, mas ‘reino de Deus’ apenas quatro vezes, Mateus usa ‘reino dos céus’ quatro vezes onde Marcos, Lucas e João usam ‘reino de Deus’ (Mt 4.17, cf. Mc 1.15; Mt 10.7, cf. Lc 9.2; Mt 5.3, cf. Lc 6.20; Mt 13.11, cf. Mc 4.11; Lc 8.10). Evidentemente, Mateus teve uma razão para sua preferência. Ele era um judeu escrevendo para sua própria raça e respeitava seu costume de usar o nome de Deus o menos possível e, portanto, falou do reino dos céus. Por outro lado, falar do reino dos céus para os gentios e pagãos seria sugerir conceitos que para eles implicavam em politeísmo, enquanto que falar do reino de Deus teria enfatizado o monoteísmo. Esta é, aparentemente, a razão pela qual os três outros escritores não falam do reino dos céus. Aqueles que sentem que Mateus usa ‘reino dos céus’ por razões teológicas, e que pretendem fazer uma distinção entre esta expressão e a expressão, ‘reino de Deus’, devem observar que Mateus usa esta última cinco vezes (Mt 6.33: 12.28; 19.24; 21.31,43).
No caso do jovem governante rico, ele usa as duas expressões juntas (Mt 19.23,24), mostrando que elas são intercambiáveis para os seus propósitos” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico WycLiffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1660).


Caro professor, “nenhum crente tem oportunidade mais promissora para o ministério do discipulado do que o professor. Este tem uma audiência já feita (os alunos) com quem se associa regularmente, uma assistência de pessoas que olham para ele como fonte da verdade e guia para relacionar essa verdade com a vida. A meta de todo professor-discipulador é capacitar seus alunos-discípulos a ficar cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo mediante o processo de ganhar almas e formar discípulos. O apóstolo Paulo declara este propósito nitidamente:
‘A quem anunciamos, admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo’ (Cl 1.28).
Deus permite que todo professor crente tenha parte nesse processo através do qual o Espírito Santo traz o aluno mais estreitamente em conformidade com o Salvador; ‘a varão perfeito [maduro], à medida da estatura completa de Cristo’ (Ef 4.13)” (GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 1ª Edição. RJ: 1999, p.294).





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Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 6: Jesus, o Templo e a Sinagoga
Data: 10 de Maio de 2015

TEXTO DO DIA

E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo (Mt 4.23).

SÍNTESE

O templo religioso não é sagrado em si mesmo, mas deve ser tratado com zelo e respeito, como local de reunião, estudo da Palavra e adoração a Deus.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Lc 24.53
Lugar de louvor e adoração


TERÇA — Ec 5.1
Lugar de reverência


QUARTA — Ez 43.5
Lugar da glória de Deus


QUINTA — Sl 122.1
Alegria em ir à Casa do Senhor


SEXTA — 1Co 3.16
O crente é o templo do Espírito


SÁBADO — Ap 21.22
O templo é o Senhor Deus

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        MOSTRAR as características do Templo de Jerusalém e das sinagogas da época do Novo Testamento;
·        COMPREENDER o zelo que Jesus tinha pela Casa de Deus;
·        SABER como se relacionar adequadamente com o templo religioso nos dias atuais.

INTERAÇÃO

Atualmente, uma parcela considerável de cristãos está entorpecida pelo engano da teologia da “Igreja Emergente”. Estes acreditam e propagam a falsa ideia de que a Igreja não tem importância alguma na vida espiritual do servo de Deus. Por isso, ir ou deixar de ir à igreja local, afirmam eles, não faz muita diferença. Tal pensamento tem feito surgir uma visão distorcida a respeito da Igreja. Para combater esse equívoco teológico, nada melhor do que nos voltarmos para as páginas do Novo Testamento, com o objetivo de confirmar a constante presença do Mestre no Templo de Jerusalém e nas sinagogas, ensinando sobre o Reino de Deus e curando as pessoas. Exemplo este que foi seguido pelos discípulos e pela Igreja em seu alvorecer.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Caro professor, para desenvolver o segundo tópico, reproduza as características do Templo de Herodes:
  •   Os prédios tinham o dobro dos de Salomão e Zorobabel;
  •   Os pátios tinham pavimento de mármore e parte do prédio era revestido de ouro;
  •   O Templo refletia o progresso das divisões na fé. Havia um pátio dos gentios — onde só gentios podiam entrar; pátio das mulheres, dos homens e dos sacerdotes, que indicavam os limites até onde a pessoa podia ir ao encaminhar-se para o santuário central;
  •   O pátio dos gentios era ao mesmo tempo uma via pública, um mercado e um lugar de negócios.

TEXTO BÍBLICO

João 2.13-17; Lucas 19.45-48; Marcos 1.38-39.

João 2
13 — E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
14 — E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados.
15 — E, tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, bem como os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas,
16 — e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes e não façais da casa de meu Pai casa de vendas.
17 — E os seus discípulos tembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará.

Lucas 19
45 — E, entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam,
46 — dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores.
47 — E todos os dias ensinava no templo; mas os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo
48 — e não achavam meio de o fazer, porque todo o povo pendia para ele, escutando-o.

Marcos 1
38 — E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39 — E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galileia, e expulsava os demônios.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos a respeito do Templo e as sinagogas nos tempos de Jesus. Vamos entender quais foram as suas características e porque os Evangelhos destacam a presença constante do Mestre em tais ambientes, do seu nascimento ao fim do seu ministério. O estudo das Escrituras sobre esse tema será importante para rechaçar aqueles que menosprezam o templo religioso, assim como a concepção igualmente equivocada e extrema que os considera como edifícios sagrados.

I. JESUS VISITA O TEMPLO (Lc 2.21-29,41-51)

1. Apresentação no Templo. Logo após o nascimento do menino Jesus, José e Maria, seguindo a tradição judaica, levaram-no para ser apresentado no Templo. O evangelho de Lucas registra que, “cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2.22). Isso porque, de acordo com a lei, todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado a Deus (v.23; Êx 13.2), depois do período de purificação da mulher (Lv 12.1-8).
2. Aprendendo no Templo. Uma vez ao ano, os pais de Jesus iam a Jerusalém para participarem da Festa da Páscoa. Em uma dessas ocasiões, quando a família retornava para sua cidade, depois do término da celebração, José e Maria perceberam que o menino não estava entre eles (Lc 2.41-44). Como não o encontravam entre os parentes e conhecidos (v.45), regressaram até Jerusalém à sua procura: “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas” (vv.46,47).
Este episódio nos mostra o valor que Jesus, ainda moço, dava à Casa de Deus e ao estudo da Palavra; como resultado, Ele crescia não somente em estatura, mas também em sabedoria, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2.52). A narrativa bíblica nos leva a compreender que Jesus alegrava-se em sentir a presença de Deus no Templo, aprendendo a sua Palavra. O salmista expressou júbilo semelhante ao dizer: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1). Quando não sentimos deleite em estar na Casa de Deus, precisamos rever a nossa vida espiritual.


Pense!

Quando não sentimos deleite em estar na Casa de Deus, precisamos rever a nossa vida espiritual.


Ponto Importante

Seguindo a tradição judaica, o menino Jesus foi apresentado no Templo.


II. O TEMPLO E AS SINAGOGAS NOS TEMPOS DE JESUS

1. Templo de Jerusalém. Para Israel, o templo sagrado localizado em Jerusalém possuía significado especial, pois simbolizava a presença constante de Deus entre seu povo, sendo o principal local de cuLto e oferta de sacrifícios. Construído durante o reinado de Salomão (1Rs 6), como uma réplica da planta do tabernáculo, o santuário passou por duas reedificações após ter sido destruído em 586 a.C. por Nabucodonosor, rei da Babilônia (2Rs 25.13-17). A primeira aconteceu depois do retorno dos judeus do cativeiro babilônico, sob a liderança de Zorobabel (Ed 3.8) e exortação dos profetas Ageu e Zacarias (Ed 5-6). Em 19 a.C., Herodes, o Grande, na tentativa de apaziguar os ânimos dos judeus e ganhar popularidade, iniciou a reconstrução do segundo templo. O Templo de Herodes, como era chamado, impressionava por sua beleza e imponência arquitetônica. Era uma das maravilhas do mundo antigo e, por isso, recebia judeus e, até mesmo, gentios de várias partes.
2. Jesus no Templo. O Mestre costumava frequentar a parte externa deste Templo para proferir seus ensinamentos (Lc 21.38; Jo 7.14) e curar os enfermos. Apesar da sua importância como local de reunião e de culto, Jesus deixou transparecer que o edifício não tinha valor sagrado em si mesmo, pois, além de ser transitório (Mt 24.1,2) não era maior do que o Filho de Deus (Mt 12.6). Aplicando essas verdades para os dias atuais, entendemos que o bem mais valioso no templo não é a beleza da sua estrutura física ou o conforto que proporciona aos crentes. O que mais importa é a manifestação da glória de Deus no meio do seu povo (Ez 43.5). Sem a divina presença, santuários religiosos são como sepulcros caiados. São belos por fora, mas sem vida por dentro!
3. Conhecendo as sinagogas. Os Evangelhos também mostram que o Nazareno costumava pregar e ensinar nas sinagogas acerca do Reino de Deus (Lc 4.44; 13.10; Mt 12.9; Mc 1.39). No original, sinagoga (gr. synagōgē) tem o sentido de assembleia, congregação de pessoas. O Dicionário Bíblico Wycliffe registra que, no judaísmo, enquanto o Templo era o lugar do culto, a sinagoga tinha uma função educativa: era o local para o estudo da lei. Mas, com o passar do tempo, as sinagogas passaram a servir também como espaço para a adoração, principalmente para os judeus que moravam a grandes distâncias de Jerusalém. Portanto, diferentemente do Templo que era único, haviam muitas sinagogas espalhadas por toda a Terra de Israel nos tempos do Novo Testamento. Tanto é assim que a Igreja Primitiva, seguindo o exemplo do Mestre, floresceu anunciando o Evangelho em tais localidades (At 9.20; 13.5; 18.4). A preocupação dos judeus para a construção de sinagogas para o estudo das Escrituras serve como exemplo para os discípulos de Jesus. Tem a igreja dado o devido valor para a estrutura física da Escola Dominical?


Pense!

Sem a divina presença, santuários religiosos são como sepulcros caiados. São belos por fora, mas sem vida por dentro!


Ponto Importante

Enquanto o Templo de Jerusalém era único, havia muitas sinagogas espalhadas por toda a Terra de Israel nos tempos do Novo Testamento.


III. O ZELO DE JESUS PELO TEMPLO

1. A dupla purificação do Templo. Em duas ocasiões de seu ministério, Jesus purificou o Templo expulsando aqueles que haviam transformado o santuário em verdadeiro centro de comércio religioso. Embora as transações comerciais fossem comuns, envolvendo, principalmente, a compra, a venda e a troca de animais para serem oferecidos como sacrifício, tal prática havia se tornado tão trivial em Jerusalém que o propósito da casa de oração havia sido subvertido. Os vendilhões converteram-na em casa de vendas (Jo 2.16) e covil de ladrões (Mt 21.13).
2. Zelo e reverência na Casa de Deus. De forma implacável e impetuosa, o amoroso Jesus revela a face da justiça divina, colocando para fora os vendedores, compradores e, até mesmo, os animais; derribou mesas e espalhou o dinheiro, em virtude do zelo pela Casa de Deus (Jo 2.17; Sl 119.139). O verdadeiro servo de Deus não tolera práticas mundanas e carnais praticadas em qualquer que seja o lugar e, muito menos, no santuário, lugar de reverência (Ec 5.1) e adoração ao Senhor. Como verdadeiro profeta, é necessário ter coragem para mostrar o erro e apartar-se dos homens corruptos, fraudulentos, que lucram com uma falsa piedade (1Tm 6.5).
3. Negócios com palavras fingidas. O exemplo de Jesus continua vívido e relevante para os nossos dias. Nesses tempos trabalhosos, falsos mestres e falsos doutores, por avareza, têm transformado a igreja em objeto de negócio (2Pe 2.3), para satisfação pessoal e lucro financeiro. São verdadeiros aproveitadores da fé. Contudo, o juízo divino para estes está preparado. Como disse o apóstolo Pedro, “sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”.


Pense!

Nesses tempos trabalhosos, falsos mestres e falsos doutores, por avareza, têm transformado a igreja em objeto de negócio para satisfação pessoal e lucro financeiro.


Ponto Importante

Jesus expulsou do Templo aqueles que haviam transformado o santuário em verdadeiro centro de comércio religioso.


CONCLUSÃO

Com o advento e obra de Cristo, a ênfase do culto foi transferida do santuário físico para o próprio Senhor Jesus, no qual habita toda a plenitude de Deus (Cl 2.9), que materializou, em si, o propósito do templo. E por isso, Ele mesmo disse que chegou o momento em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Além disso, cada crente, convertido e transformado, é templo e morada do Espírito do Altíssimo (1Co 3.16). Não obstante, ainda permanece a finalidade e a importância do templo da igreja, como local onde o povo de Deus se reúne para cultuar, orar e aprender a Palavra.

ESTANTE DO PROFESSOR


GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento. 1º Edição. RJ: CPAD, 2010.
PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1º Edição. RJ: CPAD, 2009.

HORA DA REVISÃO

1. Onde Jesus estava ao ser encontrado por José e Maria quando tinha doze anos de idade?
No Templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.

2. Por quantas reedificações o Templo de Jerusalém passou após ter sido destruido em 586 a.C. por Nabucodonosor?
Duas.

3. Quem havia reconstruído o Templo existente na época de Jesus?
Herodes, o Grande.

4. O que significa sinagoga?
Sinagoga (gr. synagōgē) tem o sentido de assembleia, congregação de pessoas.

5. Qual a era principal função da sinagoga?
Função educativa, pois era o local para o estudo da Lei.

SUBSÍDIO

A SINAGOGA


“Depois do templo de Salomão ter sido destruído e enquanto os judeus estavam no exílio, eles sobreviveram reunindo-se aos sábados para aprender sobre a lei e as tradições do seu povo. Essa prática mostrou-se tão útil que, ao voltarem, os judeus quiseram continuá-la e começaram a construir lugares onde pudessem ‘reunir-se’. Esses lugares, conhecidos como sinagogas (que significa literalmente lugares de reunião), começaram a ser construídos onde quer que houvesse pelo menos dez homens adultos na comunidade. Na época de Jesus, as sinagogas já eram conhecidas em todo o território. Não havia dificuldade em achá-las, visto que se não estivessem no centro da comunidade, eram construídas no ponto mais alto, ou se tornavam o prédio mais alto, por meio de alguma característica arquitetônica, tal como um domo ou base ampliada” (GOWER, Ralph. Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2002, p.345).

Lições Bíblicas CPAD
Jovens


2º Trimestre de 2015

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus
Comentarista: Valmir Milomem


Lição 7: Jesus, o Mestre da Justiça
Data: 17 de Maio de 2015

TEXTO DO DIA

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos (Mt 5.6).

SÍNTESE

A justiça ensinada por Jesus retribui o pecado, restaura o homem caído e cuida do necessitado.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Sl 119.142
Justiça eterna


TERÇA — Sl 89.14
A base do trono


QUARTA — 1Jo 3.7
Aquele que pratica a justiça é justo


QUINTA — Fp 1.11
Frutos de justiça


SEXTA — Dt 16.20
Seguindo a justiça


SÁBADO — Sl 82.3
Fazei justiça ao pobre

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        MOSTRAR o significado de justiça à luz das Escrituras;
·        IDENTIFICAR Jesus como o Mestre que cumpriu toda a justiça;
·        CONHECER as características da justiça que agrada a Deus.

INTERAÇÃO

Justiça é um tema presente no nosso cotidiano, pois ela é elemento indispensável nas relações sociais. As pessoas, quase diariamente, debatem sobre o que é justo ou injusto, a partir de determinado ponto de vista ideológico, filosófico ou político. Será que os nossos jovens têm uma perspectiva clara sobre o significado da justiça à luz das Escrituras? O que é praticar a justiça? Vamos falar sobre esse e outros temas nesta lição.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, lembre-se de que uma boa aula deve levar em consideração pelo menos quatro fatores: 1) Produzir conhecimento; 2) Conduzir os alunos à reflexão individual; 3) Proporcionar o ambiente adequado para o agir do Espírito Santo; e 4) Estimular a prática do conteúdo aprendido. Ao ensinar os jovens, tenha em mente que eles apreciam aulas criativas e dinâmicas. Use o bom humor sem perder de vista a seriedade da Palavra de Deus. Procure empregar ilustrações e exemplos reais, aplicando os ensinamentos ao contexto de vida do aluno. Boa aula!

TEXTO BÍBLICO

Mateus 3.13-15; Mateus 5.6,10,20; Mateus 6.1-4.

Mateus 3
13 — Então, veio Jesus da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 — Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 — Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.

Mateus 5
6 — bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
10 — bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
20 — Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

Mateus 6
1 — Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
2 — Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3 — Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita,
4 — para que a tua esmola seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito de Jesus como o Mestre da Justiça. Além de ter cumprido toda a justiça de Deus (Mt 3.15), Ele ensinou os seus discípulos aplicando-a de forma graciosa, misericordiosa e generosa. Na aula de hoje, teremos a oportunidade de aprender que a justiça bíblica é uma virtude, de acordo com o padrão divino, e não uma mera teoria. Veremos que é preciso colocar em prática a retidão divina em todas as áreas das nossas vidas, seja nas decisões pessoais quanto no tratamento das outras pessoas.

I. JESUS, O MESTRE QUE CUMPRIU TODA JUSTIÇA (Mt 3.15)

1. Antecedentes do Antigo Testamento. No Antigo Testamento, justiça — ao lado da Lei — é um dos temas centrais no relacionamento entre Jeová e seu povo, e significa de forma geral a virtude pela qual se age com retidão, justeza e integridade, de acordo com o padrão divino (Êx 9.27). Aqueles que assim procedem são chamados de justos (Gn 6.9; 18.26, Jó 22.19, Sl 1.6; 14.5). Conforme assinala a Bíblia de Estudo Palavra-Chave, sedaqah, um dos termos hebraicos usados para justiça, descreve a postura e as ações que Deus possui e que espera que seu povo também preserve. Ele é inequivocamente justo; a justiça é inteiramente sua prerrogativa. Seu povo deve semear justiça e, como recompensa, receberá justiça (Os 10.12). Ele trata com seu povo segundo a irrepreensibilidade que eles demonstram (2Sm 22.21; Ez 3.20). O termo refere-se ainda à punição do erro e à condição daqueles que foram justificados, isto é, considerados inocentes (Jó 11.2; Is 50.8).
2. Israel e a justiça social. Ajustiça para Israel também possuia um aspecto social, envolvendo o cuidado com os pobres e vulneráveis (Mq 6.8). Nestas passagens bíblicas, justiça (hb. mishpat) denota a necessidade de tratamento igualitário aos menos afortunados, aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros (Jr 22.3). Enquanto povo escolhido, Israel deveria implantar uma cultura de justiça e paz, agindo com generosidade em relação ao próximo. A Lei mosaica, inclusive, estabelecia uma série de disposições contra a opressão aos pobres (Êx 22.25). Por essa razão, no livro de Provérbios encontramos: “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado honra-o” (Pv 14.31).
3. Jesus e o cumprimento de toda a justiça. Em o Novo Testamento, a justiça (gr. dikaiosyne) divina tem o seu pleno cumprimento em Jesus Cristo (Mt 3.15). Uma vez que Deus é santo e justo, e considerando que a justiça envolve a retribuição implacável pelo delito, o pecado cometido por Adão no Éden deveria receber a adequada punição. Jesus, portanto, se oferece para o cumprimento da pena e satisfação da justiça divina, consumada na cruz do Calvário (Jo 19.30), de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem (Rm 3.25). O Juiz Celestial que decretou a sentença de condenação é o mesmo que enviou o seu Filho Unigênito para cumpri-la. Que maravilhosa graça!


Pense!

O Juiz Celestial que decretou a sentença de condenação é o mesmo que enviou o seu Filho Unigênito para cumpri-la.


Ponto Importante

Jesus cumpriu toda a justiça na cruz do Calvário, de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem.


II. JESUS ENSINA A PRÁTICA DA JUSTIÇA (Mt 6.33)

1. A primazia do Reino. Jesus é o Mestre da justiça porque além de tê-la vivenciado em toda a sua plenitude, ensinou aos discípulos sobre a sua prática. De modo magistral, Ele enfatizou: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Logo, o Reino e a sua justiça devem ser o foco principal de todo cristão, posto que proporciona, por consequência, as coisas básicas da vida, isto é: comer, beber e vestir (Mt 6.25). De modo contrário, muitos invertem as prioridades da vida cristã, destacando os bens materiais e as bênçãos terrenas em detrimento da justiça divina. No meio eclesiástico, ouve-se o ressoar de jargões que decretam “bênçãos” e “vitórias”, mas raramente escuta-se o clamor por justiça. Isso acontece porque a busca pela justiça requer renúncia. Mas poucos estão dispostos a sofrer perseguição por causa dela (Mt 5.10).
2. Famintos e sedentos por justiça. No Sermão do Monte, o Mestre incluiu a justiça como uma das características das bem-aventuranças: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6). Jesus faz alusão a duas sensações naturais que exprimem a ideia de forte aspiração do ser humano. Em outras palavras, o Nazareno está propondo que aqueles que possuem o desejo ardente por justiça são mais que felizes. O verdadeiro cristão, portanto, abalizado no amorágape, não tolera e muito menos se alegra com a injustiça (1Co 13.6), com a desigualdade e com a opressão. O discípulo de Jesus não tenta lucrar à custa dos outros e, também, não busca resolver seus problemas pessoais por meio do “jeitinho brasileiro”. Ele é justo em todo o seu proceder.
3. Justiça que retribui, restaura e cuida. Ajustiça que procede de Deus (Sl 119.149) é plena e deve irradiar para todas as áreas da vida humana, abrangendo tanto o aspecto moral quanto social. Jesus, ao adotar o padrão de retidão divina, confrontou o erro e apontou a retribuição para o pecado (Mt 8.12), mas também deu exemplos da justiça restaurativa que, por intermédio de seu perdão, restabelece o homem à condição de Filho de Deus (Jo 8.11). Além disso, a justiça do Mestre dos mestres é uma justiça que se importa e cuida do pobre e carente (Mt 19.21).


Pense!

No meio eclesiástico, ouve-se o ressoar de jargões que decretam “bênçãos” e “vitórias”, mas raramente escuta-se o clamor por justiça.


Ponto Importante

Jesus ensinou a justiça divina de forma plena. Ela retribui o pecado, restaura o homem caído e cuida do necessitado.


III. A JUSTIÇA QUE AGRADA A DEUS (Mt 5.6; Is 58.6)

1. É misericordiosa. A primeira característica da justiça que agrada a Deus é a misericórdia. Mesmo quando se confronta o erro, é necessário separar o pecado do pecador, condenando a prática e se compadecendo do ser humano, pois a autêntica justiça vem acompanhada da piedade (1Tm 6.11; Zc 7.9). Aquele que recebeu o divino amor não se alegra com o erro alheio; antes, chora pela sua queda.
2. É graciosa. A graça é exatamente o oposto da justiça. Enquanto a justiça dá a cada um aquilo que lhe é devido, a graça concede um favor imerecido. Nesse sentido, a justiça que agrada a Deus é aquela que é abrandada pela magnífica graça. Esta graça não anula a justiça, dá-lhe mais vida. O exemplo do filho pródigo (Lc 15.11-32) nos mostra que somente a graça é capaz de reverter uma situação desfavorável. Legalmente, ele já havia recebido toda a sua herança e, por isso, seu pai poderia muito bem tê-lo despedido sem conceder-lhe mais nada. Entretanto, a graça prevaleceu e ele foi recebido com festa e presentes. Assim como o irmão mais velho não compreendeu a ação do seu pai, o mundo também não compreende a graça que contrasta a justiça. Somente ela nos dá força e condições de não retribuirmos o mal com o mal e de também não praticarmos a vingança (Rm 12.17-21).
3. É generosa. Por fim, a justiça que agrada a Deus é generosa. Para o servo de Deus, esta generosidade se materializa na ajuda ao pobre e ao necessitado. Jesus criticou os fariseus de sua época em virtude da justiça aparente e legalista praticada por eles, razão pela qual o Mestre afirmou aos discípulos que eles deveriam exceder em muito a justiça dos escribas e fariseus. O profeta Isaías falou sobre desfazer as ataduras do jugo do oprimido, repartir o pão ao faminto, recolher em casa os pobres abandonados (Is 58.6,7). Em Novo Testamento, Tiago sintetizou a importância da generosidade ao afirmar que a fé, sem as obras, é morta (Tg 2.15-17). A justiça generosa não é uma condição para ingressar no Reino, mas a marca daqueles que lá estão.


Pense!

A justiça que agrada a Deus é aquela que é abrandada pela magnífica graça. Esta graça não anula a justiça, dá-lhe mais vida.


Ponto Importante

A justiça que agrada a Deus é, ao mesmo tempo, misericordiosa, graciosa e generosa.


CONCLUSÃO

Justiça, portanto, não é uma questão ligada somente ao mundo jurídico e ao Estado. Significa, em síntese, agir de forma correta; fazer a coisa certa. E, como tal, é uma virtude que provém do Altíssimo, a nossa bússola moral para agir com retidão. Em um mundo repleto de injustiças e desigualdades, os discípulos de Jesus têm o desafio de viverem justa e piedosamente, produzindo frutos de justiça (Fp 1.11).

ESTANTE DO PROFESSOR

GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos.
TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento.
PALMER, Michael D (org.). Panorama do Pensamento Cristão. Dicionário Bíblico Wycliffe.


HORA DA REVISÃO

1. De forma geral, qual o sentido de justiça no Antigo Testamento?
Virtude pela qual se age com retidão e integridade, de acordo com o padrão divino.

2. Por que o pecado cometido por Adão no Éden deveria receber a adequada punição?
Pois Deus é santo e justo, e a justiça envolve a retribuição implacável pelo delito.

3. Qual o sentido da expressão: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
O sentido é priorizar Deus. O Senhor deve ter a primazia em nossas vidas, pois assim conseguiremos viver em justiça.

4. Segundo Jesus, por que os que têm fome e sede de justiça são bem-aventurados?
Porque eles serão fartos.

5. Como é a justiça que agrada a Deus?
Misericordiosa, graciosa e generosa.

SUBSÍDIO

JUSTIÇA

“No NT, a palavra grega mais frequente para justiça é dikaiosyne, que é a tradução regular da LXX para a palavra hebraicasedaqa. Da mesma maneira que no AT, a expressão ‘justiça de Deus’ não se refere especificamente à inerente perfeição do caráter divino. Antes, ela fala sobre a sua justa provisão de salvação para os pecadores (Em 1.17: 3.5,21,22,25,26; 10.3; 2Co 5.21). No evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, foi revelada a justiça de Deus (Rm 1.16,17). Ela se torna efetiva entre os homens que, por causa de seu pecado, estão sujeitos à ira de Deus e muito longe dele. Através da bondosa extensão da justiça de Deus, eles são conduzidos a um relacionamento salvador com Ele. A justiça de Deus depende, por um lado, do Senhor ser fiel à sua própria natureza — que é boa e santa — e, por outro, de tratar suas criaturas com justiça. Na justa provisão divina de uma forma de salvação, Ele não pode perdoar o pecado sem satisfazer sua justiça, e manter sua santidade. A justiça de Deus, manifestada em seu justo plano para a salvação através da morte expiatória e substitutiva de Cristo, satisfaz a ambas. A aceitação dessa provisão, por parte do pecador, permite a Deus atribuir-lhe tudo que Cristo fez por ele, para alcançar a sua salvação. Nessa aceitação de Cristo, como portador de pecados e Salvador pela fé, o homem recebe a ‘justiça que é pela fé’, uma expressão que expressa a justiça de Cristo que é atribuída ao crente” (Rm 4.5; 9.30; Fp 3.9). (Dicionário Bíblico Wycliffe 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.1120).






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