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sábado, 20 de dezembro de 2014

ESCOLA DOMINICAL BETEL TRIMESTRE LIÇÕES N.1-6




                                 LIÇÕES BETEL 2014



ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição  N.1  
Revista da Editora Betel - 1º Trimestre de 2015  

A Fidelidade de Deus
4 de Janeiro de 2015


Texto Áureo

“A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, até as nuvens a tua fidelidade” Sl 36.5. 

Verdade Aplicada

A fidelidade de Deus é a base sólida da sustentação de nossa confiança e relacionamento com Ele. 

Textos de Referência

Salmos 89.1 Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor, os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade.
Salmos 89.2 Pois disse eu: a benignidade está fundada para sempre: a tua fidelidade, tu a confirmarás até nos céus, dizendo.
Salmos 89.5 Celebram os céus as tuas maravilhas, ó SENHOR, e, na assembleia dos santos, a tua fidelidade.
Salmos 89.24 A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder. 

INTRODUÇÃO

A fidelidade de Deus, um dos grandes temas da Bíblia, carrega em si a ideia do compromisso inabalável de Deus em manter, na relação com o Seu povo, tudo quanto se encontra escrito na Sua Palavra. A fidelidade é uma das gloriosas perfeições do Senhor, uma vestimenta do próprio Deus (Sl 89.8). Tudo o que há acerca de Deus é grande, vasto e incomparável, assim é também Sua fidelidade (Sl 36.5). 

1 A fidelidade é um atributo do caráter de Deus.

A fidelidade é parte inerente do ser divino e Ele tem enorme satisfação em revelar-se a seu povo como Deus fiel (Dt 7.9). O apóstolo Paulo afirma que nem mesmo a infidelidade humana pode alterar a fidelidade divina (2Tm 2.13). 

1.1 A vida de Deus não muda.

Ele é desde a antiguidade (Sl 93.2). O salmista Davi compreende uma revelação da perfeição divina (Sl 103.26,27), por meio da qual Deus não está sujeito a qualquer mudança, não somente em Seu ser, mas também em Suas profecias, propósitos e promessas (Hb 6.13, 14). A fidelidade de Deus está expressa em Sua coerência moral e pessoal no seu relacionamento com as pessoas. Por isso, Deus é comparado a uma rocha (Dt 32.4). Ele permanece sempre na mesma posição. Ele é eternamente o Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17). 

1.2 O caráter de Deus não muda.

No curso da vida humana, gostos, perspectivas, tempo, temperamento, entre outros, podem mudar o caráter de uma pessoa, mas nada pode alterar o caráter de Deus. Ele nunca se torna menos verdadeiro, misericordioso, justo ou fiel (Êx 34.6). O caráter de Deus é hoje, e sempre será exatamente como era nos tempos bíblicos, conforme a auto-revelação de Deus a Moisés (Êx 3.14). Ele tem vida em si mesmo e o que Ele é agora será eternamente (Hb 13.8). 

1.3 Os propósitos de Deus não mudam

Os planos do homem podem mudar por falta de previsão ou ausência de poder. Porém os propósitos de Deus nunca se alteram (Sl 33.11), visto que Deus é Onisciente, Onipotente e Onipresente. O que Deus executa no presente, Ele já planejara desde a eternidade (Ef 3.3-11). Tudo o que se encontra em Sua Palavra, Ele se comprometeu a realizar (Mc 13.31). O seu propósito abrange grandes reinos (Dn 4.32), mas também tem planos para seus servos de forma individual (At 9.15) e com relação à Igreja (Fp 1.6). Podemos ter certeza de que o propósito de Deus com respeito à nossa salvação não é uma vaga possibilidade, mas uma convicção inabalável. A volta de Jesus e a consumação da nossa salvação é uma agenda firmada pelo Pai e Ele a levará avante. 

2. Deus é fiel no cumprimento de Suas promessas.

A Bíblia está repleta de promessas de Deus para Seu povo. Em Hebreus 10.23, somos convidados a guardar firmemente a nossa esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Vejamos algumas características das promessas de Deus:

2.1. As promessas de Deus podem ser condicionais.
A maioria das promessas de Deus é incondicional e será cumprida (Gn 18.9-14), outras, porém, dependem da obediência e fé do seu povo. Em Sua ascensão ao céu, Cristo prometeu aos discípulos que enviaria o Espírito Santo (Lc 24.49), mas estabeleceu uma condição: que permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder, o que se cumpriu no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Precisamos, portanto, ter uma atitude de fé e perseverança face ás promessas de Deus e buscar o seu cumprimento por meio da oração, como fez o profeta Daniel. Ele entendeu que o fim do cativeiro havia chegado para Israel, então clamou ao Senhor pelo cumprimento da promessa (Dn 9.1, 2). Neemias também orou firmado nas promessas de Deus (Ne 1.9, 10). 

2.2. As promessas de Deus podem parecer demoradas.

Os que pensam que as promessas de Deus são tardias não possuem o discernimento necessário para saber que a demora de Deus tem o objetivo de afastar o julgamento e trazer a graça salvadora ao maior número possível de pessoas (2 Pe 3.9). Na vida do cristão, a espera é sem dúvida um amadurecimento pessoal. O tempo de Deus não é o nosso. Os discípulos só esperaram dez dias e foram batizados no Espírito santo. Alguns homens de Deus, porém, tiveram que esperar com paciência a realização da promessa de Deus. José esperou treze anos para tornar-se primeiro-ministro do Egito. Moisés passou quarenta anos no deserto se preparando (At 7.22, 23). Mas ambos alcançaram o cumprimento da promessa de Deus para suas vidas. Deus não atrasa nem adianta, chega sempre na hora certa. É preciso aprender a esperar no Senhor (Sl 27.14). 

2.3 Ás promessas de Deus são atuais.

Há nas Escrituras numerosas ilustrações da fidelidade de Deus em manter Suas promessas sempre atuais. O juramento feito por Deus em manter Suas promessas sempre atuais. O juramento feito por Deus de que a terra produziria alimentos para todos continua (Gn 8.22). No dia de Pentecostes, Pedro relembrou uma promessa feita por Deus (At 2.39). Após quase dois mil anos, essa promessa continuasse cumprindo e pessoas ainda são batizadas no Espírito Santo onde o Evangelho é pregado confirmando assim a atualidade das promessas de Deus. Vidas libertas, pessoas transformadas, doentes curados e o Evangelho avançando até as mais longínquas regiões do mundo são provas do cumprimento da Palavra de Deus (Mc 16.15-18).

3. A Fidelidade de Deus na relação com o Seu povo.
No relacionamento entre Deus e o Seu povo, Ele tem se mantido fiel. As gerações vão e vem, e Deus permanece fiel a todas elas. Mesmo quando o povo peca ou se desvia, Deus permanece fiel, pronto a perdoar, restaurar e socorrer, quando estes se voltam para Ele (2Tm 2.13). 

3.1. Deus é fiel em perdoar.

Essa é uma promessa que precisa ser celebrada e ao mesmo tempo compreendida. Não é um convite à licenciosidade, nem um incentivo ao erro. De forma alguma se deve brincar com o pecado. Sansão brincou e quase foi destruído (Jz 16.20, 21). Esaú foi profano com as coisas de Deus e não encontrou lugar de arrependimento (Hb 12.16, 17). Esses exemplos nos servem de advertência. Deus é fiel em perdoar o cristão sincero e verdadeiramente arrependido. Somos restaurados porque o Senhor é fiel. 

3.2. Deus é fiel em socorrer e livrar.

O povo de Israel, ao longo de sua história, é testemunha viva dos feitos poderosos do Senhor e Sua fidelidade para livrá-los dos seus inimigos. Davi confessou que sem o Senhor os seus opositores o teriam engolido vivo (Sl 124.1-3). Na passagem pelo Mar Vermelho (Êx 14.1-31), Moisés disse que Deus pelejaria pelo seu povo. Na ação de Deus que livrou os jovens hebreus da fornalha ardente (Dn 3.23-25), até o soberbo Nabucodonosor reconheceu Sua grandeza (Dn 3.29). Essas mesmas promessas se aplicam aos cristãos hodiernos. O Senhor não nos prometeu uma vida fácil e sem dificuldades, pelo contrário, Ele nos conscientizou de que neste mundo teríamos aflições (Jo 16.33), mas pediu que tivéssemos ânimo, porque Ele venceu e não desampara nem abandona os Seus servos (Hb 13.5, 6). Deus não permite uma luta acima do que podemos suportar (1Co 10.13). A palavra assegura que quem nasceu de novo e não vive na prática do pecado, o maligno não lhe toca (1Jo 5.18). 

3.3. A promessa da Sua presença.

A promessa da presença de Deus é uma verdade gloriosa revelada em toda a Bíblia. Quando recebeu a ordem de partir em direção à Canaã, Moisés pediu a Deus que a Sua presença fosse com eles, caso contrário não sairia dali (Êx 33.12-15). Deus lhe fez uma promessa e, durante quarenta anos no deserto, Ele foi fiel: de dia numa coluna de nuvem e de noite numa coluna de fogo (Êx 13.21, 22), ou seja, não importam as circunstâncias (Sl 23.4; Is 43.2), Ele estará presente. O Senhor Jesus corroborou essa promessa de forma maravilhosa para a Igreja (Mt 18.20). Ele estará presente e de forma ativa por todos dias até o fim dos séculos (Mt 28.20; Ap 2.1).
  
CONCLUSÃO


A infidelidade, um dos pecados mais proeminentes destes dias maus, está presente na vida social, nos negócios, nas amizades que se dissolvem tão facilmente e até na vida conjugal. No entanto, é encorajador erguer os olhos e contemplar aquele que é fiel em tudo e em todo o tempo, no qual podemos confiar plenamente na certeza de que Ele nunca falhará conosco.


Lições Bíblicas CPAD  Adultos   1º Trimestre de 2015


Título: A Lei de Deus — Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Esequias Soares 

Lição 2: O padrão da Lei Moral
Data: 11 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO

Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra(Dt 4.13).

VERDADE PRÁTICA

As chamadas “lei moral”, “lei cerimonial” e “lei civil” são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 34.28
Os Dez Mandamentos são chamados de “tábuas do concerto”


Terça - Ne 8.1,2,8,18
A lei de Moisés e a lei do Senhor não são duas leis distintas


Quarta - Lc 2.22,23
Não há diferença entre a Lei de Moisés e a Lei do Senhor


Quinta - Mc 12.28-32
Os dois maiores mandamentos não fazem parte da alegada lei moral


Sexta - Mt 5.17,18
O Senhor Jesus cumpriu toda a lei e a sua Palavra permanece para sempre


Sábado - Jo 1.17
A lei e a graça são os dois lados opostos de uma mesma moeda

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Deuteronômio 9.9-11; 10.1-5.

9.9 - Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi.
10 - E o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas tinha escrito conforme todas aquelas palavras que o SENHOR tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da congregação.
11 - Sucedeu, pois, que, ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas do concerto.
10.1 - Naquele mesmo tempo, me disse o SENHOR: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim a este monte, e faze uma arca de madeira.
2 - E, naquelas tábuas, escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas que quebraste, e as porás na arca.
3 - Assim, fiz uma arca de madeira de cetim, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi o monte com as duas tábuas na minha mão.
4 - Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que o SENHOR vos falara no dia da congregação, no monte, do meio do fogo; e o SENHOR mas deu a mim.
5 - E virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão, como o SENHOR me ordenou.

OBJETIVO GERAL

Apresentar a transitoriedade da Lei para a Dispensação da Graça.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
  • I. Mostrar o formato da Lei no Pentateuco.
  • II. Explicar a “morfologia” dos Dez Mandamentos.
  • III. Especificar a unicidade da Lei de Deus.
  • IV. Comparar a Lei com a Graça.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado professor, como os alunos receberam a primeira aula? E a reação deles com o novo projeto gráfico e pedagógico das nossas revistas? Esperamos que essa experiência abençoe a sua vida e a dos seus alunos. Deus o chamou para esta nobre obra!
O tema desta semana ainda faz parte da introdução aos Dez Mandamentos. Por isso, é importante deixar claro para a classe a transitoriedade da lei do Antigo Testamento para a Nova Aliança. O Senhor Jesus é a plena manifestação do Pai. Logo, se a Lei cumpriu todo o propósito nEle, em Cristo, estamos debaixo da lei do Amor, do tempo da Graça de Deus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

PONTO CENTRAL
Toda a Lei — os preceitos morais, cerimoniais e civis — foi cumprida pelo Senhor Jesus Cristo.

Desde o princípio do mundo todos sabem que é imoral matar, adulterar, furtar, dizer falso testemunho, desonrar pai e mãe, pois Deus colocou a sua lei no coração e na mente de todos os seres humanos desde o início (Rm 1.19,20). Eram princípios éticos, e não um código de lei. As dez proposições agora foram colocadas em forma de lei, como código, e entregues a Israel por intermédio de Moisés.

I. AS TÁBUAS DA LEI

1. Formato. Era um jogo de duas tábuas com quatro faces. Não é possível saber qual era seu tamanho. A arca do concerto media um metro e dez centímetros de comprimento por 66 cm de largura e 66 cm de altura (Êx 25.10, NTLH). Cada uma dessas tábuas não devia passar de 75 x 55 x 55 cm, considerando que elas foram colocadas na arca juntamente com a vara de Arão, que floresceu, e um vaso com o maná (Hb 9.4). Contém 172 palavras. Um homem podia transportá-las tranquilamente.
2. A divisão das tábuas. Em nenhum lugar a Bíblia diz quantos e quais eram os mandamentos em cada uma dessas tábuas. Escritores antigos, judeus e cristãos, como o pensador judeu Fílon de Alexandria (30 a.C. — 50 d.C.), o historiador judeu Flávio Josefo (37 — 100) e um dos pais da igreja, Irineu de Lião (125 — 202), dentre outros, diziam haver cinco mandamentos em cada tábua. Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não cinco e cinco. Esta nova interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos.
3. A rebelião. Ao fim de quarenta dias, Moisés desce do monte com as tábuas da lei (Dt 9.11). Nessa ocasião Israel havia se corrompido com o bezerro de ouro (Êx 32.7-9). Ainda muito cedo na história, vemos como a natureza humana é inclinada ao pecado. Onde está o compromisso do povo quando declarou na cerimônia do concerto: “Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos” (Êx 24.7)?
4. Deus renova o concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após ser interrompida por causa da rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as tábuas do concerto foram quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o concerto foi renovado (Êx 34.10,27). Deus mandou Moisés lavrar novas tábuas, nas quais escreveu novamente as mesmas palavras (Êx 34.1; Dt 10.1). Parece que isso foi resultado da intercessão de Moisés pelo povo (Êx 32.31-33).


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Os Dez Mandamentos têm caráter categórico e absoluto. Eles não contemplam o relativismo moral.


SUBSÍDIO DIDÁTICO

Esse primeiro tópico demarca o formato da Lei e responde à seguinte pergunta: Como o Decálogo foi elaborado? Por isso, aqui, você deve reforçar o caráter divino da concessão dos “Dez Mandamentos” ao povo de Deus, no Monte Sinai.


II. OS DEZ MANDAMENTOS

1. Origem do termo. A expressão “dez mandamentos”, em hebraico asseret hadevarim, significa literalmente “as dez palavras” e só aparece três vezes na Bíblia (Êx 34.28; Dt 4.13; 10.4). A Septuaginta traduziu por dekalogos, “decálogo”, a partir de dois termos gregos: deka, “dez”, e logos, “palavra”. O sentido de “palavra” nesses idiomas é amplo e indica “discurso, pronunciamento, proposição”. O termo hebraico específico para “mandamento” é mitsvah, usado também em referência aos Dez Mandamentos (Êx 24.12). A Septuaginta utiliza o termo entolé, a mesma palavra usada no Novo Testamento (Mt 19.17-19).
2. Classificação. As autoridades religiosas de Israel sempre classificaram os Dez Mandamentos em dois grupos: teológico e ético; vertical e horizontal; relação do ser humano com Deus e com o próximo. Os primeiros mandamentos são teológicos e se resumem no primeiro e grande mandamento (Dt 6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os da segunda tábua são éticos, e consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18; Mt 22.39; Mc 12.31).
3. Forma. A forma dos Dez Mandamentos é geralmente chamada de categórica ou absoluta. É uma das formas de lei que apresenta um estilo sóbrio e de estrutura rítmica, assonante, paralela e poética. Isso facilita a memorização e é apropriado para a leitura litúrgica e em grandes eventos religiosos (Dt 31.11). As proibições são sem concessão; não admitem exceção. Aqui temos oito proibições absolutas com a negação hebraica, lo, “não”, forma incondicional, em tempo verbal que nas línguas ocidentais é chamado de “futuro”. Os outros dois mandamentos dados a Israel são positivos: guardar o sábado e honrar pai e mãe (Êx 20.8-12; Dt 5.12-16).


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A Lei é chamada de “Lei do Senhor” porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel.


III. A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI

1. Uma só lei. Há uma corrente de interpretação que ensina ser o Decálogo a lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de lei cerimonial. Esse pensamento nos parece inconsistente, pois não é ensino bíblico nem os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus disse que a circuncisão está acima do sábado (Jo 7.22,23).
2. A lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do Senhor porque veio de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne 10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8.1,2,8,18; Lc 2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2Cr 23.18; 30.16; At 15.5; 1Co 9.9).
3. A lei de Deus. A lei de Deus é todo o Pentateuco; trata-se de um livro, e não meramente das palavras escritas em tábuas de pedra (Js 24.26; Ne 8.8,18). Isso precisa ficar muito claro porque certos grupos sectários argumentam: “Você guarda a lei de Deus?”. Isso por causa do sábado, e transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se restringe aos Dez Mandamentos. Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar os seus 613 preceitos; do contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10).


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A Lei é chamada de “Lei do Senhor” porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“[...] A função formal e teológica do Decálogo fica clara quando a vemos no contexto do ato redentor do êxodo e dos propósitos eletivos de Deus para Israel como povo vassalo, conduzido na comunhão do concerto com Ele, a fim de servir como reino de sacerdotes. A promessa abraâmica assegurou que o patriarca seria abençoado com semente inumerável, que essa semente herdaria uma terra que forneceria uma base geográfica, da qual a nação eleita tornar-se-ia o meio pelo qual Deus abençoaria o mundo. O êxodo livrara essa nação da escravidão para outro senhor, a fim de começar a desempenhar suas responsabilidades sob as orientações do Senhor Jeová. O texto do concerto, e particularmente os Dez Mandamentos, fornece as diretrizes segundo as quais este povo privilegiado tinha de ordenar-se para que realmente fosse uma nação santa capaz de exibir o Reino de Deus e mediar os benefícios e promessas salvíficas para o mundo em geral da humanidade alienada” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.54-55).


IV. A LEI A GRAÇA

1. A transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras [...] era transitório” (2Co 3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no sistema mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas adaptada à graça, e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete a sua autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente inspiradas (2Tm 3.16,17).
2. A graça. O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram Levítico 18.5 como meio hipotético de salvação pela observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis de Israel só conseguiu cumprir 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”, no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os cristãos estão debaixo da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio sobre nós (Rm 7.1-4).
3. Os mandamentos de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para executar as obras de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem os Dez Mandamentos, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa doutrina é ratificada mais adiante (1Jo 3.23,24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na Grande Comissão. Ele disse para “guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.20). O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei. Quem ama a Cristo tem a lei do Espírito em seu coração.


SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

Em Jesus Cristo, toda a lei foi cumprida, isto é, todos os preceitos morais, cerimoniais e civis. Hoje, vivemos sob a Graça de Deus.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O Espírito Santo e a Nova Aliança
A antiga aliança caracterizava-se pela revelação da vontade de Deus, resumida na lei mosaica, uma revelação que, com frequência, falhavam em observar (Jr 31.32). [...] Paulo considera que a nova aliança, pela qual os profetas do Antigo Testamento aguardavam (por exemplo, Is 59.20,21; Jr 31.31-34; 32.37-40; Ez 16.60-63; 37.21-28), foi iniciada por Cristo e levada adiante pelo Espírito (Rm 8.3,4; 2Co 3.4-18). Por isso, ele conclui que antiga aliança e as estipulações associadas à lei mosaica foram substituídas pelo ministério de Cristo e do Espírito (Rm 10.4; Gl 3.25).
Todavia, isso não quer dizer que os mandamentos ou estipulações não estão mais associados à nova aliança. Ao contrário, as epístolas de Paulo são cheias de ordens e exortações para as igrejas. A diferença relevante é que no tempo da nova aliança, a capacidade de viver à luz dessa revelação da vontade de Deus se torna possível por meio do ministério do Espírito.
Isso não quer dizer que a visão de Paulo em relação à fraqueza humana mudou. Com exceção do Espírito, as pessoas ainda são impotentes quando se defrontam com a realização da vontade de Deus. A natureza humana não mudou com o fim de uma era e a chegada de outra. A obra de Cristo e o vasto e amplo envolvimento do Espírito Santo na experiência da salvação são singulares à nova aliança (Rm 8.3,4)” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.284-85).


CONCLUSÃO

A tendência humana é se esforçar para merecer a salvação, por isso ainda há aqueles que se ofendem com a mensagem de que a salvação é pela fé em Jesus, sem as obras da lei (Gl 2.16). O que tais pessoas querem é fazer do cristianismo um remendo de pano novo em veste velha (Mt 9.16; Mc 2.21).

VOCABULÁRIO

Morfologia: Estudo da forma, da configuração, da aparência externa, neste caso, dos Dez Mandamentos.
Assonante: Que produz assonância, isto é, semelhança de sons em palavras próprias.

PARA REFLETIR

A respeito dos Dez Mandamentos:

É correto afirmar que eles foram abolidos como lei?
O Decálogo é a Lei de Deus, assim como todo o Pentateuco. É chamado de Lei de Deus porque veio do próprio Senhor. Jesus Cristo cumpriu toda a Lei, e hoje ela está gravada, não em pedras, mas no coração daqueles que foram alcançados pela graça de Deus (2Co 3.7,11).

Devemos guardar os Dez Mandamentos como os judeus guardam?
Os crentes não devem guardar os mandamentos como se houvesse apenas esses. Mas devem guardar no coração o novo mandamento de Cristo: a Lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (1Jo 3.23,24). Assim cumpriremos todos os mandamentos.

Se Jesus cumpriu toda a Lei, devemos observar os Dez Mandamentos?
Quando perguntaram a Jesus o que se deveria fazer para executar a obra de Deus, Ele não disse que deveríamos guardar o sábado ou os Dez Mandamentos, mas exercer a fé nEle (Jo 6.28,29). Isto é, observando a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito.

O que é preciso fazer para executar as obras de Deus?
Exercer a fé em Cristo e cumprir a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14).

A salvação se conquista por méritos humanos?
Não. É pela graça de Deus, por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor (Ef 2.8-10).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O padrão da lei moral

Retomando a explicação do artigo anterior, cremos na Bíblia como Palavra inteira de Deus que, através dos Dez Mandamentos, indicou o caminho para a vida a partir do povo hebreu (em 1250 a.C.). Foi um reinício da revelação divina, passando pelos mandamentos, pela monarquia, pelos santos profetas, pelo nascimento e vida de Jesus de Nazaré, a imagem plena de Deus; pela ressurreição de Cristo e pela proclamação dos apóstolos. Poderíamos então enumerar os objetivos do Decálogo para o povo hebreu, bem como para o mundo:
1. Para nunca mais haver escravidão;
2. Para a preservação da liberdade do povo;
3. Para os hebreus viverem a justiça de Deus e a comunhão com o próximo;
4. Para ser um povo organizado, tornando-se o sinal de Deus para o mundo;
5. Para uma comunidade organizada por Deus ser a resposta divina para o clamor dos povos;
6. Para o povo ser o anúncio do próprio Deus, a amostra daquilo que Deus quer para todo ser humano;
7. Para o povo viver a dimensão perfeita do amor a Deus e ao próximo.
As Escrituras dizem que Deus entregou a Lei a Moisés objetivando conservar a liberdade do povo hebreu. Jesus Cristo, o Seu Filho, não anulou a Lei de forma alguma, mas a completou e a reafirmou (Mt 5.17), dizendo mais: ”O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12.29-31). Ora, esses dois grandes mandamentos são o resumo fiel do “Decálogo”.

O problema da lei hebreia, no tempo de Jesus, foram os maus doutores ensinarem os Dez Mandamentos ao povo, mas sem observá-los. Eles repetiam literalmente a letra, no entanto, matavam o “espírito” da lei (Mt 23.1-39). Os maus fariseus e escribas não se preocupavam com o clamor do povo, o sofrimento das pessoas e a necessidade espiritual do pecador. Simplesmente repetiam a lei como um mantra, mostrando um Deus irado, sem compaixão para com as pessoas. Da manutenção da liberdade, o povo judeu voltou à escravidão, agora não do Egito, mas a da religião sem Deus. Por isso a letra (a lei escrita) mata, mas o Evangelho, que é “espírito e vida”, vivifica o pecador (Jo 6.63; 2Co 3.6).

A fidelidade de Jesus Cristo

11 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO 

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” Fp 2.5 

VERDADE APLICADA

A fidelidade é uma característica requerida àqueles que almejam viver a eternidade com Jesus. 

Textos de referência

Fp 2.5-8

5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,

6 que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.

7 Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.

INTRODUÇÃO 

A maneira de viver que Jesus partilhou com os que estavam à Sua volta foi suficiente para influenciar as demais gerações que sucederam depois dEle (Tg 1.18). Mesmo ainda jovem, ocupou a Sua mente e Seu tempo em cumprir estritamente os propósitos do Pai que O enviou para uma obra incomparável (Lc 2.52).

1. A fidelidade de Jesus Cristo ao Pai

Os passos do Mestre neste mundo foram marcados pela maneira fiel com que se relacionou com o Altíssimo. Na Sua particularidade, mesmo sendo a segunda pessoa da trindade divina (Lc 3.22), procurou portar-se com afinco na missão de desenvolver o caminho de salvação através da Sua morte na cruz (Fp 2.8) e ressurreição do túmulo (Mt 28.5, 6). Sendo a fiel testemunha (Ap 1.5) e primogênito dos mortos (1Co 15.20), mudou a história de todos aqueles que não tinham mais esperança de vida eterna (1Jo 1.2; 5.11).

1.1 Na encarnação de Cristo

O plano de salvação da humanidade incluía a vinda de Cristo a este mundo como homem, nascido de mulher, conforme profetizado pelos profetas (Is 7.14; Mq 5.2), cumprindo todas as exigências legais ordenadas pela Lei mosaica que requeria um sacrifício perfeito (Hb 9.11, 12; Gl 4.4) para que validasse a salvação de todos os homens. Sua concepção, nascimento e encarnação obedeceram criteriosamente aos propósitos de Deus prescritos na lei: homem perfeito, nascido de uma virgem pura, sem pecado algum (Jo 1.1, 14).

1.2 Em comunicar a verdade do Pai

A sociedade na qual Jesus desenvolveu o Seu ministério trazia em mente a influência da filosofia grega na cultura dos povos. Isso fica evidente na pergunta cética de Pilatos para Jesus acerca do que é a verdade (Jo 18.37, 38). Consta no evangelho de João que a Lei foi dada por Moisés, enquanto a graça e a verdade vieram por meio de Cristo (Jo 1.17). Ainda assim, os grupos religiosos da época, que detinham o conhecimento, interpretação e ensino da Lei em Israel (Lc 5.17), sentiam dificuldade em abandonar as verdades humanas para reconhecer a verdade eterna encarnada em Jesus como o Messias prometido (Jo 4.25). Nesse contexto de vida é que Jesus verbaliza Seus diálogos e exposições dos ensinos divino, como aquele que traz e comunica a doutrina do Pai (Jo 7.16; Jo 14.14) a todos os povos, tribos e nações.

1.3 Em submeter-se à vontade do Pai

A submissão de Jesus em concretizar o plano de salvação designado por Deus implicou-O a tornar-se humano. Isso condicionou-O a conviver com pessoas influenciadas pelo cumprimento da vontade romana em manter o domínio cultural e territorial de seus súditos. Em relação à humanidade, o propósito de Deus era que alguém que fosse perfeito assumisse a culpa pelos pecados de todas as gerações (Is 53.3-7; 1Co 13.10), uma vez que o homem carrega em seu sangue o “vírus” da desobediência, o pecado original (Rm 5.12). Por isso, Jesus submeteu-se à vontade do Pai, carregando sobre Si mesmo os pecados da humanidade para que pudesse redimi-la e reconciliá-la com o Pai. Dessa forma, Jesus foi enviado voluntariamente, como um sacrifício perfeito, imaculado, realizando um ato de expiação na cruz, reconciliando o homem com o criador (2Co 5.18, 19).

2. A fidelidade de Jesus Cristo à Sua missão

A encarnação do Filho do Homem entre nós teve como objetivo principal expiar os pecados da humanidade na cruz, reconciliando os pecadores e salvando todos os que haviam se perdido (Jo 1.14). Portanto, enfatizaremos a seguir o teor da fidelidade de Jesus no cumprimento dessa incumbência intransferível.

2.1 Expiar os pecados

A humanidade carece de salvação devido à incontestável realidade do pecado que a tem contaminado, manchado e afastado de Deus, conforme declarou o apóstolo Paulo (Rm 3.23). A natureza humana estava corrompida, degenerada e completamente fora do plano do Criador, daí a necessidade de se preparar uma solução permanente que correspondesse aos requisitos da justiça e do juízo divino. Ao enviar Seu filho para realizar a obra expiatória na cruz (Fp 2.8), Deus preparou o sacrifício perfeito (Hb 7.26), o advogado fiel (1Jo 2.1), o caminho reto pelo qual todos os que creem em Seu nome possam ser reconciliados.

2.2 Reconciliar os pecadores

A comunhão no relacionamento entre Deus e o homem foi interrompida desde que o pecado foi concebido pelo primeiro casal no Éden, onde se fizeram inimigos de Deus (Cl 1.21). Mas, o amor que Deus tem pelas Suas criaturas é imensurável (Jo 3.16), capaz de ir ao encontro do homem caído e restabelecer a paz (Is 9.6), reconciliando-o consigo mesmo através da morte vicária de Cristo (2Co 5.18) e removendo o abismo de separação criado pelo pecado (Is 59.2). Portanto, Jesus é o mediador do melhor concerto, consumado na Cruz por um alto preço independentemente de nós, e que oferece melhores promessas (Hb 8.6) aos pecadores reconciliados porque Ele nos amou primeiro (1Jo 4.19).

2.3 Salvar os perdidos

O ato de expiação na cruz proporcionou a libertação do pecado e seu poder destrutivo a todos os que creem no nome de Jesus (Lc 19.10), assim também como à descendência de Abraão (Mt 1.21). Vivificados em Cristo, todos aqueles que são alcançados pela graça experimentam a novidade de vida ensinada e promovida diariamente pelo agir do Espírito Santo (Ef 2.5). Assim, o Bom Pastor que deu Sua vida pelas ovelhas (Jo 10.11) direciona Seu olhar desde o céu a percorrer os campos, desertos e vales à procura da ovelha que se perdeu pelo caminho do engano (Mt 18.12) no decorrer das gerações. Nenhum daqueles que o Pai deu a Cristo, exceto o filho da perdição, se perdeu enquanto Jesus cumpria fielmente Seu ministério aqui na Terra, porque o Mestre os guardava (Jo 17.12).

3. A fidelidade de Jesus Cristo à Sua Igreja

A Igreja é a única organização instituída por Jesus para representá-lo na Terra. É um organismo vivo e ativo para agir no mundo como corpo de Cristo, reunindo pessoas de todas as classes sociais, etnias e culturas (1Co 12.13), revelando os propósitos divinos e as verdades das Escrituras, apregoando o amor de Jesus e Seu ministério salvífico.

3.1 Revestindo a Igreja com poder

O revestimento de poder se deu inicialmente quando Jesus Cristo ordenou a seus discípulos que permanecessem em Jerusalém para que recebessem a virtude do Espírito Santo (At 1.8). A partir de então, toda a Igreja recebeu esse poder que lhe torna capaz de pregar, testemunhar e anunciar o Reino de Deus, e leva o crente a defender dinamicamente a fé que uma vez lhe foi entregue (Jd 3). Necessitamos de qualificações espirituais para servir o Mestre e Sua obra para qual fomos chamados. O apóstolo Paulo descreve que os dons do Espírito Santo são dispensados àqueles que propõem em sua mente viver para Deus e vencer o pecado a cada dia (1Co 12). Assim, o poder de Deus dispensado a Sua Igreja sempre terá como alvo o aperfeiçoamento e fortalecimento daqueles que aceitaram o desafio de seguir o Cordeiro em comunhão e fidelidade a Seus mandamentos (Mc 16.15-18).

3.2 Preservando a Sua Igreja

A Igreja Cristã é perseguida desde seu início em Jerusalém. Entretanto ela é fundamentada em Cristo e por isso é capaz de suportar as tempestades que se levantam contra ela (Mt 16.18). Jamais os representantes políticos e movimentos socioculturais de uma nação poderão inserir normas que venham desfazer a Igreja que está pautada na Palavra de Deus (Cl 3.16). A igreja gloriosa, invisível e inumerável de Jesus está muito além das paredes de tijolos feitas por mãos humanas, pois a sua posição não é alcançada pelo homem natural (1Co 2.14) e sim espiritual.

3.3 A certeza da Sua presença

A noiva do Cordeiro tem a alegria de contar com a companhia fiel e ininterrupta de seu noivo mesmo antes do casamento, uma vez que Cristo é Onisciente, Onipotente e Onipresente (Jr 23.24). Pois a fidelidade de Jesus transcende o nosso entendimento e mesmo que Sua Igreja possa se sentir fragilizada diante dos obstáculos, não está só. O apóstolo Paulo, ao escrever a Igreja que estava em Corinto (1Co 6.19), lembrou os de que cada crente é habitação do Espírito Santo, dessa forma somos ensinados como proceder em todos os instantes de nossa vida cristã.

CONCLUSÃO

A fidelidade de Jesus está pautada no compromisso com o Pai de se oferecer para vir ao mundo, de levar ao Calvário os pecados da humanidade, ser fiel ao cumprir Sua missão e apresentar ao mundo a certeza de Seu amor incondicional para com Sua Igreja amada.






Homens Fiéis na Bíblia
18 de Janeiro de 2015]

TEXTO ÁUREO

“E era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações” Lc 2.37

VERDADE APLICADA

Devemos viver uma vida de princípios éticos e morais que nos garanta uma vivência de fidelidade conforme os padrões exigidos por Deus no meio de uma sociedade pecadora.

Textos de referência
Ez 14.14; Lc 2.36-38
Ez 14.14 ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ.
Lc 2.36-38
36 E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade,
37 e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
38 E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.

INTRODUÇÃO
Para ser fiel é preciso fé. Fé resultante de ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Fé que é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22, 23). Os servos exemplares da Bíblia tinham dúvidas, inseguranças e fraquezas, mas o Espírito de Deus os capacitou para enfrentarem desafios e permanecerem fiéis até o fim (Hb 11.34; Tg 5.17). Nesta lição, estudaremos três deles: Noé, Ana e Daniel. Aprendamos muito com esses referenciais em fidelidade.


1. Um homem escolhido: Noé

Ao lermos a história de Noé, aprendemos a importância da fidelidade, pois no meio de uma sociedade corrompida ele se colocou como um pregoeiro da justiça (2Pe 2.5) dando ouvidos à voz de Deus e executando minuciosamente as ordens que lhe foram confiadas. A fidelidade de Noé nos inspira a sermos cristãos exemplares que vivem uma vida de obediência a Deus, exercitando a fé em Suas promessas.
1.1 Pelo seu exemplo em uma sociedade corrompida
Na época de Noé a sociedade estava totalmente perdida (Gn 6.5), mas ele achou graça aos olhos do Senhor e foi considerado justo e reto no meio daquela geração (Gn6.8). O seu nascimento é acompanhado de uma expectativa quanto a ação de Deus em favor dos justos em uma terra totalmente depravada (Gn 5.29). À semelhança de Noé, vivemos em uma sociedade que perdeu o temor e a reverência a Deus. São homens preocupados em satisfazer as suas próprias vontades em detrimento à vontade de Deus (Mt 24.38). No livro de Miquéias, Deus define como os homens devem andar em sua presença (Mq 6.8). Portanto, devemos viver uma vida de princípios éticos e morais que nos garanta uma vivência de fidelidade conforme os padrões exigidos por Deus no meio de uma sociedade pecadora.

1.2 Pela sua obediência à voz de Deus

A ideia de obedecer está ligada ao ato de se submeter à autoridade, em acatar ordens de alguém superior. Noé, com respeito e amor, atendeu a instrução de Deus e a cumpriu cabalmente (Gn 6.14-16). A voz de Deus ouvida por Noé provocou nele uma profunda atitude de resposta, que veio à tona na execução das ordens dadas pelo seu Senhor (Gn 6.22). O desejo de Deus é que nós venhamos a obedecê-lo assim como as ovelhas obedecem ao seu pastor (Jo 10.27; 8.47). Precisamos estar atentos ao que Deus está dizendo, pois os Seus mandamentos são inquestionáveis (Êx 15.26).
1.3 Pela sua fé em Deus
A construção da arca foi uma obra de fé e um milagre da engenharia para aquela época. Noé construiu uma arca com aproximadamente 133 metros de comprimento, 22 metros de largura e 13 metros de altura. A Bíblia afirma que Noé era um homem de fé (Hb 11.7), que foi fortalecida pela comunhão que ele tinha com Deus (Gn 6.9). Pela sua obediência construiu a arca, através da qual Deus condenou o mundo e salvou sua família (Gn 6.18). Noé era um homem que não andava por vista, mas por fé (2Co 5.7). Precisamos ser semelhantes a Noé, que mesmo enfrentando várias adversidades, se manteve firme, não olhando para as circunstâncias negativas, mas focando naquele que tem o poder e o controle sobre todas as coisas (Sl 24.1).

2. Ana, uma mulher fiel
Sua vida nos é contada em apenas três versículos, mas que são suficientes para considerarmos o quanto ela era fiel a Deus.

2.1 Ana e seu histórico

Ana, que significa “cheia de graça”, era profetisa, da tribo de Aser e filha de Fanuel (Lc 2.36-37). Apesar de pertencer a uma tribo de pouco destaque, ela honra a sua linhagem, cumprindo com fidelidade e responsabilidade o ministério que lhe foi confiado. A Bíblia cita a sua idade (quase 84 anos) (Lc 2.37) e declara que ela exercia esse ofício desde quando perdeu o seu esposo, após sete anos de casada. A narrativa nos mostra que ela atendeu ao chamado de Deus e permaneceu fiel até a sua velhice, desempenhando o ministério profético.

2.2 Ana era dedicada

Embora pudesse contrair um novo matrimônio, Ana preferiu dedicar-se integralmente à obra do Senhor (Lc 2.37). Apesar de sua idade, ela demonstrava prazer em servir ao Senhor, usando duas ferramentas basilares para vencermos as dificuldades ao longo da caminhada: a oração e o jejum. Infelizmente muitos crentes estão se tornando infiéis e tombando ao longo do caminho porque não oram e nem jejuam; perderam a visão espiritual, não conseguindo enxergar o propósito de Deus. Precisamos aproveitar o nosso tempo na presença de Deus. Ter vida com Deus é perceber nossa necessidade dEle. É admitir que somos pecadores e pedir a Ele que entre em nossos corações para ser a autoridade em nossas vidas.

2.3 Ana era uma mulher encorajadora

Mulher de fé, Ana observava tudo que estava acontecendo a sua volta. Enquanto Simeão previa o futuro do menino Jesus, ela se aproximou dando graças a Deus, por reconhecer que aquele era o Messias esperado para trazer redenção à humanidade (Lc 2.38). As suas palavras foram encorajadoras para todos que estavam próximo do templo, pois havia uma grande expectativa de mudança em toda a sociedade judaica naquela época. Precisamos ser como Ana. Há muitas pessoas em nossa volta que perderam a esperança. Estão desestimuladas, tristes, desistindo das promessas de Deus, acreditando que nada vai acontecer. Precisamos motivar as pessoas e insistentemente continuar dizendo que Jesus vive e que voltará para buscar um povo perseverante e de boas obras (Tt 2.14).

3. Um jovem que decidiu ser fiel

A vida de Daniel é uma história inspiradora para todas as idades, pois sua narrativa mostra que desde jovem ele decidiu ser fiel a Deus (Dn 1.8). Seu livro apresenta uma vida cercada de desafios e ameaças, sempre tendo sua fidelidade a Deus colocada à prova, mas em nada ele cedeu.

3.1 Abandonando o caminho da desobediência

Ao ler a história de Daniel, verifica-se que ele está na Babilônia por consequência do pecado de seu povo. Deus disse ao povo de Israel que, se permanecessem fiéis, alcançariam grandes bênçãos (Dt 28.1-7); se fossem infiéis, sofreriam o dano da perda (Dt 28.25-41). Daniel, instruído quanto à Lei, observou que o erro de sua nação foi não atentar às palavras de Deus. Quando deixamos de observar a vontade de Deus por meio de Sua Palavra, corremos sério risco de fracassar e perder tudo que já foi nos dado mediante a misericórdia e o amor de Deus. Daniel entendeu que sua estada naquele lugar era resultado do pecado de seu povo (2Rs 24.1,2, 8-14) e por isso tomou a decisão de não se contaminar com os manjares do rei (Dn 1.8). Á semelhança de Daniel, devemos também decidir a cada dia permanecer firmes na presença de Deus (1Co 16.13), o único que pode nos livrar e nos abençoar com toda sorte de bênçãos (Jr 1.8; Dn 3.17; Ef 1.3, 4).

3.2 Aplicando à sua vida os princípios divinos

Ao não se contaminar com os manjares do rei, Daniel e seus três amigos propuseram um pacto de fidelidade para com o único Deus. A aplicação desse princípio para a vida está inserida no primeiro preceito dado por Deus ao povo de Israel e a todos que O servem (Dt 6.13, 14) e resumida com propriedade por Jesus ao responder a pergunta de um doutor da Lei (Mt 22.37). Assim como Daniel precisamos viver uma vida de princípios, uma vida de amor a Deus que se caracteriza pela renúncia da vontade própria, o abandono cotidiano do pecado e obediência irrestrita às leis de Deus.

3.3 Suportando todos os desafios

Independente de sua situação, Daniel sempre se mostrou firme em sua decisão de servir a Deus, vencendo todos os desafios. Ao propor não se contaminar com os manjares do rei e nem com o vinho que ele bebia (Dn 1.8), Daniel nos ensina que precisamos viver uma vida de propósito diante de Deus, entendendo que Deus vela pela vida dos fiéis. Quando todos os sábios sofreram ameaça de morte (Dn 2.5), Daniel convocou os seus companheiros para buscarem a revelação da parte de Deus, a fim de não perecerem com os mentirosos e perversos (Dn 2.17-18). Aprendemos aqui que não importa o tamanho da ameaça, nosso Deus é maior; nosso Deus vê todas as coisas e a Seus fiéis revela o que é necessário (Dn 2.16). Desde sua chegada à Babilônia, Daniel sempre procurou servir com sinceridade e dedicação aos reis tanto babilônicos quanto medo-persas. Isso porque Daniel nunca abandonou o propósito que ele fez com seu Deus (Dn 1.8), nem deixou de honrá-lo (Dn 2.20-21).

CONCLUSÃO
A Bíblia nos dá o exemplo de muitos homens e mulheres que foram fiéis. Que possamos buscar neles inspiração para vivermos uma vida de testemunho, plenitude e graça diante dos homens e de nosso Deus, até que Ele venha nos buscar.





A Fidelidade às Doutrinas Cristãs 
25 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO
“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” 1Tm 4.6

VERDADE APLICADA
Precisamos estar atentos para não sermos levados por questões enganosas, por pessoas que se acham detentores de revelações especiais, disseminadoras de ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades.

Textos de referência


1Tm 1.3-7
3 Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina,
4 nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora.
5 Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
6 Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas,
7 querendo ser mestres da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.

INTRODUÇÃO
A doutrina bíblica é a chave para sermos bem sucedidos na caminhada cristã. Infelizmente, por não ser valorizada, assistimos uma série de novas “doutrinas” surgindo, não para a glória de Deus e sim para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do Senhor Jesus experimente um desvio doutrinário e distancie-se do propósito para o qual Deus a designou.

1. Desvio doutrinário da Igreja
Paulo exorta Timóteo a admoestar quanto aos falsos ensinos que estavam entrando na Igreja (1Tm 1.3). Esse desvio doutrinário se caracteriza de várias formas, levando cristãos à distorção ou até mesmo ao abandono da fé. Notemos como esses desvios se caracterizam:

1.1 Abandono do ensino bíblico e entrega às fábulas
Na Igreja de Éfeso havia falsos mestres que enfatizavam extensas genealogias judaicas, crendo que a salvação se baseava em ter uma linhagem até Abraão. A palavra “fábula” é usada para descrever uma narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica que faz com que os homens se afastem da verdade. Paulo instrui Timóteo a não permitir a introdução desses novos métodos de ensino, incompatíveis com o legítimo e genuíno Evangelho, pois ele sabia que isso traria deformação e consequentemente vícios desnecessários à própria doutrina. A Bíblia ensina no Novo Testamento que precisamos ter a mesma fé de Abraão para sermos salvos (Rm 5.1, 2). Não fala de participar de sua genealogia. Nos dias atuais, precisamos estar atentos para não nos deixar levar por questões enganosas, produzidas por líderes pretenciosos, que se acham detentores de revelações especiais, disseminando ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades, nos distanciando do verdadeiro Evangelho (Gl 1.8).

1.2 Não aplicação do estudo das Escrituras
Paulo declara abertamente que os falsos mestres são ignorantes quanto as verdades das Escrituras (1Tm 1.7). Eles queriam se tornar “famosos” como mestres da Lei de Deus, mas nem sequer entendiam o propósito da Lei. Eles eram rasos, insensatos, pobres no conhecimento de Deus. Eram cegos querendo guiar outros (Mt 15.14). Para quem deseja ensinar as Escrituras é preciso seguir o exemplo de Esdras (Ed 7.10). Ele propôs, em seu coração, buscar, cumprir e ensinar a Lei do Senhor. Infelizmente, essa sequência não está sendo observada por muitos que lidam como ensino das Escrituras. Eles não se aplicam ao estudo da mesma, como orienta o apóstolo Paulo (1Tim 5.17). A expressão trabalhar dá ideia de um esforço sincero na busca da compreensão do texto bíblico e do ensino.

1.3 Ensino das Escrituras com motivações impuras
Falsos ensinos, guiados por motivações impuras, são relatados em diversas partes do Novo Testamento e são um contraste do que Jesus ensinou (Mt 5.8). Há aqueles que ensinavam visando lucros (2Co 2.17), outros por inveja e porfia (Fp 1.15), e ainda aqueles que visavam o domínio do rebanho (1Pe 5.2-3; At 20.30). Esses falsos mestres, contagiados por interesses próprios, tinham a fé adulterada e suas almas distanciadas de Deus submergidas em meio a um labirinto de vaidades. À semelhança desses falsos ensinadores, ainda hoje existem pessoas que estão trilhando o mesmo caminho, às quais precisamos estar atentos, visto que seus ensinos não produzem verdadeira edificação.

2. Consequências do desvio doutrinário da Igreja
Os efeitos do desvio doutrinário são perceptíveis aos olhos de todos, pois aquele que se distancia do ensino salutar das Escrituras, passa a ter atitudes que o igualam às pessoas que não conhecem a Cristo. Essas atitudes afastam as pessoas da Igreja, e, quando não as afastam, faz com que se tornem instrumentos para a disseminação de contendas entre os irmãos.

2.1 Afasta as pessoas da Igreja
O abandono da doutrina cristã afasta as pessoas da Igreja não somente no âmbito físico, mas, acima de tudo, no âmbito espiritual. A falta de amor, de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera promove um afastamento do propósito verdadeiro que foi dado à Igreja desde sua fundação (At 4.32). O próprio Cristo nos ensinou que nos últimos dias, por se multiplicar a iniquidade, o amor, qualidade essencial à vida cristã, se esfriaria (Mt 24.12). Vemos assim que tanto hoje como na época do apóstolo Paulo algumas igrejas vêm sofrendo desvios doutrinários e, consequentemente, a perda de valores fundamentais da fé cristã (1Tm 1.5).

2.2 Produz contenda e não edificação
Os falsos mestres estavam causando divisão e contendas trazendo enormes prejuízos à obra de Deus. Havia o desejo de um se mostrar melhor que o outro, gerando assim uma disputa dentro da Igreja. Eles se tornaram verdadeiros agentes de Satanás, promovendo a desunião familiar, intrigas entre os irmãos e um mal-estar na Igreja. Os que semeiam contendas entre os irmãos e trazem confusões para o meio da Igreja são abominação para o Senhor (Pv 6.16-19). Esse desvio acarretava problemas e divergências de ordem doutrinária (1Tm 6.3-5; 2Tm 2.14), pessoal e espiritual (1Co 3.1-3; Tg 4.1).

2.3 Alvo fácil de manipulação
A Igreja deve viver afastada do pecado em todas as suas manifestações (Rm 6.1-2). O Diabo tem usado tudo o que está a seu alcance para embaraçar a vida de santidade da Igreja, e seu método mais poderoso para influenciar os crentes a usar e abusar das coisas deste mundo são os meios de comunicação de massa (televisão, internet, jornais, revistas, etc). O uso indevido desses meios, por cristãos que se encontram desapercebidos e insensíveis aos perigos que os rondam, tem feito com que os usos e costumes do mundo adentre em suas vidas e incorporem seu dia a dia sem nenhum temos, enfraquecendo suas vidas espirituais e tornando-os indiferentes ao propósito de Deus.

3. Retorno à fidelidade doutrinária
Ao lermos os escritos de Paulo a Timóteo entendemos que a possibilidade de retorno não foi apenas para os insubordinados de sua época, mas também para os de hoje. Portanto esse retorno ocorrerá:

3.1 Quando anunciamos a Palavra com intenção pura
Preservar a Palavra de Deus em nosso coração é o único meio de nutrir intenções puras, a fim de reter o amor de Deus em nós (Sl 119.11). A Palavra tem em si a condição de promover a purificação do nosso homem interior discernindo pensamentos e intenções, possibilitando que o Espírito Santo trate conosco, produzindo assim uma fé sincera (Hb 4.12). Isso produz no cristão uma mente que está em constante transformação, dando a este o entendimento necessário para que viva uma vida de fidelidade, não se conformando com o mundo a sua volta (Rm 12.2). Somente cientes da vontade de Deus poderemos compreender Seu amor, santificando cada vez mais nossas vidas em Sua presença, vivendo com um coração puro e uma fé não fingida.

3.2 Quando produz transformação
Em sua ignorância e incredulidade, Paulo, por seu zelo pelo judaísmo e motivação errada, ridicularizou os ensinos de Jesus e perseguiu o povo de Deus. Porém, ao ter um encontro com Cristo, sua vida foi completamente transformada (At 9.1-9). Quando entendemos o verdadeiro objetivo da doutrina não apenas somos transformados em uma nova criatura (2Co 5.17), como também recebemos condições para o crescimento espiritual, (1Pe 2.2) até chegarmos à estatura de varão perfeito (Ef 4.13).

3.3 Quando a doutrina é transmitida com graça
Consciente de que o que faz um homem andar firme na presença de Deus é o reconhecimento de Sua graça (1Co 1.4-9). Paulo ensina que nada que façamos por meio de nossos esforços redundará em merecimento diante de Deus (Ef 2.8-9). O que está em evidência é o seu favor e o exercício contínuo da fé, promovida através do conhecimento da Palavra de Deus, transmitida a nós por meio da vida, ensino e morte de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Paulo instrui a Timóteo e a nós que nunca devemos nos apegar às doutrinas cristãs apenas na teoria, mas sim na prática diária, com a intenção de resgatar aqueles que estão se distanciando. Esse trabalho feito com amor não fingido, tendo a fidelidade como bandeira, nos fará firmes até a volta de Cristo.



A Crise de Fidelidade na Igreja

01 de fevereiro de 2015


Texto Áureo
“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” Ef 1.4


Verdade Aplicada
A crise de fidelidade tem afetado vários setores da Igreja, ocasionando a perda da unidade, dificuldades na adoração e a perda de sua identidade ética e missionária.


Textos de referência

Ef 4.20, 21, 25, 32
20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo,
21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus.
25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros.
32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou.


INTRODUÇÃO
Ultimamente, a Igreja vive dias difíceis, pois estamos passando por um momento dramático e angustiante. Alguns acontecimentos se abateram sobre o Corpo de Cristo e alteraram seu conceito diante da sociedade. Sua visão ficou ofuscada, sua missão comprometida, sua unidade abalada e sua comunhão fragmentada. É bem certo que enfrentamos crises em várias dimensões, porém, a área mais atingida é a da fidelidade.


1. As dimensões da crise de fidelidade na Igreja
Atualmente, percebe-se que a Igreja enfrenta crise em várias áreas e os princípios mais prejudicados são: a unidade, a comunhão e a ética.

1.1 A crise de unidade
De acordo com a mente de Cristo e Seus ensinos deixados nos evangelhos, a unidade deve ser um fator de identificação da Igreja (Jo 13.34, 35; 15.12). Entretanto, é exatamente a falta de unidade que mais ocorre nesses dias. Isso indica que estamos em crise, pois somos um povo dividido. A igreja de Corinto representa tipicamente o comportamento de uma igreja sem unidade (1Co 1.10). Eles tinham problemas no culto, nas relações entre os irmãos, nas relações familiares e a igreja ainda tinha aqueles que se dividiam em grupos ou partidos (1Co 1.11-13). Em Filipenses 2.1-5, Paulo escreve sobre a importância vital da unidade cristã. Ele afirma que a unidade espiritual da Igreja é produzida por Deus. Para a igreja em Éfeso, ele confirma que a unidade é construída sobre o fundamento da verdade (Ef 4.1-6). Essa unidade não é externa, mas interna. Não se trata de unidade denominacional, mas espiritual, pois fazemos parte da família de deus e estamos ligados ao Corpo de Cristo (1Co 12.27). Ainda exortando os irmãos filipenses, o apóstolo aponta que, para vencer a crise da unidade, devemos nos afastar do partidarismo e da vanglória.

1.2 A crise de comunhão
A palavra grega “Koinonia” significa comunhão. A ideia básica inserida aqui é compartilhar. As escrituras sempre enfatizam a necessidade da Igreja ser um espaço de vivência comunitária, fraterna e amiga. Essa prática foi entendida pelos primeiros cristãos como de importância tal que faz parte do indispensável Credo apostólico luterano – “Creio na comunhão dos santos”. Essa comunhão envolve o no Corpo de Cristo os salvos de todos os lugares e de todas as épocas. O sentido básico de “Koinonia”é compartilhar alegrias e tristezas (Rm 12.15). Associada a essa noção está a ideia de responsabilidade, isto é, membros do Corpo de Cristo que têm compromisso uns para com os outros viverão a comunhão dos santos.

1.3 A crise ética
Provavelmente é no campo da ética em que vivemos nossa maior crise. Muitos líderes e crentes em geral estão se esquecendo que a Igreja é sal da terra e luz do mundo e estão se deixando levar pelo espírito de corrupção que domina este mundo (Mt 5.13-16). Líderes que se corrompem, compram e não pagam, envolvem-se em negócios escusos com políticos desonestos e negociam, inclusive, o próprio rebanho. Seguramente, deriva-se dessas ações a nossa recente falta de credibilidade. Oque antes era referência de confiança, hoje é visto com outros olhos. O mundo passou a ver a Igreja como um lugar de exploradores por causa de uns poucos que nos envergonham. No entanto, a Igreja de Cristo, salva e remida, é formada de homens honestos.

2. A crise de fidelidade na missão da Igreja
A missão da Igreja é tríplice: ela deve ministrar a Deus, aos seus membros e ao mundo. Compreendemos então sua missão para com Deus, sua missão para consigo mesma e sua missão para com o mundo.

2.1 Sua missão com Deus
A adoração é essencialmente a missão da Igreja com Deus. Em Colossenses 3.16, Paulo encoraja a Igreja a cantar “salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão no coração”. A adoração na Igreja não é meramente um preparo para outra coisa; ela é em si mesma o cumprimento de um dos grandes propósitos da Igreja, cujos membros foram criados para o louvor e glória de deus (Ef 1.20).

2.2 Sua missão para consigo mesma
O ministério da Igreja a seus membros é realizado por meio do fortalecimento espiritual e da edificação destes para que ela possa apresentar “todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). Em Efésios 4.12, 13, os líderes com dons na igreja foram dados para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e para edificação do Corpo de Cristo até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus; ao estado de homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.

2.3 Sua missão para com o mundo
A missão da Igreja para com o mundo é realizada pela pregação do Evangelho a todas as pessoas no mundo, seja por meio de palavras, seja por meio de atitudes. Em Mateus 28.19, Jesus ordena aos Seus seguidores que façam discípulos de todas as nações. Para vencer a crise de fidelidade a essa missão, a Igreja deve envolver não somente no evangelismo, mas também em assistência aos pobres e oprimidos (Gl 2.10; Tg 1.27), e, consequentemente, todos os membros devem fazer o bem a todos.

3. As características de uma Igreja fiel
A Igreja que supera as crises de unidade, comunhão e ética, e tudo aquilo que compromete sua missão, certamente possui características de uma Igreja fiel, que vence as influências mundanas.

3.1 Uma Igreja frutífera
Um exemplo marcante de Igreja frutífera são os cristãos tessalonicenses (1Ts 1.5-8). Eles levaram a grande comissão de Cristo a sério (Mt 28.18-20). Serviram de exemplo para outros cristãos, pois difundiam o Evangelho por onde quer que fossem (1Ts 1.7-8). Levaram o Evangelho para toda a cidade, e, muito além de suas fronteiras físicas, para a região da Macedônia até a região da Acaia. Certamente esses cristãos discipulavam outros crentes e evangelizavam os incrédulos. Sem dúvida, outras igrejas foram fundadas graças à propagação do Evangelho que brotou daqueles irmãos.

3.2 Uma Igreja solidária
A Igreja é um enorme celeiro e um grande depositário de vocações, talentos, recursos e potenciais. Neste sentido, seu papel deve ser o de orientar os membros para o serviço à sociedade. Refletindo o nosso chamado para sermos sal e luz. Temos de avançar na questão da solidariedade através da conscientização. Como no sentido original da palavra “igreja” (que vem do grego “ekklesía” e significa “assembleia de santos”), precisamos recuperar a nossa vocação histórica de agentes de transformação e esperança.

3.3 Uma Igreja missionária
Segundo o escritor cristão Richard Mayhue, salvo a igreja de Jerusalém, nenhuma outra igreja esteve tão intimamente ligada à expansão missionária quanto a de Antioquia (At 13.1-4). Ele aponta alguns princípios básicos e eternos que contribuíram para o sucesso da referida igreja. Primeiramente, a partida de Paulo e Barnabé foi motivada e direcionada pelo espírito Santo (At 13.2), isto é, estava de acordo com o chamado e vontade de Deus, e não de homens. Em segundo lugar, a igreja confiou os dois obreiros a Deus e os encarregou de promover a expansão do Evangelho, ou seja, foram enviados pelo Espírito Santo e pela igreja local. Entendemos aqui que Paulo e Barnabé estavam debaixo de cobertura espiritual (At 13.3). Outro ponto a ser observado é que a igreja cedeu de boa vontade seus melhores homens, Paulo e Barnabé, em obediência à orientação do Senhor (At 13.4). Ela não foi mesquinha nem individualista em reter ou limitar a obra de Deus na vida dos seus servos e permitiu que o processo no campo missionário tivesse continuidade. Ela não tentou, de forma egoísta, segurá-los para si. Sendo assim, é preciso que a igreja atual reflita e repense sua recente prática missionária. O nosso Mestre já direcionou o caminho a ser trilhado e não podemos pensar em missões de forma diferente. Missões, que inclui o evangelismo local e às nações (At 1.8), não é o título, nem cargo. É trabalho sério. Desse modo, sempre debaixo da orientação do Espírito Santo, urge para pregarmos a Palavra a todo o mundo (Mc 16.15), a tempo e fora de tempo (2Tm 4.2).

CONCLUSÃO

Para vencermos a crise de fidelidade instaurada na Igreja, precisamos repensar nossa espiritualidade, nossa ética e nossa unidade. Devemos redescobrir a vontade de Deus através de Sua Palavra e sermos uma Igreja verdadeira, capaz de superar todos os seus desafios e vencer seus dilemas contemporâneos.





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