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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Liçoes biblicas CPAD livro de Josué 2009 segundo trimestre

                     
                                
                                     Josué, um líder escolhido por Deus
                       
                                   Números 27.18-23; Josué 1.1,2.

Números 27

18 - Então, disse o SENHOR a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele.
19 - E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe mandamentos aos olhos deles,
20 - e põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel.
21 - E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o SENHOR; conforme o seu dito, sairão, e conforme o seu dito, entrarão, ele, e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação.
22 - E fez Moisés como o SENHOR lhe ordenara; porque tomou a Josué e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação;
23 - e sobre ele pôs as mãos e lhe deu mandamentos, como o SENHOR ordenara pela mão de Moisés.

Josué 1
1 - E sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
2 - Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.


Título:
Josué

Autor:
Josué (24.26)

Data:
1405-1375 a.C.

Tema:
A vitória da fé na conquista de Canaã (Hb 11.30,31)

Propósito:
Registrar a fidelidade de Deus no cumprimento das promessas

Estrutura:
I. A Entrada em Canaã (1-5)
II. A Conquista de Canaã (6-12)
III. A Divisão de Canaã (13-24)

Características:
Complemento do Pentateuco
Primeiro Livro Histórico
Ênfase na conquista e ocupação de Canaã
A Palestina torna-se o cenário geográfico dos Livros Históricos


                  Aquele que ocupa a função de guia ou chefe.

Ao longo deste trimestre estaremos estudando o sexto livro da Bíblia que leva o nome de seu principal personagem — Josué. Este livro narra as histórias edificantes de Israel sob a orientação desse grande homem de Deus que deixou preciosas lições de vida e liderança, não apenas para o seu povo, em sua época, mas para todos os que amam, servem e adoram ao Senhor.
Nesta lição, destacaremos os aspectos biográficos de Josué e sua preparação para suceder a Moisés no comando do povo de Deus.

I. ASPECTOS BIOGRÁFICOS

1. O significado do nome Josué. Josué, inicialmente, chamava-se Oséias (Nm 13.8), todavia, mais tarde, Moisés mudou seu nome (Nm 13.16). Oséias em hebraico significa apenas “salvação”, enquanto que Josué, “o Senhor é salvação”. O grande profeta certamente sabia que aquele fiel e corajoso jovem ainda seria poderosamente usado por Deus para “salvar seu povo” das mãos dos inimigos, conduzindo-o com segurança à Terra Prometida.
O nome Josué aparece na Bíblia mais de 200 vezes.
2. Sua origem. Josué filho de Num e neto de Elisama, príncipe da tribo de Efraim (Êx 33.11), nascera no Egito à época em que seu povo estava debaixo do jugo de Faraó. Criado como escravo, o jovem teve a oportunidade de conviver com Moisés, e assistir seus extraordinários feitos por meio das mãos poderosas do Senhor.
Sendo o primeiro filho de sua família (1 Cr 7.27), Josué jamais esquecera da célebre noite em que as portas das casas do seu povo foram cobertas com sangue de cordeiros a fim de que os primogênitos não fossem eliminados pelo anjo da morte (Êx 12.13,29-31).
Josué tornara-se príncipe (maioral), como seu avô (1 Cr 7.20,26,27; Nm 2.18,19; 10.22).

Josué era príncipe da tribo de Efraim e filho de Num. Chamava-se Oséias e seu nome significa “O Senhor é Salvação”.

II. JOSUÉ, UM LÍDER ESCOLHIDO POR DEUS

1. Escolhido para suceder Moisés (Dt 31.7,14,23). Embora Deus tenha escolhido Josué desde o ventre de sua mãe para cumprir seus santos desígnios, a mudança de seu nome sugere-nos que sua escolha para sucessor de Moisés, deu-se em razão de seu bom caráter e de suas habilidades de liderança para conduzir Israel à conquista da Terra Prometida.
No momento em que Deus ordenara a Moisés “chama a Josué” (v.14), iniciou-se a preparação de mais um grande líder de Israel. Josué foi um fiel servidor, por isso Deus lhe honrou com uma posição tão distinta.
2. A preparação de Josué para dirigir o seu povo. Os métodos de preparação de um líder para Deus são diferentes dos do mundo. Os sistemas mundanos preparam seus líderes levando em conta meramente suas habilidades intelectuais, humanas; enquanto que a preparação de um líder para os assuntos do reino de Deus depende dos critérios e dos motivos divinos. A proeminência de Josué em Israel ocorreu somente depois de muitos anos de fidelidade, tanto ao Senhor como a Moisés, o líder que lhe ensinara o caminho de um governo eficaz. Moisés ensinou a Josué a depender totalmente da direção de Deus em todas as circunstâncias de sua vida.
3. Os desafios que Josué enfrentou na sua preparação. Até assumir a liderança de Israel, Josué foi desafiado em várias circunstâncias enfrentando diversos obstáculos, os quais lhe deram condições de aprender a lidar com as adversidades. Ao longo da caminhada para Canaã o corajoso líder experimentou a aridez dos desertos causticantes, a falta d'água, de alimentos básicos, sem falar nos enfrentamentos com povos hostis. Essas experiências ensinaram-lhe a depender de Deus e a respeitar a liderança de Moisés.
Houve momentos em que Moisés precisou de homens capazes e corajosos para ajudá-lo a combater, por exemplo, os amalequitas no deserto de Refidim. Foi então que o grande profeta incumbiu a Josué de escolher homens para o combate (Ex 17.8,9). Amaleque não resistiu e foi derrotado!
Escolhido por Moisés (Nm 11.28), Josué também foi um dos doze espias enviados a esquadrinhar a terra de Canaã (Nm 13.8-16). De lá, apenas Josué e Calebe trouxeram notícias positivas ao grande líder de Israel (Nm 14.6-30).

Josué foi o líder escolhido por Deus para suceder a Moisés. Ele enfrentou grandes desafios para cumprir a vontade de Deus, mas em tudo foi vitorioso.

III. JOSUÉ, UM LÍDER CONFORME A PROVIDÊNCIA DE DEUS

1. Josué sucede a Moisés depois de sua morte (Dt 34.7-9). Com a morte de Moisés, Josué enfrentara o grande desafio de conquistar a confiança do povo e substituir aquele que os liderara segundo a sábia vontade de Deus. Josué era o homem que o Eterno buscava para dar continuidade à obra de redenção de Israel. Os líderes que Deus levanta passam, mas o seu povo jamais fica abandonado ou à mercê da própria sorte. O Altíssimo sempre prepara outros para sucederem os que vão passando (Js 1.1-9).
2. Josué, usado por Deus como um canal de bênçãos para o seu povo. A lição que aprendemos neste edificante relato é que Deus usa seus servos para cumprir seus eternos propósitos. A despeito de ser um homem simples do povo, Josué tornou-se um instrumento divino para conduzir Israel à Terra Prometida. Em nenhum momento Josué deixou de reconhecer que Deus sempre esteve no controle de tudo. Ele nunca tentou tomar para si a glória que pertence somente a Deus. Josué entendeu perfeitamente que as águas do Jordão só se abriram pelo poder do Eterno, e que não foram suas estratégias militares que fizerem ruir os muros de Jericó (Js 3; 4; 6). Assim como Deus usou a Josué, também pode e quer usar-nos em sua obra. Só depende de nossa fidelidade e compromisso com Ele.


Após a morte de Moisés, Josué o sucedeu tornando-se um canal de bênçãos para Israel, e um líder conforme a providência divina.

IV. QUALIDADES DO CARÁTER DE JOSUÉ (Êx 17.8-15)

Dentre as muitas qualidades morais e espirituais que pontuam a vida e a história de Josué, três são imprescindíveis àqueles que desejam exercer liderança na igreja:
1. Obediência. Porque era obediente a Deus, Josué também foi um “servidor obediente” ao seu líder (Êx 17.9,10; 24.13). Obedecer por amor, equivale à verdadeira submissão, isto é, colocar-se sob a autoridade de alguém. O verdadeiro líder, apesar de reconhecer sua autoridade, nunca age isolada e presunçosamente. Josué aprendeu bem cedo que o sucesso de seu ministério dependeria de sua obediência a Moisés, seu líder, e à Palavra de Deus (Js 1). Ele sabia que no tempo apropriado Deus o honraria como líder principal de Israel.
2. Fidelidade. Josué tinha um caráter íntegro, por isso, pode manter-se leal a Deus e a Moisés. Ele assumira um compromisso de fidelidade que o tempo não conseguiu abalar. Fidelidade ou lealdade é uma qualidade moral de Deus (Tg 1.17). Paulo nos ensina em 2 Timóteo 2.13 que a fidelidade de Deus é o corolário da sua auto-coerência. Moisés, em seu belíssimo cântico, antes de morrer (Dt 32.4,15,18), ilustrou a lealdade divina valendo-se metaforicamente da “rocha”, isto é, “Ele é a Rocha” em que se pode confiar.
Josué aprendeu a confiar na fidelidade divina, logo, em tudo que fazia, sua fidelidade era demonstrada em atitudes firmes no cumprimento das alianças feitas com Deus e dos seus mandamentos (Dt 7.9).
3. Caráter ilibado. Na liderança, o bom caráter é determinante para o sucesso de qualquer empreendimento. Em diversas situações Josué soube manter o equilíbrio e assim não quebrar os princípios aprendidos com Moisés. Ora, o caráter tem a ver com o mundo interior de motivos e valores morais que moldam nossas ações. É, na verdade, o elemento delimitador absoluto da qualidade da nossa liderança. É ele que fortalece nossas capacidades enquanto as mantêm sob controle. O caráter faz distinção entre os que administram bem o poder e os que abusam dele. Os valores de um caráter cristão ideal, tais como piedade, abnegação, integridade e honestidade, são imprescindíveis à vida de um líder cristão.

Josué possuía um caráter submisso, fiel e ilibado.


Deus, ainda hoje, continua chamando e capacitando homens e mulheres que estejam dispostos a se submeterem por amor à sua santa vontade, a fim de liderar a sua Igreja, conduzindo-a ao seu destino final.

 “Josué, o Líder.Desde o princípio, Josué serviu como assistente de Moisés e líder de Israel na batalha (Êx 17.9). Agora, esse homem, suposto oficial do exército de Faraó antes do Êxodo, será o sucessor de Moisés. Josué será o líder espiritual e militar do povo de Israel durante a conquista de Canaã, a Terra Prometida. É apropriado o livro abrir com uma descrição da preparação de Josué por Deus para o desempenho de seu papel .
Líderes-modelo. Moisés é o único líder de Israel, o profeta protótipo que prefigura Jesus Cristo. Mas Josué é um modelo para todos os líderes da era do AT. O que aprendemos com sua liderança? Primeiro, a missão dos líderes do AT era preparar Israel para reivindicar e ocupar a Terra Prometida por Deus (1.2-4). Segundo, a eficiência dos líderes do AT dependia da presença divina, pois era Deus quem concedia vitória (v.5). Terceiro, a principal responsabilidade do líder era o compromisso pessoal em ‘cuidando de fazer conforme toda a Lei ordenada por meu servo Moisés’ (v.7). Quarto, a principal característica do líder era força e coragem, pois, muitas vezes, parecia arriscado obedecer a Deus completamente, mas, ainda assim, era essencial”.(RICHARDS, L.O. Guia do leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005, p. 145.)
Deus chama os homens e os capacita para serem líderes de seu povo na terra. Ele não os escolhe pelos seus atributos físicos, mas espirituais e morais. O Senhor não convoca os soberbos, porém estende as mãos aos humildes. Ele não arregimenta o ancião por sua experiência, nem o jovem por sua força, mas o servo por sua obediência. O Eterno não precisa de um guerreiro para vencer um gigante, mas de um pastor que o adore. Ele faz com que uma anciã estéril se torne mãe de reis e príncipes. Tudo o que 'Ĕlōhîm pede ao homem ou mulher a quem torna líder é: “Esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei, dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares” (Js 1.7).



      Josué assume a liderança de Israel


Josué 1.1-3,5,7-9.
1 - E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
2 - Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
3 - Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.
5 - Ninguém se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
7 - Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
8 - Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás.
9 - Não to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes; porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.


Em Nm 13.1-32 (ver Dt 1.22) doze espias são enviados à Canaã. Agora, no capítulo 2 de Josué (tópico III), apenas dois espias são mandados a Jericó. Começa, portanto, os preparativos para a ocupação da Palestina. Mas, o caro professor sabe como estava dividido o território de Canaã? Abaixo você encontrará um mapa da Palestina antes da conquista. Apresente aos alunos e faça uma breve descrição desses povos .

  Preparação: O povo de Israel prepara-se para ocupar a Palestina.

Para tornar-se um grande líder, a serviço de Deus, Josué teve de ser trabalhado ao longo de muitos anos. A primeira vez que a Bíblia o menciona, ele era tão somente um israelita que sonhava com a libertação de seu povo. Todavia, o Eterno viu naquele jovem um comandante capaz de conduzir Israel com segurança à Terra Prometida. O trabalho pesado, o sofrimento e as vicissitudes da sua vida de escravo proporcionaram-lhe as qualidades necessárias à liderança eficaz.
Após o êxodo do Egito, Josué tornou-se um fiel servidor de Moisés. Sua eficiente liderança sobre Israel somente seria demonstrada mais tarde, quando estivesse completamente preparado pelo Senhor.

I - A ORDEM DIVINA PARA A CONQUISTA DA TERRA

1. Deus ordena a travessia do Jordão (1.2). O intento divino de libertar Israel não foi afetado com a morte de Moisés. Deus levantou Josué justamente para dar prosseguimento a esse grandioso projeto. Entrar em Canaã era uma ordem que deveria ser cumprida à risca. Nenhum obstáculo poderia ser colocado à frente dessa meta divina. Deus já havia prometido a Abraão (Gn 12.7; 17.8), e suas promessas são infalíveis.
Deus nunca se prendeu a uma única pessoa a fim de cumprir seus eternos propósitos, mas os executa plenamente com os que se dispõem a cumprir sua Palavra. Ele advertira a Josué que não tivesse medo e passasse para o outro lado do Jordão, pois estaria com ele em todo o tempo.
O Jordão nesta época estava transbordando, o que se constituía obstáculo ainda maior. Todavia, Josué não temeu; enfrentou o desafio com fé e coragem, porque já havia presenciado outros extraordinários milagres operados pelo Senhor.
2. Deus dá a Josué o mapa da Terra Prometida (1.4). Segundo estudiosos, esta nova terra era delimitada pelo deserto, ao sul e ao leste. Nos lados leste e oeste aparecem as fronteiras setentrionais, “o Líbano e o Eufrates”. O Mar Grande, mais conhecido como Mediterrâneo, é o que marca a fronteira ocidental daquela terra. O texto fala da “terra dos heteus”, que inclui uma grande porção da Ásia Menor. Em razão de sua infidelidade e desobediência, até o dia de hoje, a Terra Prometida não foi plenamente conquistada pelos hebreus (Js 13.1). Entretanto, Deus não desistiu de seu povo. Todas as promessas feitas a Abraão e a Moisés serão cumpridas, independente da incredulidade de muitos.
3. Deus revela a Josué o segredo da conquista (1.5-9). Quanto ao cumprimento da sua promessa, Deus asseverou a Josué “como fui com Moisés, assim serei contigo” (1.5). Essa era a garantia que ele precisava; afinal Moisés fora invencível diante de todas as adversidades e provações. Porém, o Senhor queria que Josué cumprisse todas as suas ordens entregues por Moisés, sem se desviar “nem para a direita nem para a esquerda” (1.7); deveria manter-se fiel aos objetivos do Eterno. Por último, para evitar a superficialidade e o esquecimento, o novo líder deveria meditar no livro da Lei “dia e noite” (1.8). A vitória só seria plena se toda estratégia divina fosse obedecida por Josué e por todo o povo de Israel. A Palavra de Deus teria de ser cumprida cabalmente: “Não to mandei eu?” (1.9).

Deus ordenou a travessia do Jordão, informando os limites da terra a ser conquistada, e revelando o segredo da conquista.

II - A PREPARAÇÃO DO POVO PARA ATRAVESSAR O JORDÃO

1. Josué deveria executar o plano revelado por Deus (1.4,10-13).Transpor o Jordão era o firme propósito de Deus. Do outro lado estava a terra da promessa divina. Josué teria de agir com fé em Deus, vigor e determinação. E foi exatamente o que fez: reuniu seus principais auxiliares e ordenou-lhes que instruíssem ao povo, preparando-o para a grande jornada (vv.10,11). Todos deveriam estar devidamente prontos para quaisquer circunstâncias.
Para alcançarem a bênção, eram-lhes indispensáveis: coragem, ação e genuína fé em Deus (Tg 2.17).
2. Josué ordena ao povo que se prepare (1.10-13). Todos deveriam estar convictos de que Deus lhes entregaria aquelas terras. Josué também precisava da confiança do povo (vv.16-18). Ele sabia que um líder não subsistiria sem o apoio de seus liderados, e que sua liderança precisava ser reconhecida publicamente: “Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde quer que nos enviares iremos” (1.16). Por meio de seus subordinados diretos, Josué deu todas as instruções ao povo: “Provede-vos de comida, porque, dentro de três dias, passareis este Jordão, para que tomeis posse da terra que vos dá o SENHOR, vosso Deus, para que a possuais” (v.11).
3. Josué reúne os homens de guerra (1.14,15). Na caminhada para a Terra Prometida, Israel deparou-se, inevitavelmente, com diversos povos pagãos e adversários, que não se renderam facilmente (Dt 7.1-6). Na caminhada para a Canaã celestial, a Igreja de Cristo precisa de pastores e líderes espirituais dados por Deus e capacitados para orientá-la no combate contra ferozes inimigos, que farão de tudo para impedir sua vitória aqui e triunfo final na Vinda de Cristo.
Para que o povo alcançasse a bênção da conquista era imprescindível a coragem, ação e genuína fé em Deus.

III - OS ESPIAS SÃO ENVIADOS A JERICÓ (2.1-24)

Antes de atravessarem o rio Jordão, Josué procurou conhecer a realidade daquela terra, começando por Jericó, cidade-reino, fortificada por altas e espessas muralhas.
1. A previsão é imprescindível ao líder (2.1). Um autêntico líder cristão nada faz por mero impulso, mas age com fé, segurança e previdência. A despeito da confiança e garantia de vitória que o Senhor lhe havia dado, Josué procurava cumprir cabalmente sua parte, planejando suas ações. Prever é antever o desconhecido. Josué não poderia arriscar a vida do seu povo sem conhecer o terreno a ser conquistado, e sem saber com quem estava lidando. Por isso, enviou dois espias a Jericó. Na igreja, um dirigente espiritual, capaz, experiente e com discernimento deve planejar cuidadosamente suas ações.
2. Deus guiou os espias à casa de Raabe (2.1-8). Embora prostituta, Raabe reconheceu o poderio e a grandeza do Deus de Israel. Ela creu que o Senhor era poderoso para subjulgar aquela cidade, a despeito de sua fortaleza e fama; por isso tornou-se o elo da vitória de Israel sobre o restante de Canaã.
Após salvar a vida dos espias, Raabe abandonou a idolatria, unindo-se pela fé a Israel e a seu Deus (Hb 11.31; Tg 2.25), vindo a ser, inclusive, mencionada na genealogia de Cristo (Mt 1.5). Isto ilustra o fato que Deus aceita qualquer pessoa “que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (At 10.35).
3. O cordão de escarlate na janela (2.15,18). Esse cordão forma um paralelo com o cordeiro da Páscoa. Assim como o sangue do cordeiro foi colocado nas portas das casas dos israelitas a fim de protegê-los do juízo divino (Êx 12.21-23), igualmente o cordão escarlata pendurado na janela da casa de Raabe resultou em segurança e libertação para a sua família. Como nas muitas proezas que Deus realizou por seu povo, mais uma vez, Ele faz valer sua soberania utilizando-se de coisas pequenas e até ilógicas como um “cordão de escarlate” (1 Co 1.27-29).

Antes de Josué conquistar a cidade de Jericó, planejou cuidadosamente suas ações, preparando o povo e enviando os espias.

Uma das grandes lições que aprendemos sobre o êxito da liderança de Josué, é que um bom líder deve ser fiel em tudo, corajoso e determinado, porém, preventivo, prudente e moderado. Josué era um autêntico guerreiro, porém, jamais agia precipitadamente.


“Raabe, a Prostituta.Dois espiões foram enviados a Jericó, a grande fortaleza cananéia, a qual tem de ser subjugada em primeiro lugar para que a invasão tenha esperança de sucesso. Israel tem de considerar o custo de possuir a herança. Encontrando abrigo na casa de uma prostituta, os dois espiões ficaram sabendo que Jericó era praticamente deles. O medo de Deus tinha caído sobre o povo, e a própria Raabe já era mais que ‘meio-crente’ no Deus de Israel. Em virtude de sua generosidade para com os espiões e devido à sua fé, foi poupada quando Jericó caiu. Mais tarde, casou-se com uma das famílias de Judá, tornando-se, pela graça de Deus, uma ancestral de Davi e de Cristo.
Atravessando o rio Jordão pela fé, Israel fez o primeiro movimento rumo à vitória na terra. O rio Jordão fala de morte. Surgindo no alto, ao norte das montanhas de Canaã, este rio desce rapidamente e é chamado ‘O Descente’. Por fim, deságua no mar Morto, onde não há saída. A travessia do rio Jordão simboliza a identificação do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Sem esta etapa não pode haver conquista de Canaã para Israel, e nem posse da herança em Cristo para o crente”.(PHILLIPS, J. Explorando as Escrituras. RJ: CPAD, 2004, p.50)


         Deus cumpre suas inauditas promessas.

Um dos primeiros compromissos de Yahweh com o crente Abraão diz respeito as bênçãos salvíficas sobre todas as famílias da terra: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Antes da queda de Jericó, Elohim ensinara ao povo que cumpriria todos os votos feitos ao patriarca. Não apenas os descendentes de Abraão seriam abençoados (Gl 3.16), mas também os pecadores que cressem na infinita bondade de Deus. Raabe não foi negligente, mas “pela fé e paciência” herdou as promissões abraâmicas (Hb 6.12). Ela creu no poder de Yahweh e tornou-se uma ancestral de Davi e do Messias (Mt 1.5,6). Outrora pagã, agora, serva do Deus Vivo; antes prostituta, doravante, ascendente do Messias. Ninguém é tão torto a ponto de o Senhor não poder endireitar! Não há pecado que o sangue de Cristo não possa purificar. A promessa salvífica permanece firme.



 Josué conduz Israel na travessia do Jordão



Josué 3.1-7.

1 - Levantou-se, pois, Josué de madrugada, e partiram de Sitim, e vieram até ao Jordão, ele e todos os filhos de Israel, e pousaram ali antes que passassem.
2 - E sucedeu, ao fim de três dias, que os príncipes passaram pelo meio do arraial
3 - e ordenaram ao povo, dizendo: Quando virdes a arca do concerto do SENHOR, vosso Deus, e que os sacerdotes levitas a levam, parti vós também do vosso lugar e segui-a.
4 - Haja, contudo, distância entre vós e ela, como da medida de dois mil côvados; e não vos chegueis a ela, para que saibais o caminho pelo qual haveis de ir; porquanto por este caminho nunca passastes antes.
5 - Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o SENHOR maravilhas no meio de vós.
6 - E falou Josué aos sacerdotes, dizendo: Levantai a arca do concerto e passai adiante deste povo. Levantaram, pois, a arca do concerto e foram andando adiante do povo.
7 - E o SENHOR disse a Josué: Este dia começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que assim como fui com Moisés assim serei contigo.



Santificação: Separação do mundo e consagração a Deus.

Josué enfrentou muitos desafios no seu caminhar com Deus. A despeito das dificuldades, nunca deixou de incentivar o povo à confiança em Deus, à santidade e ao destemor. Esse grande líder conseguiu incutir em Israel um sentimento coletivo de fé e esperança: "Certamente o Senhor tem dado toda esta terra nas nossas mãos, pois até os moradores estão desmaiados diante de nós" (Js 2.24).
Nesta lição, estudaremos a respeito dos desafios enfrentados por Josué na travessia do rio Jordão.

I - DE SITIM À MARGEM ORIENTAL DO JORDÃO (Js 3.1)

Após a vitória contra Seom, rei dos amorreus, e Ogue, rei de Basã (Nm 21.21-25,33-35), Israel acampou-se em Sitim (Nm 25.1; Js 3.1). O povo eleito havia chegado ao limiar da Terra Prometida, e agora não podia mais recuar. Ao sair de Sitim rumo às margens do Jordão, começaria o grande desafio do povo de Deus: a travessia do Jordão na sua enchente e forte correnteza.
1. Sitim, o último e inditoso acampamento (Nm 33.49; Js 3.1). Ficava nas planícies de Moabe, a nordeste do mar Morto, próximo ao Jordão (Nm 25.1; 33.49; Js 2.1). O local era também chamado Abel-Sitim. Ali ocorreu a tragédia espiritual e moral de Israel, quando o povo pecou com as mulheres moabitas, no culto imoral a Baal-Peor (Nm 25), por conselho de Balaão. Foi ali que Josué depois ouviu a voz do Senhor orientando-o sobre as adversidades que enfrentaria a caminho da Terra Prometida (Js 1). Para chegar a Canaã, era ainda necessário atravessar o caudaloso rio Jordão, em época de enchente, e caminhar em direção a Jericó, situada cerca de 13 quilômetros a noroeste da junção do rio Jordão com o Mar Morto. De Sitim, a última estada antes da conquista, Israel deveria lembrar-se apenas das promessas divinas e de seu fiel cumprimento.
2. Chegando à borda do Jordão (Js 3.1,8). Josué cria firmemente que Deus realizaria um grande milagre, por isso cuidou de seguir rigorosamente toda orientação divina. A travessia ocorreu no dia dez do mês primeiro (Js 4.19), exatamente no período das grandes cheias do Jordão (Jr 12.5; 49.19).
3. Arca do Concerto: sinal da presença de Deus entre o povo (Js 3.3,4). O povo foi instruído a confiar na providência divina, não mais por meio da coluna de nuvem e de fogo (Êx 13.21,22), mas através da Arca do Concerto (Js 3.3-6). A presença da Arca da Aliança foi o ponto de partida para o milagre da travessia do Jordão.
Na tipologia bíblica a Arca representa Cristo. Ela era feita de madeira e ouro puro (Êx 37.1-5). A madeira representa a perfeita humanidade de Cristo, e o ouro, sua natureza divina. A Arca também possuía uma tampa de ouro chamada propiciatório (Êx 37.6-9). Sobre ela, entre os dois querubins, permanecia a presença de Deus. No dia anual da expiação dos pecados do povo, o sumo sacerdote adentrava solenemente no Santo dos Santos e aspergia o propiciatório com sangue expiador dos sacrifícios daquele dia solene. Cristo é a nossa propiciação (Lc 18.13; Rm 3.25; 1 Jo 2.1,2). Ele, semelhante à Arca que passou diante do povo no rio Jordão, "passou adiante de nós", para garantir a nossa salvação. Ele abriu um novo e vivo caminho à presença do Pai Celestial (Hb 10.19-22). Aleluia!
Sitim localizava-se nas planícies de Moabe, próximo ao Jordão. Foi a última estada antes da conquista, quando os sacerdotes se puseram às margens do Jordão carregando a Arca, tipo da humanidade e divindade de Cristo.

II - JOSUÉ EXORTA O POVO À SANTIFICAÇÃO (Js 3.5)

Outrora, sob a liderança de Moisés, o povo foi exortado a santificar-se (Êx 19.10-15). Agora, sob o comando de Josué, todos deveriam purificar-se de seus pecados, pois como no passado (Êx 19.11), o Senhor queria manifestar-se com maravilhas e grande glória entre o povo (Js 3.9,10).
1. A santidade precede o milagre. "Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós" (3.5). Deus estava pronto para operar o milagre de Israel passar o Jordão em seco (Js 3.13-17; 4.18,23). Todavia, era necessário que todos reconhecessem o seu glorioso e infinito poder (Js 4.24;5.1). Por isso, Deus preparou um dia especial para aquela travessia: o dia em que o Jordão "transbordava sobre todas as suas ribanceiras" (Js 3.15) pelas chuvas da primavera e pelo degelo da neve nas montanhas do Líbano. Atravessar o Jordão naqueles dias era impossível, mas Deus é soberano sobre tudo e sobre todos.
2. A santificação do crente, requisito para as vitórias espirituais.Deus é santo (Lv 11.45; 20.26). A santidade é um atributo inerente à sua natureza, razão pela qual tudo que se associa a Ele deve ser santo ou santificado. Contudo, a despeito de a natureza humana ser carnal e pecaminosa (Rm 3.10,23; 8.8; Gl 5.16-21), Deus quer e pode santificar o crente através do seu Santo Espírito (Rm 8.2; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2).
Israel precisava entender que o milagre precederia à santificação (Js 3.5), uma vez que o povo hebreu foi constituído e separado para a glória de Deus (Lv 19.2; 20.7,26; 1 Pe 1.16). Distinguir o santo do profano (Ez 22.26; 42.20), abster-se de toda obra da carne (Gl 5.19-21), e santificar-se eram condições imprescindíveis para que o poder de Deus se manifestasse no Jordão. Examinar Lv 20.7; 2 Co 7.1; Ez 24.13.


A santificação é o principal requisito para as vitórias e conquistas do povo de Deus.

III - JOSUÉ APRONTA O POVO PARA A TRAVESSIA MILAGROSA

1. Josué assegura que Deus está no meio do povo (Js 3.10). Josué asseverou-lhes: "o Deus vivo está no meio de vós", por isso, eles não apenas atravéssariam o Jordão, mas aniquilariam toda oposição. A garantia da vitória fundamentava-se na santificação, obediência e no cumprimento de toda a estratégia divina.
2. Israel marcha após a Arca do Concerto (Js 3.3-8). A Arca simbolizava a presença de Deus entre o povo. Assim que os sacerdotes puseram-na sobre os ombros e começaram a andar em direção ao Jordão, todos a seguiram. No momento em que chegaram às margens do Jordão, e seus pés tocaram as águas, a correnteza que descia parou imediatamente, formando uma grande muralha (Js 3.15-1 7). Aqui vemos que a submissão do crente é pré-requisito para o "agir" de Deus.
3. Josué fala as palavras do Senhor (Js 3.7-10). Antes de falar ao povo, Josué ouviu a voz de Deus de modo muito especial: "Este dia começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que assim como fui com Moisés, assim serei contigo" (v.7). A liderança de Josué seria confirmada diante do povo, pois Deus o engrandeceria. O Senhor deu-lhe a certeza de que não estaria só.
4. O povo atravessa o Jordão (Js 3.14-17). Esse milagre foi uma evidência clara de que o Deus vivo estava presente entre o povo. Com essa demonstração evidente do seu poder, Deus fortaleceu a fé do seu povo, para enfrentarem o desafio da conquista da Terra Prometida. A Arca do Concerto era a certeza da presença de Deus entre o povo. Ela estava à frente do povo, e todos que a viam tinham a certeza de que Deus estava com eles. Deus era o centro de tudo e, Josué, o líder para conduzir o povo à grande vitória. Os sacerdotes conduziram a Arca da Aliança e, quando molharam os pés na borda das águas (v.15), o milagre aconteceu.
Os racionalistas, por não conhecerem a Deus, têm dificuldades em acreditar nesse milagre. Eles alegam que o texto é uma alegoria ou lenda, como se Deus dependesse de argumentos de homens para validar sua Palavra. As Escrituras simplesmente afirmam que as águas que desciam formaram uma muralha a grande distância, perto de uma cidade chamada Adã (Js 3.16,17). Deus mostrou o seu poder perante todas as nações pagãs que viviam naquela região.

A garantia da vitória fundamentava-se na santificação, obediência e no cumprimento de toda a estratégia divina.

Este milagre confirmou a liderança de Josué e fortaleceu a fé do povo de Deus. Josué não apenas foi engrandecido em prestígio e honra diante de Israel, mas também perante os olhos dos pagãos. Deus reiterou seu poder e majestade na história de Israel, revelando-se como o "Deus dos milagres" que cuida do seu povo.


                         Vale do Jordão(geografia)

Uma série de gigantescas falhas na crosta da terra provocou um desmoronamento na região que agora forma o vale do Jordão. Dessa profunda depressão, chamada mar Morto, a terra se eleva tanto para o norte como para o sul. Ela vai desde aproximadamente 860 metros abaixo do nível do mar, nas profundezas do mar Morto, até uma altitude superior a 260 metros em um dos picos na Arabá (uma área ao sul do mar Morto) e atinge uma atitude de aproximadamente 3.000 metros no monte Hermom, ao norte. Essa falha geológica se estende através do mar Vermelho até o interior da África oriental.
A distância aérea desde as nascentes do Jordão até o mar Morto é de aproximadamente 130 quilômetros, mas o próprio rio tem mais de 300 quilômetros de extensão por causa de seu curso sinuoso entre o mar da Galiléia e o mar Morto. Pode-se dizer que o vale começa ao norte na Bacia Huleh, uma área de cerca 5 quilômetros por 15, que culminava, antes de ser recentemente drenada, em um pântano e em um lago pouco profundo, criado por um reservatório formado por rochas naturais".(PFEIFFER, C. F (et al). Dicionário bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p.1086.)
O impossível se torna possível quando o crente está em santidade e obediência diante de Deus! A santificação e a submissão irrestrita à Palavra de Deus são requisitos indispensáveis para a completa vitória na vida cristã. Através dessas duas virtudes indissociáveis o crente aproxima-se de Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso santificar-se para que as águas transbordantes do Jordão sequem! É necessário submissão para que os muros de Jericó caiam! A Arca que leva a presença de Deus adiante do povo é acompanhada com a santidade do povo do Senhor que está na retaguarda. Logo, a santidade não é uma opção do crente, mas um mandamento do Senhor (Lv 19.2). As grandes conquistas de Israel só tornaram-se possíveis, porque se aproximaram de Deus através da santificação. "Santificai-vos, porque amanhã fará o SENHOR maravilhas no meio de vós" (Js 3.5).


            Lições espirituais do pós-Jordão

                            Josué 4.1-3; 5.2,3,10-12.

Josué 4
1 - Sucedeu, pois, que, acabando todo o povo de passar o Jordão, falou o SENHOR a Josué, dizendo:
2 - Tomai do povo doze homens, de cada tribo um homem,
3 - e mandai-lhes, dizendo: tomai daqui, do meio do Jordão, do lugar do assento dos pés dos sacerdotes, doze pedras; e levai-as convosco à outra banda e depositai-as no alojamento em que haveis de passar esta noite.

Josué 5
2 - Naquele tempo, disse o SENHOR a Josué: Faze facas de pedra e torna a circuncidar os filhos de Israel.
3 - Então, Josué fez para si facas de pedra e circuncidou aos filhos de Israel em Gibeate-Haralote.
10 - Estando, pois, os filhos de Israel alojados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó.
11 - E comeram do trigo da terra, do ano antecedente, ao outro dia depois da Páscoa; pães asmos e espigas tostadas comeram no mesmo dia.
12 - E cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do trigo da terra, do ano antecedente, e os filhos de Israel não tiveram mais maná; é porém, no mesmo ano, comeram das novidades da terra de Canaã.


Memorial: Qualquer objeto ou escrito que serve de lembrança para grandes feitos.
Mesmo diante da milagrosa experiência da travessia do Jordão, o povo do Senhor precisava entender que a conquista da Terra Prometida estava apenas começando. Novas provações, embates e acontecimentos sobrenaturais marcariam a vida de cada israelita. Deus haveria de conceder-lhes novas e edificantes lições sobre seu caráter, objetivos e soberania.

I - LIÇÕES DO MEMORIAL DE PEDRAS (4.1-24)

1. Dois memoriais (Js 4.3-9). Seguindo a orientação divina, Josué ordenou que dois memoriais fossem erguidos com as pedras retiradas do Jordão: um "no alojamento" (v.3), e outro "no meio do Jordão" (v.9). A ordem do Senhor era a seguinte: doze homens, um de cada tribo, deveriam recolher doze pedras do Jordão, e com elas edificarem um memorial ao Senhor no acampamento. Essas pedras deveriam ser levadas para Gilgal (Js 4.21-23), lugar onde Israel habitara por algum tempo. Para o segundo memorial, Josué levantou também doze pedras no meio do Jordão, exatamente no lugar do assento dos pés dos sacerdotes que levavam a Arca do Concerto (v.9). Esses monumentos serviriam de sinal do poder de Deus entre eles. Toda vez que os israelitas os contemplassem, lembrar-se-iam da extraordinária obra operada pelo Senhor.
2. O propósito dos memoriais (Js 4.21). Aqueles monumentos tinham o propósito de lembrar às gerações futuras os feitos milagrosos do Senhor no Jordão: "Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras? fareis saber a vossos filhos dizendo: Israel passou em seco este Jordão". Deus sempre lembrou a Israel seus grandes livramentos (Êx 12.14; 13.9; 17.14; Dt 6.12). O esquecimento é comum ao ser humano. Facilmente esquecemo-nos das bênçãos que Deus bondosamente nos concede. Israel jamais poderia esquecer-se dos feitos sobrenaturais de Deus operados em seu favor. Sempre que aquele povo contemplasse aqueles memoriais de pedra, se lembraria dos poderosos atos do Senhor, libertando-os do Egito e fazendo-os passar a pés enxutos pelo Mar Vermelho e rio Jordão.
Com esta história aprendemos a lição do nosso dever de relatar às gerações futuras nossas valiosas experiências com Deus. Tudo que o Senhor tem feito em nossas vidas deve ser partilhado com os novos crentes. Devemos erigir nossos "monumentos espirituais". Se não ensinarmos hoje a Palavra de Deus aos nossos jovens, amanhã assistiremos à degeneração da sociedade (vv.21-23). Precisamos conhecer bem e corretamente as doutrinas da Bíblia e ensiná-las por toda parte, a partir das crianças.
Os dois memoriais lembravam às gerações futuras os milagres do Senhor no Jordão.

II - LIÇÕES DE GILGAL (5.1-9)

A cidade de Gilgal ficava entre o Jordão e a cidade-fortaleza de Jericó. Foi ali que o povo de Israel acampou depois de cruzar o Jordão, e dali iniciou suas operações militares de conquista da Terra Prometida (Dt 3.18).
1. Gilgal, lugar da renovação do pacto (Js 5.1-9). Também foi nesta cidade que Josué renovara o pacto divino estabelecido com Abraão (Gn 17.23-27). Deus ordenara: "torna a circuncidar os filhos de Israel" (v.2). Como podemos ver, a conquista de Canaã estava intrinsecamente vinculada à obediência do povo a Josué. Deus já havia estabelecido com Abraão e seus descendentes um pacto de vitórias nas conquistas na Terra Prometida (Gn 15.17-21).
A circuncisão era uma cirurgia rude, que se fazia com todo homem israelita. Este pacto, além de cumprir certos propósitos higiênicos, éticos e morais, servia também para distinguir o povo de Israel das demais nações. Através da circuncisão, o israelita era separado exclusivamente para Deus. Semelhante a Israel, a Igreja de Cristo também é separada deste mundo, não pela circuncisão física, mas do coração, no espírito humano (Rm 2.29). Conforme Filipenses 3.3, a Igreja de Cristo traz a verdadeira circuncisão, pois serve a Deus no Espírito, gloria-se em Jesus e não confia na carne.
2. Gilgal, lugar de celebração (Js 5.10-12). A passagem pelo Jordão e a renovação do pacto abraâmico prepararam Israel para a celebração da Páscoa em Gilgal. Desde o êxodo, a Páscoa fora celebrada apenas duas vezes. A primeira ocorreu à noite no Egito, momentos antes da libertação de Israel (Êx 12.1-12), e a segunda, realizou-se no deserto do Sinai (Nm 9.1-5). A celebração da Páscoa em Gilgal se deu antes da conquista de Jericó. Esta festa era comemorada com uma solene ceia familiar, na qual o prato principal era um cordeiro assado (separado e morto para esta ocasião) com ervas amargas e pães asmos. Nesta ocasião, nas campinas de Jericó, Josué contou à nova geração os portentosos atos do Senhor ao libertar o seu povo do Egito, e inaugurou uma nova fase na vida e história de Israel através de uma nova comemoração pascal.
É por meio da Santa Ceia do Senhor que a Igreja também celebra a morte do Cordeiro de Deus (Jo 1.29). Neste ritual, o pão e o vinho são símbolos do corpo e do sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a nossa Páscoa (1 Co 5.7; 11.23-34).
3. Gilgal, um lugar de provisão (Js 5.11,12). Depois da circuncisão da nova geração israelita e da celebração da Páscoa, o povo comeu "do fruto da terra". O maná diário, concedido pela bondade e misericórdia de Deus, agora não era mais necessário, pois Israel poderia comer do produto da fértil terra de Canaã, conforme a promessa de Deus (Êx 13.5). O Senhor sempre cumpre suas promessas! Ele concede a todo o crente submisso, toda provisão material e espiritual.Gilgal é um lugar de renovação do pacto, de celebração e de provisão.

III - AS LIÇÕES DA VISÃO DE JOSUÉ (5.13-15)

Deus tem revelado sua vontade aos homens de "muitas maneiras" (Hb 1.1). No Antigo Testamento, os sonhos e as visões foram as formas mais comuns de sua manifestação. O Eterno manifestou-se a Josué na figura de um comandante dos exércitos do Senhor (v.14).
Estas manifestações divinas são denominadas "teofanias". O termo procede do grego e significa "manifestação divina".
1. Deus ainda fala por meio de visões. As manifestações teofânicas do Antigo Testamento não são modelos para a Igreja de hoje, pois temos a revelação da pessoa de Cristo nas Escrituras. Embora os anjos sejam "espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação" (Hb 1.14), o cristão não deve viver à procura ou à espera de manifestações angélicas, mas pautar sua vida e chamada ministeriais na Palavra de Deus.
2. A importância da visão para Josué (Js 5.14,15). Foi por meio desta visão que o Senhor confirmou mais uma vez a liderança de Josué. A vitória contra os cananeus estava garantida, uma vez que o próprio Deus fazia-se presente entre as tropas israelitas por meio do "príncipe do exército de Israel". Não eram as estratégias bélicas, ou a força dos valentes que garantiriam a vitória, mas aquEle que é forte e "poderoso na guerra" (Sl 24.8).

Aprendemos com a vida de Josué que Deus ainda fala por meio de visões, teofanias ou "manifestação divina".


Aprendemos que a vitória dos israelitas estava condicionada à obediência ao Senhor e à sua Palavra. Deus não apenas cumpriu as promessas que lhes fez no passado, mas assegurou-lhes novas vitórias no futuro. Se formos submissos ao Senhor e a sua Palavra, teremos as mesmas garantias, promessas e vitórias.


"Memorial (Js 4.7). Josué comemora a miraculosa separação das águas do rio Jordão ao levantar um monte de 12 pedras tiradas do leito do rio (4.1-5). O 'memorial' (heb. zikkaron) é um testemunho, um símbolo visível a capacitar as gerações futuras para perceberem a maravilha realizada por Deus ao trazer Israel à Terra Prometida (vv.6-9).
O zikkaron 'memorial' ou 'lembrança' é um dos mais poderosos conceitos religiosos do AT. Ele é aplicado a esse monte de pedras, mas também à própria Festa da Páscoa. Assim, um 'memorial' é qualquer item simbólico, ou evento, intencionados a ajudar o povo de Deus a identificar-se com uma obra divina em seu favor. O monte de pedras ajudaria futuras gerações a entender que Deus separou as águas do Jordão para elas, assim como fizera a essa primeira. A ceia da Páscoa os ajudaria a sentir a maravilhosa redenção, como Ele os salvou da morte assim como os primogênitos israelitas do Egito. Nós, cristãos, temos um zikkarontambém instituído quando Jesus disse: 'Este é o Meu corpo'. Quando participamos da Santa Ceia do Senhor, estamos presentes na crucificação: identificamo-nos com o sacrifício de Cristo, e clamamos para nós mesmos os benefícios da salvação".(RICHARDS, L. O. Guia do leitor da Bíblia. RJ: CPAD, p. 147.)

Os patriarcas hebreus deixaram marcas inamovíveis na história de Israel. Abraão, Isaque e Jacó eram construtores de altares. Não deixaram cidades e casas edificadas, pois viviam em tendas. Não construíram sistemas fluviais, pois cavavam poços. Não construíram templos, pois edificavam altares ao El Shadday, o Deus Todo-Poderoso. Viviam em tendas porque eram peregrinos. Cavavam poços porque eram transeuntes. Construíam altares porque eram adoradores. Não encontramos na história de Israel construções do arquiteto Abraão, mas altares do crente Abraão. Pouco se fala de Jacó, o poceiro, e muito de Israel, o "príncipe que luta com Deus". As gerações futuras não herdaram grandes templos edificados pelos patriarcas, mas poderosos exemplos de fé, temor e submissão ao Senhor. Seus feitos materiais foram apagados pelo tempo, todavia, os valores e as lições espirituais que viveram permanecem altissonantes. Deixemos, pois, às gerações futuras, marcos espirituais.


 A conquista de Jericó


Josué 6.1-5,15,16,20.

1 - Ora, Jericó cerrou-se e estava cerrada por causa dos filhos de Israel: nenhum saía nem entrava.
2 - Então, disse o SENHOR a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, e ao seu rei, e aos seus valentes e valorosos.
3 - Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando a cidade uma vez; assim fareis por seis dias.
4 - E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifre de carneiro diante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes; e os sacerdotes tocarão as buzinas.
5 - E será que, tocando-se longamente a buzina de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido da buzina, todo o povo gritará com grande grita; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si.
15 - E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente, rodearam a cidade sete vezes.
16 - E sucedeu que, tocando os sacerdotes a sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos tem dado a cidade!
20 - Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade.


             Conquistar: Vencer ou subjugar pela força.

Jericó, uma das mais formidáveis cidades do mundo antigo, tornara-se o maior obstáculo para Israel desde sua saída do Egito. Era uma cidade-fortaleza. Suas altas e fortes muralhas a tornavam, praticamente, indestrutível. Os habitantes daquela cidade tinham uma sensação de segurança que ninguém jamais poderia sentir em outro lugar. Apesar de parecer invencível, Deus a entregou a Josué: "Olha, tenho dado na tua mão a Jericó" (Js 6.2). Não há nada, nem ninguém que consiga resistir ao poder e à soberania de Deus quando Ele decide agir em favor dos seus servos.

I - JOSUÉ PREPARA O POVO PARA A CONQUISTA (Js 6.1-5)

1. Josué submisso ao comando de Deus (Js 5.13,14). Antes de avançar sobre Jericó, Josué viu um homem que se apresentou como príncipe do exército do Senhor, e "tinha na mão uma espada nua", pronta para ação. O grande líder de Israel logo compreendeu que aquele varão era o seu comandante celestial, isto é, o próprio Jeová estava à frente da batalha para garantir-lhes a vitória.
Assim como Deus manifestara-se a Moisés no Monte Horebe, na forma de uma "sarça ardente", dando-lhe o plano de libertação de Israel do Egito (Êx 3.1-12), também se revelou a Josué na aparência de um príncipe, revelando-lhe a devida estratégia para a conquista de Jericó.
O autêntico líder cristão permite que o Espírito Santo o lidere. Embora Josué fosse o comandante escolhido por Deus para conduzir Israel à conquista de Canaã, em nenhum momento exaltou-se. Ao contrário, submeteu-se plenamente à liderança divina: "Que diz meu Senhor ao seu servo?" (Js 5.14).
2. O Senhor dá as instruções para a conquista (Js 6.3). Não há no relato bíblico nenhum indício de que Josué tenha sido presunçoso, desejando assumir o comando à parte de Deus. Ele sempre preferiu obedecer e seguir cuidadosamente todas as instruções do Eterno. Pela lógica humana, a estratégia divina para a tomada de Jericó era bastante absurda, pois a vitória viria por rodearem a cidade por sete dias e, no último, depois de sete voltas ao redor da cidade, apenas emitirem um forte grito (Js 6.20,21). Todavia, Josué confiou integralmente no Senhor dos Exércitos.
3. O Senhor também testa a obediência do povo (Js 6.3,4). Josué e o povo obedeceram à ordem divina em todos os detalhes. Todo o Israel deveria marchar ao redor dos muros da cidade apenas uma vez durante seis dias consecutivos. No sétimo, deveriam esforçar-se muito mais, pois a marcha seria repetida sete vezes. Naquele estranho desfile iriam à frente os sacerdotes que conduziam a Arca da Aliança e os que tocavam as buzinas. E o povo seguia-os, expostos à curiosidade e à zombaria dos habitantes de Jericó, fechados dentro da fortaleza. Conforme a ordem divina, todos deveriam marchar em total silêncio. Era uma prova de fé e paciência (Hb 11.30). Todavia, a confiança nas promessas do Senhor e a certeza de que Jeová era um Deus de milagres, faziam com que Israel não desanimasse. A cidade teria de ser tomada por fé e obediência à Palavra de Deus. A vitória que vence o mundo é a nossa fé (1 Jo 5.4,19).

Josué, quando preparava o povo para a conquista, encontrou-se com Jeová, que se manifestara como "príncipe do exército do Senhor".

II - JOSUÉ COMANDA A CONQUISTA DE JERICÓ

1. Jericó, uma cidade-fortaleza (Js 6.1). Jericó era uma cidade extensa, cercada de muros colossais, considerada invicta. Seus muros tinham cerca de nove metros de altura e seis de espessura. Humanamente falando não havia a menor chance de alguém invadi-la. Os moradores de Jericó acreditavam que eram protegidos pelos deuses cananeus. Quando Israel começou a marchar ao redor dos muros da cidade, nos primeiros dias, talvez muitos tenham zombado daquela atitude muito estranha. Deus estava pronto para agir, pois, a medida do pecado daqueles ímpios estava completada (Gn 15.16). O Senhor estava prestes a derramar seu justo juízo!
Aqueles maciços muros de pedra jamais impediriam a ação do poder de Deus, que abriu o Mar Vermelho e o rio Jordão para seu povo passar a salvo. Todos os fenômenos naturais estão sob o controle do Altíssimo. Ele é quem faz, desfaz, e nada pode contê-lo ou resistir-lhe.
2. Deus entrega Jericó nas mãos de Josué (Js 6.2). O Senhor dissera a Josué: "Olha, tenho dado na tua mão a Jericó". É a certeza de que Deus realmente estava com ele e que iria operar um grande milagre no meio do povo. Deus continua a fazer a mesma coisa hoje se o pastor, líder, dirigente, chefe, enfim o responsável, colocar-se integralmente submisso nas mãos do Senhor como fez Josué.
A garantia de que mais uma vez o Senhor faria proezas pelo seu povo, dava a Josué ousadia e coragem para fazer tudo quanto Deus lhe havia ordenado.
3. A Arca era o sinal da presença e direção divina (Js 6.4). A Arca da Aliança autenticava aquele empreendimento santo. Enquanto os sacerdotes transportavam a arca sobre os ombros, os levitas tocavam as buzinas; um sinal legítimo da presença de Deus que lembrava a Israel que a vitória vinha do Senhor. A arca à frente dos israelitas, que marchavam de forma cadenciada, indicava a presença do Eterno abrindo caminho para Israel, por meio de Josué, como foi com Moisés.
Jericó era uma cidade-fortaleza, cercada de muros colossais e considerada invicta pelos cananeus.

III - A QUEDA DE JERICÓ

1. A queda do muro e a tomada da cidade (Js 6.20,21). Josué conduziu o povo durante seis dias consecutivos em total silêncio. No sétimo dia, o povo marchou sete vezes ao redor de Jericó, e na última vez ao ouvirem o sonido das trombetas, todos, em uma só voz, gritaram com alarido e Deus cumpriu a sua Palavra.
Israel foi direcionado a fazer a sua parte como Deus determinou. Todos deveriam participar. Haveria um momento para gritar e outro para correr. Desse modo Jericó seria dada àqueles que obedecem a Deus com atenção.
Como o Senhor havia prometido, a ação poderosa de Deus sobre os fundamentos da cidade deslocou as pedras da grande muralha, até que tudo veio abaixo (Js 6.20,21). Isso não aconteceu de forma natural! Foi o cumprimento da promessa divina, conforme Deuteronômio 20.4: "pois o SENHOR, vosso Deus, é o que vai convosco, a pelejar contra os vossos inimigos, para salvar-vos".
2. O povo toma posse da cidade (Js 6.20). O povo de Deus movido por genuína fé, adentra pela cidade com coragem e ousadia. A ordem do Senhor era que tudo fosse destruído e queimado, porque tudo o que ali havia era anátema perante o Senhor (Js 6.17,18; 7.1). Somente a prata, o ouro e os vasos de metal e ferro deveriam ser reservados para o tesouro da Casa do Senhor.
3. Josué ordena o resgate de Raabe e sua família (Js 6.17,25). "Assim, deu Josué vida à prostituta Raabe, e à família de seu pai, e a tudo quanto tinha". Esta mulher pagã, mas que creu no Senhor, tornou-se um tipo do crente. Ela deu ouvidos à advertência, acreditou na promessa, evangelizou e tornou-se membro da "grande nuvem de testemunhas" (Hb 12.31). Raabe tornou-se uma pessoa muito especial, porque, depois de ter constituído um piedoso lar com Salmom, e ter gerado a Boaz (Rt 4.21), bisavô de Davi, passou a integrar a genealogia de Davi e de Jesus (Mt 1.5,6).Josué e o povo obedeceram irrestritamente a Deus, contornando a cidade de Jericó várias vezes até o momento de os muros ruírem e a fortaleza ser conquistada.

Jericó e sua impiedade representam as forças do mal. A Bíblia afirma que o Senhor tem dado à sua Igreja armas poderosas para destruir as fortalezas (2 Co 10.4). A Igreja de Cristo, a exemplo de Israel, está cercada de inimigos, mas todos eles perderão a batalha se soubermos usar nossas armas espirituais (Ef 6.10-13).


            A evidência de Jericó(ARQUEOLOGIA)

O arqueólogo B. Wood tem demonstrado que uma vez que a destruição esteja corretamente datada, a evidência arqueológica se harmoniza perfeitamente com o registro bíblico:
1) A cidade era extremamente fortificada no período da Idade do Bronze I, o tempo da conquista de acordo com a cronologia bíblica (Js 2.5,7,15; 6.5,20).
2) A cidade foi maciçamente destruída pelo fogo (Js 6.24).
3) Os muros de fortificação caíram ao mesmo tempo em que a cidade foi destruída, possivelmente por uma atividade sísmica (Js 6.20).
4) A destruição ocorreu no tempo da colheita da primavera, conforme indicado por grandes quantidades de grãos estocados na cidade (Js 2.6; 3.15; 5.10).
5) O ataque a Jericó foi breve, uma vez que o grão estocado na cidade não foi consumido (Js 6.15,20).
6) Os grãos não foram saqueados, como era usualmente na antiguidade, de acordo com a ordem divina (Js 6.17,18).
7) Os habitantes não tiveram nenhuma oportunidade de fugir com os produtos alimentícios (Js 6.1).
8) Jericó ficou abandonada por um período seguinte a destruição, de acordo com a maldição de Josué (Js 6.26)".
(PRICE, R. Arqueologia bíblica. 5.ed., RJ: CPAD, 2006, p.134.)

"Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias" (Hb 11.30). A fé não busca a lógica da razão humana. A razão desconhece as razões da fé. Para os habitantes e soldados de Jericó, diante daquele muro intransponível estava apenas um grupo de estrangeiros ou beduínos à procura de uma batalha inglória. Quase é possível ouvi-los zombando daqueles sem-terra, com chifres de carneiro no lugar de uma lança; com uma caixa de ouro em vez de carros de guerra. Porém, a fé não necessita de forças bélicas; não suplica por armamento, mas por obediência e ousadia no Senhor. Ao toque da buzina, um abalo sísmico talvez, porém pouco importa os meios, os muros da grande cidade ruíram. Esta é a lógica da fé: O impossível se torna possível quando estamos na relação certa com Deus.



 A maldição do pecado

    Josué 7.1,5-7,11,12.

1 - E prevaricaram os filhos de Israel no anátema; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.
5 - E os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis, e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.
6 - Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças.
7 - E disse Josué: Ah! Senhor JEOVÁ! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão.
11 - Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também, furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram.
12 - Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos, porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós.

Pecado: Tudo o que é contrário ao que Deus quer (sua vontade) e ao que o Senhor disse (sua Palavra).

O capítulo sete do Livro de Josué narra o fracasso de Israel em sua primeira investida contra Ai (vv.1-5), a desoladora oração de Josué (vv.7-9), a resposta e orientação do Senhor (vv.10-15), e a confissão e o julgamento de Acã (vv.16-26).
Nesta lição, aprenderemos que o pecado de apenas um homem pode afetar uma nação inteira, trazendo culpa, tristeza, fracasso e derrota.

I - O PECADO DE UM AFETOU A TODOS

1. A ordem divina para Israel (Js 6.17,18). Deus havia advertido a Israel que ninguém poderia lançar mão dos despojos de Jericó, pois haviam sido declarados "anátemas" pelo Senhor: "Porém a cidade será anátema ao SENHOR, ela e tudo quanto houver nela" (v.17). O termo anátema ou interdito significa "coisa consagrada ou interditada". Trata-se de objeto consagrado incondicionalmente a Deus, e proibido para uso ou apropriação do homem (Lv 27.28). O anátema, às vezes, tinha de ser queimado ou totalmente destruído. Se o anátema era consagrado ao Senhor, tornava-se maldição para os que se apropriassem ou dele se utilizassem. Foi justamente o que aconteceu com Acã. Ele se apossou indevidamente daquilo que era exclusivo do Senhor. A ganância de Acã levou toda uma nação ao pecado e sofrer uma humilhante derrota diante do exército de Ai. De igual modo, o crente em Jesus deve afastar-se do pecado e das coisas que prejudicam sua comunhão com Deus e maculam, direta ou indiretamente, a Igreja de Cristo.
2. O pecado de Acã (Js 7.1). Acã era descendente de Judá, membro da tribo da qual nasceria Davi e Jesus. No hebraico, seu nome significa "perturbação", sentido apropriado para aquele que "turbou" a Israel e foi "turbado" pelo Senhor (v.25).
Dominado pela avareza e ambição, Acã apropriou-se de alguns utensílios declarados anátemas: uma capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro (v.21). Seu pecado resultou em graves consequências para a família de Acã e para toda a nação israelita (vv.5,25). Isto é, trouxe "perturbações" coletivas. Tenhamos, pois, cuidado com nossa vida espiritual, a fim de que nossos pecados não sirvam de escândalo e estorvo para toda a comunidade cristã (Mt 18.6-9).
3. O caráter coletivo do pecado de Acã. Como dissemos acima, o pecado de Acã prejudicou todo o povo de Israel. Precisamos ver o pecado como Deus o vê: maldito, repulsivo, virulento e destruidor. "Todo pecado é iniquidade" (1 Jo 3.4).
A Igreja é um corpo com muitos membros, isto é, nela há um só tempo, unidade e diversidade (1 Co 12.12-27). Um crente pode vir a pecar contra si mesmo e também contra a congregação a qual ele está vinculado. Todo o Israel foi castigado em consequência do pecado de Acã: "Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado e até tomaram do anátema, e também furtaram [...] Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos [...]" (vv.11,12).
4. A lição do pecado de Acã. Josué 7.1 afirma que "a ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel". Isso significa que, embora Deus ame o pecador, não suporta o pecado. Sua santidade e justiça reagem vigorosamente contra ele. A Palavra de Deus ensina-nos que esta ira se manifesta do céu "sobre toda impiedade e injustiça dos homens" (Rm 1.18).
A Bíblia assevera-nos que pela desobediência de "um só homem" (Adão), todos "foram feitos pecadores"; como também "pela obediência de um, (Cristo), muitos serão feitos justos" (Rm 5.17-19). O pecado produz a morte, mas o poder do sacrifício de Cristo produz a vida eterna (Rm 5.21; Jo 3.16).
Anátema significa "coisa consagrada ou interditada". Trata-se de objeto consagrado a Deus, e proibido para uso ou apropriação do homem.

II - A HUMILHANTE DERROTA DE ISRAEL

1. Josué é surpreendido pela derrota (Js 7.3-5). Quando Josué enviou alguns espias à cidade de Ai, nada sabia sobre o pecado de Acã. Aqueles homens fizeram com que o grande líder de Israel acreditasse que seria muito fácil vencer aquele povo. Nem precisariam dispor de grande quantidade de soldados. Josué confiou integralmente no relatório de suas sentinelas, e enviou para o combate apenas uns três mil homens. Todavia, para surpresa dos israelitas, o exército de Ai resistiu bravamente, fazendo com que Israel batesse em retirada.
A notícia de que trinta e seis soldados haviam sido mortos naquele dia, trouxe desespero e perplexidade ao povo. "O coração do povo se derreteu e se tornou como água" (v.5). A razão da derrota estava no pecado oculto. Somente Deus sabia da desobediência de Acã. Quem esconde seus pecados não desfruta da ajuda e proteção divinas, e, consequentemente, não resiste aos inimigos.
Nada fica oculto aos olhos do Senhor. Ele é onisciente (Sl 139.1-6), onipresente (Sl 139.7-12) e onipotente (Sl 139.13-18).
2. Josué clama a Deus (Js 7.6-9). Josué não podia compreender o que estava acontecendo! Após extraordinária vitória contra Jericó, nada poderia explicar o desbaratamento de suas tropas diante daquele pequeno exército. Haveria algo de errado com suas estratégias? Deveria ter enviado uma quantidade maior de soldados? Seria melhor se tivessem ficado dalém do Jordão? Por que Deus não os assistira? Na condição de eficiente líder, Josué sentiu o peso da responsabilidade, e pôs-se a interceder humildemente por Israel. A Palavra afirma que ele "rasgou suas vestes e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre suas cabeças" (v.6).
Em nossas derrotas, fracassos, prejuízos e outros sofrimentos, devemos buscar ao Senhor, e suplicar a sua direção e socorro. Assim como Josué e seus líderes, devemos nos humilhar para que possamos ouvir a voz do Senhor.
Josué ficara desanimado e deprimido com aquela derrota, mas o Senhor concedeu-lhe direção e novo ânimo: "Levanta-te!" (v.10).
3. O pecado oculto é descoberto (Js 7.14,15). A maneira pela qual as tribos das famílias foram selecionadas não está revelada. O povo de Israel costumava "lançar sortes" (Js 18.10; Nm 33.54; Jz 1.3), através de pedras ou do "Urim e Tumim" (Êx 28.30). Era dessa forma que as escolhas eram feitas e as decisões mais importantes tomadas, sob a direção do Senhor: "A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a sua disposição" (Pv 16.33; At 1.26).
Como vemos nesse episódio, tribos e famílias foram sendo apresentadas até que se chegou à pessoa em pecado, envolvida diretamente com o anátema (v.14). Todos tiveram a oportunidade de refletir sobre a gravidade daquele pecado. Até então, Acã não havia confessado sua transgressão nem demonstrado qualquer resquício de arrependimento (v.21). Quando chegou a vez de sua tribo e família (vv.17-20), não havia mais como esconder-se. Teve ele de confessar e assumir, juntamente com toda sua família, a terrível consequência de seu pecado. Foram sentenciados com a morte (Js 7.22-26).

Lançavam-se sortes com intuito de que o Senhor, por meio delas, decidisse as questões mais importantes do povo (Pv 16.33).



O final dessa história é sinistro! "O salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Acã foi morto com toda sua família e todos os seus bens destruídos pelo fogo. Os israelitas que conquistaram a Jericó jamais deveriam sucumbir à tentação do anátema, mas vencê-la com fé e heroísmo. Assim também o cristão, não deve ceder à tentação das riquezas deste mundo, mas seguir fielmente em direção à Terra Prometida.


"O pecado de Acã (v.1).  A história de Acã é uma notificação clara de que ele, entre todos os milhares de Israel, foi o único delinquente nessa questão. Era fácil sugerir que era uma pena ver tantas coisas valiosas sendo queimadas. Qual a finalidade desse desperdício? Embora Acã fosse a única pessoa que tivesse pecado, lemos que foram os filhos de Israel que prevaricaram, porque alguém do corpo havia prevaricado, e ele ainda não havia sido separado deles, nem repudiado por eles. Eles cometeram pecado, isto é, pelo que Acã fez, a culpa foi colocada sobre toda a sociedade da qual ele era membro. Isso deve ser uma advertência para nós. Precisamos tomar cuidado com nossos próprios pecados, para que não acabemos sendo contaminados ou prejudicados (Hb 12.15), a fim de acautelar-nos da comunhão com pecadores e da aliança com eles, para que não compartilhemos da sua culpa. Muitos negociantes acabaram falindo por causa de um sócio desleixado. Precisamos cuidar uns dos outros para que o pecado seja evitado, porque os pecados dos outros podem resultar em nosso dano".(Comentário Bíblico de Matthew Henry: Antigo Testamento.)

O pecado é a mais grave e crônica doença espiritual que assola o homem (Sl 51.5). Ele acompanhará o homem até a morte. Está presente nos liceus dos filósofos, na confraria dos religiosos, no palácio dos reis, na caserna do soldado, no iglu mais remoto do planeta, na oca mais oculta da selva, na mansão dos famosos e nas igrejas dos santos - todos "vendidos sob o pecado" (Rm 7.14; 3.23). Sua presença é inescapável: "Quem me livrará do corpo desta morte" (Rm 7.24), bradava o apóstolo. Todavia, Deus enviou-nos o antídoto contra o vil pecado: Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que remove o pecado e sara o homem de suas mazelas (Jo 1.29). Se queres ser livre da maldição do pecado, entregue sua vida a Jesus Cristo e o aceite como único e suficiente Salvador pessoal.



Da derrota à vitória


Josué 8.1-7.

1 - Então, disse o SENHOR a Josué: Não temas e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, e sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra.
2 - Farás, pois, a Ai e a seu rei como fizeste a Jericó e a seu rei, salvo que para vós saqueareis os seus despojos e o seu gado; põem emboscadas à cidade, por detrás dela.
3 - Então, Josué levantou-se, e toda a gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta mil homens valentes e valorosos e enviou-os de noite.
4 - E deu-lhes ordem, dizendo: Olhai, poreis emboscadas à cidade, por detrás da cidade; não vos alongueis muito da cidade; e todos vós estareis apercebidos.
5 - Porém eu e todo o povo que está comigo nos achegaremos à cidade; e será que, quando nos saírem ao encontro, como dantes, fugiremos diante deles.
6 - Deixai-os, pois, sair atrás de nós, até que os tiremos da cidade; porque dirão: Fogem diante de nós, como dantes. Assim, fugiremos diante deles.
7 - Então, saireis vós da emboscada e tomareis a cidade; porque o SENHOR, vosso Deus, vo-la dará na vossa mão.


Estratégia: Arte militar de escolher onde, quando e com que travar um combate ou uma batalha.

Em consequência da derrota dos israelitas em Ai, por causa do pecado de Acã, Josué ficou desanimado, e o povo sentiu-se como que abandonado por Deus. Todavia, aquela amarga experiência serviu-lhes de lição: não deveriam, jamais, permitir que a soberba invadisse seus corações. Não teriam novas vitórias se ignorassem o Senhor na execução dos propósitos divinos.
Nesta lição, iremos considerar alguns aspectos essenciais da tomada de Ai para entendermos que Deus jamais abandona seus filhos.

I - JOSUÉ REANIMADO POR DEUS (Js 8.1-17)

1. O Senhor assume o comando da conquista (Js 8.1). A Bíblia afirma claramente: "Então, disse o SENHOR a Josué...". Aqui vemos que Deus não usou palavras subjetivas, nem se utilizou de algum profeta para falar a seu servo, mas comunicou-se de forma direta e objetiva com Josué.
Josué era o líder que Moisés havia preparado, e Deus o aceitara sem reservas. Contudo, num momento de fraqueza, aquele fiel servo do Senhor, decidiu confiar em suas próprias forças, investindo contra o inimigo em Ai sem a ordem expressa do Eterno. Resultado: Israel teve de bater em retirada diante daquela insignificante cidade.
Josué aprendeu que, seja qual for o embate, a vitória vem do Senhor dos Exércitos.
2. O Senhor restaura a confiança de Josué (Js 8.1). As derrotas que experimentamos na vida nos ensinam a depender sempre de Deus (Rm 8.37). Josué ficara desolado com aquele acontecimento. Ele sabia que a partir daquele momento sua liderança poderia enfraquecer-se. Não colocar Deus em primeiro lugar foi um grande erro, uma vez que era o Senhor quem operara todas aquelas maravilhas perante o povo.
Embora Josué não fosse o responsável direto pela derrota de Israel, teve sua parcela de culpa: mobilizou o exército antes de ter removido o pecado do meio do povo. O Senhor não mais protegeria Israel até que o pecado fosse confessado e o povo voltasse a obedecer-lhe sem reservas.
3. Deus dá a estratégia da conquista (Js 8.2-8). Após ouvir as palavras do Senhor, Josué recuperou o ânimo e logo entrou em ação para a conquista de Ai (vv.9-13). Sem discutirmos os detalhes do estratagema que Josué empregou para surpreender o inimigo, devemos levar em conta que a estratégia foi do Senhor e não da experiência de Josué (vv.3-8). Em nossas batalhas contra Satanás, a estratégia da vitória é aquela que o Senhor revela em Sua Palavra (Ef 6.11-18).

O Senhor reanimou a Josué assumindo o comando da conquista, restaurando-lhe a confiança e a estratégia da batalha.

II - JOSUÉ ENTRA EM AÇÃO

1. A estratégia da conquista (Js 8.9-13). Durante a noite, Josué enviou um grupo de soldados para o oeste de Ai, a fim de aguardar o momento do ataque. Na manhã seguinte, levou um segundo grupo para o norte da cidade. Quando o exército de Ai atacou os israelitas que se encontravam à frente, dispersaram-se estes, a fim de iludir o inimigo. Enquanto isto, os que já aguardavam o sinal de Josué (v.18), estrategicamnte entraram na cidade e a queimaram. Vitória completa, resolvido o caso do pecado escondido de Acã.
2. O Senhor assegurou a Josué a vitória (Js 8.18-27). A garantia da vitória contra Ai teve como sinal a "lança de Josué" "Porque Josué não retirou a sua mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores de Ai" (v.26). Era uma demonstração de que Deus estaria no controle até conceder-lhes a vitória completa. Este episódio faz-nos lembrar de Moisés que, com as mãos erguidas, levou o povo ao triunfo diante dos exércitos de Amaleque (Êx 17.11-13).

Durante a noite, Josué enviou um pelotão de 30 mil homens para atacar a cidade de Ai por detrás. Na manhã seguinte, um outro pelotão distraía o exército inimigo, enquanto o primeiro atacava a cidade.

III - OS MEMORIAIS NO VALE DE ACOR E DO MONTE EBAL

1. O memorial no vale de Acor (Js 7.26). Acor significa "desgraça" ou "tribulação". O vale recebeu tal nome em memória do trágico incidente que atingiu toda a nação de Israel: o pecado de Acã (Js 7.24). Ali, Acã e sua família foram mortos e sepultados sob um monte de pedras: "E levantaram sobre ele um grande montão de pedras [...] assim o SENHOR se tornou do ardor da sua ira; pelo que se chamou o nome daquele lugar o vale de Acor" (v.26). Muito tempo depois, em uma profecia de Oséias, Deus fez menção a esse vale como uma "porta de esperança" para Israel (Os 2.14,15).
2. O memorial do monte Ebal (Js 8.30,31). Ebal era um monte pedregoso que ficava de frente para o monte Gerizim (Dt 27.4,12,13). Foi lá que Josué, após a conquista de Jericó e Ai, erigiu um altar ao Senhor com pedras inteiras, não lavradas, conforme a instrução do Senhor (vv.30,31). O altar foi levantado para que nele fossem oferecidos holocaustos e sacrifícios pacíficos.
Era um memorial temporário, pois Israel não permaneceu neste lugar por muito tempo. Todavia, enquanto ali estivesse deveria lembrar-se de que Deus não pode ser preterido em nenhum momento de nossa vida.
3. O altar e a cópia da Lei em pedras (Js 8.31). O altar erigido ao Senhor teve um significado especial. Além de servir como "um memorial", deveria ser feito com pedras toscas, inteiras, sem serem lavradas, conforme Êxodo 20.25: "E, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás". Esse era o modo de adoração que Deus requeria do seu povo: simples, natural, sem inovações humanas.
Josué entendeu que a lei de Moisés deveria ser preservada, por isso esculpiu-a em tábuas de pedra perante os anciãos do povo, príncipes, juízes e sacerdotes que levavam sobre os ombros a Arca do Senhor (v.32). Ao final do trabalho, Josué "leu em alta voz todas as palavras da lei, a bênção e a maldição, conforme tudo o que está escrito no livro da Lei" (v.34). Josué queria que todos soubessem que a partir daquele momento nada faria sem que o Senhor fosse consultado.

Foram construídos dois memoriais, um no vale de Acor e outro no monte Ebal. O primeiro lembrava o pecado de Acã, e o segundo a vitória de Israel - a maldição do pecado e a bênção da obediência.

A edificação de um altar ao Senhor no monte Ebal e a leitura da Lei perante o povo (v.34), demonstraram que para Israel continuar recebendo as bênçãos divinas, deveria dedicar-se a Deus com fé, amor e obediência à Palavra de Deus. A fé nas promessas do Altíssimo, evidenciada no altar da expiação e nos mandamentos, era essencial para a manutenção de um relacionamento pactual com Deus.

"A Batalha de Ai. Durante a noite, Josué enviou um grupo de soldados para o oeste de Ai, a fim de aguardar o momento do ataque. Na manhã seguinte, levou um segundo grupo para o norte da cidade. Quando o exército de Ai atacou, os israelitas que se encontravam na frente dispersaram-se, apenas para distrair o inimigo, enquanto os homens que aguardavam em uma emboscada entraram na cidade e a queimaram.
Por que Deus permitiu que os israelitas tomassem para si o despojo capturado desta vez? As leis de Israel para a posse dos espólios de guerra cobriam duas situações: (1) cidades como Jericó que estavam debaixo da proibição de Deus (julgamento pela idolatria) não poderiam ser saqueadas (Dt 20.16-18). O povo de Deus precisava ser santo e separado de toda influência idolátrica; e (2) a distribuição dos bens capturados das cidades que não estavam debaixo da proibição fazia parte da guerra. Ela provia ao exército e à nação a comida, rebanhos e armas necessários para o sustento dos tempos de guerra".(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2004, p.287.)

O Senhor nosso Deus é o único capaz de transformar o vale de Acor em vale de esperança (Js 7.26; Os 2.14,15). O vale de Acor, literalmente, o "vale da desgraça e da tribulação" é símbolo da cobiça, egoísmo, soberba e materialismo de Acã. Também representa a tristeza e angústia que assolam a vida humana. É o vale da solidão, da tristeza, da ira, e da desesperança. Semelhante a Ai, é uma intrigante ilustração da "ruína" e do "monturo". Todavia, a vontade do Senhor é transformar o vale da perturbação em "porta de esperança", tristeza em alegria, o fracasso em vitória e o pecado em santidade. Seja submisso à Palavra de Deus e permita que o Senhor transforme o vale de Acor em "Porta da Esperança".


 O perigo do ardil gibeonita

Josué 9.1-6,15,16.

1 - E sucedeu que, ouvindo isso todos os reis que estavam daquém do Jordão, nas montanhas, e nas campinas, e em toda a costa do grande mar, e em frente do Líbano, os heteus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus,
2 - se ajuntaram eles de comum acordo, para pelejar contra Josué e contra Israel.
3 - E os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai,
4 - usaram também de astúcia, e foram, e se fingiram embaixadores, e tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados;
5 - e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento.
6 - E vieram a Josué, ao arraial, a Gilgal e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel: Vimos de uma terra distante; fazei, pois, agora concerto conosco.
15 - E Josué fez paz com eles e fez um concerto com eles, que lhes daria a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento.
16 - E sucedeu que, ao fim de três dias, depois de fazerem concerto com eles, ouviram que eram seus vizinhos e que moravam no meio deles.


Ardil: Artifício usado para enganar, iludir, disfarçar e esconder as verdadeiras intenções.

Ao tomarem conhecimento das vitórias de Israel sobre Jericó e Ai, os reis que estavam daquém do Jordão ficaram apavorados e inseguros com o que lhes poderia acontecer. Foi então que decidiram formar uma espécie de confederação para pelejar contra Israel (vv.1,2). Todavia, os moradores de Gibeão, com medo e grande astúcia, anteciparam-se, propondo a Israel uma aliança que lhes preservasse a vida.
Nesta lição falaremos sobre o perigo do engano e da falsa aparência no meio do povo de Deus.

I - A CONFEDERAÇÃO DOS REIS DE CANAÃ (9.1,2)

1. O pavor e a reação dos reis cananeus. Até aqui, nas batalhas de Israel, os reis de Canaã estavam apenas na defensiva. Mas agora resolveram fazer uma coligação a fim de passarem ao ataque ante ao avanço dos israelitas: "Se ajuntaram eles de comum acordo, para pelejar..." (v.2). Esses inimigos do povo de Deus estavam prontos para superar suas diferenças pessoais e unirem-se para resistir ao avanço do povo de Deus. Contudo, não houve por parte de Josué qualquer temor, pois ele estava convicto de que o Senhor o livraria das mãos daqueles ímpios: "Toda ferramenta preparada contra ti não prosperará; e toda língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás" (Is 54.17).
2. O respeito pelo nome de Josué. Quando ouviram falar das conquistas de Israel sob a liderança de Josué, e da devoção dos israelitas a um Deus pessoal e poderoso, e invencível, aqueles pequenos monarcas somente viam sua esmagadora derrota. Josué tornara-se um líder e estrategista, reconhecido com temor em toda a terra de Canaã. Josué sabia, e disso não poderia esquecer de que quem estava à sua frente era o grande Deus de Israel, o Senhor dos Exércitos.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A Bíblia menciona sete raças que habitavam a terra de Canaã: os amorreus, cananeus, ferezeus, girgaseus, heteus, heveus e jebuseus.

II – O ARDIL DOS GIBEONITAS (9.3-15)

1. O perigo da astúcia do inimigo. Usar de ardil é o mesmo que seduzir, ludibriar ou enganar alguém. É uma manobra ardilosa com intuito de induzir alguém ao erro. Entre aqueles que se ajuntaram para pelejar contra Israel, encontravam-se os gibeonitas, conhecidos como heveus (9.1,7), um dos povos mencionados pelo Senhor para ser lançado fora da terra prometida (Dt 7.1-6). Esta foi uma ordem divina que deveria ser cumprida cabalmente. Entretanto, enganado, Israel fez um acordo com os inimigos. A Palavra de Deus adverte-nos enfaticamente: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé” (1 Pe 5.8,9). Nosso campo de batalha é invisível e espiritual. Portanto, devemos estar vigilantes quanto às sutis investidas de Satanás contra a nossa vida cristã.
2. Os ardis ocultam males destruidores (9.3,4). Embora a cidade dos gibeonitas fosse maior do que Ai e seu exército ter grandes guerreiros (10.2), sabiam perfeitamente que jamais derrotariam Israel. Então, a única alternativa era dolorosamente esconderem sua identidade e tentar um concerto com os israelitas.
A Bíblia conta-nos que os heveus fizeram parte de algumas nações que viveram entre os israelitas para, com a permissão divina, provarem a fidelidade de Israel diante do Senhor (Jz 3.1-3). A Igreja de Cristo está no mundo, e vive entre os que não pertencem ao povo de Deus. Estes, às vezes, costumam se instalar no seio da igreja, com fingimento e hipocrisia (1 Jo 1.5-7).
3. A estratégia dolosa dos gibeonitas (9.4,5). “Tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento". Eles queriam dar a impressão de estarem vindo de uma terra distante, quando, na verdade, moravam em Gibeão, cidade bem próxima do acampamento de Israel.
É óbvio que os gibeonitas assim fizeram por medo, pois sabiam que todos os povos cananeus seriam expulsos daquelas terras, ou totalmente destruídos (Êx 23.31-33).
É bem verdade que eles queriam estar em paz com o povo de Deus (Js 9.4-6,8,11), fazendo uma aliança que lhes garantisse a terra e a liberdade. Todavia, para alcançarem esse objetivo, usaram de artimanha e trapaça.
Josué e os príncipes de Israel só descobriram que haviam sido enganados, três dias depois de feito o pacto (v.16).
4. O perigo da convivência com o engano. Após ter feito um acordo de paz com os gibeonitas, Israel teve de aceitar o "fermento que já estava na massa". Paulo exortou a igreja de Corinto dizendo: "Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?" (1 Co 5.6). Josué, como líder, falhou por não pedir conselho à boca do Senhor (Js 9.14). Os que dirigem a obra do Senhor jamais devem agir por conta própria nos assuntos e trabalhos da igreja, como é o caso da Escola Dominical. Agir por livre-vontade é deixar de "andar no Espírito" para seguir os ditames da carne (Gl 5.16,25).

Ardil é o mesmo que seduzir, ludibriar ou enganar alguém astuciosamente.

III - A FARSA DESCOBERTA (9.16-22)

1. Israel descobre o erro cometido (9.16). As artimanhas e o engano têm vida curta. Ao fim de três dias, a verdade foi conhecida. Aquele povo, que dizia ter vindo de terras distantes, era vizinho de Israel e morava em três cidades conhecidas como Cefira, Beerote, e Quiriate-Jearim (v.17). Eles também aprenderam que a paz que se fundamenta na desonestidade não tem qualquer firmeza nem continuidade.
Os israelitas ficaram grandemente perturbados, a tal ponto que toda a congregação murmurava contra os príncipes (v.18). Sem dúvida, agora eles teriam de arcar com as consequências desse terrível erro: haviam feito um acordo com os cananeus, e não podiam feri-los em função do juramento que fizeram ao Senhor, Deus de Israel.
2. Josué teve de honrar o acordo com os enganadores (9.18-20). Não havia como recuar! Ele não podia invalidar o pacto feito em nome do Senhor (v.15), pois a quebra de um juramento constituía uma grave transgressão. Por isso, fez o que parecia "bom e reto" (v.25). Primeiramente, libertou-os da morte (v.26). Depois, fez com que os gibeonitas se tornassem seus servidores. Eles seriam "rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor" (v.27), uma atividade que estava ligada a adoração do Tabernáculo. Isso nos encoraja a não negligenciarmos as nossas promessas.
3. Os gibeonitas atuais na igreja. Estamos atravessando dias difíceis e trabalhosos em que "espíritos enganadores" têm entrado no seio da igreja (1 Tm 4.1) para difundir o erro, confundindo e distraindo o povo de Deus para estacionarem no caminho da fé e, por fim, se desviarem. Precisamos vigiar! Muitos se apresentam como líderes, pregadores e ensinadores, mas, na verdade, não passam de falsários, promotores do engano, da confusão e da discórdia. Estes têm trazido para a Igreja toda sorte de contaminação, por meio de ensinos heréticos, falsa unção, pseudo-espiritualidade e costumes mundanos. Utilizam-se de todo tipo de trapaça a fim de ludibriar o povo de Deus (Tt 1.16).

Depois da farsa descoberta, os gibeonitas tiveram que servir como "rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor"
A grande lição desta história bíblica dos gibeonitas é que precisamos estar atentos, vigilantes e dependentes da direção divina, para evitarmos erros e males como os que Josué e Israel cometeram. Satanás sempre usará de artifícios para enganar o povo de Deus, com o intuito de impedi-lo de chegar à "Terra Prometida". Vigiemos, pois, em todo o tempo, na dependência do Senhor.


"A campanha em direção ao sul. Ao ficar claro que Josué havia ferido o norte de Canaã a partir do sul, e que efetivamente instalara a nação de Israel na região monta¬nhosa central, os cananeus e outras populações decidiram pôr de lado as diferenças e formar uma só defesa contra Israel. Os heveus (horitas ou hurrianos?) de Gibeão (el-Jîb), situados apenas a onze quilômetros ao sul de Betel, ficaram tão apavorados em face do que acontecera a Jericó e a Ai que tentaram uma ação diplomática ao invés de militar. Disfarçados de viajantes que vinham de muito longe, uma delegação de Gibeão foi a Gilgal - agora acampamento de Israel - e persuadiu Josué a assinar um pacto de não agressão contra eles. O acordo requeria que o povo servisse a Israel como escravos (Dt 20.11; Js 9.15, 21,27), uma condição que embora indesejável, era definitivamente melhor que a morte. É claro que os gibeonitas eram alvos do herem, juntamente com os demais cananeus, e por isso deveriam ser destruídos (Dt 20.16,17; Js 9.24). Em vez disso, despercebido como estava Josué, o pacto teve de vigorar, e os gibeonitas com seus amigos heveus de Quefira (Tel Kefireh), Beerote (Nebi Samwil?) e Quiriate-Jearim (Qiryat Ye'arim) conseguiram sobreviver, e todas as vilas que ficavam nos oito quilômetros de Gibeão foram permitidas viver".(MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2001, pp.l12-3.)

Somos desafiados à prudência. Jesus nos admoesta a respeito da cautela diante do mundo (Mt 10.16). O propósito divino é que sejamos puros, santos e humildes. Contudo, nenhuma dessas virtudes espirituais elimina o comedimento, a precaução e a sensatez dos filhos de Deus. Os servos do Senhor cultivam a ingenuidade, mas não a tolice (Pv 1.22); a candura no lugar da malícia; a piedade em vez da profanação. O cristão que ama a Deus e obedece às santas Escrituras não se torna refém do crédito fácil, da mentira, injustiça e toda sorte de mazelas e perturbações que afligem a alma do incauto. Ele procede com prudência, galhardia, moderação e segurança. Tudo o que promete, cumpre. Tudo que compra, paga. Andemos com prudência e temor ao nome do Senhor para que em tudo o nosso Senhor seja glorificado.



 O Senhor peleja por seu povo


Josué 10.6-8,12-14.

6 - Enviaram, pois, os homens de Gibeão a Josué ao arraial de Gilgal, dizendo: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, porquanto todos os reis dos amorreus que habitam na montanha se ajuntaram contra nós.
7 - Então, subiu Josué de Gilgal, ele e toda a gente de guerra com ele e todos os valentes e valorosos.
8 - E o SENHOR disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles parará diante de ti.
12 - Então, Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse aos olhos dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu lua, no vale de Aijalom.
13 - E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isso não está escrito no Livro do Reto? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
14 - E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR, assim, a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel.

ALGUNS MILAGRES DO AT

Curas
O leproso Naamã
O rei Ezequias
De Jeroboão
2 Rs 5.10-14
2 Rs 20.1-7
1 Rs 13.6

Poder sobre a natureza
Passagem pelo Mar Vermelho
Passagem pelo Rio Jordão
O dia prolongado
Êx 14.15-26
Js 3.1-17
Js 10.12-15

Ressurreição dos mortos
O filho da viúva de Sarepta
O filho da sunamita
De um homem
1 Rs 17.20-24
2 Rs 4.32-36
2 Rs 13.21


Milagre: Intervenção e ação divina que independe das leis físicas e do fluxo da história.

Nesta lição, aprenderemos que Deus se utiliza de meios naturais e sobrenaturais para dar vitória ao seu povo em suas lutas.
Às vezes, é necessário que portentosos milagres sejam realizados a fim de que o Senhor cumpra o seu plano e propósito na vida do crente. Todavia, o Senhor somente intervirá se formos plenamente obedientes à sua santa vontade.

I - AS VITÓRIAS DE ISRAEL AO SUL DA PALESTINA (Js 10)

Preocupados com o acordo de paz entre Israel e os moradores de Gibeão, cinco reis dos amorreus uniram-se numa confederação contra os gibeonitas (10.1-5). Estes, reconhecendo o enorme risco que corriam, pediram socorro a Josué: "sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos" (v.6).
1. Josué socorre os gibeonitas (Js 10.6). Os gibeonitas enfrentaram uma situação muito difícil, porém, com sabedoria. Sem qualquer receio, manifestaram sua necessidade de ajuda, e uma autêntica fé em Deus, considerando-o como aquele que tem mais poder que todos os reis e demais chefes juntos.
A resposta de Josué foi imediata: reuniu seu exército e partiu em socorro de Gibeão (v.7). Ele tinha certeza de que o Senhor dos Exércitos estava com ele: "E o Senhor disse a Josué: não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles parará diante de ti" (v.8). Josué e seus valentes saíram de Gilgal e caminharam durante toda a noite, cerca de trinta e dois quilômetros a oeste de onde estavam (v.9). Após uma renhida batalha, os amorreus fugiram, mas Israel os perseguiu (v.10). Josué estava consciente de que a experiência e a coragem de seus homens não eram suficientes. Porém, sua certeza de vitória era a mesma do profeta Jeremias: "O SENHOR está comigo como um valente terrível; por isso, tropeçarão os meus perseguidores e não prevalecerão" (Jr 20.11).
2. Deus peleja a favor de seu povo (Js 10.10,11). Deus interveio, intervém e sempre intervirá a favor do seu povo (Is 42.13). O Senhor não permitiu que os inimigos de Israel escapassem com vida. No momento em que fugiam à descida de Bete-Horom, o Todo-Poderoso surpreendeu-os, lançando sobre eles, do céu, grandes pedras de gelo. "E foram muito mais os que morreram das pedras da saraiva do que os filhos de Israel mataram à espada" (v.11).
Aquela batalha era do Senhor! Cumpriu-se, então, o que o salmista cantaria no futuro: "Àquele que feriu os grandes reis; porque a sua benignidade é para sempre" (Sl 136.17).

Josué socorreu prontamente os gibeonitas contra a confederação cananéia e Deus operou um grande milagre.

II - O DIA MAIS LONGO DA HISTÓRIA (Js 10.12 14)

1. A discussão leviana dos críticos da Bíblia. Os milagres bíblicos sempre foram alvos de severas críticas dos tolos. Há os que crêem piamente nas intervenções sobrenaturais de Deus como fatos verídicos e históricos. Mas, também há os que as negam, terminantemente, atribuindo aos milagres um caráter lendário ou mítico. Entre os milagres divinos mais criticados estão: a passagem de Israel pelo Mar Vermelho (Êx 14.15-31); a provisão do maná durante 40 anos (Êx 16.35); a água que jorrou da rocha em Horebe (Êx 17.6); o machado que flutuou (2 Rs 6.5-7); a saraivada sobre os reis fugitivos (Js 10.11) e o extraordinário "dia longo", o mais criticado (Js 10.12-15).
Alguns teólogos incrédulos têm interpretado o milagre do "dia longo" como uma "hipérbole poética". Outros consideram a possibilidade de um eclipse. E, há ainda, os que costumam relacionar esse acontecimento a presságios místicos e astrológicos sobre o sol e a lua, algo comum entre os antigos povos do Oriente Médio.
Na tentativa de rejeitarem a ação sobrenatural de Deus nesse episódio, alguns chegam a dizer que um cometa passou bem perto da Terra, diminuindo sua rotação, e assim, prolongando a claridade do dia. Todavia, essas explicações racionalistas não explicam convincentemente este grande acontecimento.
Os milagres bíblicos não necessitam de provas científicas que os tornem verdadeiros. A inspiração e a autoridade da Escritura são suficientes para crermos em sua realidade.
2. O "dia prolongado" é um fato incontestável (Js 10.13). O texto literalmente diz que "o sol se deteve e a lua parou". Essa declaração lembra o ato criador de Gênesis 1.16-18, quando Deus criou os dois grandes luminares para a terra: o sol e a lua. A batalha estava em andamento, e Josué objetivava a vitória. Sua fé e destemor adentraram o sobrenatural de Deus e, sem que ninguém esperasse, o homem de Deus ordenou ao sol e à lua: "Sol, detém-te em Gibeão, e tu lua, no vale de Aijalom" (v.12). Deus prolongou a luz do dia. Ele não tem obrigação de detalhar o "como" de seus atos. O milagre singular aconteceu: "E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR, assim, a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel" (v.14).
O que a Bíblia diz é mais que suficiente para os que crêem: Josué orou, Deus ouviu, o sol se deteve e a lua parou! O Senhor é o Criador do universo e tem poder sobre tudo o que Ele criou. Ele faz o que quer. Seja interferir nos pólos e inclinar a terra no seu eixo, seja produzir uma refração nos raios solares; não importa. Tudo fará para cumprir seus desígnios e propósitos. Ele é o Criador, dono e Senhor absoluto do universo (Sl 97.1-12; 136.4-9).

Os céticos afirmam que os milagres bíblicos são lendas e mitos. Todavia, os milagres são reais na Bíblia e na Igreja de Deus.

III - NOVAS CONQUISTAS MILITARES DE ISRAEL (Js 10.16-11.1-9)

Na vitória de Israel contra a confederação sulista, cinco reis foram executados e suas cidades conquistadas (Js 10.16-43). Jabim, o rei de Hazor, temendo as investidas militares de Israel na região norte (Js 11.2), formou uma nova confederação para resistir o avanço israelita (Js 11.1-15).
1. O ânimo de Josué após a vitória em Gibeão (Js 10.25). A cada vitória, Josué buscava ao Senhor que prontamente o animava e concedia-lhe as diretrizes para as batalhas (v.25). Deus em nenhum momento abandonou seu povo. Ao contrário, o Senhor sempre pelejou a favor de seus filhos (Êx 14.14).
Josué não assumiu a prerrogativa de um vencedor arrogante, mas reafirmava aos seus homens que "assim fará o Senhor a todos os vossos inimigos" (v.25). Ele apenas dizia: "Não temais, nem vos espanteis; esforçai-vos e animai-vos" (v.25). Desse modo seus inimigos não podiam impedir o povo de Deus de herdar a terra da promessa.
2. O Senhor dá a vitória a Josué contra outros reis (Js 10.28-43). A despeito de vencer uma coligação de cinco reis, Josué perseverou em sua marcha contra outros sete (vv.28-43). Nos versículos que narram essas grandes conquistas deparamo-nos com a seguinte frase: "E o SENHOR a deu na mão de Israel" (vv.30, 32). Isto denota que Josué e seus valorosos soldados guerreavam, mas a vitória provinha da sua confiança no Senhor dos Exércitos (Sl 46.7; 84.12; 1 Cr 11.9). A Bíblia é convincente: "E de uma vez tomou Josué todos esses reis e as suas terras, porquanto o SENHOR, Deus de Israel, pelejava por Israel" (Js 10.42). Quando é o Senhor que peleja a favor do crente, a vitória está garantida.
3. Josué destrói a coalizão de reis inimigos (Js 11.1-5). As notícias de que Israel derrotou as coligações sulistas, preocuparam os reis da região norte de Canaã (vv.1-5). Sob a liderança do rei Jabim, de Hazor, os reis nortistas uniram-se na tentativa de impedir o avanço dos israelitas. Era uma multidão, "como a areia que está na praia do mar", e possuíam "muitíssimos cavalos e carros" (v.4). Contudo, todos faziam parte do grupo de povos a serem destruídos por Israel (Gn 15.18-21; Dt 7.1,2; Js 11.3). Deus, mais uma vez, anima a Josué, dizendo: "Não temas diante deles" (v.6). A vitória foi total e completa, pois Deus sempre cumpre suas promessas. Os planos do Senhor não são adiados nem antecipados. Tudo se cumpre no momento certo. Ele é fiel, imutável e verdadeiro (Ml 3.6).

Após a vitória em Gibeão, o Senhor deu vitória a Josué contra outros reis da região norte de Canaã.

C

Aprendemos que não devemos depender de nossas próprias forças, inteligência, estratégias ou recursos, quando estivermos enfrentando uma luta, problema, crise, conflito, tribulação, sofrimento, etc. É o Senhor quem nos garante a vitória. Portanto, depositemos nEle toda a nossa confiança. O Senhor pelejará por nós (Êx 14.14).


“O dia prolongado. O evento do dia prolongado (vv.12-14) não é facilmente explicado pela ciência. É preciso reconhecer que Aquele que fez as leis da Natureza tem o direito de usá-las. Aquele que usou a saraiva como arma de destruição contra seus inimigos também poderia usar a luz e as trevas para servirem aos seus propósitos. A soberania de Deus sobre a natureza o capacita a promover seu reino espiritual pelo uso do mundo físico. O salmista enfatizou que todo o universo visível existe para propósitos espirituais. Ele afirmou que 'os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite' (Sl 19.1,2). Também declarou que 'do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam' (Sl 24.1). Josué não demonstrou hesitação ao chamar as forças do universo para ajudá-lo contra aqueles que se opunham a Deus (12).
A declaração de que não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele (14) reafirma a singularidade deste evento. Também destaca o fato de que Deus usa milagres com grande reserva. Ele evita que os homens se tornem dependentes deles. Deus insiste que devemos depender Dele próprio, que realiza os milagres".(MULDER, C. O. (et al) Comentário bíblico Beacon. Vol. 2 Josué a Ester. RJ: CPAD, 2005, p.51.)

"Visto que o termo milagre é popularmente aplicado a ocasiões incomuns, até mesmo por aqueles que professam não acreditar no sobrenatural, nem sempre é fácil atribuir o verdadeiro significado bíblico à palavra. É provável que a definição mais simples seja a de C. S. Lewis: 'Milagre é uma interferência na natureza por um poder sobrenatural'. Por outro lado, Machen define o milagre como 'um evento no mundo exterior, que é trabalhado pelo poder imediato de Deus'. Com isso ele quer dizer que uma obra divina é milagrosa quando Deus 'não usa meios, mas utiliza o seu poder criativo, como o utilizou quando fez todas as coisas a partir do nada'. Em outras palavras, um milagre acontece quando Deus dá um passo para fazer algo além do que poderia ser realizado de acordo com as leis da natureza, do modo como entendemos, e que na verdade pode estar em desacordo com elas e ser até uma violação delas. Além disso, um milagre está além da capacidade intelectual ou científica do homem".
(Dicionário bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p. 1267.)



Uma herança conquistada pela fé


Josué 14.6-10.

6 - Então, os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, lhe disse: Tu sabes a palavra que o SENHOR falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, por causa de mim e de ti.
7 - Da idade de quarenta anos era eu, quando Moisés, servo do SENHOR, me enviou de Cades-Barnéia a espiar a terra; e eu lhe trouxe resposta, como sentia no meu coração.
8 - Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu, porém, perseverei em seguir o SENHOR, meu Deus.
9 - Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir o SENHOR, meu Deus.
10 - E, agora, eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos há agora, desde que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, agora, eis que já hoje sou da idade de oitenta e cinco anos.

Herança: Todo bem que se herda.

Josué foi o principal responsável pela partilha das terras que os filhos de Israel receberam como herança (Js 14.1-5). Deus havia determinado que as terras fossem distribuídas por sorte (Nm 26.55; 33.54; 34.13). Calebe, entretanto, antecipou-se e, antes que fosse feita a divisão, colocou-se diante de Josué com ousadia, a fim de pleitear um direito que jamais lhe poderia ser negado.

I - A FIDELIDADE DE CALEBE

1. Calebe, um homem leal. Calebe era filho de Jefoné, o quenezeu (Js 14.16). Isso o identifica como pertencente a uma família edomita de destaque. De acordo com o Comentário Bíblico Beacon, os edomitas eram descendentes de Elifaz, o primeiro filho de Esaú (Gn 36.11,15,42). Calebe sempre foi fiel aos seus líderes: Moisés e Josué. Durante o seu ministério, exerceu várias funções, sendo espia, soldado e pastor.
Podemos extrair lições preciosas da vida de Calebe. Foi um homem que sempre soube o momento certo de falar e calar-se. Quando teve a oportunidade de se pronunciar diante de seu povo e de seus líderes, ele o fez de modo a agradar a Deus e não a maioria (Nm 13.30; 14.6-9). Calebe não estava preocupado com a popularidade, mas agia como Deus ordenava. Caminhava por fé e não por vista.
2. A fé de dois espias. Dez, dos doze espias, enviados para observarem a Terra Prometida, apresentaram ao povo um relatório negativo, causando uma grande rebelião entre os israelitas. Eles ficaram amedrontados com o tamanho e a força dos moradores daquela terra. Esqueceram-se do quanto Deus é poderoso e de como poderia facilmente derrotar os cananeus, não importando a estatura deles. Caso você se sinta assustado com alguma situação adversa, lembre-se que o Senhor é o Todo-Poderoso.
Josué e Calebe, porém, não concordaram com o restante dos espias e encorajaram Israel a crer na promessa de Deus e a entrar na terra de Canaã. O relatório apresentado por eles foi um relatório de fé. Não ficaram assustados com os moradores do lugar, mas observaram o melhor da terra: "A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa" (Nm 14.7).
3. Aguardando a promessa. Já havia se passado 45 anos desde que Josué e Calebe, juntamente com mais dez espias, foram enviados à Terra Prometida (Nm 13.30-33). Toda aquela geração havia morrido no deserto, somente Josué e Calebe permaneceram fiéis ao Senhor e, por isso, foram agraciados por Deus com a promessa de que entrariam e possuiriam uma terra que manava leite e mel.

Calebe era edomita, filho de Jefoné, o quenezeu. Ele era um homem leal, de fé, de conquista; obediente e que agradava a Deus.

II - UM PEDIDO OUSADO

1. É chegada a promessa. Deus mostrou a Moisés os limites da Terra Prometida (Nm 34.2-12), ordenando que a distribuição da terra fosse feita por sortes. O resultado não seria questionado pelo povo, pois todos sabiam que era a expressa e soberana vontade de Deus: "A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a sua disposição" (Pv 16.33). Esse método inibia os mais ambiciosos.
Josué foi fiel à ordem do Senhor. Obediente, seguiu todas as instruções divinas. Você está disposto a fazer o que Deus determinou para sua vida? Para Calebe não haveria sortes, pois havia uma promessa a seu respeito. Era chegado o tempo de a promessa se cumprir. Josué logo daria início a divisão da terra.
Calebe, com fé e disposição, foi a Josué e pediu-lhe a sua parte, independente do que coubesse à sua tribo. O tempo passou, mas Calebe não se esqueceu das promessas que lhe foram feitas. Não se esqueça das promessas de Deus para sua vida: "E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna" (1 Jo 2.25; 2 Co 1.20). Não deixe o tempo e as dificuldades apagá-la. Fiel e pacientemente, deve o servo do Senhor permanecer no aguardo da promessa (Hc 2.3,4).
2. Sem medo de gigante. Calebe pediu a cidade de Hebrom, lugar dos anaquins, uma raça de gigantes (Js 14.13-15). Ele sabia que, ali, teria algumas dificuldades, mas estava disposto a enfrentá-las com fé e coragem. Vigor e força não lhe faltavam: "Qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair, e para entrar" (Js 14.11).
A força de Calebe vinha da sua fé no Senhor (Is 40.31). Havia nele perseverança, fidelidade e ousadia. O Senhor deu a Calebe a terra. Mas o guerreiro de Deus teve de lutar para conquistá-la. Foi preciso batalhar para expulsar três líderes, filhos de Anaque (Sesai, Aimã e Talmai), da terra (Js 15.14).
Em nossa caminhada rumo à Canaã celestial, também enfrentamos lutas e dificuldades, mas com destemor e confiança no Altíssimo, somos mais do que vencedores (Rm 8.37).
A fé que Calebe depositou em Deus é do tipo que remove montanhas e derruba gigantes: "... se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá — e há de passar; e nada vos será impossível" (Mt 17.20). Se você estiver enfrentando algum problema que pareça grande e irremovível, afaste seus olhos do problema e busque a Deus. Somente assim você poderá superar os "gigantes" que estiverem em seu caminho.

Diferente das tribos de Israel, Calebe teve o direito de escolher a terra que ocuparia, pois diferente de outros espias, perseverou em seguir ao Senhor, e recebeu promessas a esse respeito.

III - A RECOMPENSA DE CALEBE

1. Calebe recompensado por sua fidelidade. Deus recompensa os fiéis da terra e aqueles que o servem com sinceridade. Calebe foi abençoado com aquilo que pediu, pois permaneceu aguardando no Senhor com fé e esperança. Ele o seguiu de todo o coração, confiou em suas promessas e, por isso, foi recompensado. Você tem sido fiel ao Senhor? Deus sempre tem uma recompensa para aqueles que permanecem fiéis até o fim (Ap 2.10; Tg 1.12).
2. Calebe prossegue conquistando novas terras. Calebe era um homem de conquistas. Com a força que lhe dera o Senhor, derrotou poderosos inimigos e venceu grandes batalhas. E as bênçãos espirituais e materiais que precisamos obter?
Calebe, seguindo um costume daquele tempo (1 Sm 1.11), proclamou: "Quem ferir a Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher" (Jz 1.12). Otniel, sobrinho de Calebe, foi o guerreiro que aceitou e venceu o desafio. Isso mostra que Calebe não era um crente acomodado.
Siga avante. Deus tem grandes conquistas para realizar em seu ministério, em sua vida profissional e familiar.
3. Vencendo os inimigos. O povo de Israel enfrentou muitas batalhas até que, finalmente, tomou o controle da Terra Prometida (Gn 12.7; Êx 3.16,17). Muitos inimigos foram derrotados em Canaã; cada reino foi vencido individualmente. Deus estava usando Josué para trazer um severo julgamento às nações cananéias. Se estas continuassem na terra, induziriam os israelitas a cometerem toda a sorte de pecados. O plano do Senhor consistia em remover da terra a má influência daquela gente. Isto nos mostra que o Senhor trata o pecado com seriedade e severidade. Portanto, se desejamos vencer, devemos extirpar completamente de nossas vidas o que pode nos fazer pecar.


Calebe foi recompensado por sua fidelidade ao Senhor. Ele prosseguiu conquistando novas terras.Através da vida de Calebe aprendemos que Deus é fiel e recompensa àqueles que são fiéis. A recompensa nem sempre é imediata. É preciso esperar. Deus não se esqueceu de você; saiba que "recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis" (Cl 3.24).


"Calebe e sua herança. Josué e o sacerdote Eleazar voltaram-se para a tarefa de delimitar os territórios designados às demais tribos (Js 14.1-5).Primeiro vieram os líderes de Judá, representado pelo ancião Calebe. Josué foi lembrado das promessas que Moisés fizera a Calebe de que este receberia uma parte da terra em que havia estado como espia do povo.Isto, informou Calebe, havia acontecido a quarenta e cinco anos antes, quando ele estava com quarenta anos.
A missão de espionar a terra tinha se dado no segundo ano após o êxodo (1445 a. C.); logo, o lembrete de Calebe a Josué deve ser datado por volta de 1399, ou seja, sete anos após a conquista.Quando os espias retornaram, Calebe usava a mesma força contra os mesmos gigantes, e foram-lhe dadas a cidade de Hebrom e outras cidades dos enaquins.A conquista de Hebrom deve ter sucedido essa requisição (Js 11.21,22; 15.13-19; Jz 1.9-15)".(MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2001, p.133.)

Na longa peregrinação da fé cristã, as promessas divinas assemelham-se ao oásis verdejante e de águas correntes que renova, refrigera e dá alento ao crente cansado. Todo o cristão que tem sua alma crestada pelo intenso calor das vicissitudes, encontra, nas promessas divinas, sombra e refrigério contra o estio intempestivo. É ali, à sombra do Altíssimo, que o viajante renova as forças de seu ânimo abatido (Sl 91.1). É o refúgio secreto daqueles que amam o Senhor e confiam incondicionalmente em suas santas, fiéis e preciosas promessas (Sl 90.2). É a morada cercada pelos jardins da bondade e engastada nas fontes da misericórdia; o lar dos incansáveis e triunfantes peregrinos (Sl 23.6).
'Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração' (Sl 90.1).


As cidades de refúgio

Josué 20.1-6.

1 - Falou mais o SENHOR a Josué, dizendo:
2 - Fala aos filhos de Israel, dizendo: Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei pelo ministério de Moisés;
3 - para que fuja para ali o homicida que matar alguma pessoa por erro e não com intento; para que vos sejam refúgio do vingador do sangue.
4 - E, fugindo para alguma daquelas cidades, por-se-á à porta da cidade e proporá as suas palavras perante os ouvidos dos anciãos de tal cidade; então, tomarão consigo na cidade e lhe darão lugar, para que habite com eles.
5 - E, se o vingador do sangue o seguir, não entregarão na sua mão o homicida; porquanto não feriu a seu próximo com intento e o não aborrecia dantes.
6 - E habitará na mesma cidade, até que se ponha a juízo perante a congregação, até que morra o sumo-sacerdote que houver naqueles dias; então, o homicida voltará e virá à sua cidade e à sua casa, à cidade de onde fugiu.

Refúgio: Local para onde alguém foge a fim de estar em segurança.

As "cidades de refúgio" foram estabelecidas por Deus para abrigar as pessoas que cometessem homicídio involuntário (Nm 35.11). Às portas delas, o acusado apresentava-se perante uma corte de anciãos a fim de justificar-se, e provar que não teve a intenção de matar seu semelhante.
Essas cidades, como providência divina, ilustram perfeitamente a verdadeira segurança que só encontramos na pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 6.18-20).
Desta lição, extrairemos preciosos ensinos concernentes à justiça e à misericórdia divinas.

I - AS CIDADES DE REFÚGIO E SEUS PROPÓSITOS (Js 20.2-6)

1. As cidades dos levitas (Nm 35.1-5). De acordo com Números 18.20-24 os levitas não herdariam qualquer parte da Terra Prometida, pois, Deus mesmo era a sua herança (v.20). Até o sustento dos filhos de Levi provinha dos dízimos de todo o Israel (v.21), uma vez que se ocupavam apenas do sacerdócio (vv.22-24).
Os levitas receberam, por ordem divina, apenas 48 cidades dentre as tribos dos filhos de Israel (Nm 35.2-5,7). Dentre elas, seis foram separadas como "cidades de refúgio" para abrigar o homicida involuntário (Nm 35.6,14; Dt 4.41-43). Três ficavam ao leste do Jordão (Bezer, Ramote, Golã), e três ao oeste (Hebrom, Siquém, Quedes). Esses locais eram considerados sagrados, e administrados pelos sacerdotes. Qualquer israelita ou estrangeiro que cometesse um assassinato não proposital poderia abrigar-se ali até o seu julgamento (Nm 34.15,22-25). Todavia, se o refugiado saísse dos "termos da cidade" poderia ser morto pelo "vingador do sangue" (vv.26,27). O acusado deveria, obrigatoriamente, permanecer na cidade até a morte do sumo sacerdote (v.28).
Aqui temos uma lição espiritual muito preciosa. Deus elegeu a Jesus Cristo como o sumo sacerdote que remove a culpa e livra o pecador de seus pecados (Hb 7.20-27).
2. O sistema judiciário da Lei (Js 20.2-6; Nm 35.6-34). As passagens de Êxodo 21.24, Levítico 24.20 e Deuteronômio 19.21 mostram-nos claramente como funcionava o sistema judicial daqueles tempos, isto é: "olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé". Havia leis para diversos tipos de crimes: os de natureza religiosa (Êx 20.3-5), material (Êx 22.1-15), moral (Êx 22.16-31; Lv 18.1-29) e pessoal (Êx 21.12-36). As cidades de refúgio foram criadas com o intuito de impedir a vingança contra alguém que praticasse um homicídio culposo. Pois, o desejo de vingança da família da vítima nem sempre era justo, razão pela qual a lei concedia ao homicida a oportunidade de se refugiar e obter um justo julgamento (Nm 35.12,24).
3. A profanação da Terra Prometida (Nm 35.33,34). "Não profaneis a terra em que estais..." (v.33). A Terra Prometida era santa, e jamais poderia ser profanada visto que o próprio Deus habitava no meio dos filhos de Israel (v.34). Permitir que o assassino de uma vida inocente não pagasse por seu crime era o mesmo que corromper ou profanar a terra. Segundo Gênesis 4.10,11 o sangue absorvido pela terra clamava contra a vida daquele que o derramou. Esse princípio baseia-se no fato de que o sangue é vida, e, sendo vida, a terra contaminada exigia a morte do assassino: vida por vida, sangue por sangue (v.34; Lv 17.11).
Isto ilustra o sacrifício cruento de nosso Senhor Jesus Cristo. Somente a morte expiatória de Jesus é capaz de eliminar a culpa do pecado e libertar o pecador da maldição e condenação da lei (Hb 9.11-14; Ef 2.13).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Quarenta e oito cidades pertenciam aos levitas e seis delas eram cidades de refúgio. Foram criadas para impedir a vingança contra o homicida culposo.

II - O SENTIDO FIGURADO DAS CIDADES DE REFÚGIO (Js 20.7,8)

Deus muito se utilizou de linguagem figurada para ensinar ao seu povo. Nas cidades de refúgio encontramos diversas figuras que são aplicadas a Cristo e à vida cristã.
1. Quedes: santificação para o impuro (Js 20.7). No original, o termo "Quedes" significa "santo" ou "santuário". O nome desta cidade ilustra perfeitamente o que Cristo é para nós: nosso santo refúgio. Jesus é santo e santificador dos que dEle se achegam (At 3.14; 4.27; 1 Co 1.30; Hb 13.12). Ele é o "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29; Hb 1.3). É a sua santidade que nos assegura a salvação eterna (Hb 2.17,18; 4.14-16).
2. Siquém: lugar para o cansado (Js 20.7). Siquém no original significa "ombro" ou "costas". O ombro é a parte superior do braço (Jó 31.22) que tem força para suportar peso (Js 4.5; Is 10.27). Assim como Siquém, Jesus é o refúgio para o cansado e oprimido (Mt 11.28). Ele é o bom pastor que carrega a ovelha ferida sobre os seus ombros (Lc 15.5).
3. Hebrom: lugar de comunhão (Js 20.7). O termo Hebrom significa "comunhão" ou "associação". Esta cidade foi designada para ser um refúgio para o desamparado e solitário. Jesus é o refúgio seguro para o desamparado. Seu sangue nos aproximou de Deus, garantindo-nos todas as beatitudes salvíficas (Ef 2.11-19; Cl 1.21-23; 1 Jo 1.3). Ele nos reconciliou com Deus (2 Co 5.18), com o Espírito Santo (2 Co 13.13), e uns com os outros (1 Jo 1.7). Já não somos mais solitários, desamparados, pois habitamos em família (Ef 2.19). Glória a Deus!
4. Bezer: lugar de refúgio para o fraco (Js 20.8). De acordo com o original, Bezer significa "fortaleza". Essa cidade era uma fortaleza para o homicida involuntário. Semelhantemente, Cristo é o nosso abrigo (Sl 91.9), fortaleza (Sl 91.2) e proteção (Sl 119.14). Nele temos segurança e força para enfrentar todas as adversidades da vida (Sl 9.9; Ef 6.13).
5. Ramote: lugar de refúgio para os humilhados (Js 20.8). Ramote no original quer dizer "exaltação", "elevação". Assim como Ramote, Jesus é o nosso lugar de elevação. Ele foi humilhado até a morte (Fp 2.7,8; Hb 2.7), mas, Deus o exaltou soberanamente (Fp 2.9-11; Hb 2.8,9). A Bíblia afirma que, excetuando o pecado, em tudo o Mestre amado foi semelhante aos "irmãos", por isso "pode socorrer aos que são tentados", e exaltá-los. Ele é o nosso sumo sacerdote fiel e misericordioso (Hb 2.17,18). Nele encontramos paz, esperança e segurança. Portanto, não temas! O Senhor exalta os abatidos (Is 57.15; 66.2; Mt 23.12; Lc 14.11; 18.14).
6. Golã: lugar de refúgio para os tristes (Js 20.8). A pessoa que fugia para uma cidade de refúgio estava aflita e triste. O termo "tristeza" tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento tem o sentido de "labor", "dor", ou "lamento por algo negativo" (Gn 3.16; Sl 127.2; Mt 14.9). Cristo é o nosso refúgio contra a tristeza (Rm 14.17; Gl 5.22).

Três cidades de refúgio ficavam no lado leste do Jordão: Bezer, Ramote e Golã, e três no lado oeste: Quedes, Siquém e p Hebrom.


Aprendemos neste estudo é que o Senhor Jesus Cristo é o perfeito refúgio para o necessitado, oprimido e triste. Jesus "foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Co 1.30). Ele é o nosso escudo. Nele temos paz, descanso, segurança, alegria e vitória nas lutas de cada dia.

"Cidades de Refúgio. A importância de um tema bíblico é frequentemente demonstrada por sua repetição. Esse princípio marca as cidades de refúgio como de grande importância, porque extensas instruções sobre elas são encontradas em Êxodo 21, Números 35, Deuteronômio 4, 19 e, em Josué 20. Princípios legítimos, que resguardavam a fuga para uma cidade de refúgio, expõem com precisão elementos que deveriam caracterizar totalmente o sistema legal de Israel. O acesso ao sistema legal de proteção deveria ser rápido, como ilustrado pela colocação das cidades, e pelo fato de que as estradas deveriam ser construídas para elas. Havia cuidadosa investigação da culpa, ou inocência, debaixo de regras estritas de evidência. Motivo, ou falta dele, deveriam ser considerados. E, múltiplos testemunhos eram requeridos para condenação".(RICHARDS, L. O. Guia do leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005, p. 154.)

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14.1-3). Há muitas moradas no lugar que Jesus preparou para receber os seus santos filhos. As mansões celestes são reais, pois o proprietário assim o disse. Essa mensagem traz alento e consolo para o peregrino cristão. Você está caminhando em direção ao seu lar eterno, às mansões celestes, à morada do Altíssimo. Mesmo que o caminho seja íngreme, não desista!



 Preservando a Palavra do Senhor

Josué 23.1-6.

1 - E sucedeu que, muitos dias depois que o SENHOR dera repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e Josué já fosse velho e entrado em dias,
2 - chamou Josué a todo o Israel, aos seus anciãos, e aos seus cabeças, e aos seus juízes, e aos seus oficiais e disse-lhes: Eu já sou velho e entrado em dias;
3 - e vós já tendes visto tudo quanto o SENHOR, vosso Deus, fez a todas estas nações por causa de vós, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que pelejou por vós.
4 - Vedes aqui que vos fiz cair em sorte às vossas tribos estas nações que ficam desde o Jordão, com todas as nações que tenho destruído, até ao mar Grande para o pôr-do-sol.
5 - E o SENHOR, vosso Deus, as impelirá de diante de vós e as expelirá de diante de vós; e vós possuireis a sua terra, como o SENHOR, vosso Deus, vos tem dito.
6 - Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda.

Exortação: Animar, estimular, admoestar e aconselhar.

Israel não era zeloso em seguir tudo o que estava escrito no livro da Lei de Moisés. Por isso, antes de sua morte, Josué reuniu-se com os israelitas para dar-lhes as orientações que iriam ajudá-los a prosseguirem vitoriosos na conquista do restante da terra. Era o discurso de despedida de um líder que fora fiel ao seu Deus e à sua nação (Js 23.1-16).

I. AS RECOMENDAÇÕES DE UM HOMEM DE DEUS

1. Josué convoca o povo. Josué estava próximo da morte quando decidiu reunir o povo e toda a liderança de Israel para pronunciar suas palavras finais de encorajamento e instrução. Aquele grande líder começou a lembrá-los que aquelas vitórias alcançadas ao longo de suas jornadas, não eram resultados de seus esforços e competência, mas, sim, da abundante graça e misericórdia do Senhor.“... porque o SENHOR, vosso Deus, é o que pelejou por vós” (v.3). Pelas palavras de Josué podemos perceber o quanto ele era grato a Deus pelas bênçãos recebidas. Você sempre agradece ao Senhor por suas vitórias? Pense no que o Todo-Poderoso tem feito por você e sua família, e agradeça-o por cada dádiva: “Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios que me tem feito?” (Sl 116.12).
2. O temor ao Senhor. Josué conhecia os pontos fortes e fracos do povo que liderava. Sabia do desleixo dos israelitas em guardar toda a Lei do Senhor, pois ainda faltava-lhes mais temor de Deus, que nos faz cumprir os mandamentos divinos. Quem teme e obedece a Deus não erra, porque aborrece o mal (Pv 8.13). Nas Escrituras, encontramos várias promessas de bênçãos aos que temem ao Senhor e guardam a sua Palavra (Sl 25.12; Pv 1.7). É através do temor que somos santificados e aperfeiçoados (2 Co 7.1). Deus promete uma vida feliz aos que o temem: “... Eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dele” (Ec 8.12).
3. Preceitos essenciais. Josué instruiu aos israelitas sobre o que deveriam evitar para não se afastarem do Senhor: não deveriam associar-se às nações idólatras que estavam ao seu redor, e muito menos servirem aos seus deuses (v.7; Êx 23.13). Como nação escolhida, Israel tinha a responsabilidade de fazer com que todos os povos da terra conhecessem ao Todo-Poderoso. Esta sublime missão jamais poderia ser realizada se eles se envolvessem com os povos pagãos. Eles foram chamados para serem santos, ou seja, separados do mundo e dedicados a Deus. Deveriam viver de modo a agradar ao Senhor em todos os sentidos. Assim deve ser o crente. Não devemos apenas obedecer ao Senhor, mas também agradá-Lo em tudo o que fizermos. Só agradaremos a Deus se o amarmos de todo o coração. E quem ama a Deus cumpre prazerosamente toda a sua vontade.

Josué exortou o povo a temer e amar a Deus como também a se afastar da idolatria.

II. EXORTAÇÕES À PERSEVERANÇA

1. Guardar tudo quanto está escrito. “Esforçai-vos, pois, para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da Lei de Moisés...” (v.6). Se os israelitas quisessem continuar recebendo as bênçãos de Deus, deveriam observar e guardar tudo aquilo que Deus lhes revelara acerca da maneira correta de viver. Conforme destacou Josué, deveriam ser leais ao Altíssimo (v.8). O contínuo progresso da nação israelita dependia, fundamentalmente, da observância dos mandamentos divinos. Se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos obedecer aos preceitos e mandamentos da Palavra de Deus. Precisamos "andar" nos caminhos do Senhor, a fim de agradar-lhe em todo o nosso agir. Esse “andar”, segundo a Bíblia, denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamento em geral (Sl 128.1; Fp 1.27; 1 Jo 2.6).
2. Guardar a alma e amar a Deus. “Portanto, guardai muito a vossa alma, para amardes ao SENHOR, vosso Deus” (v.11). A alma é a sede das emoções, dos sentimentos. Podemos dizer que é o centro da personalidade humana. Ela representa a nossa vida pessoal, moral e espiritual. Guardar a alma significa protegê-la de toda forma de corrupção moral que pode torná-la doente.
Como podemos guardar a nossa alma de modo que permaneça sempre saudável? Não há outra maneira senão através da leitura diária da Palavra de Deus, da oração, e sendo cheio do Espírito Santo (Sl 119.97; Ef 6.18; 1 Pe 1.22). As concupiscências da carne combatem constantemente contra a nossa alma, buscando impedir nossa comunhão com o Senhor (1 Pe 2.11). A alma humana é um bem precioso que necessita ser preservado dos pecados que mutilam e destroem a possibilidade de vida eterna com Deus.
Se Israel realmente desejava ter o Senhor como aquEle que peleja por nós, (v.10), deveria manter um relacionamento com Ele a todo custo. Era preciso amá-Lo com todas as forças, isto é, de todo o coração (Mt 22.37). E isso exige esforço espiritual, pessoal, emocional, e, muitas vezes, até físico, voltado para a adoração a Deus.

Josué exortou o povo a guardar tudo quanto está escrito na Lei, guardar a alma e amar a Deus.

III. EVITANDO PROBLEMAS FUTUROS

1. A advertência de um líder. “Quando traspassardes o concerto do SENHOR, vosso Deus, que vos tem ordenado, e fordes, e servirdes a outros deuses, e a eles vos inclinardes, então, a ira do SENHOR sobre vós se acenderá, e logo perecereis de sobre a boa terra que vos deu” (Js 23.16). Josué advertiu aos israelitas sobre o que lhes aconteceria caso deixassem a lealdade a Deus e mantivessem um relacionamento íntimo com aquelas nações. O Senhor certamente não mais os ajudaria em suas pelejas (v.13). As consequências seriam drásticas para eles, pois aqueles povos tornar-se-iam em laço, rede e açoites (Nm 33.55).
2. Um instrumento nas mãos de Deus. Josué foi um instrumento utilizado por Deus para orientar o povo a viver e servir somente ao Senhor. Durante seu ministério junto aos israelitas, pôde testemunhar inúmeras e extraordinárias vitórias, pois era fiel ao seu supremo Senhor. Deus requer fidelidade dos seus servos (Lc 16.10; 1 Co 4.2). Portanto, devemos ser-Lhe fiéis porque Ele é fiel e justo em todos seus caminhos (Dt 32.4).

O Senhor requer fidelidade dos seus servos.

Josué sabia que seus dias aqui na terra estavam chegando ao fim, por isso exortou o povo à fidelidade a Deus. Os israelitas jamais poderiam se esquecer de que foi o Senhor quem os havia livrado da servidão do Egito. Nós também precisamos reconhecer que foi o Senhor quem nos libertou da servidão do pecado, do jugo de Satanás e da condenação eterna (Ef 1.7; 2.1,2).

 “O discurso de Josué. O livro de Josué termina com dois discursos de despedida. No primeiro, uma palavra de despedida aos líderes, é no último o testemunho de Josué sobre a fidelidade de Deus. Mas, é também uma terrível advertência dos perigos em abandonar a Deus (23). O Todo-Poderoso foi, é, e será fiel à Sua promessa, e expulsará os cananeus remanescentes — se Israel obedecer (23.1-11). Porém, Deus será também fiel às Suas palavras de advertência. Se Israel voltar-se para outros deuses, o Senhor trará sobre Seu povo todo o mal com que o ameaçou (vv.12-16). Como Deuteronômio 28, Josué 23 apresenta uma teologia da história do Antigo Testamento, na qual todos os eventos estão unidos à resposta de Israel para Deus e Sua Lei”.
(RICHARDS, L. O. Guia do leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005, p.156.)
 “E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje, para que bem te vá a ti e a teus filhos depois de ti e para que prolongues os dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá para todo o sempre” (Dt 4.39,40). Essa inaudita promessa é estendida a todos os que amam a Palavra de Deus. Longevidade, conforto, segurança, prosperidade, saúde e paz traduzem os frutos do temor e obediência ao Senhor.Faça, hoje mesmo, uma aliança com Deus! Obedeça aos mandamentos divinos e “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR” (Sl 128.2-4)


A despedida de um líder


Josué 24.14-18.

14 - Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade, e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e servi ao SENHOR.
15 - Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.
16 - Então, respondeu o povo e disse: Nunca nos aconteça que deixemos o SENHOR para servirmos a outros deuses;
17 - porque o SENHOR é o nosso Deus; ele é o que nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, e o que tem feito estes grandes sinais aos nossos olhos, e nos guardou por todo o caminho que andamos e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos.
18 - E o SENHOR expeliu de diante de nós a todas estas gentes, até ao amorreu, morador da terra; também nós serviremos ao SENHOR, porquanto é nosso Deus.

Despedida: Últimas palavras ou atos que encerram uma atividade.

Chegamos ao último capítulo do livro de Josué. Aqui temos o derradeiro discurso do servo do Senhor sobre a lealdade a Deus. Josué aproveitou a ocasião solene para trazer à memória dos israelitas tudo o que Deus havia feito por eles. A partir daquele momento, Israel seria desafiado a decidir que caminho seguir. Estariam dispostos a servir ao Senhor com fidelidade? Ou ainda seriam influenciados pelos deuses dos amorreus?
Nesta lição, nos deteremos nas últimas palavras deste homem que fora integralmente leal ao seu povo, e ao Deus do seu povo.

I - JOSUÉ FAZ O POVO RECORDAR A FIDELIDADE DE DEUS

1. Uma retrospectiva histórica (vv.1-13). Josué mais uma vez reuniu o povo em Siquém a fim de fazer uma retrospectiva da história da nação israelita. A partir de Abraão, Josué lembrou aos filhos de Israel que foi o Senhor quem chamara o patriarca em Ur dos caldeus, prometendo-lhe a paternidade de uma grande nação.
O Todo-Poderoso planejou estabelecer, a partir de um homem, uma nação que fosse o modelo de sua justiça e santidade. Israel deveria ser esta nação, e para isso precisava conhecer muito bem suas origens, e recordar os grandes eventos e os muitos livramentos que obtivera sob os cuidados do Senhor.
O Eterno participara ativamente da vida do seu povo. Ele esteve presente nos momentos mais difíceis, quando os israelitas foram derrotados diante de seus inimigos (Js 7.8,9), mas também nas ocasiões alegres, quando obtiveram vitória (Nm 23.11,20). O Senhor está presente em todos os momentos da nossa caminhada. Ele jamais nos abandona (Is 49.15).
2. A fidelidade de Deus (vv.6-10). Josué aproveitou a oportunidade para relembrar aos israelitas de que foi o Senhor que os livrara de seus inimigos (v.11). Eles tinham de reconhecer a fidelidade de Deus para com seu povo (Sl 145.13; Is 41.10; 2 Co 1.18; Ap 19.11). Sem a presença divina jamais teriam sucesso. A nação precisava continuar confiando em Deus para seguir avante, prosperar e obter mais vitórias.
Você tem confiado inteiramente no Senhor? Segundo Charles Stanley, "quanto mais nos dispomos a confiar, mais provas de confiança Ele nós dá".
Josué fez uma retrospectiva histórica dos poderosos atos do Senhor a favor de Israel, a fim de reafirmar a fidelidade de Deus.

II - A RENOVAÇÃO DO CONCERTO

1. "Escolhei hoje" (vv.14,15). Os israelitas precisavam tomar uma decisão: obedecer ao Senhor do Universo ou adorar os ídolos locais feitos por mãos humanas. Era uma escolha pessoal. Você também pode escolher. Será Deus o Senhor da sua vida ou outro substituto qualquer? A quem você será leal? Josué queria saber se os israelitas seriam leais ao Senhor, por isso deixa claro que não havia lugar para a indecisão: "escolhei hoje" (v.15). Não se pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Como servos de Deus, também precisamos decidir: seguir a Cristo fielmente ou ao mundo. Josué, juntamente com sua família, fizera a melhor escolha: "... eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (v.15). Muitos eram os méritos do Altíssimo, logo Josué concluiu que nenhuma pessoa, com um mínimo de tino, deixaria de fazer a escolha certa. Deixar de servir e amar ao Senhor resultará depois em julgamento e destruição (v.20; 23.11-13).
2. Um compromisso solene. Diante do desafio de Josué o povo respondeu: "Nunca nos aconteça que deixemos o Senhor para servirmos a outros deuses" (v.16). Os israelitas fizeram uma pública "profissão de fé". Como crentes também temos a necessidade de fazer a nossa confissão (Hb 3.1; 4.14; 10.23). Vez por outra precisamos reafirmar nossa decisão de permanecer na fé e em obediência a Deus. A reafirmação de decisões justas, feitas pelo crente, inclui temer ao Senhor, ser leal à verdade, obedecer com sinceridade e renunciar ao pecado e todos os prazeres a ele associados (vv.14-16).
3. Deus nos libertou. Os israelitas reconheceram que fora o Senhor quem realizara maravilhas em seu favor (v.17). Deus os havia libertado da servidão do Egito. Da mesma forma, precisamos, como crentes em Cristo, reconhecer que foi o Senhor que nos libertou do cativeiro do pecado e da condenação eterna (Ef 2.6; 4.8). Deus é a nossa vitória, por excelência (1 Co 15.57; Pv 21.31).
Em seu discurso, Josué fez duas sérias advertências aos filhos de Israel: (1) Deveriam lançar fora os deuses estranhos (v.23). (2) Não poderiam quebrar, em momento algum, o pacto feito com o Senhor, pois as consequências seriam desastrosas: "Se deixardes o Senhor e servirdes a deuses estranhos, então, se tornará, e vos fará mal..." (v.20). Sabemos que eles não cumpriram com a promessa, pois o povo só seguiu a Deus durante a liderança de Josué. Por três vezes o povo declarou: "Serviremos ao Senhor nosso Deus..." (v. 24).
Diante da retrospectiva feita por Josué e de sua exortação, o povo firmou um compromisso solene diante de Deus e do líder Josué.

III. UM MEMORIAL LEVANTADO

1. A pedra do testemunho. Josué fez daquela reunião pública uma ocasião solene. Ele "pôs por estatuto e direito... escreveu estas palavras no livro da Lei de Deus; e tomou uma grande pedra e a erigiu ali" (vv.25,26). Sua intenção era fazer com que o povo jamais se esquecesse do pacto firmado com o Senhor. "Esta pedra nos será por testemunho" (v.27). Em o Novo Testamento, os crentes são chamados de "pedras vivas", erguidas por e em união a Cristo, a preciosa pedra angular (1 Pe 2.4-6; Ef 2.19-22; 1 Co 3.9-16).
Josué também registrou o pacto por escrito. Ele não queria que nenhuma só palavra caísse no esquecimento.
Depois de erguer o memorial, o servo do Deus despediu o povo, cada um para sua herdade (v.28). Era hora de desfrutarem da herança que Deus lhes prometera.
2. A despedida de um líder (vv.29,30). Chegou o momento de Josué, um exemplo de homem de Deus, encerrar sua carreira. Ele iniciou seu ministério como "servo de Moisés" (1.1) e concluiu sua obra como "servo de Deus" (v.29). Nos dias atuais, poucos são os que aspiram à posição de servos. Se você deseja obter uma liderança forte e abençoada como a de Josué, siga atentamente seus passos - seja primeiramente servo. Esteja atento e pronto para realizar qualquer trabalho que Deus tenha para você. Faça a obra de Deus com humildade, compromisso e alegria: "Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto" (Sl 100.2). Jesus não veio ao mundo para ser servido, e sim, para servir e entregar sua vida pelos outros (Mt 20.26-28).

Josué iniciou seu ministério como "servo de Moisés" (1.1) e concluiu sua obra como "servo de Deus" (v.29).Josué foi fiel ao chamado de Deus. Ajudou os israelitas a tomarem posse da Terra Prometida, orientando-os pacientemente à obediência e ao cumprimento de todos os desígnios divinos. Esse leal servo do Senhor combateu o bom combate, guardou a fé, e, aos 110 anos, encerrou seu abençoado ministério.


"Renovação da Aliança. O capítulo final do livro de Josué, relata uma cerimônia da renovação da aliança, realizada em Siquém durante um dos últimos anos de Josué. Um exemplo estabelecido no próprio Deuteronômio. Aqui está a última referência do relacionamento de Deus com Israel (vv.2-13). Sua declaração das exigências de Deus (vv.14,16,18,21,23-24). Seu apelo ao testemunho (vv.22,27) e sua recitação das bênçãos e maldições (vv.19-20). Quando o velho grande homem de Israel convoca seu povo a escolher a quem servirão, sentimos nossa própria necessidade de nova e constante devoção ao Senhor. Finalmente Josué morre (vv.28-33). Israel é estabelecido na terra, mas a visão severa do futuro que ele compartilhou em seu discurso de despedida (23.15,16) muito cedo acontecerá".

(RICHARDS, L. O. Guia do leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005, p. 156.). Se você deseja ser lembrado pelas obras sublimes e memoráveis como as de Josué, faça, agora, de sua vida um testemunho inabalável de fé, justiça e retidão. O que será dito de você amanhã está subordinado ao que você fará hoje. Seja um servo fiel, obedeça a Palavra do Senhor e faça de sua vida um memorial vivo do poder de DEUS.

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