Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2001
Título: Hebreus — “... os quais ministram em
figura e sombra das coisas celestes”
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição
7: Cristo,
Sacerdote eterno e perfeito
Data: 12 de Agosto de 2001
TEXTO ÁUREO
“Porque nos
convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores
e feito mais sublime do que os céus” (Hb
7.26).
VERDADE PRÁTICA
Jesus Cristo no céu é o nosso eterno Sumo Sacerdote, sempre
intercedendo por nós perante a face de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
At 2.32
Jesus
venceu a morte
Terça - At
10.38
Jesus, o
ungido de Deus
Quarta -
At 16.31
Jesus,
nosso Salvador
Quinta - 1
Co 3.11
Jesus,
nosso fundamento
Sexta - 1
Tm 2.5
Jesus,
único mediador
Sábado -
Hb 2.9
Jesus,
coroado de glória
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Hebreus
7.1-3,11,12,24-27.
1 - Porque este Melquisedeque, que era
rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão
quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
2 - a quem também Abraão deu o dízimo
de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também
rei de Salém, que é rei de paz;
3 - sem pai, sem mãe, sem genealogia,
não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao
Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
11 - De sorte que, se a perfeição fosse
pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei) que necessidade
havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
12 - Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.
24 - mas este, porque permanece
eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
25 - Portanto, pode também salvar
perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder
por eles.
26 - Porque nos convinha tal sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais
sublime do que os céus,
27 - que não necessitasse, como sumos
sacerdotes, de oferecer a cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus
próprios pecados, e depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez,
oferecendo-se a si mesmo.
PONTO DE CONTATO
Melquisedeque é descrito, em poucas palavras, como uma figura
singular na história do Antigo Testamento. Sua genealogia é desconhecida, como
também não é registrado nada depois do seu aparecimento até Abraão. O que se
sabe de Melquisedeque é que era sacerdote do Deus Altíssimo, rei de justiça e
que recebeu os dízimos de Abraão. Se esse sacerdote foi honrado pelo patriarca,
maior honra deve ter o Senhor Jesus, que é infinitamente superior a
Melquisedeque. O autor da epístola aos hebreus demonstra a insuficiência da
lei, que não podia salvar nem aperfeiçoar os homens em Deus. Jesus Cristo por
sua vez, como sacerdote perfeito e definitivo, proveu-nos mediante a nossa fé a
eterna salvação.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar as características de Melquisedeque como uma
prefiguração de Cristo.
·
Descrever a mudança obrigatória do sacerdócio e da lei, feita
por Jesus.
·
Valorizar o sacerdócio perfeito de Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
O autor da epístola agora reverte ao argumento deixado no
capítulo 5, versículo 10, no qual se referia a Cristo como Sumo Sacerdote de um
serviço divino, de ordem mais elevada do que aquela estabelecida sob a lei
mosaica. Esta ordem sacerdotal é de origem divina e segundo a ordem de
Melquisedeque. A descrição histórica desse personagem singular, encontra-se em
Gênesis 14.17-20. Ele surge nas páginas sagradas qual estrela nova, no
firmamento. Logo desaparece para só o encontrarmos na epístola aos hebreus.
O fato de as Escrituras não apresentarem o registro genealógico
do nascimento de Melquisedeque ou sua morte, já o torna tipo perfeito do
sacerdócio eterno de Cristo.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Divida a turma em quatro grupos. Depois distribua entre os
grupos as tarefas discriminadas abaixo. Tais atividades deverão ser realizadas
no máximo em 10 minutos. Cada grupo deverá apresentar no quadro de giz um
esboço ou resumo de suas conclusões.
Grupo A: Listar as
características de Melquisedeque (vv.1-8).
Grupo B: Responder
qual a relação entre Melquisedeque e o sacerdócio levítico (vv.4-10).
Grupo C: Comparar o
sacerdócio levítico com o de Cristo (vv.11-25).
Grupo D: Demonstrar
a qualidade superior do sacerdócio de Cristo (vv.26-28).
COMENTÁRIO
introdução
São poucas, mas profundas as informações da Epístola sobre
Melquisedeque, as quais fazem deste uma personagem enigmática, de difícil
compreensão quanto à sua origem, desenvolvimento e consumação de sua obra.
Cristo Jesus, ao contrário, sendo Deus, revelou-se de tal forma à humanidade,
que dEle se pode conhecer o que Deus quis revelar, tornando-se nosso sacerdote
eterno, perfeito e imaculado.
I. QUEM ERA
MELQUISEDEQUE
A Bíblia não provê detalhes sobre a pessoa de Melquisedeque; daí
haver muitas especulações a seu respeito.
1. Era rei de Salém. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e
vinho...” (Gn 14.18a; Hb7.1); “e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn
14.18). Esta é a primeira referência bíblica a Melquisedeque. Ele aparece nas
páginas do Antigo Testamento, quando foi ao encontro de Abraão, após este haver
derrotado Quedorlaormer, rei de Elão, e seus aliados. Salém veio a ser
Jerusalém após a ocupação da terra prometida por Deus a Abraão e seus
descendentes (Gn 14.18; Js 18.28; Jz 19.10). Rei de Salém que dizer “rei de
paz” (v.2b).
2. Era sacerdote do Deus Altíssimo. “... e este era sacerdote do Deus Altíssimo”
(Gn 14.18b; Hb 7.1). As funções de rei e sacerdote conferiam-lhe grande
dignidade perante os que o conheciam. Estas duas funções são relembradas em Hb
7.1: “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus
Altíssimo...”.
3. Era de uma ordem sacerdotal diferente. Estudiosos da Bíblia supõem que Melquisedeque
pertencia a uma dinastia de reis-sacerdotes, que tiveram conhecimento do Deus
Altíssimo pela tradição oral inspirada, transmitida desde o princípio, quando a
religião era única e monoteísta e que conservava a esperança do Redentor da raça
humana, conforme Gn 3.15. Ele não pertencia à linhagem sacerdotal arônica,
proveniente da tribo de Levi.
4. Recebeu dízimos de Abraão (Hb 7.2). Isto nos mostra que a instituição do dízimo
remontava ao período bem anterior à Lei. Esse fato indica “quão grande” era
Melquisedeque (v.4). Ele abençoou Abraão, como detentor das promessas (vv.5,6).
5. Era rei de justiça (v.2). Como um tipo de Cristo, Melquisedeque tinha as
qualidades de um rei justo e fiel.
6. Sem genealogia (v.3). O texto afirma ter sido Melquisedeque “sem
pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida...”.
O que o sacro escritor quer dizer é que não ficou registrada sua ascendência e
sua descendência, bem como os dados referentes a sua morte. Pelo contexto,
entende-se que ele era um homem com características especiais diante de Deus.
II. A MUDANÇA
DO SACERDÓCIO E DA LEI
1. O novo e perfeito sacerdócio (v.11b). O sacerdócio levítico era imperfeito (v.11a).
Nele, os sacrifícios, as ofertas, o culto e a liturgia eram apenas sombra do
verdadeiro sacerdócio, que veio por Cristo. O sacerdócio de Cristo, não da
ordem de Arão ou de Levi, mas “segundo a ordem de Melquisedeque”, trouxe a
perfeição no relacionamento do homem com Deus.
O primeiro sacerdócio, com suas imperfeições, não era capaz de
salvar, mas Cristo como Sumo Sacerdote, mediante o seu próprio sangue deu-nos
acesso a Deus, garantindo-nos a salvação plena.
2. Mudança de lei (v.12). “Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei”. Com Cristo, de fato, houve uma
mudança não só do sacerdócio, mas também da lei. Antes, era a lei da justiça, a
lei das obras. Com Cristo, veio a lei da graça, a lei do amor.
3. A lei era ineficaz. “O precedente mandamento”, ou seja, a antiga
lei, foi “ab-rogado por causa de sua fraqueza e inutilidade” (v.18). Ab-rogar
quer dizer anular, cessar, perder o efeito, revogar. Foi o que aconteceu quando
Cristo trouxe o evangelho, ab-rogando a antiga lei, a Antiga Aliança.
III. O
SACERDÓCIO PERPÉTUO E PERFEITO DE CRISTO
1. Jesus trouxe salvação perfeita (v.25). Os sacerdotes do antigo pacto pereceram
(v.23). O sacerdócio arônico foi constituído por centenas de sacerdotes, que se
sucediam constantemente, visto que “pela morte foram impedidos de permanecer”.
Os sacerdotes arônicos apenas intercediam pelos homens a Deus, mas não os
salvavam. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive sempre para interceder” por
nós, como nos assegurou uma perfeita salvação por seu intermédio (v.25; Rm
8.34). Jesus garante salvação plena (Jo 5.24), sem depender de um suposto
purgatório ou de uma hipotética reencarnação.
2. Jesus, sacerdote perfeito (v.26). A Palavra de Deus indica aqui as qualificações
de Cristo, que o diferenciam de qualquer sacerdote do antigo pacto. “Porque nos
convinha tal sumo sacerdote”:
a) Santo. O
sacerdote do Antigo Testamento teria que ser santo, separado, consagrado. Até
suas vestes eram santas (Êx 28.2,4; 29.29). Contudo, eram homens falhos,
imperfeitos, sujeitos ao pecado. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, era e é santo no
sentido pleno da palavra.
b) Inocente. Porque
nunca pecou, Jesus não tinha qualquer culpa. Ele desafiava seus adversários a
acusá-lo (Jo 8.46).
c) Imaculado. O
cordeiro, na antiga Lei, tinha que ser sem mancha (Lv 9.3; 23.12; Nm 6.14).
Jesus, como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), não
tinha qualquer mancha moral ou espiritual.
d) Separado dos pecadores. Jesus viveu entre os homens, comeu com eles,
inclusive na casa de pessoa de baixa reputação, como Zaqueu, mas foi “separado
dos pecadores”. Ele não se misturou, nem se deixou influenciar pelo
comportamento dos homens maus.
e) Feito mais sublime do que os céus. Tal expressão fala da exaltação de Cristo,
como dele está predito na Bíblia: “Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho
se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus” (Rm 14.11).
f) Ofereceu-se a si mesmo, uma só vez (v.27). Os sumos sacerdotes do Antigo Testamento necessitavam
de oferecer sacrifícios, muitas vezes, primeiro por eles próprios e, depois,
pelo povo. Mas Jesus, por ser imaculado, sem pecado, não precisou fazer isso
por si. Tão somente ofereceu-se num sacrifício perfeito, uma vez, pelos
pecadores.
CONCLUSÃO
Nesta lição verificamos que, em todos os aspectos o sacerdócio
de Cristo, proveniente da ordem de Melquisedeque, é superior ao sacerdócio
arônico. Com isto, devemos ser gratos a Deus por fazermos parte de sua linhagem
espiritual.
VOCABULÁRIO
Dignidade: Autoridade moral, honestidade, honra.
Hipotético: Fundado em hipótese, duvidoso, incerto.
Imaculado: Que não tem mácula ou mancha de pecado, puro, inocente.
Linhagem: Genealogia, geração.
Monoteísta: Que ou quem admite um só Deus.
Reputar: Considerar, julgar, achar.
Sacro: Sagrado, venerável, respeitável.
Hipotético: Fundado em hipótese, duvidoso, incerto.
Imaculado: Que não tem mácula ou mancha de pecado, puro, inocente.
Linhagem: Genealogia, geração.
Monoteísta: Que ou quem admite um só Deus.
Reputar: Considerar, julgar, achar.
Sacro: Sagrado, venerável, respeitável.
EXERCÍCIOS
1. Quem era Melquisedeque?
R. Era rei de Salém e sacerdote do Deus
Altíssimo.
2. Por que se diz que Melquisedeque não tinha
genealogia?
R. Porque não ficou registrada sua
ascendência e sua descendência.
3. Qual o significado das ofertas, do culto e dos
sacrifícios no AT?
R. Sombra ou cópia do verdadeiro
sacerdócio, que veio com Cristo.
4. O que mudava com a mudança do sacerdócio?
R. A lei.
5. Por que Cristo foi considerado sacerdote
imaculado?
R. Porque não tinha qualquer mancha
moral ou espiritual de que fosse acusado.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“Melquisedeque (Hb 7.1). Melquisedeque, contemporâneo de Abraão, foi
rei de Salém e sacerdote de Deus (Gn 14.18). Abraão lhe pagou dízimos e foi por
ele abençoado (vv.2-7). Aqui, a Bíblia o tem como uma prefiguração de Jesus
Cristo, que é tanto sacerdote como rei (v.3) O sacerdócio de Cristo é ‘segundo
a ordem de Melquisedeque’ (6.20), o que significa que Cristo é anterior a
Abraão, a Levi e aos sacerdotes levítico, e maior que todos eles.
“Sem pai, sem mãe (Hb 7.3). Isso não significa que Melquisedeque,
literalmente, não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão
somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a
respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo de Cristo eterno, cujo
sacerdócio nunca terminará.
Vivendo sempre para interceder (Hb 7.25). Cristo vive no céu, na presença do Pai (8.1),
intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a
vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1). (1) Pelo ministério da
intercessão de Cristo, experimentamos o amor e a presença de Deus e achamos
misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade
(4.15; 5.2), tentação (Lc 22.32), fraqueza (4.15; 5.2), pecado (1 Jo 1.9; 2.1)
e provação (Rm 8.31-39). (2) A oração de Cristo como sumo sacerdote em favor do
seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o Espírito Santo sobre todos
os crentes (At 2.33) nos ajudam a compreender o alcance do seu ministério de
intercessão (ver Jo 17.1). (3) Mediante a intercessão de Cristo, aqueles que se
chegam a Deus (i.e., se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego
está no tempo presente e salienta a ação contínua) podem receber graça para ser
salvo ‘perfeitamente’. A intercessão de Cristo como nosso sumo sacerdote é
essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça e misericórdia e
ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de
Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de satanás, e incorrendo
em justa condenação. Nossa esperança é aproximar-nos de Deus por meio de
Cristo, pela fé (ver 1 Pe 1.5)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, págs. 1907-1909).
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