Lições Bíblicas CPAD4º Trimestre de 2010
Título: O Poder e o Ministério da Oração — O
relacionamento do cristão com Deus
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição
13: Se
o meu povo orar
Data: 26 de Dezembro 2010
TEXTO ÁUREO
“E se o meu
povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e
se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os
seus pecados, e sararei a sua terra” (2
Cr 7.14).
VERDADE PRÁTICA
A oração de confissão, acompanhada de temor e humildade, exalta
a bondade e a benignidade do Senhor.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
2 Cr 6.27
Devemos
confessar o pecado a Deus em oração
Terça - Tg
4.10
Devemos
nos humilhar diante de Deus em oração
Quarta - 2
Cr 6.30,31
Devemos
pedir restauração a Deus
Quinta -
Jo 17.21-23
Devemos
pedir a Deus unidade
Sexta - 2
Cr 7.14
Devemos
ter certeza de que Deus responde à oração
Sábado -
Lc 11.10-13
Devemos
ser perseverantes em oração
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
2 Crônicas
7.11-18.
11 - Assim, Salomão acabou a Casa do SENHOR
e a casa do rei; e tudo quanto Salomão intentou fazer na Casa do SENHOR e na
sua casa, prosperamente o efetuou.
12 - E o SENHOR apareceu de noite a
Salomão e disse-lhe: Ouvi tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de
sacrifício.
13 - Se eu cerrar os céus, e não houver
chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste
entre o meu povo;
14 - e se o meu povo, que se chama pelo
meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus
maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e
sararei a sua terra.
15 - Agora, estarão abertos os meus
olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar.
16 - Porque, agora, escolhi e
santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela
estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.
17 - Quanto a ti, se andares diante de
mim, como andou Davi, teu pai, e fizeres conforme tudo o que te ordenei, e
guardares os meus estatutos e os meus juízos,
18 - também confirmarei o trono do teu
reino, conforme o concerto que fiz com Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará
varão que domine em Israel.
INTERAÇÃO
Caro professor, estamos encerrando mais um ano de estudos
bíblicos em nossa abençoada Escola Dominical. Você sabe o quanto é importante o
diálogo entre teoria e prática. Portanto, leve o aluno a refletir acerca de sua
vida de oração. Após um trimestre inteiro aprendendo a respeito da oração,
espera-se do crente que ao menos sua vida devocional possa ser modificada.
Afinal, de nada adiantará aprendermos a orar, se não orarmos. Hoje, trataremos
a respeito da resposta de Deus à oração de Salomão. Veremos que o Senhor
estabeleceu algumas condições para que sua bênção fosse derramada sobre o seu
povo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar o significado de humildade.
·
Definir arrependimento e conversão.
·
Mencionar as respostas divinas às atitudes do povo.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
A lição deste domingo trata de quatro ações fundamentais para
atrair a bondade e a misericórdia de Deus para nós:
• HUMILHAR-SE
• BUSCAR
• ARREPENDER-SE
• CONVERTER-SE
Escreva as ações no quadro-de-giz. Divida a turma em quatro
grupos, conforme essas ações. Em seguida, solicite que cada grupo explique o
que significa o seu verbo, bem como apresente pelo menos dois exemplos bíblicos
que demonstrem tal atitude.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Humildade: Respeito, reverência, submissão.
Por ocasião da dedicação do Templo de Jerusalém, no reinado de
Salomão, o Senhor fez uma promessa ao povo de Israel (aplicável à sua igreja de
todas as épocas). Quando estivessem em dificuldades, enfrentando períodos de
seca e esterilidade, bastaria dirigir um clamor ao Senhor que a resposta viria.
Contudo, Deus estabeleceu algumas condições para que a sua bênção fosse
derramada, como veremos a seguir.
I. A
NECESSIDADE DE SE HUMILHAR E BUSCAR A DEUS
1. Deus é grande, o homem é limitado. O caminho da humildade passa pelo
reconhecimento humano da infinita grandeza divina, seu imenso poder e sua
glória suprema. O Deus que fez o céu, a Terra e tudo o que nela há (Gn 2.4). O
Deus que da Terra faz o escabelo de seus pés (Is 66.1). O Deus que mediu na
concha de sua mão as águas do planeta (Is 40.12). O Deus que com seu poder
sustenta todas as coisas (Hb 1.3). Quando Jó questionou ao Senhor, foi
surpreendido por uma sequência reveladora de perguntas divinas que o levaram a
ter consciência da magnificência, grandiosidade e sabedoria de Deus (Jó 38 —
41). Ao refletir acerca da grandeza de Deus, Jó caiu em si, reconheceu a sua
limitação, arrependeu-se e submeteu-se completamente ao propósito divino para
sua vida (Jó 42.1-6). Quando o homem tem uma noção de sua pequenez, limites,
natureza, e do quão miserável e indigno é diante de um Deus tão poderoso e
santo, ele naturalmente se aproxima do Criador com humildade, porquanto sabe
que é pó e que são as misericórdias do Senhor a causa de ele estar de pé (Lm
3.22).
2. A necessidade da humildade. Ao falar com o povo, Deus afirmou que, no caso
de ocorrer um afastamento entre ambos, o que provocaria seca, fome, pragas,
etc, o povo deveria reconhecer seu erro e desobediência aos preceitos da Lei de
Deus e se humilhar. Humilhar-se é submeter-se, sujeitar-se a alguém. No caso do
homem com Deus, é reconhecê-lo como Deus, Senhor, Soberano, Criador,
Todo-Poderoso e reconhecer-se como criatura pecadora, indigna de estar em sua
presença e carente de sua misericórdia, graça e perdão. É com esse espírito
humilde que o homem deve achegar-se a Deus e, assim, colocar diante dEle suas
petições, a fim de ser ouvido em tempo oportuno.
3. A busca pela presença de Deus. Após chegar à presença de Deus com humildade,
a recomendação divina para a restauração de seu povo é orar, suplicar e buscar
a face dEle. Essa busca envolve: voltar-se para o Senhor, buscando obter
novamente a comunhão que fora quebrada, e colocar diante dEle o seu pecado (Sl
32.5; 51.3), os seus desejos (Sl 38.9), as suas petições (Sl 119.170), as suas
ansiedades (1 Pe 5.7). Buscar a face de Deus não é apenas manter com Ele uma
conversa amena, ou colocar petições e pedidos diante dEle. É um desejo intenso
de conhecê-Lo, estar familiarizado com sua voz e conhecer sua vontade. Isso
demanda tempo e esforço do homem, pois muitas vezes será necessário abrir mão
do conforto físico, de algum tempo de lazer e até mesmo dos próprios pianos.
Entretanto, nada no mundo é mais valioso do que a presença de Deus na vida do
homem e sua comunhão com Ele. Buscar a face do Senhor e anelar a sua presença e
comunhão conosco deve ser mais do que uma necessidade, mas um prazer para o
crente (Sl 105.4; 42.1,2; 84.1,2).
SINOPSE DO
TÓPICO (I)
O texto de 2 Crônicas 7.14 revela a necessidade de Israel
reconhecer a grandeza divina, humilhar-se e converter-se.
II. A
NECESSIDADE DE ARREPENDER-SE E CONVERTER-SE
O apóstolo João fala em sua primeira carta universal que o
crente ainda está sujeito a pecar (1 Jo 1.8). Quem diz que não peca é
mentiroso. Contudo, isso não é um convite ao pecado, mas o reconhecimento de
que o homem é, por natureza, pecador, e que só estará livre para sempre do
pecado no céu.
1. Arrependimento. O
arrependimento genuíno provém da tristeza por haver pecado, desagradado ao
Senhor e entristecido o Espírito Santo (2 Co 7.10). Aquele que, de fato, se
arrepende, confessa e abandona o erro. Não basta apenas reconhecer o erro, mas
também é imprescindível que se deixe o pecado, a fim de alcançar misericórdia
(Pv 28.13). A recomendação de João é: “Não pequeis”. Todavia, para aquele que
pecou, ainda existe solução: Jesus, o Advogado. Se você se arrepender
sinceramente e suplicar-lhe perdão, Ele intercederá junto ao Pai, a fim de que
você receba o perdão divino e seja reconciliado com Deus.
2. Conversão. No
dicionário Houaiss da língua Portuguesa, conversão é transformação, alteração
de sentido ou direção. Portanto, quando o Senhor requer que seu povo “se converta
de seus maus caminhos”, Ele deseja mudança de rumo, transformação de palavras,
atitudes, pensamentos, vontades e sentimentos. O apóstolo Paulo explica muito
bem este processo na vida do homem convertido ao Senhor (Ef 4.22-32; Cl
3.1-11). Converter-se, na ótica bíblica, é, portanto, abandonar as práticas
passadas, que não agradam a Deus, e viver uma vida que o agrade, pautada em sua
Palavra. É uma vida completamente nova (2 Co 5.17).
SINOPSE DO
TÓPICO (II)
O texto de 2 Crônicas 7.14 revela a necessidade de Israel
arrepender-se e converter-se.
III. AS
RESPOSTAS DIVINAS ÀS ATITUDES DO POVO
1. “Ouvirei dos céus” (v.14). A primeira recompensa pelas atitudes
mencionadas acima é ter suas orações ouvidas e atendidas pelo Senhor. O nosso
Deus responde às orações daqueles que o temem (Sl 145.19). Para esses, o seu
ouvido não está agravado, mas aberto (2 Cr 7.15; Is 59.1). Jesus ensinou a
respeito de um Pai amoroso que está sempre pronto a dar boas dádivas a seus
filhos e incentivou seus discípulos a pedir e buscara Deus, incessantemente,
sem desfalecer (Lc 11.9; 18.1-7), porque Deus ouve e vê até o que está em
secreto (Mt 6.6; Jo 9.31). Portanto, se você é um filho obediente ao seu Pai,
esteja certo de que suas orações estão subindo diante dEle e logo serão
respondidas. Aguarde e confie!
2. “Perdoarei os seus pecados”. A segunda resposta do Senhor ao povo seria o
perdão. Davi conhecia a longanimidade e misericórdia divinas, porquanto havia
experimentado a graça do perdão divino. Por isso, escreveu que o Senhor está
pronto a perdoar àqueles que o invocam (Sl 86.5). A Bíblia está repleta de
exemplos do perdão de Deus, tanto para com seu povo Israel quanto para todos quantos
lhe imploraram o perdão. Por várias vezes e para diversas pessoas, Jesus
declarou: “Perdoados são os teus pecados” (Mt 9.2; Lc 7.48). Através do nome de
Cristo, Deus perdoa os nossos pecados (1 Jo 2.12). Se você pecar contra Deus,
creia que: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).
3. “Sararei a sua terra”. A terceira resposta divina diz respeito ao
nosso sustento. Deus não está preocupado apenas em salvar nossa alma e
espírito, Ele sabe que necessitamos nos alimentar, vestir, morar, ou seja, de
ter nossas necessidades básicas supridas. No caso de Israel, sua sobrevivência
dependia de chuvas que regassem a terra, que produzia o fruto para a
alimentação do homem e dos animais. Deus disse a Salomão que, se o povo
abandonasse os seus maus caminhos, Ele tornaria a abençoar a terra, a fim de
que o pão de cada dia fosse garantido ao povo.
Jesus ensinou que o Pai conhece as necessidades humanas e deseja
supri-las (Mt 6.31,32). O Senhor cuida daqueles que o amam e o obedecem. Além
disso, há uma interpretação espiritual desta passagem. “Sarar a terra”,
voltando a enviar chuvas, trata-se também de uma renovação espiritual do povo e
do envio do Espírito Santo (Jl 2.28-32). Ainda hoje, o Senhor faz brotar rios
de água viva dentro de cada um que recebe o dom do Espírito (Jo 7.37), que é
seu próprio Espírito dentro do homem. Essa corrente de águas vivas flui através
da vida do crente e atinge os outros com a mensagem sanadora do Evangelho.
Portanto, clame por essa promessa maravilhosa!
SINOPSE DO
TÓPICO (III)
Deus promete responder ao quebrantamento do povo: ouvindo as
orações, perdoando os pecados e prosperando a terra.
CONCLUSÃO
Embora o texto bíblico desta lição fora dirigido a Israel, sua
aplicação pode ser feita aos crentes de todas as épocas. Portanto, Igreja de
Cristo, humilhe-se, retorne ao Senhor, converta-se de seus maus caminhos,
busque a presença divina continuamente, a fim de que o nosso Deus, segundo as
suas riquezas, supra todas as nossas necessidades em glória, por Cristo Jesus
(Fp 4.19).
VOCABULÁRIO
Escabelo: Banco pequeno para descanso dos pés.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ZUCK, R.
B. Teologia do Antigo
Testamento. 1.ed. RJ: CPAD,
2009.
EXERCÍCIOS
1. O que significa humilhar-se?
R. É submeter-se, sujeitar-se a alguém.
2. De acordo com a lição, como o homem deve
chegar-se a Deus?
R. Com um espírito humilde, reconhecendo-se uma
criatura pecadora, indigna de estar em sua presença e carente de sua
misericórdia, graça e perdão.
3. Qual a recomendação divina para a restauração do
seu povo?
R. Orar, suplicar e buscar a face dEle.
4. Defina conversão.
R. Mudança de rumo, transformação de palavras,
atitudes, pensamentos, vontades e sentimentos.
5. Cite três respostas divinas às atitudes do povo.
R. Ouvir as orações, perdoar os pecados e sarar a
terra.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
teológico
“O Curso do Reino na Escatologia
Perdão e restauração. Apesar da nota de pessimismo soada pelo
exílio, há, ao longo do livro de Crônicas, raios de esperança, pois o Deus do
concerto é digno de confiança — Ele não pode negar a si mesmo. Na famosa oração
de dedicação do Templo, Salomão pediu ao Senhor, quando o povo pecasse e fosse
exilado: ‘Ouve tu desde os céus, e perdoa os pecados de teu povo de Israel, e
faze-os tornar à terra que tens dado a eles e a seus pais’ (2 Cr 6.24,25).
Claro que isto requereria arrependimento, uma mudança de coração, pelo qual o
rei orou fervorosamente (6.37-39).
Estabelecimento eterno. As condições da restauração, claramente
declaradas na oração de Salomão, estão talvez implícitas na palavra de Deus que
Natã disse a Davi na ocasião da revelação do concerto davídico. Mas a ênfase
está na iniciativa graciosa de o Senhor ser fiel à palavra do concerto. Deus
disse: ‘Ordenarei um lugar para o meu povo de Israel e o plantarei, para que
habite no seu lugar e nunca mais seja removido de uma para a outra parte; e
nunca mais os debilitarão os filhos da perversidade, como ao princípio’ (1 Cr
17.9). O seu reino, materializado no povo de Israel e particularmente na casa
de Davi, será estabelecido para sempre (v.14). Mesmo depois da divisão do
reino, todos sabiam muito bem que a soberania do Senhor pelo seu servo Davi
permaneceria eternamente (2 Cr 13.5)”.
(ZUCK, R.
B. Teologia do Antigo
Testamento. RJ: CPAD, 2009,
p.207)
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PAZ DO SENHOR
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