Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de
2004
Título: Vem o fim, o fim vem — A doutrina das
últimas coisas
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Lição 2: A apostasia dos últimos tempos
Data: 10 de Outubro de 2004
TEXTO ÁUREO
“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt
2.1).
VERDADE PRÁTICA
Somente uma igreja alicerçada na
Bíblia Sagrada poderá opor-se à apostasia que ameaça o rebanho de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jr 8.5
A apostasia desvia o povo de Deus
Terça - 2 Ts 2.3
A apostasia tem sua origem no Diabo
Quarta - 1 Tm 4.1
A apostasia marcará os últimos tempos
Quinta - Jd v.4
A apostasia converte em dissolução a graça de Deus
Sexta - 2 Tm 4.3
A apostasia não suporta a sã doutrina
Sábado - 1 Tm 1.9.10
A apostasia é condenável
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
2 Timóteo 3.1-9.
1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos;
2 - porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos,
3 - sem afeto natural, irreconciliáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 - traidores, obstinados, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 - tendo aparência de piedade, mas negando a
eficácia dela. Destes afasta-te.
6 - Porque deste número são os que se
introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências,
7 - que aprendem sempre e nunca podem chegar
ao conhecimento da verdade.
8 - E, como Janes e Jambres resistiram a
Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de
entendimento e réprobos quanto à fé.
9 - Não irão, porém, avante; porque a todos
será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.
PONTO DE CONTATO
Professor, o tema desta semana tem
destacada importância na área da Escatologia Bíblica. Segundo as Escrituras, a
apostasia é um pecado contra a fé cristã e, ao contrário do que alguns pensam,
está presente nos dias atuais não apenas como um sinal da vinda de Cristo, mas
como uma atividade maligna contra a Igreja do Senhor. Ore a Deus para que seus
alunos não se desviem, seguindo a doutrinas de demônios e apartando-se da
genuína fé cristã. Oriente-os para que tenham cuidado com as antigas e novas
heresias que contrariam a Palavra de Deus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Definir o termo apostasia.
- Apontar as características dos apóstatas.
- Identificar os sintomas da apostasia.
SÍNTESE TEXTUAL
As epístolas de Paulo a Timóteo foram
escritas aproximadamente entre 61 a 65 d.C. Embora o Doutor dos Gentios tenha
escrito a primeira, provavelmente na Macedônia, e a segunda em Roma, ambas
tratam do mesmo tema: A apostasia dos últimos tempos (1 Tm 4.1-5; 2 Tm 3.1-9).
Timóteo era um jovem pastor que dirigia a igreja de Éfeso na província da Ásia.
Naquela época, não somente Éfeso, mas outras seis cidades da mesma província,
estavam sendo assoladas por diversas heresias (Ap 2.6-20) relacionadas
principalmente à idolatria, ao materialismo, ao profetismo e à imoralidade.
Daí, a necessária e urgente admoestação dos apóstolos: “Quem tem ouvidos ouça o
que o Espírito diz às igrejas... que nos últimos tempos, apostatarão alguns da
fé” (Ap 2.7a; 1 Tm 4.1a). Esta advertência não é apenas histórica, mas
profética.
ORIENTAÇÃO
DIDÁTICA
No texto da Leitura Bíblica em
Classe, temos diversos adjetivos que descrevem o caráter dos apóstatas dos
últimos dias. Peça a seus alunos para classificá-los conforme a sugestão
abaixo. Para a execução desta tarefa, confeccione um cartaz ou utilize um quadro-de-giz.
• EGOÍSTA: Amante
de si mesmo. Ingrato, Irreconciliável.
• SACRÍLEGO: Blasfemo,
profano, inimigo de Deus, hipócrita religioso.
• MATERIALISTA: Avarento.
• HEDONISTA: Amigo
dos deleites, incontinente.
• VAIDOSO: Presunçoso,
soberbo, orgulhoso.
• DESAFEIÇOADO: Sem
afeto natural, desobediente a pais e mães, cruel, sem amor para com os bons,
caluniador.
COMENTÁRIO
introdução
Inspirado pelo Espírito Santo,
deixou-nos o apóstolo Paulo este gravíssimo alerta: “Mas o Espírito
expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).
Infelizmente, essa profecia vem se cumprindo de forma alarmante.
Igrejas são corrompidas por falsos
mestres; congregações inteiras são desviadas da simplicidade evangélica por
videntes e profetas que se acham a serviço de Satanás; rebanhos são apartados
da verdade pelos que mercadejam a Palavra de Deus. E os seminários que
abandonaram a sã doutrina? E os púlpitos que se acham comprometidos com o
liberalismo teológico? Tendo como base as cartas que o Senhor Jesus enviou,
através de João, às igrejas de Éfeso, Pérgamo e Laodicéia, vejamos alguns
sintomas da apostasia destes últimos dias. Antes, porém, vejamos o que é a
apostasia.
I. O QUE É A APOSTASIA
O termo apostasia vem da palavra
grega apostasia, e significa o abandono consciente e
público da fé que, de uma vez por todas, foi confiada aos santos (Jd v.3).
A apostasia destes últimos dias visa
atacar, prioritariamente, os seguintes artigos de fé:
1. A soberania de Deus (Jd v.4);
2. A divindade de Nosso Senhor Jesus
Cristo — verdadeiro homem e verdadeiro Deus, e único salvador e redentor da
humanidade (At 4.12); e:
3. A realidade de sua vinda (2 Pe
3.1-10).
Através da apostasia, objetiva o
Diabo minar a resistência da Igreja, induzindo-a a deixar de ser Reino de Deus
para tornar-se uma simples organização religiosa.
Como a seguir veremos, um dos
primeiros sintomas da apostasia é a perda do primeiro amor.
II. O ESFRIAMENTO DO AMOR CRISTÃO
Das igrejas da Ásia Menor, a de Éfeso
era a mais conservadora e ortodoxa. Estava ela tão bem alicerçada
teologicamente, que era capaz, inclusive, de diferençar entre um verdadeiro e
um falso apóstolo. Não obstante todo esse preparo doutrinário, a igreja de
Éfeso estava a ponto de perder a sua primazia, por haver perdido o seu primeiro
amor. Ler Ap 2.1,2.
1. Cristo adverte a sua Igreja. Quão
grave é esta advertência de Nosso Senhor: “Tenho, porém, contra ti que deixaste
a tua primeira caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu
lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).
Da reprimenda de Cristo, o que
depreendemos? Se a ortodoxia bíblico-teológica não for acompanhada do primeiro
amor, nenhuma utilidade terá. Pois a ausência do primeiro amor acabara por
lançar a Igreja nas garras do formalismo e, finalmente, da apostasia.
No Sermão Profético, Jesus faz-nos
outra advertência: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se
esfriará” (Mt 24.12).
2. Reavivando o primeiro amor. Que
a Igreja reavive, urgentemente, o primeiro amor, observando, de forma integral,
as exigências da Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: evangelizar,
fazer missões e discipular (Mt 28.19; At 1.8); mantendo o amor fraternal e
devotando a Cristo a mais provada e ardente adoração. Ler Hb 13.1. Menos do que
isto é inaceitável!
A apostasia desta última hora não
haverá de resistir a uma igreja entranhavelmente amorosa, santificada e
fundamentada na Palavra de Deus. Você ama a Cristo? Ama as almas perdidas? Ou o
seu amor cristão já esfriou?
III. A DOUTRINA DE BALAÃO
A doutrina de Balaão é um outro forte
indício da apostasia destes últimos dias. Atenhamo-nos à advertência que o
Senhor endereça ao anjo da Igreja de Pérgamo:
“Mas umas poucas coisas tenho contra
ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque
a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios
da idolatria e se prostituíssem” (Ap 2.14).
Não são poucos os mestres que,
torcendo as Escrituras e vendendo a alma ao Diabo, tentam introduzir o mundo na
Igreja, sob a alegação de que esta não pode viver alheia à modernidade. Ora,
ser contemporâneo não significa compactuar com este século; significa, antes de
tudo, falar de Cristo, com ousadia e poder, a esta geração.
Cuidado! A doutrina de Balaão
continua a fazer estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a
cultura e com os costumes do mundo (Rm 12.1).
IV. O MISTICISMO HERÉTICO
A apostasia dos últimos tempos vem
sendo caracterizada, também, por um misticismo herético e extravagante. Embora
pareça espiritual, é extremamente nocivo à Obra de Deus. Assim o Senhor Jesus o
desmascara:
“Mas tenho contra ti o tolerares que
Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que
se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20).
Na essência, esta profetisa em nada
diferia de Balaão. Seu objetivo era, através de uma postura falsamente piedosa,
induzir os crentes a um comportamento abominável. Conclui-se, do texto bíblico,
que ela já havia conseguido, inclusive, as rédeas do governo eclesiástico de
Pérgamo. Até o anjo da igreja achava-se em suas mãos.
O misticismo herético tem como
principais características:
1. Culto aos anjos (Cl 2.18).
2. Falsas profecias (Mt 24.11).
3. Prodígios de origem demoníaca (Mt
24.24).
4. Doutrinas de demônios (1 Tm 4.1; 1
Jo 4.1).
Estejamos precavidos! Nem sempre
fervor significa espiritualidade. Pode ser forjado, fingido ou meramente
emocional. Quando a congregação de Israel apostatou da fé, no deserto, aquele
ruidoso movimento até parecia um culto avivado; não passava, todavia, de uma
rebelião desenfreada contra o Senhor (Êx 32.6,18).
Assim diz o Espírito Santo por
intermédio do salmista: “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém
à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).
V. A PROSPERIDADE FATAL
A apóstata, rebelde e orgulhosa
Laodicéia é um tipo perfeito da Teologia da Prosperidade. No auge de sua
riqueza, afirmou o anjo dessa igreja: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada
tenho falta” (Ap 3.17).
A Teologia da Prosperidade é um
arremedo doutrinário. Afronta a simplicidade da Igreja de Cristo e torce, de
forma escandalosa, a Bíblia Sagrada. Ensinando os santos a endeusar os bens
materiais em detrimento dos eternos, vão os proponentes dessa teologia
subsidiando mentiras, enganos, heresias e rebeliões contra o Cordeiro de Deus.
Consciente, ou inconscientemente, vão dando sustento à estrutura sobre a qual o
Anticristo acha-se a construir o seu império.
Tal apostasia vem encontrando
generosos espaços em alguns púlpitos, produzindo uma geração de crentes cegos,
despidos da graça e imperfeitos em suas convicções. Eles supõem, à semelhança
dos amigos de Jó, serem os bens materiais a evidência maior da presença de Deus
na vida humana.
Os proponentes da Teologia da
Prosperidade amam a bênção mais do que ao Abençoador; não têm a fé em Cristo,
mas a fé na fé; a mente de Cristo, trocaram-na por um pensamento enganosamente
positivo; determinando tudo, acham-se indeterminados em sua esperança. E
esperando em Cristo apenas nesta vida, tornam-se os mais desgraçados dos homens
(1 Co 15.19).
CONCLUSÃO
Se não estivermos vigilantes,
poderemos ser enganados pelos que, insolentemente, vêm substituindo a Palavra
de Deus por doutrinas de demônios.
Você está firme na fé? E se Ele vier
neste instante, está preparado para recepcioná-lo? Esta é a sua oportunidade!
Renove, agora mesmo, a sua aliança com o Cordeiro de Deus, e não se deixe
enganar pela apostasia dos últimos tempos.
Senhor Jesus, ajuda-nos a estar
sempre vigilantes, a fim de não sermos contaminados e consumidos pelo engano.
Oh! Senhor, que os nossos vestidos sejam sempre brancos, e que jamais nos falte
o óleo sobre a cabeça. Amém!
VOCABULÁRIO
Arremedo: Cópia;
imitação.
Conservador: Que conserva os ensinos apostólicos.
Contemporâneo: Ser atual ou da mesma época.
Forjado: Trabalhado; fabricado; inventado.
Liberalismo Teológico: Movimento que não crê nos eventos sobrenaturais da Bíblia. Nele não há lugar para os milagres e a divindade de Cristo Jesus.
Misticismo: Crença no sobrenatural e nas comunicações ocultas entre os homens e a divindade.
Teologia da Prosperidade: Movimento que apregoa a riqueza e o sucesso como essência da vida cristã.
Conservador: Que conserva os ensinos apostólicos.
Contemporâneo: Ser atual ou da mesma época.
Forjado: Trabalhado; fabricado; inventado.
Liberalismo Teológico: Movimento que não crê nos eventos sobrenaturais da Bíblia. Nele não há lugar para os milagres e a divindade de Cristo Jesus.
Misticismo: Crença no sobrenatural e nas comunicações ocultas entre os homens e a divindade.
Teologia da Prosperidade: Movimento que apregoa a riqueza e o sucesso como essência da vida cristã.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ANDRADE, C. C. Dicionário
teológico. CPAD, 2001.
EXERCÍCIOS
1. O
que é a apostasia?
R. O abandono consciente e público da fé que foi concedida aos santos (Jd
v.3).
2. O
que acontece com a Igreja, quando ela perde o primeiro amor?
R. É lançada nas garras do formalismo e da apostasia.
3. O
que é a doutrina de Balaão?
R. É o ensino herético que objetiva comprometer a Igreja, impregnando-a da
cultura e dos costumes do mundo.
4. O
que é o misticismo espiritual?
R. É caracterizado por uma postura falsamente piedosa com o objetivo de
induzir os crentes a um comportamento abominável.
5. Qual
o grande problema da Teologia da Prosperidade?
R. Afronta a simplicidade da Igreja de Cristo e torce, de forma
escandalosa, a Bíblia Sagrada.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio Etimológico
“APOSTASIA - [Do gr.apostásis, afastamento]. Abandono premeditado
e consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas as apostasias
cometidas por Israel. Só em Juízes, há sete desvios ou abjuração da verdadeira
fé em Deus. Para os profetas, a apostasia constituía-se num adultério espiritual.
Se a congregação hebréia era tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe
fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos.
Jeremias e Ezequiel foram os profetas
que mais enfocaram a apostasia israelita sob o prisma das relações matrimoniais.
No Primitivo Cristianismo, as
apostasias não eram desconhecidas. Muitos crentes de origem israelita, por
exemplo, sentindo-se isolados da comunidade judaica, deixavam a fé cristã, e
voltavam aos rudimentos da Lei de Moisés e ao pomposo cerimonial levítico.
Há que se estabelecer, aqui, a
diferença entre apostasia e heresia. A primeira é o abandono premeditado e
completo da fé; a segunda, é a abjuração parcial da mesma fé.” (ANDRADE, C. C. Dicionário teológico. 9.ed.,
RJ: CPAD, 2001. p.48).
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