Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2001
Título: Hebreus — “... os quais ministram em
figura e sombra das coisas celestes”
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição
9: Cristo
trouxe maior glória na adoração a Deus
Data: 26 de Agosto de 2001
TEXTO ÁUREO
“Mas agora
alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor
concerto, que está confirmado em melhores promessas” (Hb
8.6).
VERDADE PRÁTICA
Com Cristo, o culto a Deus passou a ter uma glória maior do que
no antigo pacto, pois Ele substituiu os símbolos rituais pela realidade da
verdadeira adoração.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Êx 2.24
Um
concerto com Abraão, Isaque e Jacó
Terça - Dt
4.13
Um
concerto em tábuas de pedra
Quarta -
Jr 31.32
Um
concerto invalidado
Quinta -
Jr 31.31
Um Novo
Concerto com Israel
Sexta - Jr
31.33
Um Novo
Concerto no coração
Sábado -
Rm 8.1
Um
Concerto sem condenação
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Hebreus
9.1,2,11,12,15,22-28.
1 - Ora, também o primeiro tinha
ordenanças de culto divino e um santuário terrestre.
2 - Porque um tabernáculo estava
preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da
proposição; ao que se chama o Santuário.
11 - Mas, vindo Cristo, o sumo
sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito
por mãos, isto é, não desta criação,
12 - nem por sangue de bodes e
bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo
efetuado uma eterna redenção.
15 - E, por isso, é mediador de um novo
testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que
havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança
eterna.
22 - E quase todas as coisas segundo a
lei, se purificam com sangue, e sem derramamento de sangue não há remissão de
pecado.
23 - De sorte que era bem necessário
que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as
próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes.
24 - Porque Cristo não entrou num
santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora
comparecer, por nós, perante a face de Deus;
25 - nem também para a si mesmo se
oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com
sangue alheio.
26 - Doutra maneira, necessário lhe
fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação
dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de
si mesmo.
27 - E, como aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,
28 - assim também Cristo, oferecendo-se
uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado,
aos que o esperam para a salvação.
PONTO DE CONTATO
Antes de falar sobre as glórias do sacerdócio de Cristo, o
escritor apresenta em retrospecto o ministério levítico, descrevendo o
Tabernáculo com seus dois compartimentos, o Lugar Santo e o Santo dos Santos.
Havia algo de belo e majestoso nessa antiga administração do culto e serviço sacerdotal,
o qual, pelo contraste, enaltece a glória da nova ordem cristã.
Deus ordenou ao povo de Israel que construísse um santuário, e
orientou-o em cada detalhe desta construção. Em razão de ser a habitação de
Deus no deserto, o povo o venerava. Entretanto, o tabernáculo e seus elementos
eram passageiros e inferiores a Cristo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Relacionar os elementos que compunham os móveis do tabernáculo.
·
Reconhecer Cristo como sacerdote dos bens futuros e da nossa
confissão.
·
Identificar o sacrifício de Cristo como perfeito e absoluto.
SÍNTESE TEXTUAL
Sob a ordem mosaica entendia-se que não havia livre acesso à
presença de Deus. Somente uma vez por ano, e isso por meio dum representante.
Somente mediante sacrifício cruento podia o povo aproximar-se de Deus. A lição
que aprendemos é que devido ao pecado, o propósito do homem de acercar-se
diretamente de Deus era frustrado. Toda a economia levítica era provisória, não
passando de sombra ou tipo da realidade celestial. Os sacrifícios anuais jamais
poderiam resolver o problema da consciência. Por serem provisórios, eles
aguardavam um tempo de “reforma”, uma ocasião melhor.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Se possível, amplie no quadro de giz a figura abaixo. Em seguida
convide sete dos seus alunos para colocarem o nome das peças do tabernáculo no
lugar correspondente.
1. Altar do holocausto
2. Bacia de bronze
3. Mesa dos pães da proposição
4. Candeeiro de ouro
5. Altar do incenso
6. Arca da aliança
7. Propiciatório
COMENTÁRIO
introdução
Nas lições referentes aos capítulos de 8 a 10 da epístola em
estudo, vemos a diferença marcante entre o ministério sacerdotal, no antigo
pacto, e o de Cristo, como Sumo Sacerdote no Novo Concerto. Nesta lição, que dá
sequência ao tema da anterior, veremos, mais uma vez, que, em todos os
aspectos, o Novo Concerto é melhor e mais glorioso que o primeiro.
I. O CULTO
DIVINO EM SANTUÁRIO TERRESTRE
1. O culto no lugar santo do tabernáculo (9.1,2). O tabernáculo, onde as atividades do culto
eram intensas, dividia-se em três partes: o Pátio, o Lugar Santo e o Santo dos
Santos. O v.2 refere-se à segunda parte — o lugar santo, chamando-o “o
primeiro”, pelo fato dele ser a primeira das duas partes cobertas: o Lugar
Santo e o Santo dos Santos. O Pátio era descoberto.
2. Os elementos do Lugar Santo. Após o véu da entrada, viam-se três elementos
importantes na segunda parte do tabernáculo: “o candeeiro, a mesa e os pães da
proposição” (v.2). O tabernáculo revelava que Deus queria manifestar-se no meio
de seu povo (Êx 25.8). Hoje, devemos valorizar o ambiente do templo, na igreja
local, pois é consagrado ao culto a Deus.
a) O candeeiro, castiçal ou candelabro. Era uma peça maciça, de ouro puro, cujas
lâmpadas eram acesas diariamente (Êx 25.31; Lv 24.1-4), representando Cristo, a
luz do mundo (Jo 8.12);
b) Os pães da proposição. Ficavam sobre a mesa, que era um móvel de
madeira de cetim, revestida de ouro. Os pães da proposição eram um tipo de
Cristo, o pão da vida (Jo 6.35).
c) O altar do incenso. O escritor não fala do altar do incenso, mas
este também estava no Lugar Santo (ver Êx 30.1-3) representando Cristo, nosso
intercessor (Jo 17.1-26; Hb 7.25). Ele ocupava uma posição central no
santuário, indicando que a vida de oração é fundamental no culto a Deus. A
negligência à oração revela imaturidade espiritual.
3. O lugar Santo dos Santos (vv.3-7). No seu interior, estava a arca do concerto, com a sua
cobertura ou propiciatório,
com querubins entalhados nas extremidades (Êx 25.10). A arca representava a
presença de Deus ou Cristo, nosso Emanuel,
que é Deus conosco (Mt 1.23). Na arca, estavam o maná, em memória da provisão de
Deus, ou Cristo, o “pão que desceu do céu” (Jo 6.58); a vara de Arão, lembrando a
fidelidade de Deus; e as
tábuas do concerto, para que o povo não se esquecesse da importância da
lei. Mas havia um véu, separando o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (vv.3,7,8).
Aquele véu indicava “que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto,
enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo” (v.8).
Quando oramos, não devemos ficar “no Pátio” (oração monótona).
Precisamos passar ao “Lugar Santo” (oração objetiva) e chegar ao “Santo dos
Santos” (oração no Espírito).
II. UM MAIOR
E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO
1. Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros (v.11). Esses “bens futuros” ainda não estão
plenamente ao nosso alcance. A salvação é presente, mas depende de nossa
perseverança até o fim (Mt 10.22; 24.13; cf. Rm 13.11). O reino absoluto de
Cristo e a feliz eternidade com Deus nos aguardam. Os céus nos esperam. A Nova
Jerusalém está preparada para os santos do Senhor.
2. Um perfeito tabernáculo (v.11). O tabernáculo celestial, “não feito por mãos”.
Os utensílios do antigo tabernáculo desapareceram. Onde estará a arca? O altar
do incenso? Não se sabe. Porém Cristo, ao morrer, fez com que o véu do templo
(em Jerusalém) se rasgasse de alto a baixo, demonstrando que o caminho para o
verdadeiro santuário, que é a presença de Deus, estava definitivamente aberto
para o homem que nEle crê.
3. Mediador de um Novo Testamento.
a) O Velho Testamento foi superado. O Velho Testamento era a sombra das coisas
celestes, providas por Deus para a redenção do homem. A lei, que orientava o
culto no antigo santuário, não justificou ninguém (Gl 3.11). Pelo contrário, os
que estavam debaixo das obras da lei estavam sob maldição, por não poderem
cumprir todas as suas cláusulas (Gl 3.10).
b) O Novo Testamento é superior. Cristo tornou-se “Mediador de um Novo
Testamento” (v.15), que contém as cláusulas marcantes e definitivas do novo
relacionamento de Deus com o homem, e deste com Deus. Ele “entrou uma vez no
santuário, havendo efetuado uma eterna
redenção” (v.12).
c) A morte do testador. O testamento só tem validade com a morte do
testador (v.16). Uma vez que Cristo morreu, o Novo Testamento passou a ter
validade, garantindo-nos uma “herança eterna” (v.15). No antigo tabernáculo, a
expiação dos pecados era temporária e parcial. No novo, com a garantia do Novo
Testamento, a redenção é perfeita, definitiva e perene.
d) Sacerdote imaculado (v.14). Os sacerdotes eram imperfeitos. Cristo, nosso
Sumo Sacerdote, com seu sangue, “pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo
imaculado a Deus”, purificando as consciências “das obras mortas” para que
sirvamos ao Deus vivo (v.14). O Velho Testamento era validado pelo sangue de
animais (v.19). O Novo legitimou-se pelo sangue de Cristo, derramado em nosso
lugar.
III. O
SACRIFÍCIO PERFEITO DE CRISTO
1. “Sem derramamento de sangue não há remissão” (v.22). A Bíblia ressalta que, no antigo tabernáculo,
“quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue”, enfatizando
que “sem derramamento de sangue não há remissão” (cf. Lv 17.11). Aqui, vemos a
importância do sangue para a expiação do pecado, no Velho Testamento. Isso quer
dizer que, quando um animal era oferecido em sacrifício pelo pecado, Deus
aceitava a oferta por atribuir a ela o valor provisório do resgate do pecador
ofertante. O sangue era símbolo da outorga da vida, que era dada em expiação.
Tal sacrifício apontava para o sangue de Cristo, que seria derramado em nosso
lugar.
2. “Sacrifícios melhores” (v.23). O escritor diz que “era bem necessário que as
figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem”, ou seja, deviam
purificar-se com sangue. Cada animal morto, substituto do pecador, apontava
para o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Os sacrifícios
antigos eram repetitivos. O de Cristo foi efetuado uma única vez, por ser
superior e perfeito.
3. A entrada de Cristo no céu (v.24). Cristo entrou “uma vez no santuário, havendo
efetuado uma eterna redenção” (v.12). O sacerdote entrava todos os dias no
santuário, isto é, no Lugar Santo, mas só conseguia a remissão parcial e
temporal do pecado. O sumo sacerdote entrava somente uma vez por ano no Santo
dos Santos e oferecia sacrifícios pelo povo e por si próprio, pois também era
pecador (cf. v.7). No entanto, Cristo entrou “no mesmo céu, para agora
comparecer, por nós, perante a face de Deus”. Ele é nosso intercessor perfeito
(Rm 8.34), juntamente com o outro maravilhoso intercessor, que é o Espírito
Santo (Rm 8.27).
4. Cristo aparecerá pela segunda vez (vv.27,28). Aqui a Bíblia diz que Cristo “uma vez se
manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”, oferecendo-se
para “tirar os pecados de muitos”, e que Ele voltará, pela segunda vez, “aos
que o esperam para a salvação”.
CONCLUSÃO
O Novo Concerto trazido por Cristo realizou-se através de um
sacrifício perfeito e único, que não precisa repetir-se, em substituição aos
sacrifícios imperfeitos do antigo concerto. Assim, sejamos gratos a Deus pela
morte de Cristo na cruz do Calvário, o qual por nós efetuou uma eterna
redenção.
VOCABULÁRIO
Negligência: Desleixo, descuido, desatenção.
Outorga: Ato ou efeito de outorgar; consentimento, concessão.
Redenção: Resgate, libertação. Livramento proporcionado por Cristo ao oferecer-se para morrer em nosso lugar.
Remissão: Compensação, paga, satisfação.
Testador: Que ou aquele que testa ou faz testamento.
Outorga: Ato ou efeito de outorgar; consentimento, concessão.
Redenção: Resgate, libertação. Livramento proporcionado por Cristo ao oferecer-se para morrer em nosso lugar.
Remissão: Compensação, paga, satisfação.
Testador: Que ou aquele que testa ou faz testamento.
EXERCÍCIOS
1. Quantas partes tinha o tabernáculo no AT?
R. Três partes.
2. Que significado espiritual tinha o véu, entre o
lugar santo e o Santo dos Santos?
R. Indicava que o acesso a Deus não
estava livre.
3. O que Cristo fez, antes de entrar no santuário
celeste?
R. Efetuou uma eterna redenção pelo seu
próprio sangue.
4. O que é necessário para que um testamento tenha
validade?
R. A morte do testador.
5. Por que Cristo não ofereceu sacrifícios por si
mesmo?
R. Porque não teve pecado.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“A expiação da Nova Aliança (9.11-22). O tema de reforma introduz um
santuário melhor, um sacrifício eficiente e uma salvação mais completa. O
serviço do sumo sacerdote judaico no Dia da Expiação representava o clímax do
sistema levítico. Nesse dia, todo ano, ele entrava na presença divina, num
tabernáculo terreno, levando o sangue expiatório de animais. Sob a Nova
Aliança, Cristo, ‘o sumo sacerdote dos bens futuros’, entrou uma vez para
sempre no próprio tabernáculo, levando o seu próprio sangue como expiação.
O sangue de touros e de cabras efetuava apenas purificação
ritualística e simbólica, de alcance limitado, mas o sangue de Cristo,
oferecido como sacrifício espiritual e vivo, executa a purificação interior,
que traz comunhão com o Deus vivo (vv.13,14).
O bispo Westcott observa os seguintes itens pelos quais o sangue
de Cristo é superior, partindo da análise de seu sacrifício, que foi:
a) voluntário, ao contrário dos sacrifícios exigidos pela Lei;
b) racional, e não como o dos animais (irracionais);
c) espontâneo, e não em obediência a ordens superiores;
d) moral, como oferta de si próprio por ação do supremo poder
nEle residente (o Espírito Eterno), pelo qual mantinha comunhão com Deus. Não
seguiu meramente um rito, um esquema predeterminado. Não! Ele detinha os mais
puros motivos.” (Comentário Bíblico - Hebreus, CPAD, págs. 148,149).
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PAZ DO SENHOR
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